Remember me escrita por J S Dumont


Capítulo 4
Capitulo 3 - Ela não é minha amiga!


Notas iniciais do capítulo

OLÁ PESSOAL! Esse capitulo saiu atrasado porque os meus dias andam meio corrido, mas ainda foi postado com o programa de postagem sem eu ter visto e bem, foi sem eu ler, quem leu antes de eu editar sinto muito mesmo... Vou prestar mais atenção. Próximo capitulo será POV da Katniss, não percam!



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Ela não é minha amiga!

Eu estava mesmo com azar... Enquanto observava Katniss Everdeen, eu começava a pensar seriamente que a reencarnação deve mesmo existir, pois só assim explicaria o fato do quanto eu estava sofrendo nessa vida. Eu deveria ter sido muito cruel nas minhas vidas passadas e então Deus me enviou Katniss para me punir, sim eu todo dia estava sendo castigado com a presença dela, mas depois que cai daquela maldita escada a punição estava sendo mais cruel ainda. Afinal, é muita crueldade ter que ficar olhando para aquela garota a noite inteira.

E ainda para piorar a situação, além de ter que suportar a presença dela eu teria que ficar a noite toda escutando-a, sim, porque ela teve a brilhante ideia de ler o livro que ela comprou para mim, afirmando com todas as letras que eu iria gostar. E bom, ela errou em cheio, não gostei, na realidade eu não conseguia nem me concentrar na história, acredito que seja porque ficar olhando para a cara esquisita dela me deixa um tanto desnorteado.

Enquanto ela lia páginas e mais páginas, eu notei que ela parecia incorporar os personagens, ela tinha bastante facilidade em ler as falas com emoção quando necessário, e até mesmo mudar o seu tom de voz para fazer diferença entre os personagens, acredito que tudo isso seja uma estratégia dela para me fazer concentrar mais no que ela lia. Mas nada funcionara, eu estava mais concentrado em observar as suas expressões esquisitas que parecia acompanhar cada momento da história do que tentar entender o que ela lia.

Ás vezes ela fazia uma expressão de surpresa ou arregalava os olhos quando acontecia algo inesperado, dava um meio sorriso ou uma risada baixa quando achava algo engraçado e tinha vezes que ela arfava ou mordia a unha do seu dedo mindinho quando ficava nervosa, eu não sei quanto tempo eu fiquei olhando as suas expressões, só sei que parei de reparar no momento em que ela parou de ler e tirou os óculos do rosto para limpá-lo em sua blusa, e pela primeira vez pude observá-la sem aquela armação ridícula.

— Você deveria ficar sem eles... – eu comentei, e então ela me olhou diretamente. Eu entreabri a boca enquanto a observava com mais atenção. Não podia negar que ela ficava mais bonita, quer dizer, mais apresentável sem aqueles óculos ridículo.

— O que? – ela perguntou, parecia não entender.

— Sem óculos... Você fica melhor sem eles... – respondi.

Ela deu um sorriso torto e seus olhos desviaram para baixo, parecia ter ficado com vergonha com o meu comentário.

— Que isso... – ela comentou, voltando a coloca-lo. – Eu não enxergo nada sem eles! – sorriu, voltando á olhar para mim.

Eu não sabia qual razão, talvez a queda tivesse mexido com alguma parte do meu cérebro, é eu não sei por que mais eu sorri de volta para ela. O sorriso fez com que ela sorrisse mais abertamente ainda, mais um pouco ficaria parecendo o coringa.

— E você fica mais bonito quando sorri, deveria fazer isso mais vezes... – ela comentou, fazendo meu sorriso desaparecer rapidamente.

Por acaso ela estava me chamando de rabugento? Eu não pude nem perguntar, pois logo depois ela voltou a ler o livro. Continuei observando-a, nem imagino por quanto tempo, só parei de olhá-la quando adormeci.

Acordei no outro dia com a cabeça dolorida, mas doía menos do que antes. A primeira visão que tive ao acordar foi Katniss, ela estava dormindo na cadeira, abraçada ao livro, sua expressão era serena e notei que dormindo ela também parecia menos feia, pelo menos assim ela não ficava fazendo aquelas suas expressões esquisitas, e também eu não podia esquecer que era a única forma dela ficar quieta. Bom, era o que eu pensava até que de repente ela começou a roncar. Fiz uma careta e sentei-me na cama, observei-a por mais alguns segundos e então decidi-me levantar, eu não iria conseguir dormir com aquele cover de motosserra do meu lado.

Eu já estava levantando, quando ela acordou, a me ver se sobressaltou, levantando-se rapidamente e vindo quase correndo em minha direção, ela me segurou pelo ombro e me empurrou para trás, obrigando-me a deitar-me novamente.

— O que foi? – eu perguntei, irritado pela atitude esquisita dela.

— Você não pode se levantar assim, esqueceu que bateu fortemente a cabeça e está de observação? – ela me repreendeu. Eu bufei.

— Mas eu só ia ao banheiro! – respondi.

— É melhor não arriscar! – ela insistiu.

— E o que você quer? Que eu mije nas calças? – eu perguntei, levemente irritado.

— Você está com tanta vontade de usar o banheiro assim? – ela perguntou, eu dei de ombros e concordei com a cabeça. – Então vem que eu te ajudo!

— Ah não deixa para lá! – respondi, virando-me para o lado oposto ao dela. A ultima coisa que eu queria é ter que ter mais contato físico com ela do que ela já me obrigava a ter.

Escutei ela suspirar e notei que ela se afastou, só então voltei a olhá-la, então vi que ela se sentava novamente na cadeira e voltava a olhar para mim.

— Por que você não vai dormir no seu dormitório? – eu sugeri.

—E te deixar sozinho? – ela perguntou.

— Fique sossegada, eu não tenho medo de fantasmas... – respondi, num tom irônico.

— Você não me quer aqui, é isso não é? – ela perguntou de repente, após ficar alguns segundos em silêncio o que me fez olhá-la meio surpreso. Ela estava realmente percebendo as coisas? Ela estava vendo algo mais do que ela fantasiava em sua mente hiperativa?

Eu respirei fundo e minha mente simplesmente respondeu: Finalmente você entendeu. Mas não conseguir pronunciar essas palavras.

— Bom, daqui há algumas horas começará as aulas e... – eu me calei, ao ver que estava tentando inventar uma desculpa esfarrapada para me livrar dela. Por que eu era tão bonzinho com aquela maluca? Se a única coisa que ela sabia fazer é acabar com minha vida, me fazer passar vergonha, me deixar louco com seu jeito esquisito e atrapalhado, principalmente ela parecia ter PHD quando o assunto é me irritar. Afinal, noventa por cento das coisas que ela fazia me deixava irritado. Então qual o problema de contar a verdade a ela? Nem eu mesmo sabia, mas só que eu não conseguia dizer.

— Nesse momento eu não estou me importando com as aulas... – ela disse me fazendo acordar dos meus pensamentos, e então eu a olhei com as sobrancelhas franzidas. Agora ela não estava com um olhar distante, mas seus olhos estavam diretamente em mim. – Se eu estou aqui é porque eu me importo com você, com o seu bem estar, me desculpe se eu só queria te ajudar, se eu só queria ficar ao seu lado como uma amiga, mas, ás vezes parece que você não gosta de me ter por perto... – ela desviou os olhos para o chão. – As coisas nem sempre são como queremos não é? – ela suspirou e então levantou da cadeira e se aproximou de mim, ainda com o livro na mão. – Termine de ler se você quiser, se não faça o que bem entender, pode até jogar fora, afinal eu comprei o livro para você, então mesmo você não querendo ele tem que ficar com você... – ela colocou o livro ao meu lado e depois se virou, saindo da ala hospitalar, tão rapidamente que não deu tempo nem de eu digerir as ultimas palavras dela.

Realmente ela tinha ido embora? Eu pisquei os olhos algumas vezes, ainda surpreso com a reação dela. Pela primeira vez, desde que conheço Katniss Everdeen ela pareceu se tocar de alguma coisa, mas, eu não consegui ficar feliz por isso, talvez fosse pelo fato de ainda estar bastante surpreso com o ocorrido.

Depois de alguns minutos, não sei quantos, eu peguei o livro na mão, olhei a capa por alguns segundos e então o abri, notando que havia algo escrito na primeira página do livro:

Existem tantas histórias nesse mundo... Ainda insisto que alguma delas irá te interessar. Espero finalmente ter acertado, se não, um dia eu ainda acerto.

Com amor, de sua amiga Katniss Everdeen

Por alguma razão engoli um seco e fechei rapidamente o livro, foi então que pensei: “ela não é minha amiga, nunca vai ser” joguei o livro longe, ele caiu no chão, próximo a cadeira em que ela estava sentada, em seguida eu virei para o lado oposto da onde o livro estava. Pelo menos ela havia ido embora e o silencio retornou, eu poderia dormir um pouco, fechei os olhos e tentei não pensar em nada, acredito que tenha demorado uns quinze minutos até eu adormecer.

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Acordei com a voz do imbecil do meu amigo Thomas Finningan zombando de mim:

— Existem tantas histórias nesse mundo... Ainda insisto que alguma delas irá te interessar. Espero finalmente ter acertado dessa vez, se não, um dia eu ainda acerto. Com amor, de sua amiga Katniss Everdeen.ele leu, imitando uma voz feminina, depois deu uma risada, fechou o livro e jogou bem no meu rosto.

Resmunguei enquanto pegava novamente o livro e jogava longe, dessa vez ele foi parar na porta da ala hospitalar.

— Como vocês são românticos, eu ainda me emociono com o amor de vocês... – ele continuou, rindo de mim. – Bem que dizem que o amor às vezes machuca, olha o que aconteceu com você, venho parar até aqui na ala hospitalar!

— Seu imbecil, eu estou aqui porque eu estava seguindo a colega de quarto da esquisitona...

— Não esqueça os detalhes, explique, você estava a seguindo porque ela pegou você e a espantalho em cenas um tanto comprometedoras... – ele me interrompeu, fazendo-me bufar e revirar os olhos. Eu ainda não sabia por que eu virei amigo desse idiota, ele é o cara mais insensível, panaca e irritante que já conheci, ficou ainda mais panaca depois que entrou no time de basquete, só porque agora algumas garotas querem dar uns beijos nele, ele já está se achando o gostosão do pedaço.

— Eu não estava fazendo nada demais com a Katniss... – eu me defendi.

— Ah claro... Vocês ainda estavam vestidos, ainda bem não é? Já pensou o trauma da pobrezinha se tivesse pegado vocês dois nus! – ele continuou me zombando, fazendo-me pegar o travesseiro e jogar bem no rosto dele, e o imbecil continuou rindo.

— Já mandei você parar, quantas vezes eu tenho que te dizer que não acho graça nenhuma nessas suas brincadeiras? Eu não tenho nada com a Katniss Everdeen e nunca irei ter! - eu afirmei.

— Eu acho bom você não dizer a palavra nunca, já ouviu falar nunca diga nunca? Não existe nada impossível que não pode se tornar possível! – Thomas afirmou, dando uma de filósofo, o que me irritou mais ainda.

— Thomas se você não parar eu vou levantar daqui, para te dar um monte porradas no meio da cara! – eu afirmei, enquanto bufava já de tanta raiva.

— Eu não sei porque você fica tão irritado assim, afinal, a Katniss não é a sua amiga? - Thomas perguntou.

— Ela não é minha amiga! – respondi, com raiva. – E olha só, se você... – eu dizia até que me calei, ao avistar ela, parada, em frente a porta, com o livro que eu havia jogado em sua mão.

Sim, era ela Katniss. Fiquei com a boca entreaberta, enquanto a encarava, ela estava séria, me olhava fixamente, e ainda seus olhos estavam marejando.

— M-Me desculpa incomodar... – ela iniciou, ao notar que tanto eu, como o Thomas estávamos olhando para ela. – Eu vim ver se você está bem Peeta... Mas você parece que está, e bem, que bom... – ela acrescentou atropelando em suas próprias palavras, ela aproximou-se da cadeira e colocou o livro em cima dela, depois voltou para a porta. – É, agora eu tenho aula, eu preciso ir, espero que você melhore e tenham um bom dia! – ela disse, saindo da ala hospitalar quase correndo.

Nós nos entreolhamos, ambos surpresos com a atitude dela.

— Que esquisito... – Thomas comentou, olhando para mim. – Eu acho que ela escutou... Só pode! – Thomas afirmou, me deixando meio pensativo.

Será mesmo que ela escutou? Eu engoli um seco, eu não sabia o porque, mas eu ficava assustado só de pensar nessa possibilidade.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Iai vocês gostaram? Se sim deixem seus comentários!