Our Games escrita por Magicath


Capítulo 23
Capítulo 23 — Memórias Banhadas em Sangue


Notas iniciais do capítulo

Então galera, em homenagem aos meus 18 anos (hoje), estou postando esse capítulo maravilhoso.

Quero muito agradecer à Triz pela recomendação linda! Obrigada também aos leitores que permanecem comigo até hoje, até o final dessa montanha russa que é a vida da Lara. Obrigada por não terem desistido. Obrigada também à fofa da Paula Rodrigez que chegou agora e está comentando em todos os capítulos (sigam esse exemplo hahaha)

Alterei os gifs dos capítulos 3, 5, 6, 8, 10, 14, 16 (o melhor) e 18 se quiserem ver...
É sério gente eu amo gifs
Lembrando q o olho da Lara n é azul



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XXIII

Memórias Banhadas em Sangue

 

A água quente escorre pelo meu corpo enquanto me ensaboo. O sabão desliza pela pele tão macia quanto algodão. Não me parece normal. Digo, ter essa maciez extrema. Não parece de verdade. É estranho.

Fecho os olhos enquanto molho meu cabelo. Então acontece de novo. Imagens estranhas invadem minha mente, persuadindo-me a beirar a loucura. Imagens e sensações que me fizeram sentir. Foi como uma seção de tortura e a cada estímulo que eles induziam em mim eu sentia algo diferente cada vez mais terrível e ficava cada vez mais confusa, pois eu não conseguia acreditar que aquela representação tão real foi o que aconteceu comigo.

Arranho o couro cabeludo como se pudesse arrancar elas da minha cabeça. Abro os olhos, perguntando-me onde estou. Ah é, o banheiro.

Desligo o chuveiro e visto o roupão para que as pessoas coloridas da Capital possam me arrumar para o Grande Final do evento, momento no qual serei homenageada e parabenizada por ser a vitoriosa de mais uma edição dos Jogos Vorazes.

Quando eles terminam, dou uma conferida no espelho. Por um momento algo me induz a pensar “ah, como estou diferente”, mas essa informação desaparece e a única coisa que penso é se sempre fui daquele jeito, se me mudaram ou não. Simplesmente esqueço que não fui sempre a pessoa que está em frente ao espelho. Esqueço que eu era diferente. E aquela menina é só um reflexo de uma pessoa vazia. Eu não sei quem está ali no espelho me encarando.

A garota naquela arena era diferente do que vejo no espelho. Dizem que a garota na arena sou eu. Contudo, para mim ela é uma mera desconhecida e não uma representação minha. Não consigo sentir que ela era eu no passado.

Mas as vezes eu sinto. Sinto que algo está diferente e errado. Existem lapsos, como se de repente eu voltasse a ser quem era e então isso sumisse de novo e de novo. Um flash e pronto. Como duas pessoas habitando um corpo só. Duas Laras. Uma tentando tomar a consciência desse corpo enquanto a outra, eu, a bloqueia. Como duas forças ambivalentes, forçando-se em direções opostas, chegando a lugar nenhum.

Normalmente, chamam isso de transtorno. É essa as palavras que saem das bocas das pessoas e chegam aos meus ouvidos. 

Aquelas memórias que me mostraram são minhas. Elas insistem em me atormentar de vez em quando, mas não posso aceita-las. Lara precisa parar de traze-las de volta para mim, ela precisa desistir e parar de tentar voltar. Não, me recuso a acreditar que me pertencem. Não posso ter matado tantas pessoas. Não posso estar sozinha depois de tudo isso. 

O que mais me incomoda é a existência daquele garoto, Chris. Ao que tudo indica, tínhamos uma história juntos. Só que eu não lembro. Eu não sinto.

Lara sente. Quando ela aparece, ela chora por aí procurando por ele. Mas quando Lara vai embora, sinto minhas bochechas molhadas e não faço ideia de porque estarem assim.

Pode ser egoísmo da minha parte, mas não é como se eu quisesse lembrar. Se esse sacrífico, como chamaram, tivesse valido a pena, eu não teria esquecido.

Hector disse que valeria. Disse que minha sobrevivência teve um grande preço que não foi pago por mim e que eu deveria agradecer. Porque tamanho sacrífico não deveria ser desperdiçado por uma mera perda de memória. Todos nós estamos inconformados que tudo o que foi feito foi simplesmente anulado por um problema funcional do sistema nervoso.

Sim, Hector me contou a história toda.

Eu deveria fazer isso por ele depois de tudo o que fez por mim. Não pertenço a esse mundo e sou obrigada a aceita-lo porque pessoas dizem que foi assim, mas se isso foi resultado de uma luta tão forte, de um ato de amor tão verdadeiro quanto aparenta ser… Eu preciso suportar isso. Mesmo que eu não lembre.

O estilista entra na sala, carregando um vestido, provavelmente o que usarei. É uma peça linda, inteiramente azul, coberta por um tecido translúcido dos ombros até os pulsos. O tecido dos braços torna-se azul a partir do braço. Há desenhos de ramos cobertos de pedras brancas brilhantes por toda a vestimenta, do peito até a barra da saia, semelhante a quando... o gelo forma desenhos na janela ou numa superfície cristalina. 

O estilista molda e ajusta o vestido sem conversar comigo. O cara não sorriu uma única vez desde que nos encontramos. Apenas me cumprimentou formalmente e deu as instruções do que iria fazer em mim. Não parecia muito contente.

Algumas pessoas da Capital eram muito estranhas. Tinham o rosto todo colorido ou com alguma alteração anormal. Este, no entanto, tinha o rosto todo limpo, sem nenhuma maquiagem ou tatuagem. 

Depois de pronta, sou levada até minha equipe, que espera embaixo do palco, prontos para entrar. Hector de terno é uma cena engraçada. Há Ayla também, a acompanhante do meu distrito, vestida de azul escuro, só que com mais penas do que o normal. Nós três nos olhamos desconfortáveis. Essa equipe está tão quebrada, parece que falta uma parte.

Hector me explicou tudo sobre a entrevista. Disse que farei um último espetáculo com um homem chamado Caesar Flickerman, o apresentador. Ele irá me perguntar diversas coisas sobre minha experiência nos Jogos. A questão era que eu deveria fingir estar satisfeita com tudo isso. Com os danos que causaram em mim, os danos que eu deveria esquecer. “É muito bom estar aqui”, “obrigada pelo apoio de vocês” são coisas que eu devo dizer.

Antes de ir, meu mentor tira algo do bolso e me entrega. É uma simples pulseira de prata.

— Isso pertence a você.

Seguro-a nas minhas mãos em concha. Não entendo qual a finalidade do objeto, mas ela me é um pouco familiar. De alguma forma, sinto que ela tem um significado. É reconfortante estar com ela. Só não sei porquê.

— Obrigada.

— Está na hora. — Hector coloca as mãos nos meus ombros. — Pronta para o show?

*

E foi nesta edição que nossos tributos tiveram que enfrentar situações extremas. Nesta edição tivemos a prova de amizade mais linda de todos os tempos. Uma salva de palmas à pessoa que enfrentou com bravura todos os desafios. À nossa vencedora, Lara Watterson!

Um enorme número de pessoas está aqui para me assistir, sem contar as inúmeras câmeras gravando. Todos aplaudem. É assim que reagem quando entro no grande palco. Nem todos com a mesma felicidade, mas alguns vibram tanto que até pulam da cadeira.

Não sei o que eu fiz para merecer tanto respeito. Tirar a vida de 23 pessoas foi o que me fez receber tanta admiração?

Aquele homem estranho vestido de branco — é uma piada por acaso? — me exalta e elogia. Franzo o cenho. Lembro que não posso fazer isso, devo sorrir e demonstrar gratidão e felicidade. Pelo que exatamente? Não faço ideia. Mesmo assim, faço o que mandaram eu fazer.

Ele me faz perguntas. Diz que se lembra da primeira vez que estivemos naquele palco, que lembra a promessa que eu fiz pela minha família. Não sei de que promessa fala, então apenas respondo que fiz o meu melhor para estar aqui e cumprir a tal promessa. E também, que não mereço todo o crédito. Não estaria aqui se não fosse por Chris.

O nome sai da minha boca com uma naturalidade estranha. Quando ele é mencionado, as pessoas parecem entrar em depressão. Isso aqui torna-se mais um funeral do que um evento de celebração. Gostaria de poder não conseguir dizer o nome dele, de hesitar, gaguejar quando o digo, de implorar para que não o mencionem para que eu não me lembre do vazio que é sem ele. Mas o único vazio ao qual Chris está relacionado é o da minha mente.

Então quando a conversa acaba, chega a hora da retrospectiva.

Bolas de Vidro. Um palco, uma mulher vestida de rosa. O primeiro nome chamado. Um garoto que sai da multidão e se oferece como tributo. Depois, o trem. Assim se resume o dia da colheita.

Então, um Desfile. Uma noite esplendida; entrevistas. Tudo nessa parte é animada e cheia de cor e sorrisos falsos. Rostos desconhecidos são mostrados, com mais foco em mim e no meu companheiro de distrito. Eu já os vi em alguns dos meus pesadelos e na experiência. Eu gostaria de poder me sentir culpada por cada um deles, culpada por terem morrido para que eu esteja aqui. Mas não consigo.

Então a coisa toda muda. As faces estão mais tensas, todas esperando o começo do Jogo. Uma contagem de 60 segundos começa. Os tributos têm 1 minuto para pensar no que fazer, para implorar pela sorte. Para comtemplar os últimos 60 segundos das suas vidas. A cada tic da contagem, um close em alguém. Quando chega minha vez, eu estou com a cara de desespero mais evidente possível. Nos últimos segundos, novamente sou mostrada, com uma imagem de Chris em seguida. Como se estivéssemos trocando olhares. E então começa. 

O tempo para se arrepender acaba e os 24 tributos disparam na direção da cornucópia. Um grupo de seis pessoas chega primeiro à pilha de armas e então começa a festa. Nada do que eu já não tenha visto. Todas essas cenas foram incrustradas na minha mente naquela maldita experiência. Eu achava que ela me traria respostas, que eu ficaria satisfeita em lembrar por que finalmente poderia não me sentir mais perdida. Mas os resultados não foram satisfatórios.

Há barulhos explícitos demais, gritos, armas se chocando, as mutilações e as mortes são mostradas com prazer. Como as pessoas conseguem assistir a isso como se não fosse nada? Será que não estão nem um pouco horrorizadas? Como permitem que isso seja mostrado para seus filhos?                           

Eu começo a suar e a esfregar as mãos na cadeira. Finco as unhas na palma da não. Não posso deixar ela assumir o controle agora. Ela vai trazer aqueles sentimentos horríveis de novo. O que me fizeram sentir lá… Não era eu. Era a outra. Essas memórias não são minhas, eu não posso passar por isso! Ela não pode me fazer sentir todo o sofrimento dela!

As cenas mostram como os carreiristas estavam perto de nós no primeiro dia. Como a menina do Distrito 5 preparava rapidamente sua armadilha. Como o tributo do Distrito 9 estava apenas alguns metros dela, escondendo-se. Eu estava perto demais da pequena garotinha. Estavamos todos indo para a mesma direção e no final todos esses eventos que ocorriam separadamente convergiram para um único desastre para todos que estavam por perto.

O garoto do nove estava tremendo de frio quando os carreiristas o acharam. Ele nem ao menos fugiu. Eu já havia me perdido de Chris e me aproximado da menina. Ela se assustou com minha presença. E foi assim que acabou presa naquela árvore.

O resto da cena passa muito rápido. O canhão dela estoura como um tiro disparado ao lado da minha orelha. Alto, ecoando por todo salão. Alto demais... Como se eu estivesse lá.

A grande tela não mostra o que acontecia em volta, para onde nós fomos depois, mas eu sei. Eu estava de volta na arena. Eu estava correndo com Chris, sempre correndo, sempre sentindo medo. O piso tornou-se neve, e de repente voltou a ser um palco normal, polido e brilhante. 

Desvio o olhar da tela. Não posso. Onde está a Lara, a vencedora dos Jogos que não lembra de nada, quando eu preciso dela? Essas cenas não podem ficar rodeando minha mente. Elas não podem me incendiar por dentro dessa forma.

Quando olho novamente para a tela, lá está ele. Chris.

Olho em volta. Não há sinal dele. Para onde ele foi? Ele não existe mais. Não existe. Ele não pode estar mais do meu lado. Eu nunca mais vou poder dizer a ele o quanto o amo e o quanto eu o quero de volta. A única forma que tenho de vê-lo novamente se resume a um maníaco com um machado e sangue no rosto.

Uma lágrima escorre, ali mesmo na frente de todos. Tento conter os soluços.

Chris, Jess, Ethan, Náutilo, Tiberius, Matt, Karen. Todos eles não existem mais por minha causa.

Eles mostram explicitamente a hora em que Chris ingere aquele maldito veneno. É perceptível a loucura mental dele, pior do que a minha. Quando se arrepende, é tarde demais. Ele tenta reverter o estrago que fez, forçando que aquilo saia do seu sistema digestório, mas o veneno já está em sua corrente sanguínea.

Estou ofegante, sinto o suor das costas grudar e encharcar a cadeira. Aquele desespero, aquela vontade de ter deixado Chris ir naquele instante… Tudo isso retorna.

Então, é como se evaporasse. Olho para minhas mãos. Não sei mais por que estão suadas. Não sei por que lágrimas escorrem pelas minhas bochechas limpando toda a maquiagem. Não sei porque aquele menino beira a loucura e não sei porque a menina se desespera procurando ajuda.

As duas pessoas que estão sendo retratadas naquela situação de terror não passam de pessoas que sei quem são, mas não significam nada para mim. Lara está onde merece estar, resumida a uma imagem, a uma recordação que não pertence a mim. E tudo que ela passou, fica reservado e restrito naquela tela. Nem eu, nem aquelas pessoas que assistem com tanta emoção saberão das coisas que se passaram na mente dela.

O evento segue conforme planejado. A menina do Distrito 12 morreu congelada, assim como a do Distrito 11. Ela já estava como um picolé, abandonada sobre uma árvore, a pele toda azul, mal conseguindo se mexer, apenas agonizando. A avalanche foi o que acabou com seu sofrimento. O tributo do Distrito 10 também morria de frio e fome, mas foi comido por um bestante. A menina que aguardava seus companheiros na Cornucópia foi pega de surpresa por Chris. Ela era mais forte, mas estava em clara desvantagem. A carreirista que estava com aquele Matt, foi morta por ele. Um segundo ela se preparava para voltar à Cornucópia e fugir do perigo que ameaçava a arena, no outro jazia morta com uma espada atravessando seu peito. O azar de Matt foram os bestantes que o atacaram logo depois.

Eu não teria sobrevivido de forma alguma. Nem mesmo o carreirista. Os bestantes teriam nos pegado e Chris seria o vencedor, se algo não os tivesse feito se afastarem. Naquele momento, os idealizadores queriam que aquela luta final acontecesse, todos estavam esperando por isso. Não preciso me lembrar de alguma coisa para perceber o que é obvio.

Procuro não olhar para a tela nos momentos finais. Eu já sei o que será mostrado. É a única coisa que faz eu me sentir culpada por não lembrar. O momento que o garoto concretiza a sua promessa, para então ela ser desonrada por uma simples perda de memória. Não faz sentido. Por que alguém faria uma coisa dessas? Não entendo. Se lembrasse, talvez, entenderia. Mas não posso. 

Quando a tortura termina, faço um esforço para permanecer de pé. O hino toca enquanto o presidente de Panem vem até mim, acompanhado de uma garotinha carregando uma almofada branca com uma coroa dourada em cima. Como um ritual, ele a coloca sobre minha cabeça. As pessoas aplaudem, gritam e choram.

— Parabéns — ele diz. — Você conquistou sua vitória lutando bravamente. Estou honrado.

— Obrigada — agradeço, embora saiba que não há motivo para ser grata.

Afinal, ele tirou tudo de mim.

*

É uma noite bem fria. As luzes do quarto estão todas apagadas. A luz azulada que ilumina o recinto vem da cidade do outro lado da janela.

Eu retiro os pequenos tubos que alimentam meu corpo com substancias. Meus pés, em silêncio, tocam o chão frio, transformando-o em gelo. O som contínuo da máquina que não conta mais meus batimentos cardíacos é o único ruído sonoro presente.

É como se aquele ambiente fosse abandonado. Eu, sozinha, caminhando pelo corredor, as luzes de emergência piscando como se me pedissem desesperadamente para não avançar.

É um longo corredor. Há uma porta fria e metálica no final. Os pés que avançam em direção à porta congelam cada vez que tocam o cão.

Então ali está ele, deitado em uma mesa de metal. Um pano o cobre da cintura pra baixo. A pele está azul e os olhos estão fechados. Não há um buraco em seu peito como esperado.

Mas há mais deles. São 23 corpos enfileirados em suas respectivas mesas, a maioria com aspecto intacto. Porém, eu lembro de rostos desfigurados e membros dilacerados, encharcados de sangue. Olhos assustados com a chegada da morte.

Chris está ali. Ele não pode me ouvir. Caio de joelhos no chão. Não consigo aceitar o fato de que nunca mais vou vê-lo, toca-lo, tê-lo ao meu lado. 

Meus batimentos descompassam. Quando olho para a porta de novo, não sei mais por que estou aqui. Não sei mais quem são os 23 corpos, não sei o motivo de estar olhando para o primeiro corpo estirado na mesa. Quem é esse menino?

Olho para os lados, sem saber para onde ir. Fecho os olhos, gritando por socorro.

Assim que os abro novamente, estou de volta ao quarto, na cama conectada aos tubos, Hector dormindo tranquilamente na poltrona ao meu lado. Foi apenas uma lembrança? Um sonho? Ou a realidade? Está amanhecendo.

Quem era a garota que vagava pelos corredores vazios no meio da noite? Seu nome é Lara. De vez em quando ela aparece e me mostra coisas que não quero ver. Quando tomo novamente o controle, não consigo me lembrar das coisas que vi. Não consigo lembrar o que ela me mostrou. E de repente não sei mais quem eu sou.

Só ela sabe.

Ela sou eu. Eu não sou ela. 

Ela vai e vem, como um fantasma, assombrando-me.


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me se ficou confuso, é difícil narrar uma dupla personalidade quando você não sente isso e muito menos entende sobre o assunto de forma profissional. Mas o que eu quis mostrar é que a Lara está transitando entre sua antiga personalidade e a de agora. Como ela mesmo disse, são lapsos ou, como alguns autores adoram colocar no meio da narração, flashbacks, ou seja, ela tem momentos em que lembra e age como a nossa Lara normal, mas então ela esquece de novo.

Desculpa também pelo excesso de drama.

Não revisei porque só de arrumar os gifs demora mais de uma hora então me avisem sobre erros. Preciso ir organizar os breguetes pra minha festa. BJOS GENTE AMO VCS

Att, Magicath