A Escolhida escrita por Pharah


Capítulo 5
Cinco


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Então, eu sei que era pra ter postado no domingo, mas acontece que eu não consegui! Não, não foi por falta de tempo... Eu embalei no "Último Desejo", o primeiro livro da Saga do bruxo Geralt de Rívia (VIVA THE WITCHER ♥) e acabei com ele, e estou no segundo já.

Espero que não estejam querendo me trucidar, já que atrasei três horas e meia, apenas, hehehe. Espero que gostem!



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Uchiha Sasuke

Era Ascendente: Dois de outubro de 1523, Sexta-feira

— Vossa Alteza, acho que o seu guarda está lhe chamando. — escuto Sakura dizer para mim.

Sempre tive conhecimento de que quando uma pessoa está mentindo, ela tem algum tipo de tique nervoso, e isso não fora diferente com a garota dos cabelos rosas. Ela olha rapidamente para baixo e aperta suas mãos em seu vestido, como se de repente estivesse desconfortável com eles.

Tento ao máximo não demonstrar a raiva que cresce em meu peito. Sim, raiva. Sakura – aparentemente pela primeira vez – estava mentindo na minha frente. Na primeira vez em que nos vimos a analisei bem o suficiente para ter certeza de que ela queria ajudar-me, e parecia verídico. É claro que seus motivos são completamente desconhecidos por mim. Provavelmente algo idiota como conseguir poder, glória e riqueza. Não é apenas isso que as pessoas sem a verdadeira ganancia almejam?

Estreito os meus olhos para a garota, desconfiado de qual era o motivo daquilo, mas acabo assentindo.

— É, estou vendo. — o sarcasmo da minha voz é sutil. — Siga-me, Sakura, vou lhe mostrar o que havia dito.

Por cerca de meio segundo, observo a confusão no olhar da garota dos cabelos rosas, até que ela percebe o motivo da mentira.

— Mas já? — a voz da Yamanaka sai manhosa. — Depois apareça para conversar novamente comigo, Vossa Alteza.

Não respondo Ino, uma vez que a malícia implícita em suas palavras deixa-me levemente tenso. Vejo a reverência das duas loiras e limito-me a apenas virar as costas e ir em direção a um guarda qualquer com Sakura. Espero o tempo suficiente para ficarmos longe das duas – e de qualquer guarda – e paro bruscamente, fitando os olhos esmeraldas com uma certa desconfiança.

— Por que você fez isso? — indago sem delongas.

A Haruno dá um singelo repuxar dos lábios, formando um sorriso mínimo para mim. É evidente que eu a intimido, mas não me preocupo realmente com isso, afinal estou acostumado com as pessoas serem assim.

— Eu queria te ajudar... Vossa Alteza. — ela não olha diretamente para mim e tenho que dizer que isso é deveras irritante.

— Você não vai receber nada em troca. — acuso a garota, sentindo a raiva novamente dominar-me.

Não me dou o trabalho de esconder o estado de meu humor, até para ela ver que não estou de brincadeiras. Pouco importa a sua ajuda, tenho certeza que não fora por algum motivo nobre.

— Eu não quero nada em troca. — vejo uma pequena indignação em seu tom de voz? — Eu só queria reafirmar o que havia dito a Vossa Alteza ontem. Gostaria apenas de ajudar.

Ajudar? Por quê? Ninguém ajuda alguém com um status como o meu simplesmente porque é boazinha ou algo do tipo. Principalmente uma garota que está aqui com o intuito de ser minha esposa, afinal de contas, se ela não quisesse isso, poderia negar o chamado e continuar em seu distrito.

Confesso que fico surpreso, até porque eu não esperava essa conversa de novo, ainda mais quando deixei bem claro que eu não aprovara o seu intuito no dia anterior. Viro as costas e vou embora sem dizer nada.

A minha sorte é que ela não corre atrás.

.

.

Era Ascendente: Três de outubro de 1523, Sábado

— Sasuke... — algo em Naruto definitivamente está errado, porque ele nunca me chama pelo nome sem ter algum tipo de insulto no meio. — Qual é o seu problema?! Sinceramente... Ouso dizer — ousa? Naruto sempre ousa dizer besteiras, tsc. — que você é um completo babaca. — volta ao seu sorriso habitual com um resquício de zombaria. — Isso não é uma novidade para ninguém que o conhece, é claro.

O imbecil começa a rir como se fosse uma pessoa genuinamente engraçada, o que eu definitivamente não acho. Sei que sou um Uchiha, e sendo Uchiha não tenho um senso de humor alto, mas isso não implica que eu nunca fosse apreciar alguma piada. Aliás, a única piada que eu estou apreciando no momento é Naruto achar que faz piada.

Estalo a língua, demonstrando desgosto para o comentário inútil do loiro, que não passa despercebido por ele. Infelizmente.

— Eu estou falando sério! — exclama com exasperação. — Francamente... A coitada da menina salva você puramente sem nada em troca e você ainda larga a coitada sozinha sem falar nada? Não é assim que você deve tratar uma pessoa altruísta!

Não pude deixar de rir em forma de escárnio com o comentário do Uzumaki. Eu não deveria mesmo ter contado a ele sobre o dia anterior.

— Altruísta? — digo em meio as risadas, que logo cessam. — Pro inferno a Sakura e o seu altruísmo! — rebato com raiva e incrédulo por ele achar algo assim.

Até parece que uma pessoa que nem me conhece seria bozainha a ponto de querer ajudar alguém simplesmente porque sim. Ela queria fazer isso por algum motivo, motivo que eu não sabia ainda. Mas iria descobrir.

— Você não tem fé nenhuma nas pessoas? — o loiro indaga parecendo emburrado com algo.

— Eu não tenho fé no altruísmo. — corrijo-o. — Você acha mesmo que existe alguém assim? No mundo atual? Eu não sei o motivo que aquela garota tem para querer me ajudar, mas eu ainda vou descobrir.

— Suponho que não vá mandá-la embora até saber.

— Hn. — resmungo irritado pelo loiro descobrir o meu plano que agora não era mais secreto.

Ficamos em silêncio depois disso. É claro que um dos grandes defeitos do loiro é não saber de forma alguma apreciar o silêncio, então ele começa a rir de uma forma deveras bizarra.

— O que é? — indago irritado, porque o maldito não para de rir a mais de três minutos.

— Estava pensando... — uma novidade para mim, Naruto pensar. — Qual seria o motivo dessa Sakura querer ajudar você?

— Sei lá! — respondo irritado com o rumo da conversa.

O loiro sabe bem que eu não gosto de ficar sem respostas, coisa que está acontecendo neste exato momento. Vendo o sorriso debochado de Naruto, provavelmente viria uma resposta nada agradável para mim, também.

— Talvez ela te ama tanto que não aguenta...

Mas que diabos? Fuzilo Naruto com os olhos, praticamente explodindo de raiva e partindo para cima daquele idiota completo. Ele sabe muito bem que não lido bem com essas coisas de declaração e mesmo que isso fosse mentira – o que eu tenho a mais pura certeza de que é – não posso deixar de sentir-me desconcertado e tenso.

— Naruto... — solto um grunhido contido e vejo a palidez chegar no rosto do Uzumaki logo depois que para sua risada escandalosa.

E é bom que fique pálido, porque ele acabara de me fazer perder completamente a paciência.

♦♦♦

— Então quer dizer que eu não posso ver o meu primo? — a ruiva Karin observa o guarda chateada logo que saio dos aposentos do loiro. — Ah, boa tarde, Vossa Alteza! — ela faz uma reverência até a mim, mas não sorrio e nem respondo.

Não queria ser realmente grosso com a ruiva, uma vez que ela é uma das poucas das garotas que eu realmente apreciei a companhia no primeiro contato, mas as insinuações absurdas de seu primo havia tirado qualquer resquício de bom humor em mim por hoje.

— Imagino que Naruto tenha irritado muito a Vossa Alteza. — ela comenta com espontaneidade e um sorriso divertido. — Eu recomendaria que o açoitasse durante duas horas.

Obviamente, Karin havia feito apenas uma sugestão de brincadeira, mas não pude evitar de imaginar a cena do loiro sendo açoitado, o que melhorou – um pouco, apenas – o meu humor.

— É uma boa ideia.

O rosto da prima do loiro ilumina-se com a minha resposta e quase demonstro confusão sobre isso. Não é como se eu houvesse dito algo tão legal a ponto da sua felicidade ser tão grande... Garota estranha.

— É verdadeiramente uma coisa muito cruel eu não poder ver o meu primo... Mesmo ele sendo do jeito que é. — a menina comenta antes que eu pudesse ir embora.

Franzo o cenho da garota, vendo a decepção em seu rosto e abro um sorriso mordaz em sua direção.

— Não é crueldade, é igualdade. — respondo a garota que olha para mim com certa confusão. — Naruto sabe muitas coisas sobre mim.

Na verdade, não acho verdadeiramente que isso fosse fazer alguma diferença, até porque conhecendo o loiro, provavelmente ja havia contado tudo que sabia sobre mim a sua prima, visto o jeito que ela olhava para mim. Como se me conhecesse desde sempre. Só que eu não a conhecia, e isso é bizarro.

Enfim, quem havia proibido fora meu pai e eu não iria o contrariar por algo sem muita importância. Com toda certeza os dois não iriam morrer sem se verem por algumas semanas.

— Eu jamais faria algo assim, Vossa Alteza! — ela exclama contrariada com a situação.

Realmente, não acredito que Karin fosse utilizar algum conhecimento de Naruto – é até engraçado colocar Naruto e conhecimento em uma só frase – para conseguir ser minha esposa. Verdade seja dita, estou convicto de que não irei achar o "amor da minha vida", apenas quero uma mulher que viva em paz comigo e que tenha interesse e conhecimento em política, pois como rege as leis de Konoha, ela reinaria comigo.

De qualquer forma, não irei dizer isso a ela, até porque não é algo típico a se esperar de alguém como eu, um Uchiha.

— Como eu vou saber? — indago com um sorriso mordaz. — Eu não a conheço.

♦♦♦

— E então, o que exatamente eu vou fazer com você? — fito os olhos perolados de Hyuuga Hinata com certo interesse.

Jamais imaginaria que a garota fosse me procurar – é claro que conseguiria, tinha os devidos contatos até no palácio, como filha de uma família influente mundialmente – para dizer que não tinha o mínimo desejo de casar ou reinar Konoha.

Como sempre, a morena parece deveras envergonhada. Desembaraça os fios negros com reflexos azulados com os próprios dedos, um sinal claro de que está completamente acanhada e talvez até mesmo com medo de mim.

— E-eu não sei. — confessa a garota ainda não olhando em meus olhos, como eu faço com ela. — Sei muito bem de que a Vossa Alteza não tem o mínimo interesse em mim... E por ser recíproco eu decidi que iria contá-lo.

— Hn.

Não que eu fosse um homem de muitas palavras, mas a verdade explícita na face da Hyuuga havia pego-me desprevenido e honestamente não sei o que dizer no momento. Ela está certa, é claro, não havia aprovado o seu comportamento. Não é uma personalidade ruim, apenas não se encaixa nos padrões de uma pessoa que governaria um país. Como ela o faria se nem ao menos consegue olhar nos meus olhos sem gaguejar e ficar tão vermelha quanto a cor de seu sangue? No entanto, não poderia simplesmente mandá-la embora. Vindo de uma família extremamente poderosa em todo o mundo, poderia ser uma ideia péssima em mandá-la embora, ao menos tão cedo.

— Você sabe que não posso mandá-la embora agora. — contesto o óbvio e ela assente, agora parecendo um pouco mais relaxada.

— É verdade. — ela afirma dessa vez com palavras. — Eu entendo que com o poder que o meu pai tem, você não pode simplesmente me descartar. — vejo um resquício de amargura no tom de sua voz. — Só queria deixar claro a minha intenção, embora não tenha a vontade de sair do palácio por agora.

Olho para a garota meio confuso. Se ela não queria nada de mim, o que a prendia aqui? Com dois dias, não consigo imaginar que tenha arranjado algum tipo de amante.

— Por quê?

— B-bem... — dessa vez ela encara meu rosto, mas apenas por cerca de dois segundos. — Eu vivo presa em minha casa, e diferente daqui, não consigo conhecer ninguém. Sempre tive vontade de ter uma amiga. — seu rosto começara a ganhar uma cor avermelhada após confessar a falta de amizade. — É legal, para variar. Posso unir o útil ao agradável e dizer a Vossa Alteza quais garotas são fúteis e interessadas apenas no poder equanto fico aqui.

— E por que diabos, Hyuuga Hinata, você faria isso por mim?

— É apenas um preço a se pagar por continuar aqui... — ela diz com um sorriso pacífico.

— Hn. — compreendi o ponto de vista da garota, embora eu mesmo preferisse descobrir a índole das participantes.

É claro que eu não descartaria a opinião de uma Hyuuga. Embora fosse timida, claramente era perceptível a sua inteligencia, assim como os outros de sua família.

— Obrigada por escutar. — faz uma reverência desajeitada.

— E a sua irmã?

Não pude deixar de perguntar a morena. O que a família Hyuuga pretendia deixando duas herdeiras do líder no palácio de Konoha? Queria ele de toda forma ter algum tipo de influência por aqui? Isso, definitivamente, não é algo de meu agrado. Não poderia deixá-lo com raiva também, no entanto.

— Eu realmente não sei o que dizer. — ouço um suspiro pesado vindo de Hinata. — Meu pai não disse nada sobre isso, mas podemos somar um mais um e descobrir que ele quer uma filha governando Konoha.

— Eu não sou uma marionete do seu pai. — acabo pensando alto, tamanha a irritação que estou no momento em relação a Hyuuga Hiashi.

— Não, Vossa Alteza não é. E como a minha primeira dica sobre as garotas... Não confie em Hyuuga Hanabi. Ela é o fantoche mais flexível de meu pai. — a morena abaixa a cabeça tristonha.

— Entendo. Agradeço a sua dica.

— Até a próxima, Vossa Alteza.

Dessa vez ela não faz nenhuma reverência, e francamente, não dou a mínima.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem o que acharam! ♥ Kisses



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