Nosso pequeno mundo branco escrita por Yuro


Capítulo 2
A paciente impossível


Notas iniciais do capítulo

oie gente o/ demorei mais cheguei ^^
as imagens não vão necessariamente da kagome e do inu, algumas vão ter alguma coisa que eu achei meio ligada a psicologia para vcs analisarem :3
bem, sem mais enrolação, espero que gostem desse cap ^^
Ah, sim e um agradecimento a lu-nee que me ajudou a fazer o diálogo entre o Inuyasha e a Sango u.u



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Inuyasha on:

Imediatamente sinto minha curiosidade vindo a tona, quase ia dizendo um "sim", antes de me parar mordendo o lábio inferior. Aquilo era certo? Talvez eu não devesse saber... Mas eu que iria cuidar dela, tinha direito de saber coisas sobre ela, não...? Ah, dane-se, eu quero saber!

–Sim.- Deixei sair daquela vez.

–Certo. -Ela se apóia na parede branca do corredor, eu me apoio ao lado dela, meus olhos brilhando de ansiedade.- Kagome-chan chegou aqui a dez anos, era ainda uma criança, muito doce e gentil, pelo o que ouviu dizer. Desde que ela chegou mais de noventa e nove pessoas foram mandadas para cuidar dela, sem contar com você. Em questão de semanas ou até dias, todos eles iam embora sempre dizendo que aquilo era um caso incurável. A Kagome-chan tem algum tipo de... hábito, a cada pessoa nova que chega ela a desafia a um jogo de cartas. Tem algum truque... ela vira as cartas para a pessoa e parece que até agora, ninguém respondeu à aquele truque direito. Você é a centésima pessoa que cuida dela.

Estava de olhos arregalados, abri a boca e falei com a voz assustada:

–Dez anos? Noventa e nove pessoas?

–Sim... Kagome-chan passou grande parte da vida aqui...- O olhar de Sango fica triste.- Presa no meio dessas paredes, provavelmente nunca mais sentiu o sol diretamente... Isso é muito cruel...

–Com certeza...- Me lembrei de como ela olhava a janela. Ela deveria desejar ir para o lado de fora... Dez anos... Ainda não conseguia acreditar. Dez anos presa num hospício?! Nossa... Não consigo nem imaginar, ficar ouvindo aqueles gritos de lunáticos terríveis toda hora. Estremeço só de pensar naquilo. Kagome... - Ei...- Chamo a atenção de Sango.

–Hm?

–Você trabalha aqui desde quando? Kagome já estava aqui quando chegaste?

–Sim, comecei a trabalhar aqui dois anos atrás. Inuyasha-san, posso saber o porquê pergunta?

–Não é que eu queira me intrometer na sua vida, desculpa se a pergunta foi evasiva. A Kagome, ela já gritou alguma vez como eles?- Aponto com os olhos as portas que abafavam os gritos insanos.

–Não, nunca. Os médicos continuam dizendo que ela é incurável, isso não pode ser verdade, não é Inuyasha-san? Ela... ela não parece ter esquizofrenia. Como? Como eles podem dizer isso?

–Hm...

–Inuyasha-san?

–Não, eu acho que eles estão certos. Incurável? É o que dizem?

–Vo-você também...?

–Sango, não é? Também acho que é incurável, Sango, por que não achei nada que precisa ser curado... Ainda, ou seja não havia nada que eles podiam fazer. Hmmm... realmente nunca gritou... interessante!- Uma risada fraca coçou minha garganta.- Incurável... hum?!

Pude ver o rosto de Sango ficar vermelho, seu olhar gentil se tornar cortante.

–Você também... você está se divertindo? Se divertindo com a acusação de loucura dos outros?! Está de brincadeira?!- A voz suave dela parecia bem mais assustadora do que poderia imaginar. Ela piscou algumas vezes e perguntou em uma voz mais triste do que irritada.- E agora? Vai sair? Abandoná-la dizendo "Impossível! Incurável!", é isso? Também vai dizer que ela é louca? HEIN?!

–Não, você me entendeu errado. Espere, você acha correto disputar nos gritos com os pacientes?... Francamente... Quer que eu seja franco?

–Por gentileza.- Murmurou ela ainda irritada, controlando a voz.

–Ela não é louca. Não como os outros aqui, escute isso, alguma vez imaginou Kagome gritando assim, não parece do feitio daqueles olhos se submeter à isso.- Revirei as mãos de forma sugestivas no ar.

–E-espera. "Não é louca", isso... foi isso mesmo que você disse?

–Não é que ela não seja louca, eu quis dizer que esse caso não é esquizofrenia, mas com toda certeza ela não é normal.

–Não entendo você, Inuyasha-san. O que quer dizer?- Perguntou com rugas salientes na sua expressão.

–Hmmm... Não entende? Acho que somos dois.- Falei já andando para a saída do prédio, já estava sufocado e irritado com tanto branco.

–Inuyasha-san- A ouvi me chamar e eventualmente parei.- Isso quer dizer que vai cuidar dela? Por favor, por favor cuida da Kagome-chan!

–Até mais, Sango.- Acenei ainda de costas continuando meu caminho.

Não pude resistir aos pensamentos que arrombaram minha mente assim que eu pus meus pés para fora daquele prédio, todos ligados a aquela mulher de cabelos negros como nanquim. Olhando por cima do ombro encarei as janelas que em sua maioria permaneciam com uma cortina branca ocultando seu interior.

Menos uma.

Uma tinha uma figura magra e vestida de branco me encarando. Seus dedos finos e delicados como os de uma boneca de porcelana estavam colados no vidro. Seu olhar era desolado, desprovido de qualquer esperança ou vida. Mas vi um desejo queimando por trás daqueles olhos. Ela queria sair não era...?

Ela abriu a boca pequena e possuidora de lábios secos, gesticulando uma palavra que entendi perfeitamente.

"Desista".

Sorri de canto e como ela gesticulei com os lábios em silêncio.

"Nunca".

* * *

Saí do elevador, exausto, Kagome realmente tinha me cansado. Suspirei enquanto movia a chave, logo um clique é ouvido e eu empurro a porta, revelando um apartamento até que luxuoso.

–Tadaima...- Falo passando as mãos nos cabelos, guardando a chave e buscando com o olhar aquele chato do Sesshumaru.

Ué... Ele ainda não chegou? Penso quando não o encontro de primeira, vou andando pela sala, me jogando com tudo no sofá, jogando minhas coisas num canto qualquer.

–Quantas vezes eu já te disse para colocar suas coisas no devido lugar, seu hanyou imprestável? Fracamente... parece uma criança!- Diz aquela voz irritante e familiar.

–Ah, Sesshumaru, me deixa em paz hoje, estou exausto...

–Por quanto tempo você vai ficar agindo como um adolescente mimado? Você já tem 23 anos! Já é um adulto. Tem que ser mais responsável...- Dizia ele já começando com o blá-blá-blá, eu revirei os olhos.

–Já entendi, calma "mamãe".- Digo me levantando e pegando minhas coisas, as levando para meu quarto, voltando para a sala.- O que têm para o jantar?

–Nada, pensei em pedir uma pizza mesmo.

–Estamos vivendo de pizza e ramen instantâneo ultimamente...- Falo com uma gota na cabeça.

–Também, o que esperava de dois caras que nem sabem fritar ovo, idiota?- Diz ele ligando para a pizza.

Fico em silêncio vendo TV enquanto ele pedia a pizza, depois dele desligar o telefone ele senta ao meu lado no sofá:

–Então, como foi com a paciente do governo?

Sesshumaru era um médico renomado, eu estava acostumado a falar de meus pacientes com ele, mas daquela vez hesitei por alguma razão:

–Péssimo, acho que ela me odeia...

–Sendo você, isso é bem provável, seu sucesso com as mulheres é nulo.

–Ei...- Falo com uma veia saltando.

–Enfim, por que acha que ela te odeia?

–O olhar dela! Ela praticamente diz com os olhos "Eu te odeio, maldito, queime nas profundezas do inferno, lixo!".

–Não sei por que, mas gostei dela...

–Mais uma palavra e nunca mais vou te contar sobre meu trabalho!- Falo chegando no ápice da minha irritação.

–Mas me conte... ela tem o que?

–Dizem que esquizofrenia, mas tenho certeza que não é isso... Ela é completamente diferente de tudo que eu já vi...

–É?- Ele ergueu uma das sobrancelhas, curioso.- Me fale mais...

Fui contando para ele sobre nosso encontro e ele demonstrou a mesma curiosidade que eu por ela.

–Interessante... realmente muito interessante... Bem, certifique-se de cuidar bem dela.

–Hm...- Falei sem muito entusiasmo.

As pizzas e nós comemos elas inteirinhas, afinal, um hanyou e um youkai comem bastante... Fico vendo TV e lendo alguns livros até que o sono chegou e eu dei boa-noite para Sesshumaru, indo tomar banho.

Saio do banheiro com a calça folgada que usava para dormir e me jogo na cama, fechando os olhos. Pensamentos sobre uma certa miko invadiram minha mente, droga, até não estando aqui ela não me deixa em paz! Mas o fato dela não sair daquele prédio por tanto tempo me perturbava profundamente... Será que eu aguentaria ficar tanto tempo sem receber a luz do sol diretamente...? Mesmo se não era louca quando entrou lá, pode ser agora por causa disso... afinal, quem não ficaria? Mas lembrei-me do olhar firme e frio dela, não, ela não parecia ser uma pessoa que enlouqueceria por algo assim... Ela evidentemente não sofria de esquizofrenia, mas existia alguma coisa errada com ela, eu tinha certeza. No entanto...

Gostaria de ver um sorriso naquele rosto. Me surpreendo com meus próprios pensamentos. Mas eles eram verdadeiros, podia sentir no meu íntimo aquele estranho desejo. Estendo a mão para a cabeceira pego a pasta dela e encaro a foto dela. Imaginei aqueles lábios, que estavam naquela linha rígida, que não permitia nenhuma expressão além da indiferença, formarem um sorriso, e aqueles olhos sem esperança brilharem vivos mais uma vez.

–Linda...- Murmuro sem resistir ao imaginar aquela imagem. Coro levemente com aquilo, mas era verdade oras! Kagome não era feia na verdade... Só que aquela expressão fria nublava sua beleza, que devia reviver juntamente com sua vivacidade com um simples sorriso.

Pensei um momento, por fim, devolvi a pasta ao seu lugar. Estava decidido! Eu levaria Kagome para fora amanhã!

Com essa ideia fixa na mente eu lentamente me deixo relaxar nos braços aconchegantes do sono.


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Notas finais do capítulo

Foi isso, espero que tenham gostado ^^ incentivem essa aspirante a escritora com comentários ^^
Minha reflexão sobre a imagem:
Podemos ver a imagem sobre a superação do passado, ou quase isso. O céu está divido em duas partes, uma clara (a qual a mulher está se dirigindo), que pode significar o futuro, e a escura, no lado oposto, o passado. Uma coisa comum a esses dois lados, é a flores. Vemos que a hesitação em deixar o passado para trás, pois o corpo da mulher está voltado para o lado escuro, mas ainda podemos ver o desejo dela de seguir em frente, pois tem o rosto voltado para a parte clara, o futuro. O vento vem da parte escuro, o que pode significar que coisas do passado não deixam de gerar consequências no futuro.
Ou pode ser apenas uma imagem bonitinha. É uma possibilidade.
Adoraria saber o que acham dessa imagem, até ^^



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