I've Got You Under My Skin escrita por iara


Capítulo 15
Espera aí...


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo tá meio chato mesmo, eu sei... Mas o baile está próximo!
Boa leitura!



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Foi um alívio quando a segunda-feira chegou. Finalmente pude me ver longe de Charles. Eu sabia que alguma coisa estava mudando entre nós; não conseguia mais olhá-lo diretamente sem corar. E isso só poderia ser obra dela...

— Querida! Voltei! – a Deusa disse, abrindo a porta de repente. E lá vamos nós... – Temos tanto para conversar!

— Imagino. – controle-se Emma, calma. – Afrodite, você pode me explicar o que está acontecendo?

— Não sei do que está falando. – deu um sorriso inocente.

— Ora, não tente me enganar! Está tentando me juntar com Charles, mesmo quando estou com Hermes! Não tem vergonha? – coloquei as mãos na cintura, teatralmente. Um pouco de drama não faria mal, não é?

— Acho que está um pouco equivocada, Emma. Você e Hermes só estão “ficando”, certo? É um relacionamento aberto.

— Mas isso não te dá o direito de fazer o que bem quiser!

— Eu? Bobinha, eu não estou fazendo nada. As decisões são puramente suas. Quer dizer, pelo menos por enquanto.

— O que quer dizer? – lá vem bomba...

— Quer dizer que EU vou escolher o fim dessa história. Mas não se preocupe, ainda vou me divertir muito com vocês dois. – pausa para a risadinha maléfica. – Ah, e tem algo que você precisa saber.

— Com relação a quê? – por favor, que não seja nada grave...

— Só para iluminar sua cabeça, vou te contar um segredo. – abaixou o tom de voz. – Charles gosta de você.

— O quê?! Como assim?! – não que isso seja impossível, é claro. Uma garota linda e maravilhosa como eu, com um bronzeado perfeito e tudo mais...

— Até parece que já não sabia. Ele está caidinho por você, completamente. – jogou o longo cabelo para o lado. – Mas os filhos de meu marido tem uma dificuldade enorme para demonstrarem sentimentos, então...

— Não posso acreditar. – eu sabia que Afrodite queria nos ver juntos, mas nunca imaginei que ele pudesse realmente gostar de mim. – O que eu vou fazer? Como você mesma disse, estou “ficando” com Hermes!

— Minha querida, não fique assustada. Lembre-se, o baile é daqui a dois dias. Tudo pode mudar. – colocou seus óculos escuros (no inverno!) e foi em direção à porta. – Nos vemos em breve!

E foi embora, me deixando confusa e surpreendentemente feliz.

.

— O que o Deus das corridas planejou para mim hoje?

— Ah, você vai ver! – Hermes respondeu, com seu sorriso lindo no rosto. Que sonho... – Feche os olhos.

Quando abri novamente, estava em um apartamento luxuoso e colorido. Os sofás eram amarelos, a mesinha de centro azul, lustre com detalhes em vermelho, cadeirinhas verdes...

— Isso é o que eu chamo de animação. – era tão divertido! Até o balcão de bebidas era chamativo, de um laranja bem forte. – Que lugar é esse?

— Meu templo. – fiz uma cara chocada. Mas onde estavam as colunas gregas, o mármore e as estátuas? – Eu sei, é mesmo um pouco estranho.

— Estamos no Olimpo?

— Sim, mas não se preocupe. Ninguém vai vir aqui. – havia um detalhe implícito em sua voz; ninguém viria aqui, porque ninguém passava a perna nele.

— Tudo bem. – ri um pouco, me jogando no sofá mostarda. – E aí, você que decorou?

— Não. Eu prefiro cores mais sóbrias, mas Apolo insistiu em escolher as cores e não pude impedi-lo. – parecia estar se divertindo.

— Imagino. Ele pode ser bem persistente quando quer. – ele se sentou do meu lado, e deixou que minhas pernas ficassem sobre suas coxas. Ainda bem que escolhi usar calças. – Agora que conheci o seu templo, o que planeja fazer?

— Tenho algumas ideias em mente... – segurou meu queixo e me puxou para um beijo apaixonado.

Eu ficava inconsciente quando estávamos tão próximos. Hermes me embriagava completamente. Apenas uma parte de minha cabeça processava seus movimentos; ele me pegou nos braços e, sem interromper o beijo, nos levou para outro cômodo.

Senti o tecido macio. Deixei minhas mãos escorregarem pelo cetim. De repente ele desceu para o meu pescoço, e pude abrir os olhos. Estávamos deitados numa cama gigante, com um dossel e tudo mais. Parece que Afrodite acertou.

Droga!

— Ahn... Hermes? – tentei puxar conversa, enquanto o afastava gentilmente. – Será que você poderia me soltar?

— Shh. Relaxa...

— Eu estou relaxada. – mentira! – Mas eu acho que já está tarde.

— Nem tanto... Ainda temos uns minutos, talvez uma hora. – sua voz estava meio rouca, e eu gostei disso. Que azar...

— Tenho que voltar para casa.

— Mas o que tem demais nisso? Eu prometo, vai ser rapidinho...

— Não é isso que me preocupa. – sinceramente, nem um pingo disso.

— Então qual é o problema? – ele finalmente me largou e se sentou ao meu lado. Vi um sorriso descrente crescer em seu rosto. Ah, não... – Espera aí. Você é virgem?

— Não usaria palavras tão explicitas, mas...

— Sério? Não é brincadeira? – parecia realmente chocado. – Mas você já teve um namorado, não é? Os caras do Acampamento não são tão inocentes assim.

— As coisas não funcionam assim, sabe? – era como se eu estivesse conversando com uma criança. – É complicado.

— Vamos deixar pra lá. Na verdade, vamos continuar... – se jogou em cima de mim, mas fui mais rápida e levantei da cama. – Ei, volta aqui!

— Eu quero ir pra casa. – minha voz estava muito magoada? – Por favor.

Nem deu tempo de fechar os olhos; de repente, apareci no meio da sala com ele do meu lado. Fiquei meio tonta e quase caí, mas Hermes me segurou. Meu rosto corou um pouco pela proximidade de nossos rostos, então saí de perto dele rapidamente.

— Vou dormir. Já está bem tarde.

— Boa noite. – quando virei para subir as escadas, ele me chamou de novo. – Emma, espere.

— O que foi? – meu tom não foi nem um pouco gentil.

— Desculpe, de verdade. Eu não queria te ofender. – como eu podia resistir aos seus olhos?

— Sinto muito. Eu não devia ter ficado tão afetada, mas... É que isso já estava na minha cabeça há algum tempo. Acho que não estou pronta pra isso ainda, e me sinto um pouco oprimida.

— Oprimida?

— É. – me sentei no degrau da escada. – Você tem mais de três mil anos de experiência. Não posso competir com isso.

— Mas não é uma competição. – deu aquele sorriso malandro que eu adorava. – E eu gosto de você assim mesmo. Não importa. E quer saber? Esquece isso.

— Sério?

— Sim. Não vou mais te perturbar com isso. A escolha tem que ser sua. – beijou minha testa e desapareceu.

E quando percebi que ele realmente gostava de mim, senti uma dor no peito. Qual seria meu escolhido?


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Notas finais do capítulo

Espero os reviews!



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