Na terça-feira, Charlie chegou no hospital cedo e me levou pra casa. Eu tratei de ligar para Renée e acalmar a fera. Ela me perguntou se eu estava bem 27 vezes. Eu contei.

Eu tinha que manter repouso então só iria para a escola na próxima semana. Charlie relutou na porta antes de sair para trabalhar e me deixar sozinha.

Eu fiquei inerte ao tédio quase o dia inteiro, eu assisti vários episódios de Gossip Girl, mas o tédio predominava.

Até que duas batidas na porta de casa soaram nos meus ouvidos. Eu abri a porta, era Jacob.

— Oi, Bella

— Oi, Jake. Entra! — eu abri caminho para ele passar.

— O que faz aqui?

— É assim que você trata seus hóspedes? — ele se fez de ofendido.

— Você é praticamente de casa, não deve ser tratado como um hóspede.

Nós fomos para a sala, eu deitei no sofá que estava e Jacob sentou-se na poltrona de Charlie.

— Falando sério, Jake, o que faz aqui? — perguntei.

— Charlie me pagou cinqüenta pratas para garantir que você ficaria segura aqui sozinha.

— Eu não acredito. — digo incrédula.

— Acredite. — ele riu. — Vim ver como você estava também. Mas pelo visto você está bem demais. Charlie é exagerado.

— Bota exagero nisso!

Ficamos um bom tempo assistindo a reprise de um jogo, até Jacob ficar entediado.

— O que há de legal para fazer aqui? — ele perguntou.

— Na verdade, não há nada.

— Que chato.

— Você veio porque quis.

— Sempre delicada, não é? Cuidado com as rugas! Eu vim pela grana.

Eu mostrei a língua pra ele. Ele olhou para seu relógio de pulso e pareceu alarmado.

— Preciso ir. Billy logo vai chegar.

— São duas da tarde apenas.

— Sim. Mas Billy não sabe que estou aqui, então é melhor eu seguir meu rumo.

— Ok, então. Não esqueça de cobrar o dinheiro do Charlie!

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O resto da semana seguiu bem entediante; mas eu estava animada, pois depois de muita insistência, Charlie me deixou ir à praia no sábado.

Na sexta-feira, meu atestado já tinha vencido. Charlie me mandou ficar em casa, por precaução, mas eu já estava entediada demais e resolvi ir ao colégio.

Quando cheguei, Angela e Jessica fizeram um alvoroço, confesso que fiquei alegre por saber que elas estavam felizes com minha volta. Mike e Eric também estavam muito felizes, e deram início ao assunto baile.

— Você vai não é, Bella? — Angela perguntou.

— Não tenho par.

— Jessica não tem também.

— Já estou providenciando isso, Ang. — Jessica a relembrou.

— Eu não vou a bailes, gente, sério.

— Mas... — Mike começou. Mas minha atenção foi para o outro lado do estacionamento.

O Volvo prata (a essa altura bem conhecida por mim), entrou no estacionamento. Os cinco Cullens estavam nele. Edward saiu do carro, e diretamente olhou para meu grupo de amigos. Para ser mais específica: olhou pra mim. Minhas pernas cambalearam, e ele sorriu, mas logo entrou no colégio.

— Bella? — Mike chamou.

— O que disse? — perguntei desnorteada.

— O sinal já tocou.

— Ah, sim, vamos. — disse ainda meio tonta, caminhando com eles.

— Vou fingir que não vi a troca de olhares com o Cullen. — Jessica sussurrou pra mim; eu apertei o passo.

As aulas passaram bem devagar; mas estavam muito menos entediantes que ficar em “repouso”.

Na hora do intervalo, eu estava comprando um refrigerante quando Edward me chamou para sentar na mesa dele, eu ignorei os olhares de Jessica e Angela.

— Como está se sentindo? — ele perguntou quando nos sentamos.

— Confusa.

— Por quê?

— Você deixou de se sentar com seus irmãos pra sentar comigo.

— Ah, isso não é nada.

— Pensei que eles fossem influentes.

— E eram. Mas pelo visto você é muito mais. — eu ri.

— Nem sempre.

— Você está se sentindo bem? Não devia estar repousando?

— Na verdade eu deveria mesmo. Mas não agüentei o tédio.

— Se machucou muito?

— Vou sobreviver. — ele riu.

— Espero que sim.

— Sabe, você pode andar comigo, e sempre me proteger dos carros assassinos.

— Eu não te protegi, eu te empurrei pro lado.

— Ah, sim, claro, e tem uma placa escrito "idiota" na minha cabeça, não é mesmo?

— Não seja teimosa, Bella.

— Vou descobrir o que o fez agir daquele jeito, Edward.

— Pra que quer descobrir? Pra espalhar para todos? — ele perguntou irritado.

— Não.

— Então porque se dar o trabalho?

— Porque eu queria te entender, Edward.

— Eu também queria te entender, Bella.

— Sou praticamente um livro aberto.

— Você é o maior mistério da minha vida.

— Disse o cara que parou um carro com uma das próprias mãos.

— Não vamos voltar a esse assunto, Bella.

— Vamos sim, várias vezes. — eu disse irritada.

— Não fique brava. Vamos falar de outra coisa.

Eu suspirei.

— O que sugere? — perguntei, bebericando meu refrigerante.

— Meus irmãos querem conhecê-la. — ele disse e eu engasguei.

— Eles o que?

— Querem te conhecer. Na verdade só Alice e Emmett.

— Ok, isso é estranho.

— Por quê?

— Porque eles iriam querer me conhecer?

— Bella, você já olhou pra si mesma?

— É claro que já, e é exatamente por isso que sei que ele estão cometendo um equívoco.

— Bella, você é a mais popular do colégio.

— Isso é porque sou novata, logo as pessoas se esquecem de mim.

— Não tão cedo.

O sinal tocou.

— Acho que devemos ir, se não vamos nos atrasar. — Edward avisou.

— Ok. — revirei os olhos.

Minha próxima aula não era com Edward, então eu pensei que nos despediríamos na saída do refeitório, mas Edward me levou até a minha sala. O que me fez ficar um pouco constrangida com os olhares dos outros alunos.

Quando a aula terminou, guardei minhas coisas e fui até a porta. Dei um pulo quando vi Edward me esperando.

— Olá. — ele sorriu.

— Oi.

— Se assustou? — ele estava segurando uma gargalhada.

— Claro que não. — menti. Ela gargalhou.

— Você é uma péssima mentirosa.

— O que você quer?

— Nós não somos amigos agora? Não posso te buscar na sala?

— Pode, mas é que... Bem... — hesitei. — Mike não me busca depois da aula, por exemplo.

Ele ficou super irritado. E apertou o passo me deixando para trás.

— Não acredito que está me comparando com o Newton. — ele disse.

— Não estou comparando. Foi só uma maneira de explicar.

— Aham. — ele revirou os olhos.

— Está com ciúmes? — não contive o sorriso que se formara em meus lábios.

— Não tem nada a ver com isto.

— Ah não? — eu ri.

— Você entende tudo errado, Bella.

— Pode falar, Edward, eu não vou rir. — eu sorri. — E só pra constar: também tenho ciúmes de você.

Ele parou de andar e se virou pra mim.

— Tem? — ele perguntou.

— Tenho. — confessei.

— Sabe que não há motivos, ninguém fala comigo.

— Mas todos adorariam! Principalmente as garotas, não tenho dúvidas.

— Você disse corretamente: adorariam. Com você é diferente, os garotos adoram — ele enfatizou bem. — falar com você. Porque falam com você todo momento, todos os dias. Sei quais são os pensamentos deles.

— Sabe é? Como?

— Não é difícil de se imaginar o que os garotos pensam quando falam com uma garota como você.

Eu corei.

— Então acho que isso confirma que você tem ciúmes sim.

— Culpado! — ele levantou as mãos como se tivesse com algemas.
Nós fomos a caminho do estacionamento e ele me deixou em frente à picape.

— Vamos à praia amanhã? Quero dizer, com os meus amigos também. — eu o convidei.

— A que praia vocês vão?

— La Push, a praia da reserva.

— Acho melhor não, Bella. Seus amigos não parecem gostar de mim.

— E isso importa?

— Não, mas acho que esse é o momento de vocês.

— Tudo bem então. — me fiz de indiferente perante ao “fora” que ele havia me dado.

— Nos vemos na segunda? — ele perguntou.

— Sim, com certeza.

— Até lá então.

— Até segunda, Edward.