Remember me escrita por J S Dumont


Capítulo 29
Capitulo 28 - O Fim


Notas iniciais do capítulo

Olá, estou aqui postando mais um capitulo de Remember me, espero que gostem dele e comentem, esses comentários são muito importante para mim, como tá tarde e tenho ainda att para fazer, eu vou responder os comentários amanhã, mas não deixem de deixar assim que lerem o capitulo, ainda mais nesse momento tão importante da fanfic, onde tudo irá mudar, pode ser meio confuso de inicio para vocês quando lerem, mas tudo será mais bem explicado, quando voltarmos para visão de Peeta, vocês verão. Espero que gostem e não esqueça, COMENTEM!



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O Fim

Aqueles pares de olhos... Eram milhares de pares de olhos olhando em nossa direção, alguns irônicos, outros maldosos, outros horrorizados. E definitivamente, era horrível olhar para eles, era vergonhoso. Afinal, estávamos na cama, o que tornava-se um tanto obvio o que teríamos feito, não era difícil supor, e isso era terrível. Nosso segredo havia acabado da pior maneira possível. Eu olhei para Peeta novamente e percebi que ele ainda não me olhava. Me dei conta de que ele não me olhou desde o momento em que aquela porta se abriu e aqueles alunos entraram. Peeta permanecia imóvel, com os olhos distantes, parecia estar em outro mundo, e ainda continuava pálido, muito pálido, estava assustado, assim como eu.

Os meus olhos foram passando pelos alunos, notei que todos eles eram populares, alguns eram garotos, eram atletas, amigos de quadra de Peeta, outros eram garotas, lideres de torcida, amigas de Gabbe. E com exceção de Gabbe todos os demais eu nunca havia falado, nunca sequer havia trocado uma palavra com eles, fui olhando e contando, um, dois, três, quatro, e ao passar olhar no rosto de cada um eu vi que Thomas não estava incluído naqueles alunos. Então assim, eu podia concluir que todos eles eram desconhecidos para mim, mas para Peeta era o contrario, todos eles eram conhecidos dele.

Quando passei o olhar no ultimo aluno, contando, eu vi que havia nove, nove alunos. Quatro garotas incluindo Gabbe e cinco garotos. Decorei cada rosto, rostos que eu sabia que nunca mais eu iria esquecer.

— Olha só... – começou um deles, com um tom um tanto zombador, era um garoto e era um atleta, eu até o via com frequência, já que ele tinha algumas aulas conosco, mas eu não me recordava do nome dele. Qualquer outra garota saberia quem é aquele garoto, até mesmo Annie, mas para mim ele era indiferente, afinal popularidade sempre foi algo indiferente para mim. Tirando Peeta, Finnick e Thomas, eu não me lembrava do nome de mais nenhum outro garoto que seja popular. – Até que você conseguiu rápido, rápido até demais... – acrescentou, rindo e aproximando-se da cama.

Outra garota que eu sabia que se chamava Maggie, mas eu não sabia o sobrenome também se aproximou de nós, ela parou ao lado do garoto que tinha acabado de falar, ela era líder de torcida, melhor amiga da capitã, era muito bonita, uma das mais bonitas da escola inteira, porém tinha fama de ser tão rodada quanto um gira-gira.

Ela deu uma risada maldosa e puxou o lençol da cama, tirando-o de cima de nós.

— Nossa, estão vestidos? – ela disse, e riu novamente. – Ah mais é claro, eu entendo Peeta, só assim para você conseguir transar com ela não é? Eu acho que você brocharia se a visse sem roupa... – ela zombou, e os demais riram, eu com a boca entreaberta olhei para Peeta, ele continuava calado. Sequer abriu a boca para me defender.

— Quanto nós temos que te pagar mesmo? Ah sim eu me lembrei, duzentos dólares, quer saber de uma coisa, eu vou dar mais, darei trezes e ainda até que é pouco, pois você merecia mais por ter coragem de transar com essa baranga... – disse novamente o mesmo garoto, começando a mexer no bolso, enquanto outro garoto se aproximava com o celular, ele começou a nos gravar, Peeta olhou para um lado, depois para o outro, puxou o celular da mão do garoto e jogou longe.

— HEI! Olha só, eu paguei uma nota nesse celular! – o garoto reclamou.

— SAEM DAQUI TODOS VOCÊS! – Peeta mandou, levantando-se da cama, parecia finalmente voltar em si.

— Que isso cara, agora vai querer se fazer de bonzinho na frente da Katniss! – disse o garoto, agora com o dinheiro na mão.

— O que está acontecendo Peeta? – eu perguntei, numa voz fraca.

— Você acha mesmo Katniss, que ele está ficando com você porque te ama? – Gabbe perguntou, finalmente manifestando-se. Eu olhei para ela  evi ela aproximou com aquele olhar de ódio de sempre. – É logico que não, sua idiota! Pensa que ele não está zoando com sua cara, os amigos dele não sabem o quanto você é ridícula, dando uma de apaixonada pelo Peeta, pobrezinha, nem imagina o quanto riram de você ao ver aquelas mensagens ridículas nos livros, e aquele urso ridículo então, como que você falou mesmo? Ah eu não vou me lembrar de tudo, mas eu me lembro da parte mais idiota... – Gabbe então mudou o tom de voz para uma voz um tanto insuportável. - Não importa com quem você esteja ou com quem você esteja eu sempre estarei com você...

— Ah claro nos pesadelos dele não é! – voltou falar a garota rodada Maggie. E os outros riram.

— Você mostrou a eles...? – perguntei, olhando para Peeta completamente chocada, enquanto eles ainda riam, Peeta discordou com a cabeça e voltou a olhar para Gabbe.

— Eu já mandei vocês saírem daqui! – gritou Peeta puxando Gabbe pelo braço, para tentar levar ela para fora do quarto.

— Solta ela Peeta! – mandou outro garoto querendo entrar na frente.

— Aqui quem são os idiotas são vocês... – Peeta falou, nesse momento eu já estava ficando atordoada.

— Qual é cara, por que você está agindo assim, está com pena dessa garota, não vai me dizer que está agindo assim porque gostou de transar com ela, se for isso, posso até te pagar mais! – disse o outro, ainda com o dinheiro.

— Porque você não pega e engole esse dinheiro ou não enfia ele naquele lugar! – Peeta rosnou.

Coloquei as duas mãos na cabeça, eu abaixei-a tentando raciocinar. Aquilo tudo havia sido uma aposta? Peeta havia apostado com esses idiotas? Seria isso?

Enquanto pensava, minha cabeça ainda girava, estava sendo dificil digerir o que estava acontecendo, Peeta ainda discutia com um dos garotos, porém, eu não conseguia escutar, minha cabeça estava girando e girando, e eu senti algo amargo na boca. Notei a aproximação de uma das garotas que até naquele momento não havia falado nada .Ela sorriu maldosamente e parou na minha frente, com os olhos brilhando de pura maldade.

— Você entendeu o que está acontecendo baranguinha? Seu querido Peeta, tá enganando você, sabe por que você está aqui na caminha dele? Porque os garotos duvidaram que ele conseguiria transar com você e apostaram duzentos dólares que ele não iria, idiota os garotos não é? Afinal, Peeta é muita coisa para você, nós aqui sabíamos que era só ele estralar os dedos que você estaria deitada na cama dele, logico você não perderia essa oportunidade, mas os garotos idiotas ainda duvidaram, acharam que você seria mais esperta e que ele não iria ter estomago, mas olha só, ele teve!

Eu discordei com a cabeça, ainda chocada, não podia ser, Peeta não faria isso, não o Peeta que eu conhecia, não o meu Peeta. Não o Peeta que amei todo esse tempo. Olhei para ele e vi que ele ainda falava com aquele garoto, olhei para os alunos, e vi que todos me olhavam com olhares de deboche. Levantei-me da cama, peguei o meu óculos no criado mudo e sai correndo de dentro do dormitório de Peeta, ouvi a voz de Peeta me chamando, mas não voltei, eu estava com raiva, decepcionada, desesperada e principalmente envergonhada.

Eles sabiam das mensagens, dos presentes, até mesmo do urso, Peeta deve ter falado tudo, Peeta deve ter zombado de mim, dos meus sentimentos, como fazia antigamente. Só assim, para ele ter mudado de atitude tão rápido.

Eu fui caminhando lentamente, ainda me segurando na parede para não cair, eu via tudo girando, então coloquei o meu óculos, mas a sensação ruim não passou, senti os olhos arderem e as primeiras lagrimas caíram. Então comecei a pensar: Como eles saberiam que eu estava no quarto de Peeta? Só se ele tivesse contado. Pela reação dele, talvez ele não esperava que os alunos fossem fazer isso, mas ele falou. Ele apostou. Só assim as coisas fariam sentido.

Entrei no dormitório, tranquei a porta, e encostei-me nela, agradeci em pensamentos por Annie não estar ali. Deixei o meu corpo deslizar-se pela porta, até cair sentada no chão, permiti que mais lágrimas caíssem, enquanto sentia meu coração estraçalhar em milhares de pedaços, meu estomago despencar em uma queda infinita. E senti aquela sensação, de que nunca mais teria coragem de sair dali, daquele dormitório, eu não queria mais ser humilhada, eu não queria mais ouvir aquelas risadas, eu não queria mais ouvir ou ver nenhum deles. Inclusive Peeta.

Eu não teria mais coragem de vê-lo nunca mais.

— Katniss, Katniss! – eu escutei a pior voz que eu podia escutar naquele momento, me chamando. Aquela voz fez todo meu corpo tremer. Meu sangue começou a esquentar, até o ponto de eu senti-lo ferver. – Katniss eu sei que você está ai, fala comigo, por favor!

Apertei os meus olhos fortemente, e mais lágrimas caíram, doeram o suficiente para eu sentir queimar minha pele.

A minha garganta queimou e eu entreabri os meus lábios, na tentativa de falar algo, mas nenhum som saiu a não ser o barulho da minha respiração aumentando, devido ao choro.

— Katniss... As coisas não aconteceram dessa forma, eu juro que foi um mal entendido, não é verdade, eu não sou o que você está pensando que eu sou... – ele iniciou, a sua voz até parecia desesperada. Mas talvez fosse desespero para querer esconder o quanto canalha ele havia sido.

— Você apostou Peeta? Existiu mesmo a história dos duzentos dólares? Vai, me fala!  – eu perguntei, ainda apertando os meus olhos e sentindo mais lágrimas caírem, meu coração disparou com medo da resposta, com medo da afirmação. Se eu a tivesse o que eu faria? Tudo o que acreditei eu veria ser desmoronado, as coisas acabariam. Aquele seria o fim.

— Katniss... – ele iniciou, porém logo em seguida se calou. Eu não tive a resposta. Em seguida, silencio. O silencio foi a única coisa que restou.

Peeta não confirmou, porém também não negou. Apenas foi embora.

Ás vezes as coisas não teriam acontecido como os alunos pintaram, mas mesmo que eu não quisesse, eu sabia que algo aconteceu, isso eu tinha certeza absoluta. Enquanto estava deitada na cama, sentindo todo o meu travesseiro molhado devido as lagrimas, eu pensava e pensava, meu cérebro tentava como um meio de defesa tentar achar alguma saída, tentar defender Peeta de alguma forma, novamente pintá-lo, coloca-lo como inocente, como vitima. Isso porque eu queria desesperadamente que as coisas não fossem dessa forma.

Peeta estava me escondendo algo, e esse algo era grave, grave suficiente para chegar a esse ponto.

Meus olhos grudaram-se na parede a frente, enquanto aquela cena horrível repetia-se em minha mente. Nunca tinha sido tão humilhada em minha vida, nunca tinha me sentido tão envergonhada em minha vida. As pessoas eram ruins, cruéis, debochadas. Eu não podia simplesmente fechar os olhos e fingir que elas não existiam, pois elas existiam, estavam perto de mim, estavam a minha volta o tempo todo. Porém, por muito tempo elas foram indiferentes, pois existia um muro muito alto que nos separavam. Podiamos estar próximos, mas parecia que vivíamos em mundos diferentes, eram como se eles estivessem no planeta terra e eu em marte. Mas agora, ao me relacionar com Peeta, eu percebi que ele destruiu esse muro, os colocou no mesmo mundo que eu, e eu cai de paraquedas na vida deles, e então, eu deixei de ser indiferente. Eles queriam definitivamente acabar comigo. Simplesmente por um único motivo: Porque eu era diferente.

E então, pela primeira vez eu comecei a ver que ser diferente era mais do que ruim, era péssimo. Pela primeira vez eu comecei a ver o quanto essas diferenças poderia me levar. E então me dei conta que eles não eram mais indiferentes para mim, eu os odiava. Mas ao mesmo tempo, pela primeira vez eu queria ser como eles.

Se eu fosse igual a eles, eu não estaria sendo machucada nesse momento, ninguém teria rido de mim, estar com Peeta não seria motivo de gozação. Peeta não teria brincado com os meus sentimentos, caso ele tenha feito isso mesmo.

Naquele momento, com coração quebrado, com a alma doendo e com sangue fervendo, completamente. Eu desejei, pela primeira vez. Ser igual a eles, estar do lado de quem machuca, e não de quem é machucada.

Sim, eu queria até mesmo ser que nem a Gabbe, para assim nunca mais, ninguém, exatamente ninguém, pudesse pisar em mim novamente.

E esse desejo, definitivamente, poderia mudar a minha vida. Para sempre. Esse desejo poderia ser exatamente o fim, sim, esse exato momento poderia ser o fim, o fim de Peeta Mellark e eu.

Continua...


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