Remember me escrita por J S Dumont


Capítulo 36
Capitulo 35 - O grande jogo


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, nossa demorou um pouco para sair esse capitulo, mas saiu é que gente eu estou estudando para o concurso do STF só estou escrevendo essas duas ultimas semanas a noite nos fds, depois que paro de estudar ai não dá tempo de att muita coisa, mas o concurso já vai ser domingo que vem, ai pronto vou conseguir att mais rápido. Espero que gostem desse capitulo, eu o achei legal, e estamos chegando na fase do prologo, então tem muitas coisas para ocorrer nessa nova fase que tá entrando, espero que gostem e não deixem de deixar seus comentários, são importantes para mim saber o que estão achando acc também criticas, podem deixar que sempre farei o possivel para melhorar, beijinhos e até o próximo, farei possivel para postar no fds que vem ou no máximo durante a semana depois do concurso :))



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O Grande Jogo

— Caramba, todo mundo está falando cara... – Thomas comentou, sentando na poltrona do meu quarto, eu estava deitado em minha cama e o encarava seriamente. – Você deu mó soco no Lucius... – ele sorriu maldosamente ao comentar isso, eu soltei um suspiro.

— Ele mereceu, ele não tinha que espalhar aquele vídeo ridículo, na verdade eles nem tinham que ter gravado aquilo... – eu respondi, eu já tinha que ter dado aquele soco há muito tempo.

— Bom, você tem razão, eu não sei qual é a do Lucius, onde ele tá querendo chegar, eu nem sei porque ele está implicando com a Everdeen... – Thomas disse meio confuso.

— Provavelmente ela falou algo para ele no refeitório, algo que ele não gostou, e você sabe que Lucius é vingativo... – respondi.

— É esse é o problema ele é vingativo, e você fez algo pior que ela, você bateu nele, você sabe que ele pode não deixar isso barato não é? – Thomas perguntou.

— Bom, eu não tenho medo dele... – falei, com indiferença, porém logo depois eu pensei mais um pouco, o problema não seria eu, mas sim Katniss. – Eu só não quero Thomas é que ele queira se vingar da Katniss, ela já sofreu muito por minha culpa, eu não quero que esse idiota fique se metendo com ela só porque está com raiva de mim.

— É, pelo que o conhecemos, é uma possibilidade, isso pode acontecer! – Thomas disse, deixando-me meio receoso. Apesar de tudo, ele estava certo.

Nesses últimos tempos, o que mais eu fazia é tentar evitar mais sofrimentos para Katniss, o peso na minha consciência era tão grande que eu queria no mínimo vê-la superar o ocorrido, mesmo sabendo que quando digo superar quer dizer que ela poderá me esquecer. É eu estava ciente de que Katniss poderá se apaixonar por outro, poderá seguir em frente. Eu não sabia se tudo que eu estava fazendo era o mais correto, ás vezes eu sentia-me inseguro da minha decisão, mas logo eu ficava em duvida se essa insegurança seria duvida do que o que eu estava fazendo era o melhor para Katniss, ou se era o meu lado egoísta querendo voltar atrás porque sente a falta dela.

Eu não queria voltar atrás, era doloroso, porém eu sabia que era o mais correto a se fazer, eu poderia ser na visão de Katniss um completo canalha, mas eu sabia que as minhas intenções referente o meu afastamento eram as melhores. Embora o que eu estivesse fazendo não fosse apagar todas as coisas erradas que eu já fiz com ela, pelo menos eu sabia que agora eu estava fazendo tudo certo.

Uma hora ela iria superar. É ela teria que superar.

E com o passar dos dias, eu fui vendo isso acontecendo, comecei a ver Katniss crescendo, não digo somente que a sua personalidade estava mais forte, demonstrando que não tinha deixado se abater com aquele vídeo. Mas também digo a questão da popularidade. Ela estava a cada dia se tornando mais popular.

Eu ficava a observando de longe, vendo como ela estava segura, decidida, ela andava com superioridade nos corredores, mostrando ser maior e melhor do que aqueles idiotas que tentaram coloca-la para baixo. Ela começou a fazer amizade com as lideres de torcida e ainda o nome dela começou a ser mais falado nas mesas dos atletas.

E quando eu a vi, sentada á mesa com Magde Undersee eu me dei conta de que sim, Katniss estava chegando ao topo, se alguém me falasse que um dia isso iria acontecer, eu nunca acreditaria. Afinal, havia sido uma mudança em tanto.

Embora eu já soubesse que Katniss era linda, ela só ainda não tinha percebido isso, eu não imaginava era que um dia ela iria mudar os seus conceitos referente a essas garotas e sobre popularidade. Eu não imaginava que um dia Katniss iria querer ser popular, provavelmente eu poderia estar envolvido nessa sua decisão. Mas mesmo assim, havia sido uma mudança muito visível de personalidade e isso me deixava preocupado.

Katniss Everdeen estaria mudando? Será que estava morrendo mesmo a Katniss Everdeen que eu conheci? Se ela nunca mais voltasse? Se tudo isso fosse minha culpa? Eu poderia estar matando a Katniss que eu amo, e talvez um dia eu acordasse e não conseguisse mais enxergar essa Katniss nessa nova.

Tudo bem era algo confuso, eu estava ficando confuso cada dia que passava e via essa nova Katniss andando por ai com pessoas que nunca havia visto ela andar antes, quando a via sorrir, não encontrava mais aquele sorriso doce da Katniss, os olhares não eram brilhosos como da minha Katniss, seu jeito de falar, seu jeito de andar, tudo, tudo era diferente. E sim, aquilo estava incomodando demais, mais do que eu gostaria que incomodasse.

— Talvez eu esteja fazendo tudo errado... – eu falei mais para mim mesmo do que para Thomas, lá estava eu novamente jogado em minha cama e olhando para a parede do meu dormitório.

Thomas estava sentado na minha poltrona, porém estava concentrado na minha televisão, jogando videogame, ele estava jogando um jogo de luta e estava tão distraído que nem prestava atenção no que eu estava dizendo.

— isso... Eu vou acabar com você, já vai, já vai, AIIII... ISSO! – ele disse levantando-se da poltrona, ele havia ganhado o round e estava feliz feito uma criança de dez anos de idade.

Revirei os olhos e voltei a encarar o teto, enquanto pensava.

— Cara dá para parar com essa depressão e vir jogar videogame comigo? – ele pediu.

Não, eu não estava nenhum pouco a fim de jogar videogame, na verdade eu não estava a fim de fazer nada, eu só queria ficar ali, jogado na cama até sei lá quando.

— Não, eu não quero! – resmunguei.

— Para de ser chato, cara, se essa depressão é por causa da Everdeen resolva-se logo com ela, faz isso enquanto ainda ela tá na tua, porque depois que ela desencanar ai já era, não vai mais adiantar! – Thomas me aconselhou pela milésima vez.

Sim, Thomas sempre me dava esse conselho, resolva-se com a Katniss, não vai adiantar ficar fugindo dela, mas eu nunca o escutava, eu não sabia o porque, mas eu não conseguia chegar nela e pedir perdão, eu não conseguia dizer a ela que sentia muito e que eu a amava. Era culpa, tá eu sabia que no fundo eu estava sentindo uma imensa culpa, era difícil aceitar que Katniss me perdoasse se nem eu mesmo conseguia me perdoar.

Pensar naquilo doía, doía muito e eu só queria tirar aquilo da minha cabeça.

— Ah cara, não vamos falar disso, por favor! – eu pedi, passando a mão no meu rosto, já era ruim pensar em Katniss, pior ainda seria falar sobre ela.

— Certo, então vamos falar das jogadas... – Thomas disse e logo então começou a falar do próximo jogo de basquete que teríamos.

Foi bom Thomas trocar de assunto, falar do jogo era bom porque teriamos um jogo importante, iriamos iniciar um campeonato e estávamos sendo muito cobrados por isso, ano passado nossa escola havia ganhado e o técnico estava bastante confiante de que iria acontecer o mesmo esse ano.

Estávamos treinando bastante, criando estratégias, eu queria fazer bastante cestas, iria ser minha chance caso houvesse olheiros na arquibancada, eles gostavam muito de aparecer em campeonatos, e essa era minha chance de ganhar uma bolsa de estudos para faculdade.

Discutimos por quase uma hora, Thomas estava tão empolgado quanto eu, depois quando cansamos de falar de basquete, eu acabei aceitando jogar videogame com ele, assim consegui tirar Katniss um pouco da minha cabeça, porém na hora que Thomas tirou um chocolate do bolso foi impossível não me lembrar dela, Katniss até hoje adorava devorar chocolates ainda mais quando está nervosa, me lembrei da primeira vez que a vi, na biblioteca, ela toda desajeitada abrindo vários doces e comendo, desde aquele dia ela só queria ser minha amiga, e demorou muito tempo para eu entender que embora ela fosse grudenta e me fizesse ficar com vergonha, ela tinha só as melhores intenções.

Thomas só saiu do meu quarto quando fomos jantar, nós nos sentamos á mesa de sempre e tentei me concentrar em minha comida, porém não demorou muito para que automaticamente os meus olhos subissem para procurar Katniss, quando a vi automaticamente o meu coração disparou, ainda disparava, sempre iria disparar quando eu a encontrasse.

Lá estava ela, sentada a mesa das garotas populares, ao lado de Magde, porém dessa vez a amiga dela Annie também estava lá, Katniss sorria, conversava com as garotas, ela parecia estar bem e isso me fez me sentir feliz por ela, no mesmo momento eu imaginei como Gabbe deveria estar incomodada em ver Katniss sentada com os populares, então logo fui procurando uma figura loira com o olhar, e a encontrei, sentada em outra mesa, com algumas lideres de torcida, uma delas lembrei que era a que estava no quarto de Katniss naquele dia em que fomos flagrados juntos, ela falou coisas terríveis para Katniss. Com certeza elas estavam se recusando a se sentar na mesma mesa que ela.

Eu percebi que Gabbe fuzilava a mesa onde Katniss estava sentada, é estava estampado em seu rosto á raiva de ver Katniss bonita, chamando atenção e se tornando tão popular quanto ela. Eu sabia que a popularidade de Katniss iria incomodar muita gente, e isso me preocupava um pouco, pois era obvio que eles iam tentar ferrar com ela de novo, iriam querer provoca-la, e eu não queria que ela sofresse mais, já bastava o que aconteceu com a história do vídeo, porém eu sabia que eu tinha que parar com isso, eu tinha que parar de me preocupar, eu tinha que aprender a viver sem pensar nela. Embora soubesse que seria uma missão quase impossível.

Quando voltei para o meu quarto, eu senti aquela sensação de que não iria dormir fácil, fiquei meio nervoso sem saber o que iria fazer até sentir sono, pensei em jogar videogame, mas fiquei com preguiça só de pensar em liga-lo, pensei em tentar terminar de ler a serie de livros vampiratas, porém logo desisti, pois lê-lo me fazia lembrar-me de Katniss, afinal, comecei a gostar da leitura graças a ela, e foi ela que me apresentou essa serie de livros. Não dava para ler sem pensar em Katniss, acho que novamente deixarei os livros de lado.

Decidi assistir filmes, coloquei um filme de terror e joguei-me na cama, mas novamente isso me fez me lembrar de Katniss, lembrei-me da época em que ela assistia filmes de terror comigo e como eu ria quando ela ficava assustada com as cenas. Suspirei e desliguei a televisão, estava difícil de fazer qualquer coisa sem pensar nela.

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Os dias foram passando rápido até demais, passei os últimos dias treinando para o campeonato, estava chegando perto do grande dia e a ansiedade a cada dia que passava aumentava, eu estava com muitas expectativas, era a chance para eu me destacar ainda mais, e ainda eu acreditava que teria olheiros, poderia ser o jogo da minha vida.

Esses últimos dias haviam sido melhores, meus pensamentos estavam mais positivos, graças a minha dedicação a esse jogo, isso fazia com que eu não pensasse muito em Katniss, nesses últimos dias eu quase não a vi, parecia que não estávamos indo no mesmo horárioao refeitório, as poucas vezes que eu a via eram nas aulas, e por um lado era melhor assim.

Quando chegou o grande dia do jogo, eu fiquei extremamente nervoso, eu já havia jogado diversas vezes, já fazia algum tempo que eu estava no time, mas novamente a sensação era como se fosse o primeiro jogo da minha vida, eu ainda não tinha disputado nenhum campeonato pela escola, então tudo era novo para mim.

Eu me senti um idiota quando percebi que os outros jogadores estavam todos relaxados, riam e conversavam um com os outros, pareciam estarem no treino e não prestes a jogar um jogo tão importante, o único que parecia estar tão nervoso quanto eu era o treinador, ele passava as ultimas estratégias de jogo, falava palavras de motivação, ainda parecia não estar muito confiante, embora tentasse passar confiança a nós. Eu entendia o nervosismo dele, seria um jogo difícil, iriamos disputar com uma escola com fama de competidora e que é bastante boa, já tinha ganhado alguns troféus em campeonatos, porém seria a primeira vez que iriamos jogar contra ela.

O primeiro jogo seria na quadra da nossa escola, assim que entrei vi o quanto a quadra estava cheia, alguns rostos eram conhecidos, já outros eu nunca havia visto. Provavelmente eram os alunos da outra escola, alguns alunos gritaram, bateram palmas enquanto entravamos e também outros fizeram o mesmo na entrada do time adversário. Alguns minutos antes de começar o jogo, eu olhei arquibancada por arquibancada, procurando rostos conhecidos, na verdade eu buscava um rosto em particular, o de Katniss. Encontrei Annie, encontrei Gale, porém não a encontrei.

Suspirei e olhei alguns para o chão, só voltei a realidade quando Thomas parou ao meu lado. Estava bem menos nervoso do que eu.

— Aquela Magde, ela até que ela é uma gata não é? Você acha que eu teria chances com ela? – Thomas perguntou, olhei para ele com as sobrancelhas franzidas, aquele momento não era o mais adequado para falar sobre garotas. Mas Thomas era assim, não se tocava.

— Sinceramente? – perguntei, Thomas me olhou com um sorriso no rosto, cheio de expectativas. – Não... – eu respondi, o sorriso dele sumiu num passe de mágicas, não que eu achasse Thomas um cara incapaz de ficar com uma garota popular, o grande problema é que Magde sempre teve fama de garota difícil, ela é bonita, vários garotos já demonstraram interesse por ela, porém ela não demonstrava interesse por nenhum deles. – Não é por causa de você é que eu acho que poucos teriam chance com ela... – completei na tentativa de animar um pouco a moral dele.

Foi então que entendi o porque Thomas estava falando de Magde, as lideres de torcida já estavam começando a entrar na quadra, Magde já havia entrado com aquele uniforme de lideres de torcida que todos os caras achavam sexys, ela estava com os cabelos amarrados em um rabo de cavalo, e falava com outras lideres de torcida que já tinha entrado na quadra.

Foi quando de repente Katniss entrou, minha boca se entreabriu enquanto eu a observava vestida com o uniforme das lideres de torcida, azul com branco, curto e que ficou muito atraente nela. Eu não podia negar que Katniss tinha um corpo atraente e ficava ainda mais atraente com o uniforme, ele deixava aquele corpo cheio de curvas perfeito amostra. Fui subindo o olhar, até chegar em seu rosto, ela não sorria, também não parecia irritada, estava simplesmente sem expressão alguma no rosto.

Foi então que reparei em seus cabelos, eles não estavam mais escuros, eles estavam loiros. Minha boca se entreabriu ainda mais.

— Katniss virou líder de torcida! – comentou Thomas tão impressionado quanto eu. – E olha só ela está loira! – ele acrescentou, agora dando risada. – Provavelmente ela pintou o cabelo para provocar...

Olhei para ele com as sobrancelhas franzidas.

— Provocar eu? – perguntei.

— É, talvez, lembre-se que Gabbe é loira! – ele respondeu.

— Ah você acha que ela tá querendo virar uma Gabbe... – eu disse e meu estomago revirou só de pensar nisso. Seria terrível se Katniss chegasse a esse ponto.

Voltei a olhar para Katniss, e meu coração disparou de uma forma estranha assim que ela sorriu para mim de uma forma que eu poderia julgar um tanto irônica.

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As coisas não saíram como eu esperava, eu sabia que aquele poderia ser o grande jogo da minha vida, porém havia sido um grande pesadelo, eu não conseguia me concentrar, perdi diversas jogadas, e eu acabava olhando para Katniss mais do que eu gostaria de olhar, ela sempre estava sorrindo para mim sarcasticamente e um olhar que me incomodava, me incomodava completamente e eu sabia que era isso que me desconcentrava tanto, era ela. Era completamente desconfortável jogar com ela ali, na equipe de lideres de torcida, num local tão visível, onde eu conseguia olhar, olhá-la em todo momento e ver a forma que ela olhava para mim.

Provavelmente o que mais me incomodava, era saber que Katniss não era mais a mesma, e eu só tive a certeza disso naquele momento. Era o pior momento para pensar nisso.

Durante o jogo levei alguns esbarrões de proposito de Lucius, que ficava mandando eu acordar para o jogo, o treinador também deu alguns gritos comigo e ainda Thomas no intervalo chegou a perguntar se eu estava me sentindo bem. Eu menti dizendo que sim, porém eu estava péssimo e agora eu estava torcendo para que não tivesse nenhum olheiro assistindo o jogo.

No intervalo pedi para que o treinador me tirasse do jogo, seria terrível se por minha culpa o time perdesse, ele concordou e por sorte meu péssimo desempenho não os afetou o suficiente para que eles perdessem o jogo, isso foi bom porque eles ficaram felizes, tanto, que acabaram não pensando o quanto eu tinha sido ruim.

O time ganhou, porém eu não consegui nem ficar feliz por isso, eu fui arrasado para o vestiário e tentei me vestir o mais rápido possível para sair dali, antes de um dos jogadores chegassem.

Thomas foi o primeiro a entrar, com certeza ele queria falar comigo sobre o ocorrido, porém eu não estava nem um pouco a fim de falar sobre o jogo.

— Peeta, você está bem? Você tá assim por causa da Katniss? – ele perguntou puxando-me pelo ombro, obrigando-me a olhá-lo, eu suspirei e desviei o olhar rapidamente. Não, definitivamente eu não queria falar desse assunto.

— Eu não sei, eu só não estava concentrado hoje, só isso... – eu disse, tirando a minha camisa e pegando outra no armário, faltava agora só a bermuda e eu iria cair fora dali. Mas logo percebi que isso estava longe de ocorrer.

— Iai pessoal, nós merecemos uma comemoração não acha!  Já começamos vencendo... Que tal uma festinha hoje á noite? – Lucius disse sorridente aproximando de Thomas e colocando o braço em volta do ombro dele. – Embora você não tenha colaborado para vitória, você ainda é do time Peeta, então você também está convidado... – ele acrescentou, olhando para mim, eu o fuzilei com o olhar, é agora ele não perdia uma oportunidade de me provocar. – As lideres de torcida vão estar lá, inclusive a Everdeen, bom, eu não sei se ela vai gostar muito de te ver Peeta, parece que agora que ela está gostosa ela não tá mais tão afim de você, mais é claro agora ela tem mais opções, não é Thomas? Acho que eu vou entrar na fila!

Meu sangue começou a esquentar enquanto o ouvia falar, eu continuava encarando Lucius, e quando ele terminou afirmando que entraria na fila para tentar algo com Katniss ele ultrapassou todos os limites, quando dei por mim eu já estava cego e com as mãos em volta da camisa dele, o empurrei em direção a um dos armários e senti no mesmo momento todo meu corpo formigar, minha única vontade era de soca-lo até acabar com toda frustração que eu estava sentindo.

— Não ouse se meter com a Katniss seu infeliz, se não eu te mato! – eu gritei, senti Thomas tentar me puxar, mas eu estava grudado em Lucius.

— Qual é você não tem nenhum direito, ela não é mais nada sua... – ele afirmou.

— Não interessa, tá a fim de apanhar de novo? – eu perguntei o empurrando novamente o fazendo bater as costas no armário.

— Peeta, solta ele! Se o treinador chegar...  – Thomas pediu, parecia preocupado.

— Eu não me importo, se eu quebrar a cara dele vai valer a pena ser expulso do time! – eu disse.

— Você acha que vai conseguir? Dessa vez eu não vou deixar as coisas barato Peeta... – Lucius disse, empurrando-me, para que eu o soltasse, eu o soltei por alguns segundos, bufei e já estava levantando o braço para soca-lo quando, o treinador entrou gritando.

— Peeta e Lucius o que vocês pensam que estão fazendo? – ele perguntou, provavelmente entrou algum aluno no vestiário, nos viu discutindo e foi dedurar, sem percebermos.

Eu desisti de iniciar a briga, apenas encarei Lucius por alguns segundos e então sai do vestiário quase correndo, ainda com a bermuda do uniforme, escutei o treinador me chamar, porém eu não voltei, se eu voltasse eu iria querer bater no Lucius na frente do treinador mesmo.

Comecei a caminhar em passos duros pelo corredor, sentia minha cabeça rodar, enquanto me recordava do jogo, me recordava do momento em que vi Katniss, me recordava das palavras de Lucius, meus olhos estavam ardendo, eu estava querendo chorar, chorar de frustração, de ver as coisas saindo do meu controle e eu não saber o que fazer.

Fui até a sala de TV, pois eu não estava nem um pouco a fim de ir para meu dormitório naquele momento, por sorte por causa do jogo ela estava vazia, sentei no sofá e passei a mão no meu rosto, abaixei a cabeça por alguns segundos, enquanto sentia a raiva ir passando, pouco a pouco.

— Parece que hoje não é seu dia, não é Peeta? – escutei ela falar ao meu lado, logo reconheci sua voz o que fez com que meu coração disparasse fortemente, enquanto eu a olhava com um olhar de susto.

Levantei do sofá num pulo, e encarei-a meio desnorteado, foi ridícula minha atitude, porém eu não conseguia ter outra ao estar perto dela naquele momento. Katniss ainda estava com uniforme de lideres de torcida, ela estava me olhando ainda com aquele olhar sarcástico e estava linda, embora eu a preferisse de cabelos escuros.

— Que isso, eu não sou nenhum demônio Peeta, não precisa ter tanto medo de mim assim... – ela respondeu, parecia realmente ter achado engraçado a minha atitude.

— Eu só me assustei... – respondi, embora eu não tivesse agido assim por susto. – Por que você pintou seu cabelo de loiro?

— Não me diga que não gostou? – ela perguntou, agora mexendo no cabelo. – Eu já achei que ficou perfeito, essa cor combina muito comigo nessa minha nova fase... Que digamos, está sendo ótima, não acha?

— Não sei qual é a definição de ótimo para você... – respondi, engolindo um seco.

— Ah já sei, você já vai querer fazer aquele discurso de que quando eu era feia e sem graça, eu era mais atraente para você... – ela começou, depois revirou os olhos, com uma expressão de tédio no rosto. – Na verdade eu nunca fui importante o suficiente para você, nem a versão Katniss feia, e nem a versão Katniss bonita, não é mesmo Peeta? – ela não deu tempo para que eu respondesse. - Mas tudo bem, agora não tem mais importância... – ela deu de ombros. – A Katniss de antes sim se importava, mas a nova Katniss não se importa, agora o que você acha não faz diferença alguma para mim, eu estou bem, e posso até mesmo te agradecer por isso...

— Me agradecer? – perguntei, tentando ainda digerir as palavras que ela falava.

— Sim Peeta, sabe talvez eu nunca saiba o porque você fez o que fez, mas eu posso fazê-lo entender como você fez eu me sentir... Você quer saber Peeta? – ela perguntou, dando alguns passos na minha direção e parando bem na minha frente. Eu queria dizer não, mas não consegui dizer nada. – Eu tenho que confessar Peeta que por alguns momentos você quase acabou com minha vida, depois daquele dia eu só queria morrer, morrer de vergonha, morrer de tristeza, morrer de tanta raiva, tenho que admitir que você conseguiu Peeta, você conseguiu destruir todos os meus sonhos, a minha fantasia e ainda você  conseguiu roubar a minha inocência por uma maldita aposta, e naquele momento eu me senti a pior pessoa do planeta por ter acreditado em você, sim naquele momento eu quis morrer, mas, apesar de tudo isso, no final vemos que a vida é justa, agora eu posso chegar aqui na tua cara e te agradecer...  - Ela sorriu maldosamente antes de completar.  - Pois agora eu sou o que sou graças a você... – ela disse, ou melhor, praticamente jogou na minha cara que tudo o que ela virou foi por minha culpa.  Ela olhou-me por mais alguns segundos, antes de se virar e sair andando, sem sequer olhar para trás.

— Katniss! – eu chamei, porém ela não voltou, continuou caminhando até sair da sala de TV, senti minha respiração acelerar enquanto eu a observava ir embora, mais uma vez ela estava indo embora, eu estava a vendo se afastar e novamente eu não sabia o que fazer.

Estava tudo errado, se ela soubesse que tudo não havia passado de um terrível mal entendido, tá, isso não apagaria a minha culpa, mas talvez ela não se sentiria tão mal com tudo que havia acontecido, eu fiquei por alguns segundos ali, atônito, porém antes que despencasse em mim aquele terrível sentimento de culpa eu sai da sala o mais rápido que pude.

Caminhei pelos corredores apressadamente, virei um, virei outro, até encontra-la, ela caminhava em passos lentos, eu não conseguia ver o seu rosto, porém eu sentia que ela estava chorando. Sem pensar duas vezes aproximei-me, puxei-a pelo braço obrigando-a a parar.

Eu queria dizer milhares de coisas a ela, eu queria dizer que a amava, eu queria dizer que as coisas não aconteceram da forma que ela pensava, porém, eu não disse nada, apenas a puxei para mim e a abracei.

De inicio ela tentou lutar, gritou para que eu a soltasse e me deu vários tapas no peito, porém eu não a larguei em nenhum momento.

Por fim, ela desistiu daquela luta interminável de se soltar de mim, parecia esgotada, até que correspondeu meu abraço, passou os braços em volta de meu pescoço e enterrou seu rosto em minha camiseta, então a senti molhá-la com suas lágrimas.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Iai será que vão se entender? Deixem suas opiniões!