I've Got You Under My Skin escrita por iara


Capítulo 14
Senhor Hermes


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEI!
Olá pessoal, beleza?
Fiz esse capítulo com todo amor, espero que gostem!
Boa leitura!



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Apesar de achar as roupas de Afrodite um pouco chamativas (pra quê um decote tão grande?), até que elas não eram tão ruins. Eu sabia que Hermes iria adorar me ver naquele vestido, mas será que eu não estava passando a ideia errada?

Infelizmente, Charles voltou cedo demais.

— Ei, essa roupa é sua? Por que está vestida assim? – e desde quando isso te interessa?

— Estou esperando Hermes.

— Ah, entendi. Não é da minha conta, certo?

— Ainda bem que tem boa memória. Pelo menos isso. – sabia que estava machucando ele, mas e daí? Não me lembro de ter escutado suas desculpas.

Fiquei sozinha na sala por algum tempo, e eu já começava a ficar nervosa. Passei as mãos pelo vestido azul muitas vezes e minha cabeça estava a mil. Para onde iriamos? Será que me levaria para o seu templo? Será que iria me agarrar no chão como na noite anterior, ou seria diferente? Eu precisava de respostas!

— Demorei muito? – a voz já tinha se tornado familiar.

— Só o suficiente para me deixar louca. – sorri, feliz por ver seus olhos novamente. – E aí, dia difícil?

— Ah, o mesmo de sempre. Alguns contratempos aqui e ali, mas nada demais. E o seu?

— Entediante. Minha vida não é tão movimentada, sabe?

— Mas você não tem que treinar aquele garoto? Como é mesmo o nome dele?

— Charles. – tentei tirar o desgosto de minha voz. – É, mas ele trabalha durante a semana, e só posso fazer isso aos sábados e domingos.

— Ah, entendo. – se ele reparou no tom azedo da minha voz, foi educado o suficiente para não comentar. – Vamos?

— Para onde desta vez? Seu templo? – talvez eu poderia acertar, se me esforçasse bastante.

— Até que é uma boa ideia, mas já que está usando um vestido tão bonito... – pausa para dar mais uma olhada em mim (e nas minhas pernas). – Estava pensando que poderíamos sair para dançar? Que tal?

— Hm... Parece bom. – nos transportamos, e quando abri os olhos já estava em um salão de baile enorme. – Onde estamos?

— A festa de Natal vai acontecer aqui. – justificou.

— Mas... Estamos no Olimpo? – o pânico foi crescendo. – E se meu pai aparece?

— Relaxa. Ele foi para uma balada. Não vai voltar tão cedo.

— E o que vamos dançar hoje? Tango? – lembrei de nossos passos provocantes da última vez, e tentei não ficar vermelha.

— Acho que uma valsa seria mais adequada. Temos que treinar, não é mesmo? Não podemos passar vergonha na frente de todos os meus parentes... – ele riu.

— Acho que tudo vai ficar bem... Se você não decidir tropeçar acidentalmente.

— Ah, como eu poderia me esquecer desse detalhe? – sorriu. – Falando nisso... Ops!

Caímos no mármore frio e fiz de tudo para impedir que meu vestido subisse. Dei um tapa nele, e isso só fez com que risse mais alto.

— Venha, vou te ajudar a levantar. – estendeu a mão para mim.

— Quanto cavalheirismo, senhor Hermes.

— Senhor Hermes? – disse o nome, testando a sonoridade. – Hm...

— Gostou?

— Sim. Posso até me acostumar com isso. – puxou com uma força extra quando me ergueu, e quando me desequilibrei, ele segurou minha cintura contra seu corpo. – Vamos valsar?

Uma música melodiosa começou. Tchaikovsky, sem dúvida. Rodopiamos pelo lugar, acompanhando o ritmo. Era tão bom isso, essa sensação de liberdade. Nem vi o tempo passar. Por que isso sempre acontecia quando estava com ele?

— O tempo voou. – comentei dando uma olhada discreta no relógio de seu pulso, ainda dançando. – Não quero voltar para casa.

— Então não volte. Podemos ficar aqui, ou ir para o meu templo. Vai ser legal. – ri de suas palavras. Mas é CLARO que seria divertido.

— Não posso. Eu tenho que voltar.

— Por favor! Não me abandone! – fez uma cara de criança abandonada, igual a que meu pai fazia. Devia estar tomando algumas aulas...

— Nem adianta fazer essa carinha, viu? Eu sou expert nesse assunto. – ele mostrou a língua pra mim. Tão infantil...

— Chata. Tá bom, vou te levar de volta. – suspirou. – Te vejo na segunda?

— Claro. Estarei esperando.

Dessa vez não houve uma despedida adequada. Quando abri os olhos já estava sozinha na minha sala, o coração batendo forte. Ufa, eram tantos sentimentos à flor da pele. Não me sinto assim desde... Desde...

Desde da última vez que vi David.

.

— Espero que esteja pronto, Charles. Não estou paciente hoje. – comentei, indo para o quintal. Não estava nem um pouco ansiosa para treinar...

— Você nunca está, na verdade. – ignorei suas palavras e comecei a vasculhar no meu arsenal de armas. – Voltou tarde ontem à noite.

— Como sabe?

— Ouvi seus passos no corredor. Não é nem um pouco silenciosa, hein? – mal ele sabia que eu tinha feito barulho de propósito, para acordá-lo.

— Chega de conversa. Quero terminar isso logo. – joguei o machado gigante para ele, e teve dificuldade para segurar. – Afinal, amanhã tem mais.

— Como eu vou lutar com isso? – parecia assustado. Rá!

— É simples, nada demais. – uma mentirinha não faria mal, não é? – Vamos, quero ver se você consegue me atacar.

Esperei pacientemente pela sua investida, mas Charles estava com dificuldade para segurar o machado. Quando conseguiu (finalmente!), veio até mim com vontade. Mas era muito previsível, e escapei facilmente.

— Isso é tudo o que pode fazer? – incitei, rindo de sua expressão derrotada.

Ele tentou de novo, e de novo, e de novo... Mas sem sucesso. Cansei de escapar; aquilo nunca ia acabar se continuássemos naquele ritmo. Tirei a arma de suas mãos, e vi seus olhos arregalarem.

— Cuidado, isso está muito pesado!

— Até parece que vou me machucar. – desdenhei. Todos esses anos no acampamento não foram em vão! – Veja e aprenda.

Fui correndo em sua direção. Ele percebeu o que eu iria fazer, e desviou desajeitadamente. Não parei, e continuei indo atrás dele. Até que era divertido. Mas, por fim, consegui encurralá-lo contra a cerca. Arremessei o machado, e passou raspando por seu rosto. Me aproximei mais.

Estava planejando fazer um comentário bem sarcástico, mas parei no ato. Raramente ficava tão próxima dele, e pude prestar mais atenção aos detalhes. Tinha algumas sardas claras, apesar de ter rido de mim outro dia. Seus olhos eram hipnotizantes; um verde tão escuro como uma floresta, e outro parecido como chocolate derretido.

Com um sobressalto, percebi que ele também estava encantado comigo.

— É assim que se usa um machado. – murmurei, e me distanciei.

Percebi, assustada, que meus sentimentos pelo garoto de olhos bicolores estavam mudando.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Meus amores, muito obrigada por lerem! Amo cada um de vocês!
Espero os reviews!
Beijos!!



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