Nossos Lugares escrita por Anny Andrade


Capítulo 5
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeeeeeeee...
Que vergonha vir aqui depois de dois sábados sem postar, depois de dizer que postaria...
Mas eu tenho que dizer que não tive tempo pra nada!!!
Queria digitar minhas idéias, queria postar, queria planejar uma one natalina, queria dormir, queria cozinhar, queria pintar e embrulhar presentes, e também queria ler... Não consegui fazer absolutamente nada.
Trabalhei até hoje, e tava resolvendo coisas para Natal/AnoNovo, pelo menos está quase tudo resolvido. Espero que não tenham me abandonado, que perdoeem os erros e que gostem desse capítulo.


trecho da música:" Nada... Nada jamais deveria fazer você ficar pra baixo"



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"Nothing

Nothing should ever bring you down"

Lily Luna

Algumas vezes a vida dá reviravoltas.

— Eu acho que não quero mais ir embora. – Choramingo nos ouvidos do meu primo.

— Mas foi ideia sua. – Hugo está me abraçando forte, minha cabeça encosta-se a seu peito. Seu coração está batendo tão forte que eu consigo sentir. – Lily, eu tenho um presente.

— Um presente? – Me afasto para encará-lo.

— Você pode abrir quando chegar lá? – Ele sorri me entregando um canudo. Sei que é um desenho, mas não posso abri-lo.

— Vou esperar.

Digo com a voz entrecortada. Escutamos a locutora anunciando meu trem. E por fim volto a abraça-lo o mais forte possível.

— Eu te amo. – a voz dele é séria e eu tenho vontade de beijá-lo.

— Eu também te amo. – Sorriu e limpo uma lágrima. – Não me esquece.

— São poucos meses. Por que estamos fazendo tanto drama? – Hugo dá risada e eu acabo rindo junto.

— Porque somos esquisitos.

Essa é nossa despedida.

O trem está se afastando.

Eu poderia aparatar. Seria rápido e indolor.

Porém li em algum lugar que “a dor precisa ser sentida”.

Existe dor maior que a da despedida? Eu sei que vou sentir falta da minha casa, principalmente da casa da arvore onde passava a maior parte do tempo ultimamente, vou sentir falta dos meus irmãos irritantes, e dos meus pais que confiam em mim plenamente mesmo eu sendo eu. Só que mais do que tudo isso, e mais do que qualquer pessoa acho que vou sentir falta dele.

Meu Melhor Amigo.

Meu Primo Mais Querido.

Meu Hugo.

Nós decidimos sentir a dor. E enquanto encosto meu rosto na janela gelada consigo ver as lágrimas em seus olhos azuis. O trem se afasta mais e consigo distinguir apenas seus cabelos laranja. O trem se afasta e não tenho mais Hugo em carne e osso, apenas em lembranças.

XXX

Hugo Weasley

Não foi fácil decidir o que dizer na despedida. Uma semana passou rápido demais, não deu tempo de colocar em mente o quanto a garota, que me viu atingir a puberdade e não se afastou, vai fazer falta. Ficamos juntos no parque, comemos no jardim, ela sentou-se em minha janela e me acordou cedo demais. Sete dias passam tão rápido quando esquecemos de nos preocupar e apenas vivemos.

Lily foi mais rápida que eu, ela escolheu a data da viagem estrategicamente. Partirá antes de mim para que sofra menos. Fui obrigado a deixa-la ser egoísta, pelo menos uma vez na vida. Minha prima pensou nela, e como poderia culpa-la? Eu gostaria de ter pensado nisso antecipadamente.

Eu a ajudei a arrumar as malas, ajudei a planejar visitas, desenhei mapas de lugares que nunca fui, obriguei ela a treinar aparatações rápidas para qualquer problema que encontre pela frente. Garotos podem ser muito insistentes. Sou um e escutei muito histórias que preferia não saber.

E quando chegamos a estação foi difícil não questionar o motivo da nossa escolha. Queria que ela pegasse uma chave de portal, aparatasse ou qualquer jeito mais rápido e indolor.

— Promete. – Lily diz e já está dentro do trem.

— Prometo.

— Hugo, você nem sabe o que vou pedir. – Ela sorri agarrando o canudo onde guardei um desenho.

— Lily eu sempre vou prometer o que pedir. – Dou de ombros.

— Sempre vai cumprir?

Lily Luna Potter é a garota mais bonita que já vi. Não por ser perfeita, ou por ser diferente de todos. Ela é linda por causa das sardas tão parecidas com as minhas, por causa do cabelo alaranjado que consegue chamar tanta atenção que o meu tom chega a se apagar, por causa dos olhos verdes que herdou do tio Harry. Ela é linda pelo jeito que sorri com o olhar e não apenas com a boca.

— Promessa é promessa. – Pisco para ela.

Escuto seu suspiro aliviado.

Já dissemos tudo que tinha para dizer.

Então quando o trem começa a andar eu fico apenas com a promessa silenciosa, de que vamos voltar.

Me sinto estranho enquanto caminho pela estação de trem.

Ainda sinto meus olhos embaçados, e os pulsos serrados. Eu tive que me segurar para não pedir para que ela ficasse.

Deveríamos ter feito como bruxos normais, ela aparataria e eu não precisaria vê-la se afastando, vê-la indo para longe de mim. Quem irá conseguir me fazer acordar em pleno domingo de manhã? Quem irá me obrigar a respirar ar puro, ou deitar na grama embaixo de um sol quente?

Ela está seguindo em frente.

Eu também vou. No próximo dia viajarei para Romênia, passarei alguns meses com meu tio Carlinhos, depois irei para o Japão tentar entender um pouco mais sobre os desenhos deles, e assim conseguir escrever para jovens bruxos que não possuem uma família tão aberta quanto a minha.

Hoje eu ficarei sem ela.

Minha Melhor Amiga.

Minha Prima Querida.

Minha Lily Luna.

Nós decidimos ser estranhos. E agora somos dois estranhos sozinhos, seguindo em frente, lembrando um do outro.

Com promessas a serem cumpridas.

XXX

Lily Luna

Já estou em Paris.

Realmente estão certos quando dizem que é um dos lugares mais apaixonantes do mundo. Dez minutos depois de descer do trem já senti o encantamento tomando conta de mim.

Conheci Ceci a amiga que tia Fleur me indicou. Ela me ajudou a pegar as malas. Enquanto agarrava o desenho de Hugo que ainda não vi ela arrastava minha mala pelas ruas agitadas da cidade luz.

A primeira história que me contou foi sobre o “marco zero”, um local de onde saem todas as medidas de Paris. Um lugar onde pode-se fazer pedidos.

— Os trouxas adoram superstições. – Ceci sorriu.

Não sou trouxa, mas fecho meus olhos e penso.

Hugo Weasley.

Infelizmente quando abro os olhos estamos apenas eu e Ceci.

Dou um sorriso para ela e finalmente abro minha surpresa.

XXX

Hugo Weasley

Deito em minha cama de olhos fechados. Assim posso escutar a batida na janela, a voz tagarelando pelo espaço minúsculo, a animação inevitável, a cama se move.

— Vá embora. – Digo cansado.

— Você é o pior irmão do mundo. – Rose diz deitando-se ao meu lado.

Apenas resmungo.

— Já está com saudades dela? – Diziam que mamãe era a garota mais inteligente de Hogwarts, ela perdeu o cargo para a filha preferida de dez entre onze pais.

— Gênio. – Digo olhando para o teto.

— Rabugento, eu sei que vocês não conseguem viver separados por muito tempo. Algo como primos siameses, mas porque não podiam oficializar isso? – Ela está me empurrando para fora da cama.

— Primeiro não sou rabugento. Segundo, oficializar o que? – Sempre melhor nos fingirmos de desentendidos.

Minha irmã me encara com seu olhar mais inquisidor. Um que sempre me deixou com medo, e ainda deixa.

— Todo mundo sabe que você e Lily são um casal não oficial. – Ela suspira. – Vocês até dormem juntos, completam a frase um do outro, você plantou jasmim por Hogwarts. Eu sei que nunca realmente se transformaram em casal. Nunca tocaram os lábios, ou disseram as três palavras...

— Na verdade... – Digo pensando em nossa despedida.

— Por Merlim, vocês se beijaram. – Rose parece um pouco com Lily quando se empolga.

— Não. – Digo fazendo uma careta. – Dissemos as palavras.

— Sério?

— Sério. – Pareço um idiota.

— Rabugento, quando ela volta me prometa que vai beijá-la. – Ela me abraça. – Vamos, me prometa.

— Eu prometo.

— Hugo, nunca quebre uma promessa. – Rose pisca e vai embora.

Olho para meu guarda-roupa. Nada de Lily no balanço. Ela está longe e o desenho está com ela.

XXX

Lily Luna

Todos os dias que acordo olhos para meu desenho.

Ele não é encantado, mas sinto como se sentisse o vento no meu rosto. O balanço vem e vai enquanto dou risada.

Hugo provavelmente já está com tio Carlinhos. E eu já sinto sua falta.

Volto ao ponto zero.

Volto a pensar em Hugo.

XXX

Hugo Weasley

Desenhar dragões é muito mais difícil do que pessoas. Eles não gostam de ficar parados por tempo suficiente para captar todos os detalhes.

Nosso tio é muito engraçado, acho que é uma característica da família. Somos engraçados e de bem com a vida. Gosto do ambiente, gosto do clima, gosto de ficar olhando para o céu estrelado. Sempre que um cometa rasga o céu, eu penso no quanto Lily ficaria bonita com a luz do luar.

Sempre penso nela.


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Notas finais do capítulo

Espero Reviews...
Ansiosa para escrever próximo capítulos...
BEijosss...



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