Remember me escrita por J S Dumont


Capítulo 5
Capitulo 4 - Quando as palavras ferem


Notas iniciais do capítulo

OLÁ PESSOAL! Bom novamente era para esse capitulo sair quinta-feira, mas o perdi do Word =/ e ai tive que escrever ele novamente, mas bem, o próximo que já está quase pronto virá quarta-feira (Sim vai ser rápido) isso porque será o ultimo do ano, ai postarei o capitulo 6 no dia 07 de janeiro, que é quando a fic irá retornar :]
Bom, o capitulo terá os mesmos acontecimentos dos primeiros capítulos, porque é a visão da Katniss, ela como vocês imaginam é bem inocente. Mas espero que gostem dela. Bom, deixem seus comentários no final do capitulo, e daqui a pouco responderei os comentários, falando nisso quero agradecer a todos que comentaram e por favor, continuem, seus comentários são muito importantes para nós.
Agora antes de lerem, quero informar que postarei ainda hoje uma nova fic Jogos Vorazes, se chamará "O preço da Liberdade" espero vê-los lá também, quando postar o próximo capitulo deixarei o link dela, mas caso queiram ler antes entrem no meu perfil daqui mais ou menos uma hora ;)

É isso ai, e vamos ao capitulo:



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Quando as palavras ferem

Katniss Everdeen

Peeta Mellark, uma parte da minha vida – que considero uma das mais bonitas – se resumia a esse nome, é incrível como podemos apenas no primeiro olhar encontrar alguém que cause tantas sensações, como Peeta causou em mim. Sim, posso dizer com todas as letras que foi amor á primeira vista. Quando encontrei-o na biblioteca eu tive a certeza absoluta que nunca conseguiria gostar de outra pessoa como gostei dele.

Eu não tenho muita certeza como tudo aconteceu, só sei que desde que vi aqueles olhos encantadores e sorriso doce pela primeira vez eu tive a certeza absoluta que era amor, e desde aquele momento a única coisa que tento em minha vida é me aproximar dele.

Sim, a única coisa que eu desejava na minha vida é que Peeta me desse uma chance, mas por mais que eu tentasse me manter perto dele, menos disposto a isso ele parecia. Não importava quanto eu me esforçasse, quanto eu tentasse e insistisse em ser amiga dele. Ás vezes eu tinha até a impressão de que ele fugia de mim.

Pelo menos é o que dizia os meus amigos, eles insistiam e muito para que eu esquecesse o Peeta, mas eles não sabem que isso não é uma tarefa fácil, e ainda eu tinha esperanças e muitas de que Peeta se desse conta de que sou a garota ideal para ele, e por isso eu precisava tomar uma atitude rápida para fazê-lo se tocar, que nunca, na vida dele ele conseguirá encontrar uma garota que o ame como eu o amo.

— Eu já te disse varias e varias vezes Katniss, garotos não gostam de garotas grudentas, principalmente aquele chato do Peeta... – Annie Cresta, minha melhor amiga iniciou. Estávamos andando pelo corredor, e como sempre Annie estava criticando Peeta.

Ela sempre tinha essas atitudes, parecia que a maior diversão dela e de Gale é criticá-lo. Eu não sabia porque eles o odiavam tanto. E claro, também eu odiava quando eles falavam mal dele na minha frente, ainda mais quando reclamavam da minha amizade com ele.

— Você nem o conhece direito, como você sabe se ele gosta ou não da forma que eu o trato? – eu perguntei levemente irritada.

— Qualquer um percebe menos você, esse é seu problema, parece que você fica cega quando está próxima dele, e nem enxerga a forma que ele te trata ou olha para você... – Annie respondeu, e então eu suspirei meio contrariada. – E você já está atrás dele de novo... – ela me repreendeu.

— É que... Eu comprei um livro para ele! – eu respondi.

— Ainda fica gastando dinheiro com ele, comprando coisas que ele não gosta, você não tem jeito mesmo, quando você vai perceber que Peeta não gosta que você... – depois não escutei mais nada que ela falava, pois encontrei Peeta no corredor, ele estava caminhando e parecia estar distraído.

E então nem consegui pensar duas vezes, fiz o que sempre costumo fazer quando o encontro, ir correndo falar com ele, deixando Annie para trás.

— PEEPEE!!! – eu gritei de emoção, enquanto o abraçava por trás e lhe dava um beijo demorado no rosto, tá legal eu sabia que ele não gostava disso, mas a emoção era tanta que eu não consegui evitar.

Infelizmente ele soltou-se de mim rapidamente, enquanto limpava a bochecha, eu sabia que as atitudes dele eram por causa de seu medo de “ficar mal falado” sempre achei isso uma grande idiotice, mas fazer o que, ele tinha cismado em entrar no time de futebol da escola, para assim se tornar atleta e ficar mais popular, bom, no fundo eu não queria que isso acontecesse, tinha medo dele se infectar com a superficialidade dos outros populares.

Mas tentei manter o foco e entrei logo no assunto da qual tanto me animava. Ainda tinha esperanças e muita de Peeta tornar-se um leitor voraz.

— PEEPE, dessa vez você não vai resistir, eu encontrei o livro perfeito! – eu disse bastante animada, tudo bem que era a terceira vez daquela semana que eu apresentava um livro novo a ele, mas eu sabia que “Ship of Magic” seria diferente e que ele iria gostar.

— Katniss, quantas vezes eu tenho que te dizer para você não me agarrar dessa forma no corredor e nem me chamar de Peepe meu nome é Peeta... – ele me repreendeu enquanto olhava para os lados e me puxava para outra parte do corredor, na realidade eu não entendi a atitude dele. – P-E-E-T-A... – ele repetiu bem devagar, palavra por palavra.

— Eu prefiro Peepe, é um apelido carinhoso que só eu chamo... – eu insisti, eu odiava quando ele agia daquela forma, afinal, eu chamava ele de Peepe com todo carinho do mundo e não conseguia ver nenhum mal nisso.

— As pessoas me zombam por causa disso! – ele respondeu.

— Você não deveria se preocupar tanto com o que as pessoas falam! – retruquei. Isso era algo que eu não gostava no Peeta, ele se preocupar tanto com as opiniões dos outros.

— Não é todo mundo que é igual a você, eu tenho uma reputação a zelar... – ele respondeu, irritado. Eu revirei os olhos.

— Já sei, já sei, você quer entrar no time de futebol da escola e por isso precisa ter uma impecável reputação... – eu disse, numa voz cansada. – Bom, mas você também não conseguirá entrar no time se continuar com essas notas baixas em literatura inglesa, então é muito importante a leitura mocinho, vem comigo! – eu disse, puxando-o pelo braço. Pelo menos eu poderia usar esse desejo dele ao meu favor.

— Perai, perai... – ele reclamou, puxando o braço das minhas mãos. . – Onde você está querendo me levar?

— No meu dormitório, ora bolas... – eu respondi, o olhando.

— Perai! No teu dormitório? Olhe eu não acho uma boa ideia, eu... – ele disse, e então eu o interrompi.

— Vamos logo, seu medroso! – eu disse, rindo, achei mesmo engraçado a preocupação dele com isso, pois mostra o quanto ele é diferente, afinal, pelo pouco que conhecia os garotos eu sabia que a maioria gosta de ir aos dormitórios das garotas, já Peeta não demonstrava o mesmo, e isso era um tanto engraçado.

Eu comecei a arrastá-lo, mas infelizmente ele logo soltou-se de mim, só que continuou me seguindo sem protestar, o que já é um bom começo, ele mostrou-se relutante ao entrar no meu dormitório, encostou-se na porta e cruzou os braços.

— Ok, o que você quer? – ele perguntou.

— Quero te mostrar uma coisa... – respondi, enquanto abria meu guarda-roupa e tirava lá de dentro um livro. – Bom, eu lembro uma vez que você me disse que quando era criança gostava muito de histórias de piratas...

— Sim, faz muito tempo que falei isso, você se lembra? – ele perguntou, meio surpreso.

— Sim, e bom às vezes é legal lembrarmos um pouco da nossa infância, por exemplo, quando eu era criança adorava fadas e de vez em quando adoro ler livros que tem essa criatura, sempre quando leio livros de fadas eu me lembro da minha infância... – eu suspirei enquanto lembrava do meu livro favorito. – Eu adoro os encantadores de ferro!

— O-O-Oh... – ele fez.

— E então, é para você! – eu entreguei a ele o livro “Ship of Magic”. – Você vai adorar, antes de dar a você, eu li ele só para saber se é bom mesmo e realmente ele é ótimo, acho que você vai gostar bastante...

Eu notei que ele arqueou as sobrancelhas enquanto observava a capa. Só depois de alguns segundos ele voltou a me olhar.

— Por que você faz tanta questão que eu leia? – ele perguntou.

— Bom, porque fará bem a você, você é inteligente só é meio preguiçoso e precisa se esforçar mais... – respondi bastante sorridente.

— Eu não sou preguiçoso! – ele reclamou, ficando emburrado, eu não pude evitar sorrir, ele ficava tão bonito quando ficava emburrado.

— Então por que muita das vezes você me convence a fazer os seus trabalhos? – eu perguntei.

— É que às vezes eu estou cheio e cansado e... – ele dizia, até que não aguentei e acabei o interrompendo:

— É melhor você ficar quietinho, para não dizer nada que te comprometa... – eu aproximei-me dele e apertei o seu nariz, ele bufou e afastou-se rapidamente, parecia não ter gostado de eu ter feito isso. – Você vai ler? – eu perguntei.

Ele ficou quieto por alguns segundos, parecia pensar em algo, enquanto eu o encarava com muita expectativa, algo dentro de mim dizia que ele iria aceitar. E foi mesmo o que aconteceu, que ele disse um Ok, e eu não pude evitar, fiquei tão animada que o abracei fortemente.

— Está bem... Está bem... – escutei ele pedir, mas era tão bom abraça-lo, ele me passava um calor tão bom que por mim eu não o soltava nunca mais, então continuei o abraçando por mais alguns segundos. Foi então que a porta do dormitório se abriu de repente, olhei rapidamente para ela avistando Mia, minha colega de quarto, nos olhando boquiaberta.

— EU SABIA! – ela disse, sorrindo para nós.

Peeta me soltou, notei que ele parecia assustado, ela se virou e saiu rapidamente do dormitório, só que o estranho é que Peeta saiu correndo atrás dela.

Eu não havia entendido nada e então fui atrás dele correndo. Notei que ele chamava Mia e as vezes a chamava de Lia também, a razão para isso eu também não entendi, ela corria na frente e ele logo atrás dela, aumentei os meus passos para tentar alcançar ele.

— Peeta! Peeta! – comecei a chama-lo, para tentar pedir para ele me esperar, mas nada, ele não parava de correr atrás de Mia.

Eles chegaram até a escada, Mia desceu primeiro correndo e ele desceu apressadamente atrás dela, eu comecei a descer logo atrás, eu já estava perto de alcançar Peeta, quando vi ele esbarrar fortemente em outro garoto que subia a escada, e então ele se desequilibrou, caindo para frente e rolando pela escada. Foi a cena mais horrível e desesperadora que já vi. E um grito saiu de minha boca de forma involuntária.

Desci rapidamente o resto dos degraus, encontrando Peeta desmaiado no chão, próximo a escada, eu agachei-me e comecei a gritar pedindo desesperadamente para alguém nos ajudar.

###

Os próximos minutos foram os mais desesperadores da minha vida, Peeta demorou alguns minutos para acordar, acredito que quase trinta minutos, não tenho certeza porque acabei perdendo a noção do tempo, só sei que quando ele acordou, já estávamos na enfermaria, ele estava sendo atendido pela enfermeira Louise. Desde que cheguei lá ela pedia para eu me acalmar dizendo que ele estava bem, mas a queda havia sido tão feia que eu não conseguia acreditar nela, eu estava desesperada, eu odiava vê-lo desacordado. Só me senti melhor quando ela disse que eu poderia ficar a noite toda com ele, caso eu quisesse, claro que eu adorei a ideia.

Eu estava parada ao lado dele, olhando-o quando Peeta abriu os olhos pela primeira vez depois do acidente, eu me senti mais leve e não consegui conter o sorriso.

— Viu Katniss, não disse que ele está bem! – a enfermeira falou, e eu nem a respondi, apenas abracei fortemente Peeta, havia sido um ato impulsivo, causado pela emoção.

— Aiiii Peepee que bom que você está bem, fiquei tão preocupada... – eu disse enquanto ainda o abraçava, foi então que escutei ele gemer, só então lembrei-me o quanto ele deveria estar machucado.

— Katniss, não o abrace assim, ele sofreu uma queda feia, você está o machucando mais! – a enfermeira me repreendeu, e só então eu o soltei.

— Aiiiii desculpa, foi á emoção... – respondi, fazendo bico, enquanto voltava a olhá-lo, era tão bom mesmo vê-lo bem.

— AIII minha cabeça! – ele gemeu, colocando a mão na testa, que a enfermeira havia enfaixado.

— Eu vou pegar um remédio para tirar a dor, espera só um minutinho! – ela pediu, e então nos deixou a sós.

Peeta ficou calado olhando para o teto, já eu continuei encarando-o com um sorriso no rosto, ainda estava bastante feliz por vê-lo acordado.

— Ai Peepe, sério eu fiquei muito preocupada com você, você bateu feio a cabeça quando caiu da escada, terá que ficar a noite toda aqui de observação... – eu disse, e ele me olhou boquiaberto.

Sorrindo, eu dei a ótima noticia:

— Mas pelo menos a enfermeira deixou que eu te fizesse companhia... Vou poder ficar a noite todinha aqui com você! – eu acrescentei, notando que ele ficou completamente surpreso com o meu comentário. Acho que ele deve ter ficado emocionado, tanto quanto eu.

###

Eu estava mesmo com sorte... Tudo bem, eu não podia ser tão egoísta e chamar de sorte o que aconteceu com Peeta, mas era tão bom poder ficar com ele a noite inteira. Eu aproveitei e comecei a ler o livro “Ship of Magic” para mostrar o quanto um bom livro vale a pena ser lido, tentei ler da melhor forma possível, lembrei como as professoras lia livro para mim quando eu era criança, usando vozes agradáveis, mudando as vozes dependendo do personagem, ou do momento da história, comigo isso sempre funcionava e me prendia mais na história, e acredito que também tenha funcionado com ele, porque ele ficou me observando fixamente, parecia estar mesmo em transe, imagino que ele esteja concentrado na história.

Depois de algum tempo, senti meus óculos começarem a embaçar, então parei alguns minutos a leitura para limpar a minha lente, enquanto limpava-a Peeta falou pela primeira vez depois de um bom tempo:

— Você deveria ficar sem eles... – ele comentou, eu olhei meio confusa, não havia entendido seu comentário.

— O que? – perguntei.

— Sem óculos... Você fica melhor sem eles... – ele explicou.

Eu sorri meio envergonhada, mas ao mesmo tempo feliz, ele disse que me acha bonita? É talvez tenha sido isso e é um bom começo. Eu olhei para baixo, meio com vergonha de voltar a olhá-lo.

— Que isso... – comentei, voltando a colocar os óculos. – Eu não enxergo nada sem eles! – sorri e só então voltei a olhar para ele, notei que ele sorriu para mim também, o que me deixou bastante feliz.

— E você fica mais bonito quando sorri, deveria fazer isso mais vezes... – comentei, não sei porque mais o sorriso dele desapareceu.

Não quis perguntar o porquê ele parou de sorrir, só continuei com a leitura do livro, li por um bom tempo até adormecer sem perceber. Acordei ao escutar um barulho, olhei rapidamente para Peeta e notei que ele estava tentando se levantar da cama, assustada levantei rapidamente segurando-o pelo ombro para impedi-lo, afinal, ele havia sofrido uma queda feia não podia se levantar daquela forma.

— O que foi? – ele perguntou, pelo seu tom parecia ter ficado irritado.

— Você não pode se levantar assim, esqueceu que bateu fortemente a cabeça e está de observação? – eu o repreendi.

— Mas eu só ia ao banheiro! – ele respondeu.

— É melhor não arriscar! – eu insisti

— E o que você quer? Que eu mije nas calças? – ele perguntou.

— Você está com tanta vontade de usar o banheiro assim? – eu perguntei, ele deu de ombros e concordou com a cabeça. – Então vem que eu te ajudo!

— Ah não deixa para lá! – ele respondeu, virando-se para o lado oposto ao meu. Eu não entendi a atitude dele, afinal, qual o problema de eu ajuda-lo? Será que ele acha tão desagradável assim ficar próximo de mim?

Enquanto pensava nisso, eu voltava a me sentar na cadeira, o que Annie me disse mais cedo voltava na minha mente, ela sempre insistia junto com Gale que Peeta foge de mim, e que ainda parece sentir vergonha de mim porque é metido e arrogante demais. Mas eu sempre tentava acreditar que isso não é verdade, tentava ver a parte boa dele, mas ás vezes ele parecia não colaborar.

— Por que você não vai dormir no seu dormitório? – ele sugeriu.

—E te deixar sozinho? – eu perguntei.

— Fique sossegada, eu não tenho medo de fantasmas... – ele respondeu, num tom irônico.

E então o que Annie e Gale disse cada vez parecia ser mais verdade.

— Você não me quer aqui, é isso não é? – eu perguntei, esperando desesperadamente que Peeta me dissesse que estou enganada, que ele quer sim que eu fique com ele e que gosta da minha presença assim como eu gosto da dele. Mas não ele não disse nada disso, apenas como sempre iniciou as suas desculpas esfarrapadas:

— Bom, daqui há algumas horas começará as aulas e... – ele se calou de repente, eu não sei porque, mas de forma involuntária meus olhos começaram a marejar.

— Nesse momento eu não estou me importando com as aulas... Se eu estou aqui é porque eu me importo com você, com o seu bem estar, me desculpe se eu só queria te ajudar, se eu só queria ficar ao seu lado como uma amiga, mas, ás vezes parece que você não gosta de me ter por perto... – eu desviei os olhos para o chão. – As coisas nem sempre são como queremos não é? – eu suspirei e então levantei da cadeira e se aproximei dele, ainda com o livro na mão. – Termine de ler se você quiser, se não faça o que bem entender, pode até jogar fora, afinal eu comprei o livro para você, então mesmo você não querendo ele tem que ficar com você... – eu coloquei o livro ao lado dele e depois virei-me e sai quase correndo da ala hospitalar.

E então eu fui para o meu dormitório com a cabeça girando, a vontade de chorar era grande, mas eu não chorei.

Com as mãos no bolso e ainda caminhando, comecei a pensar na atitude de Peeta. Depois que a raiva começouu a passar e eu consegui raciocinar melhor, comecei a me perguntar se eu não estava exagerando. Talvez ele só estava se preocupando comigo, e eu estava sendo dramática demais.

Entrei em meu quarto, e notei que Mia estava no dormitório, ela ainda não estava dormindo, na verdade parecia que havia acabado de chegar nele, Mia sempre foi assim, sempre ia dormir de madrugada, e acabava perdendo as primeiras aulas da manhã, eu sequer conseguia imaginar que ela ficava fazendo durante a noite pela escola.

Assim que ela me viu sorriu de uma forma muito maliciosa, franzi as sobrancelhas sem entender aquele sorriso dela.

— Como uma garota como você conseguiu ficar com o Peeta Mellark? – ela perguntou, e então a encarei com as sobrancelhas franzidas.

— Uma garota como eu? – perguntei, sem entender. Não havia entendido essa insinuação.

— Sim, com certeza você não deve fazer o tipo dele, desculpa a sinceridade querida, garotas como você não deve fazer o tipo de ninguém... – Mia deu uma risada e então caminhou em direção ao banheiro, entrou nele e fechou a porta atrás de si.

Fiquei observando a porta do banheiro enquanto pensava nas palavras maldosas de Mia, ela sempre foi assim, sempre utilizou palavras duras comigo, só que nunca pensei na possibilidade das palavras dela ser verdade. Por que existem pessoas tão maldosas? Eu me perguntei enquanto trocava de roupa. Tentei ser rápida para ir dormir antes de Mia sair do banheiro, eu evitava o máximo possível falar com ela, a razão era obvia, ela só falava comigo para soltar palavras maldosas ou zombar de mim.

Quando escutei o barulho da porta do banheiro se abrir, eu já estava deitada na cama, fechei os olhos fortemente, fingindo dormir. Depois de alguns minutos, não escutei mais nenhum barulho, acredito que Mia deva ter pegado num sono. Já eu demorei bastante tempo para dormir.

Quando amanheceu levantei-me cedo, e como sempre antes de Mia, eu estava decidida passar pela enfermaria para ver Peeta, eu queria saber como ele está.

Eu pensei bastante antes de dormir, e eu estava começando a achar que eu tenha exagerado com ele e talvez até ele tenha ficado chateado comigo, eu ia pedir desculpas, e então arrumei-me rapidamente e sai as pressas do dormitório.

Quando eu cheguei a porta da enfermaria eu escutei vozes conhecidas, foi então que percebi que Peeta não estava sozinho, ele estava acompanhado do melhor amigo dele, Thomas Finningan.

Thomas era um garoto bonito. Alto, forte, loiro, de olhos azuis. Claro que sua beleza não se comparava a de Peeta e muito menos a sua personalidade, sempre o achei má influencia para o Peeta, pelo menos Peeta ás vezes agia como um verdadeiro idiota só por estar perto de seu amigo.

— Thomas se você não parar eu vou levantar daqui, para te dar um monte porradas no meio da cara! – escutei Peeta falar, parecia que Thomas já estava o irritando.

Suspirei, discordei com a cabeça e já ia entrar na enfermaria, quando notei que o livro que dei a ele “Ship of Magic” estava caído próximo a porta. Franzi as sobrancelhas e o peguei do chão.

— Eu não sei porque você fica tão irritado assim, afinal, a Katniss não é a sua amiga? - escutei Thomas perguntar. Comecei a entrar lentamente dentro da enfermaria, enquanto ainda escutava a conversa deles.

— Ela não é minha amiga! – eu escutei ele responder com raiva. – E olha só, se você... – foi então que ele se calou, quando notou a minha presença.

Engoli um seco, enquanto digeria ainda a frase: “Ela não é minha amiga”, que escutei da boca de Peeta.

Meus olhos começaram a arderem, era as lágrimas, as malditas lágrimas que queriam cair dos meus olhos, e que eu tentava com todas as forças segurá-las.

— M-Me desculpa incomodar... – eu iniciei, ao ver que os dois me olhavam, esperando eu dizer alguma coisa. – Eu vim ver se você está bem Peeta... Mas você parece que está, e bem, que bom... – eu aproximei da cadeira e coloquei o livro em cima dela, depois voltei para a porta. – É agora eu tenho aula, eu preciso ir, espero que você melhore e tenham um bom dia! – eu terminei, saindo da enfermaria quase correndo, tentando evitar olhá-los novamente.

Andei em passos apressados pelo corredor, até dobrá-lo, só então eu parei, com a respiração ofegante encostei-me na parede e fechei os olhos por alguns segundos, enquanto a frase que Peeta disse continuava repetindo em minha mente. “Ela não é minha amiga”. Ela havia me ferido demais.

Uma lágrima caiu dos meus olhos e rolou pela minha face, senti a minha pele arder. Definitivamente, naquele exato momento, eu não sabia o que fazer.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Iai gente o que acharam da Katniss? Deixem seus comentários!