Meu celular despertou e eu acordei com um enorme sorriso no rosto, Edward estava sentado a minha poltrona.

— Bom dia. — ele disse.

— Bom dia! — respondi alegre.

Eu queria abraçá-lo, mas tinha que fazer minha higiene pessoal. Peguei minha nécessaire e corri para o banheiro. Tomei um banho quente, escovei os dentes e voltei pro quarto. Ele estava no mesmo lugar em que estava quando eu tinha saído.

— Bom dia. — ele desejou de braços abertos. Eu fui ao seu encontro.

— Bom dia.

Eu me afastei e olhei para ele. Ele estava com roupas diferentes das que estava à noite.

— Você saiu? — perguntei.

— Por 15 minutos. Seus vizinhos não poderiam me ver com as mesmas roupas de ontem. O que eles pensariam?

— Estão todos dormindo agora, Edward.

Eu abri a janela do meu quarto e notei que o carro de Charlie não estava lá, mas o volvo de Edward sim. Fiquei intrigada, Charlie nunca saia assim tão cedo. Edward pareceu notar

— Charlie teve uma emergência na delegacia. — ele contou.

— VOCÊ FALOU COM ELE? — eu gritei e ele caiu na gargalhada.

— Ah, Bella, você tem muito a saber sobre mim ainda. — dito isso ele abriu a porta do meu quarto e desceu as escadas, eu o segui.

Nós fomos para a cozinha e eu tomei meu café da manhã. Edward ficou me encarando enquanto eu comia.

— Posso te levar a um lugar depois da aula? — ele perguntou.

— Onde?

— Você vai ver se for.

— Ok. Sou curiosa demais pra não ir. — ele riu.

— Você é uma graça, Bella.

— Eu sei. — pisquei um olho pra ele. — Por isso trouxe o volvo?

— Sim. E também porque sua picape não me parece bem segura.

— Querido, eu sou filha do chefe de polícia dessa cidade. Se tem uma coisa que Charlie fez naquela picape foi deixá-la completamente segura. A probabilidade de algo acontecer comigo dentro daquela picape é nula. Já fora dela...

— Ok, então.

— Nunca mais insulte minha picape, ok? Ela é como uma filha pra mim.

— Ok, você deve estar delirando. Vamos checar sua temperatura. — ele brincou.

Eu terminei meu café, lavei a louça (Edward fez questão de secar) e nós partimos. Confesso que estava apreensiva por chegar com ele no colégio.

Quando chegamos, meus amigos estavam no mesmo lugar de sempre. Eu queria ir até onde eles estavam pra falar com eles, mas não sabia se Edward seria bem-vindo, levando em conta tudo o que eles já tinham me dito sobre os Cullen.

— Você vem comigo? — perguntei a ele. Ele revirou os olhos.

— Claro.

Nós fomos até a van de Tyler e eu abracei Jessica e Angela desejando bom dia. Edward veio logo atrás de mim.

— Você veio com o Cullen, Bella? — Mike perguntou. — Algum problema com sua picape?

— Não. — respondi. Edward parecia impaciente.

— Bem, se você precisar de carona... — Mike começou.

— Ela não vai precisar. Posso levá-la onde quiser. — Edward o cortou.

— Uau, isso está ficando cada vez melhor! — Jessica sussurrou pra mim e para Angela. Nós a encaramos.

— Desde quando você virou chofer da Bella? — Mike zombou.

— Desde que eu virei namorado dela. E você? Desde quando tem alguma coisa a ver com ela? — Edward respondeu.

Todos abriram a boca em formato de um grande “o” quando Edward disse namorado. Inclusive eu.

— Vocês estão namorando? — Jessica perguntou boquiaberta. Eu olhei pra Edward.

— Sim. — ele respondeu, colocando o braço em torno da minha cintura.

Jessica deu grito frenético e uns pulinhos batendo palma.

— Isso é muito legal! — Angela respondeu. — Fico feliz por vocês!

— Obrigada, Ang. De verdade. — respondi.

— Que lindo! O novo casal da FHS! — Mike ironizou.

Tyler deu dois tapinhas no ombro de Edward.

— Bem-vindo a gangue, cara! — ele disse sorridente.

— Mas o que? — Mike perguntou boquiaberto. — Agora ele vai andar com a gente?

— Ele é namorado da minha amiga. Se não magoar ela, é meu amigo também! — Tyler respondeu.

— Caso contrário você vira estéril. — Jessica impôs. — Tenho tesouras e não tenho medo de usar!

— Jess! — Angela a repreendeu.

— Obrigada, Jess. Bom contar com você. — brinquei.

O sinal tocou e cada um foi para sua sala. Infelizmente, eu teria aula com Angela e Jessica, que me enchia de perguntas a cada cinco minutos.

— Como foi o pedido? — Jessica perguntou.

— Que pedido? — perguntei.

— De namoro, Bella! Acorda!

— Não houve um pedido.

— O QUE? — ela e Angela disseram, ou melhor, gritaram em uníssono.

— As três senhoritas poderiam fazer silêncio? — a professora pediu irritada. Revirei os olhos.

— Não houve um pedido, meninas. — expliquei. — Nós só... Sentimos que deveria ser assim.

— Bem, se não houve um pedido, não há namoro. O que significa que você pode sair com outros caras... — Jessica disse levando um tapa de Angela.

— Jessica, deixa de ser assim! Eles estão namorando, pare de incitar a Bella a fazer coisa errada! — ela a repreendeu.

— Qual foi, Ang? Nós três aqui sabemos muito bem que qualquer garoto da FHS daria um rim pra ficar com a Bella!

— Não é bem assim... — comecei.

— Bella, querida, não. — Jessica me cortou. — Aceite a realidade. Eu aceito. E olha que nisso inclui o Mike.

— O Mike te adora, Jess. — Angela disse.

— E eu não quero nada com Mike. — completei.

— Obrigada, Bella, você é uma ótima amiga.

— E não digo isso porque você é minha amiga, digo isso porque não gosto do Mike mesmo. Pelo menos não desse jeito.

— Vai me dizer que você não acha o Mike atraente? — ela perguntou.

Angela e eu caímos na gargalhada. O Mike não era o nosso tipo de cara atraente. Tirando Jessica e as líderes de torcida que são doidas pra namorar alguém do time. Mike não tinha muito além da aparência e status para oferecer.

— Vocês querem ser retiradas da sala? — novamente a professora nos repreendeu.

Nós não conversamos mais na aula.

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Depois das aulas, Edward disse que me levaria ao seu lugar favorito. Eu o perguntei milhões de vezes se o tal lugar era casa dele. Porque, se fosse, eu não estava preparada e ficaria chateada.

— Então... Segundo Jessica você pode ficar com outros caras? — ele perguntou.

— Como? Como você...

— Uma coisa que você precisa saber... Eu meio que... Leio mentes.

Ok, agora eu estava completamente assustada. Acho que isso ficou bem estampado na minha cara.

— Isso te assusta? — ele perguntou chateado.

— Claro! O que você sabe?

— Se saber o que você pensa é o que te preocupa, se acalme. Não consigo ler sua mente.

Sem perceber soltei a respiração. Não tinha reparado que a tinha prendido.

— Graças a Deus! — confessei.

— O que você pensa de tão misterioso?

— Se você me acha maluca antes de saber, imagina quando souber...

— Me conte.

— Não.

— Bella, é muito difícil pra mim. Nunca passei por ir de não saber. Isso é incômodo.

— Ah, claro, deve ser muito incômodo mesmo não saber o que os outros estão pensando... Por Deus, Edward, bem-vindo ao planeta Terra! — fui irônica.

— Queria saber o que está pensando.

— Você sabe. Não sou muito de guardar o que penso. Minha língua não para dentro da boca.

— Mesmo assim, você não diz o que pensa de imediato. Você edita.

— É uma boa maneira de não magoar as pessoas.

— Você é muito altruísta.

— Tudo bem. — suspiro. — Já que quer tanto saber; estou pensando em pra onde você está me levando.

— Logo você saberá.

— Esse mistério está me matando!

— É bom não saber o que o outro está pensando, não é? — ele devolveu a ironia com um sorrisinho cínico nos lábios.

Como ele conseguia ter um sorriso tão bonito? O meu sorriso.