Tony Stark não tem filhos! escrita por Helena Van Houten


Capítulo 7
T.N.T


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaa.
Como foi o réveillon de vocês? O meu... esquece, tô nem aí kk
O título do capítulo é o nome de uma música do AC/DC.
Tenham uma boa leitura, amorecos



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– Fizemos de tudo para encontrá-lo, Bernard... Eu sinto muito! - Steve informa.

As buscas por Tony já haviam começado há cinco dias.

O menino ficaria sob custódia da S.H.I.E.L.D, mas se recusou, afirmando que encontraria algum lugar. O que aconteceu foi que os Vingadores fizeram "pedra-papel-tesoura" para saber quem iria cuidar dele. Steve conseguiu, depois de ganhar todos, derrotar Bruce. Então, Bernard ficaria na casa do Capitão América.


Neste exato momento o pequeno está olhando pela janela. Chove forte lá fora, o que apenas torna o momento mais melancólico e insuportável. Sem se importar, deixou uma lágrima cair livremente, enquanto encostava a testa no vidro úmido. Bernard apenas fantasiava as várias formas como deveria ter salvo Tony, ou melhor ainda, ainda maneira narcisista e quase idólatra que Tony apareceria. Mas já eram cinco dias. Ele sabia que Pepper o considerava responsável por isso, o que não era mentira. A ruiva evitou contato com ele, e mais ainda, solicitou novos exames de DNA. Alegando não estar nada interessado na fortuna gorda de Anthony Stark, ele se recusou. Por hora continuaria com os Vingadores.

Steve se sentou à frente dele, no pequeno banco que havia ali. Bernard tinha vergonha de estar chorando, mas ao mesmo tempo sentia vontade de esquentar até explodir, punindo-se pelo óbito do Homem de Ferro.

– Não fique assim, Bernard. Tony era alegre, gostaria que você estivesse assim também. - lhe dá um afago nos cabelos. Rindo levemente, Bernard o olha.

– Isso é verdade... Mas é que... - não consegue terminar, as lágrimas não permitem. Steve o chama para um abraço, que de bom grado é aceito.

O menino chorou, mas uma lâmpada de acende em sua mente. Stark não gostaria daquele sentimentalismo todo. Ainda mais se o "ombro amigo" viesse de Steve Rogers. Com isso em mente, o menino o empurra.

– Meu pai não gostaria que eu te abraçasse. - os dois riem.

Steve pensou antes de pôr seus pensamentos em voz alta. Mas era necessário. Não só por curiosidade, mas vontade de ajudar.

– Posso te fazer uma pergunta, Bern...?

– Isso já é uma pergunta, Capitão. - Steve respira fundo. Tão iguais...

– Você é mesmo filho do Tony? - Bernard fica sério. - É que o Kilian disse...

– Olha aqui, eu sei bem o que ele disse. Mas ele não é meu pai. Minha mãe ensinou a mim que, pai mesmo é aquele que age como um herói e está sempre disposto a recuperar cada segundo perdido. É aquele que te defende e sabe brincar com você. O Kilian foi meu vilão, não herói. - volta a olhar para a chuva. Steve respira fundo mais uma vez, escolhendo as palavras.

– E quanto ao Tony, ele é seu pai? - silêncio. - Digo, nos dois sentidos.

Silêncio.

Bernard ponderou se deveria explicar a ela o que sabia. Resolveu rápido, vendo ali a melhor oportunidade para sair da DR.

– Biologicamente não. - respira fundo. - Não sei se você sabe, mas minha mãe trabalhava num projeto de Upgrade cerebral e reprogramação celular.

– Eu soube.

– Então, acontece que o idiota do Kilian nunca gostou da ideia de eu ser filho dele. Então, um dos primeiros a receber o soro Extremis foi eu. Eles testaram em animais e depois minha mãe foi fraca. Deixou que ele me usasse como um macaco, fui a cobaia do projeto. É por isso que sou um deles. - sentiu náuseas apenas em pensar nisso. - Tá bem até aí. O desgraçado do Aldrich resolveu ter como esporte me bater. Minha mãe nunca foi mulher para o enfrentar, então bolou um plano secreto. - preferiu ocultar a parte da tentativa de abuso, sabendo que o único a quem contaria isso, se merecesse, seria seu verdadeiro pai: Tony.

– Sim, continue. - o homem prestava atenção.

– Bom, ela esperou a viagem que o mandarim fez para Síria e aproveitou. Ele demoraria uns vinte dias, o que daria bastante tempo. Ela deu um jeito de conseguir uma amostra do sangue do Tony. Não me pergunte como... - brinca, tirando um sorriso de ambos. - A próxima etapa foi reprogramar meu DNA para um semelhante à mistura de Tony Stark e Maya Hansen.

– E deu certo, pelo visto.

– Sim, deu. Eu só queria mesmo contar a verdade ao Tony, sabe? Ele achou que era meu pai, e não. Não passou de um experimento para me proteger do maluco do Aldrich.

Silêncio.

Bernard voltou a olhar pela janela. Nem havia se dado conta de que, há muito já não chovia. Com uma expressão propositalmente abatida, ele faz um pedido mudo a Steve. Precisava sair daquela monotonia. Por as ideias em ordem.

– Pode ir. Só não demore, vai voltar a chover logo logo. - num salto, o menino pega seu casaco, sua toca e sai.

[...]

Andava tranquilo pelo parque. Sente que a chuva logo voltaria. Steve estava enganado ao pensar que ele, Bernard Hansen obedeceria. Demorou sim, e muito! Passou quase toda a tarde na rua, pensando, jogando letras no lago ou em algum pombo na rua. A culpa já fazia parte de si. Só estranhou que a morte do poderoso Tony Stark, o Homem de Ferro, não havia sido anunciada. "É que ele já foi dado como morto algumas vezes. Vamos esperar mais", foi o que Nick disse. Já não adiantaria mesmo.

Bernard andava tão distraído pela calçada, voltando para o apartamento de Steve, que nem sequer percebeu passar por uma Ferrari laranja e preto. O esboço do que um dia foi um playboy estava ali. Mas Bernard não viu, o que o magoou. Por que não podia ser como nos filmes?

– Sua mãe era bem esperta, viu. Só espero que não seja apenas um experimento. Gostaria mesmo que fosse real. - disse ele, alto suficiente para que o menino ouvisse.

Ele estagnou. Aquela voz... Tinha certeza, era Tony. E então ele se virou.

– Tony! - fez menção de correr para os braços do homem, mas parou.

Bernard pôs as mãos nos bolsos e, com expressão de cobrança e raiva desafiou o moreno com o olhar.

– Você tava me vigiando? - reclama, fazendo Tony revirar os olhos.

– Garoto, será que não dá pra esquecer isso? - o moreno faz questão de se render.

– Deixar pra lá é nada. Você estava me vigiando?

– Não! - encosta no carro novamente. - É que na casa do Steve tem uma escuta... e eu usei pra saber se você estava bem. Aí eu descobri. - abrindo a boca e balançando a cabeça várias vezes, o pequeno indica ter entendido.

Os dois continuam se olhando.

Mesmo constrangido, Bernard inicia.

– Obrigado!

– Não fiz nada mais que minha obrigação. Você... Não podia deixar nada acontecer.

– Não! - se apressa. - É sério! Você já sabia que não é meu pai em si, mas foi lá. Isso... Isso foi legal.

– Será que eu mereço pelo menos um abraço de meu filho? - diz de propósito, mostrando que já não se importava com ciência, apenas os sentimentos ali serviam de explicação.

Bernard correu e o abraçou. Machucado, o moreno grunhiu, mas ignorou isso. O abraço do filho era sem dúvida, gratificante. Ao se afastar, o moreno pergunta.

– O que acha de voltar pra casa? - e ele não se contém.

Era isso que ele precisava. Um pai. Alguém para o proteger, não para pôr sua vida em constante perigo. Tony parecia estar disposto a isso. Ignorou toda aquela lógica de "eu não vim de você" e abraçou a causa: "sou pai!".

E Bernard o abraçou. Como nunca antes abraçou alguém. Ele viu a motivação do milionário. Olhou nos olhos do homem, que tentava esconder a emoção. Com a determinação que tinha, ele afirmou.

– Vamos sim, se você quiser... pai!

– Mas é claro que eu quero! - Tony fica em pé novamente. Abre a porta do carro e empurra o menino. - Entra aí!

Tony já havia avisado Steve. As coisas do filho seriam enviadas depois. Já com o cinto de segurança, Stark dirige em velocidade máxima. Com um tempo, o menino tem uma lembrança. Sem conseguir se conter, ele pergunta.

– Tony?!

– Que é? - olho na rua.

– Por que havia escutas na casa do Capitão Picolé? - e eles atravessam dois sinais fechados. Tony freia de vez, nervoso.

Com seu sorriso mais perverso, diz ao menino:

– Eu apostei com o Bucky que ele tava pegando a Hill. - volta a dirigir.

– E está? - entra no jogo do pai. - Você ganhou a aposta?

– Não. - finge tristeza. - Ele é parado numa gata aí. O nome dela é Laila, ela é asgardiana, sei lá.

– Ah sim. Ela é a mulher que o Loki disse?

– Ela mesma.

Por uns segundos o assunto acabou. Nada que criasse monotonia, pois era confortável.

Só que como sempre, chamando atenção, a "Diva Tony Stark" para o carro de vez. Num grito esganiçado de puro ódio, o menino pergunta:

– O que foi agora, gênio?!

– Precisamos ir em algum lugar comprar uma roupa pra você. O casamento do Thor é amanhã!

– Mas já? Pensei que... Sei lá, nem lembrava. - preguiçosamente, encosta no banco.

– Pois é. Não podemos faltar. Você é meu filho, tem que estar vestido como tal.

– Onde vamos?

– Sei lá, algum lugar que compra roupa.

– Podemos passar no bairro chinês na volta? - estranhando, Tony o olha. O menino apenas sorri maligno, fazendo a mente infantil do pai voar. Os dois sabiam bem o que fazer lá.

Tony ligou o rádio. O que tocava? "T.N.T", AC/DC. Os dois cantavam juntos.

– Porque eu sou dinamite! - cantavam juntos.

Sem dúvida deixariam o bairro chinês em falta. Falta de fogos de artifício... e algumas coisinhas a mais.

Mais uma vez, cantaram alto. Juntos, bradaram:

Porque eu sou dinamite!


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Notas finais do capítulo

"..T.N.T hig hig T.N.T
I'm T.N.T..."

Essa música é maravilhosa, e olha que nem gosto do AC/DC
No mais, espero que tenham gostado e que comentem.
Beijinhos



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