A Escolhida escrita por Pharah


Capítulo 34
Trinta e quatro


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Demorei porque estava focando em outras histórias, afinal se eu avançar só nessa eu fico estagnada nas outras. Aproveitei o fato de estar na estrada viajando 1000km para escrever tranquilamente esse capítulo. Espero que gostem.



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Haruno Sakura
Era ascendente: sete de novembro 1523, Sexta-feira.


Embora eu estivesse surpresa com o chamado, não estava tanto quanto da primeira vez. Fugaku parece tão mal como antes, mas não aparentava tristeza ou melancolia. Seu olhar era sério, quase duro, e ele pede silenciosamente que eu feche a porta com as mãos. Faço o que o rei quer e sento-me em uma cadeira que há ao lado de sua luxuosa cama banhada a ouro. Ele pigarreia uma vez, para que engrosse a voz, eu imagino, e volta a olhar para os meus olhos. É difícil segurar o olhar para alguém poderoso como ele, mas consigo com um certo esforço. Não sei porque, mas ele sorri.
— Quero que você fique de olho no Sasuke na viagem.
Viagem? Eu nem sabia que haveria uma. Sasuke não nos disse nada, embora eu havia percebido que, de fato, ele parecia muito ocupado esses dias. Acho que minha expressão demonstrou a falta de conhecimento, pois Fugaku retoma a falar.
— Jamais diria um segredo de Estado, mas você já está envolvida. — ele se justifica. — Sasuke e todas as candidatas irão até o Reino de Suna.
Ele não precisa falar mais do que isso. Já consigo imaginar o que viria a seguir. Uma proposta de amizade de reinos quase irrecusável para o Rei Gaara, dizendo sobre a importação de escravos que o Rei Orochimaru fazia no território de Suna em segredo. Jamais imaginaria que eu fosse até lá ou o próprio rei fosse me falar algo sobre, no entanto.
— Os escravos... Os rebeldes e espiões conseguiram uma prova?
— Sim. Embora não tenha demorado, fora deveras complicado convencer alguém a falar.
Tinha que ser feito, é um fato. Precisávamos parar com a ação dos rebeldes, que poderia acarretar em uma guerra. Mas parecia estranho contornar a situação dessa forma.
— Eu entendo que deve ser feito, mas não faz muito sentido contornar uma guerra colocando um pé em uma outra.
O sorriso satisfeito de Fugaku me confunde. Não é possível que um rei com boa reputação gostasse de entrar em guerra. Ou talvez ele estivesse feliz pela minha percepção.
— Sasuke tem pensado todos esses dias mas não pensou nessa possibilidade ainda. E você faz com uma facilidade que machucaria o orgulho dele.
— Mas é um fato, majestade. Duvido muito que o Rei Gaara vá simplesmente romper as ligações com o reino de Orochimaru e deixar de lado o que ele fazia com o povo do país. E pra provar a lealdade da parceria ele vai pedir um reforço de Konoha.
— Sem dúvidas. Mas isso tudo é hipoteticamente falando, já que não sabemos sequer se ele vai ter uma audiência com Sasuke. Ele pediu especificamente para falar comigo.
Seria um tanto difícil locomover um rei adoentado. Isso também não faria nada bem a sua saúde. Como eles convenceram Gaara a acreditar que o rei não podia sair do país?
— Com a verdade. — ergo a sobrancelha, já que ele praticamente leu os meus pensamentos. — Dizer o caos interno do nosso país é mais uma prova de que queremos a amizade, além de contar a situação terminal em que estou. É tudo muito difícil, entretanto. O avô de Gaara, Rasa IV, matou a maioria dos Uchiha.
Fico surpresa com o que ele diz. Sim, eu sabia que havia tido uma guerra. Não, eu nunca tive detalhes. Não estudei em uma escola e não tive muito conhecimento por isso. E sobre o rei estar em estado terminal... Eu não fazia ideia. Tsunade deveria estar aqui pra isso, afinal. Sasuke devia estar enlouquecendo. Mas antes que eu possa perguntar mais sobre a guerra passada e se Fugaku se lembra ou presenciou algo, além do seu estado, alguém bate na porta.
— Sasuke. Você não pode ser vista por ele. Vá para dentro do guarda roupa.
— O quê?! — exclamo, estupefata.
— É uma ordem do rei. E fique com essa carta. Você saberá quando será a hora de dar a ele.
A hora seria quando o rei morresse. Ele não precisou me dizer isso, estava implícito no seu olhar. Não dirijo a ele um olhar de pena, isso iria o enfurecer. Então entro em seu enorme guarda roupa, antes que Sasuke apareça e estrague tudo.
Escuto alguns passos dentro do quarto, mas não consigo ver nada além da escuridão dentro do guarda roupa. Sasuke aparenta sentar na mesma cadeira em que eu estava segundos antes.
— Desculpe a demora, estava arrumando alguns papéis. — Sasuke justifica ao rei.
— Na verdade você chegou cedo.
Talvez o rei tivesse mais a falar comigo, mas como irei saber? Não posso perguntar agora, certamente seria um problema.
— Então, o que queria comigo? — apesar de não ver o rosto de Sasuke, sei que essa indiferença é apenas uma fachada que não chega aos olhos.
Ainda mais agora que seu pai têm os seus dias contados.
— Você vai viajar amanhã para Suna. E levará as garotas.
— O quê?! Ficaste maluco?!
— Posso estar doente mas ainda tenho uma experiência e sabedoria superior a sua, moleque. Respeito, eu ainda sou o rei.
— Mas qual o sentido de levá-las?
— Uma delas governará o país. Essa é uma boa oportunidade para que a futura governadora cresça.


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— Uau, fico doente e assim que melhoro já recebo a informação de que vamos viajar! — Ino aparenta estar mais magra e pálida, mas dá pra ver a animação crescente em seu rosto com a viagem.
O próprio Sasuke havia aparecido nos contando, horas depois da conversa com o seu pai, que ouvi tudo. E por ter escutado, pude captar a insegurança na escolha do pai. Mas ele seguiu com a ideia, sem contestar demais. Fugaku é o rei, afinal. Ele não precisa convencer ninguém, é o soberano.
— Mas temos de concordar que é um pouco estranho. A viagem é muito repentina. — o comentário de Tenten é correto.
O que não quer dizer que eu vá falar que sei do que se trata. Hinata e Hanabi também sabem e assim como eu ficam quietas.
— Talvez eles apenas não acharam necessário contar para nós mais cedo. — Karin dá de ombros, sem se incomodar com tudo isso.
— Eu não sei não... — Tenten diz ainda desconfiada.
As garotas continuam a prosear sobre a viagem. Não presto muita atenção até porque o rosto de Temari é pura tensão. Observo gotículas de suor no seu rosto e uma respiração descompassada. Não parecia passar mal de alguma doença ou injúria, contudo. Penso em perguntar, mas me lembro que não sou realmente amiga da menina e isso seria um tanto quanto invasivo.
— Sakura-san. — a voz decidida de Hinata interrompe meus pensamentos sobre Temari. — Eu não vou. Já conversei com o príncipe.
Confesso que fico surpresa com a notícia. Sei que Hinata não tem interesse no trono, mas não esperava que ela fosse sair do palácio tão cedo.
— Vai sair do palácio?
— Muito pelo contrário, vou ficar. Acho que uma Hyuga será uma boa ajuda para segurar as pontas. O rei parece indisposto por muito tempo, as pessoas comentam.
— Mas o que as garotas vão pensar?
— E elas tem que pensar algo?! — a voz debochada de Hanabi intromete. — Nenhuma delas tem a necessidade de saber nada.
— Sim, eu sei, mas pode parecer suspeito.
— Não se Hinata for mandada embora. — Hanabi dá de ombros.
— Se ela for mandada embora como vai ficar no palácio?
— Ficando?
Respiro fundo para não gritar com a garota. Sei que ela é irmã de Hinata e pode ser uma pessoa assustadora, mas não quer dizer que eu vá concordar com sua personalidade insana e debochada. A Hyuga mais velha percebe o meu mau humor e decide intervir.
— Ninguém precisa saber que eu vou ficar aqui, Sakura-san. O palácio é grande, e tenho meus contatos.
— Que bom que vai ficar, então. Naruto vai ficar solitário, sabe.
Hinata solta um silvo quando escuta o que digo. Ela quase engasga com o próprio ar logo depois, o que atrai a atenção das outras garotas. Hanabi revira os olhos, achando tudo muito exagerado, e vai embora.


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Foram dois dias cansativos de viagem. As garotas continuavam a comentar o motivo da viagem, mas nenhuma chegou perto do real motivo. Toda vez que comentavam eu via o sorriso sarcástico de Hanabi, como se estivesse zombando mentalmente das garotas pela falta de conhecimento. Não é como se fosse culpa delas, no entanto. Como poderiam saber? Sasuke explicou muito brevemente que iriam fazer uma visita diplomática a Suna e iria nos levar para um aprendizado.
Quando chegamos a capital de Suna, não ficamos instaladas no palácio. É claro que também não fora em um lugar ruim. A melhor estalagem do país está a nossa disposição, o que deixa as garotas agitadas e felizes. O local tinha águas termais devido a um vulcão próximo, o que me surpreende um pouco. Pensei que em Suna não tivesse tanta água, mas não era tão exagerado como comentado. O solo era pobre sim, não vi nenhuma plantação em lugar nenhum, e era de uma areia seca, diferente de Konoha, que o solo continha uma terra amarronzada e bastante úmida.
— Mal posso esperar para entrar nas águas termais! — Ino exclama, satisfeita. — Depois dessa viagem, é tudo que preciso.
— Eu... Acho que conheço esse lugar. — Temari não diz para ninguém em especial, parecendo muito confusa.
Mas ninguém da atenção ao seu comentário. As garotas parecem mais animadas para tomar um longo e gostoso banho para compensar dois dias de viagem consecutivos. Assim que possível, as garotas entram animadas para as águas termais. Não fico tão animada assim; nunca fui nenhuma, e preferia ter a oportunidade de experimentar sem muitas meninas falantes ao meu lado. Fico no quarto que nos disponibilizaram, pensativa.
— Não vai? 
Hanabi olha para mim, um pouco surpresa. É uma das poucas vezes em que não vejo um brilho de maldade no seu olhar, mas isso não dura muito tempo.
— Acho que a minha cabeça está mais ocupada em pensar no que vai acontecer entre o Sasuke-kun e o Rei de Suna.
— E aquelas garotas irritantes apenas atrapalharia o seu raciocínio?
Eu não colocaria dessa forma, principalmente no tom de voz que a Hyuga mais nova utiliza. Mas é basicamente isso. Não nego, sem forças para suportar o seu sorriso satisfeito de sucesso ao irritar alguém. Então apenas assinto, quieta.
— Eu acho que o Rei Gaara vai escutar. — ela diz sem que eu pergunte. — A curiosidade fala mais alto. Porque o príncipe de Konoha viria pessoalmente até aqui, tão pouco tempo depois de uma guerra entre os dois países?
É estranho dizer pouco tempo, pois são cerca de quarenta anos, pelo que sei. Mas para a história, isso não é nada.
— Não só por isso. — retruco, apenas para contrariar. — Um rei também tem seus defeitos. A maioria se sente superior e não saber algo afeta o ego.
Ela ri. Uma risada baixa e contida, mas ainda sim uma risada.
— Ah, com certeza. Qualquer realeza que descobre algo debaixo do seu nariz fica muito afetada.
As vezes me esqueço que Hanabi também faz parte da realeza do país do Arroz. Embora não seja candidata ao trono, pelo que sei. Seu sorriso amargurado me faz pensar no porquê dela dar tanta certeza, algo pode ter acontecido. Mas mais uma vez, como penso nas atitudes de Temari: isso não é da minha conta. Talvez, apenas talvez, se fosse Hinata eu perguntaria sobre.


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As garotas não saíram cedo das águas termais. Logo depois do comentário suspeito, Hanabi vai até lá e fica por um bom tempo, ainda que tenha alegado que as garotas são irritantes. Já é noite quando todas saem de lá, e é exatamente nesse momento que decido conhecer a sensação de entrar em uma terma. É um pouco constrangedor retirar toda a minha roupa; ainda bem que não havia mais ninguém lá. Mas quando coloco os pés na água esqueço de todo o meu desconforto. A temperatura é perfeita para o vento gelado da noite de Suna. Embora o país fosse calor pela manhã, suas noites são rigorosas. Solto um suspiro que não consigo conter e fico um bom tempo relaxada debaixo da água.
Quando finalmente saio do banho me sinto renovada. Se eu fosse velha, diria que fiquei dez anos mais jovem. Meus músculos não estão mais rígidos da viagem e minha pele fica mais macia. Coloco um kimono separado para mim, e me sinto bem confortável com ele. A vestimenta é um tom esverdeado, um pouco mais escuro que os meus olhos. Talvez a cor fora escolhida exatamente por isso.
Assim que saio do local, encontro Sasuke, que por coincidência também está saindo das ternas masculinas. Seu kimono é tão majestoso como deveria ser. Ele é de um tom azul escuro, bordado em suas costas o leque vermelho e branco, o símbolo da família Uchiha.
— Sakura. Ainda acordada?
— Acho que perdi a noção de tempo lá dentro. — confesso, tímida. — Mas entrei lá mais tarde também. Queria um pouco de privacidade.
— Entendi. Está com sono?
— Não.
— Venha comigo, então.
Sasuke me leva até o quarto onde ele está hospedado. O quarto em que fico com as garotas já é luxuoso, mas parece infinitamente simples perto do qual Sasuke se instala. Ele é maior, ainda que seja apenas para uma pessoa, e há uma cama enorme e bem ornamentada, diferente do nosso, que são apenas futons confortáveis. O quarto da estalagem possui um guarda roupa de mogno muito bem lustrado e maior do que deveria ser para uma estadia curta, mas imagino que seja apenas para deixar o quarto cor creme ainda mais apresentável.
Sei que não é realmente o quarto dele, mas me sinto tímida aqui. Como se fosse algo muito íntimo. As coisas de Sasuke estão todas ao lado do guarda roupa. Não parecem ser muita coisa, o que fico ligeiramente surpresa e um pouco aliviada. Não passaríamos muito tempo aqui.
— Hanabi fez um comentário pertinente hoje mais cedo. — eu quebro o silêncio, contando isso.
Sasuke apenas ergue a sobrancelha, intrigado, sem demonstrar uma reação mais exagerada de surpresa. Ele se senta no sofá acolchoado vinho que também reside o quarto, e me indica gesticulando para eu me sentar ao seu lado. Faço o que ele pede, ainda tímida.
— Prossiga.
— Gaara vai escutar mesmo que não seja seu pai. A curiosidade vai falar mais alto, e o egocentrismo também.
— Também penso nisso. _ ele afirma, convicto. — Mas não consigo tirar da cabeça de que algo está errado.
Sua feição é de pura preocupação. E sei o motivo dela, ainda que Sasuke não me diga. É seu pai, com certeza. Talvez ele estivesse confundindo as coisas. O que poderia acontecer de errado é sobre seu pai e não no encontro. O Rei Gaara não iria ser um perigo, ainda que ele não concordasse em formar uma aliança, quaisquer sejam seus motivos. Ele não iria caçar guerra com Konoha, principalmente porque muitas pessoas deveriam se lembrar da passada. E o nosso país venceu, ainda que com muitas baixas.
— Sasuke-kun, tens que relaxar. Sua preocupação não vai fazer com que deixe de acontecer algo de errado, isso é uma certeza.
— Humpf, é fácil falar.
A resposta dele me lembra a de uma criança teimosa e não consigo segurar a risada. Seu rosto emburra com a minha reação, mas ele não diz nada e realmente não parece estar com raiva, de fato.
— Vai dar tudo certo. — afirmo. — Se o rei de Suna não estivesse interessado ele não iria propor um encontro. É um fato.
— É.
Sasuke parece aéreo, ainda preocupado. O que me dá a certeza de que os seus pensamentos estão em seu pai e não no encontro burocrático. Quero dizer algo a ele, mas Sasuke não sabe que sei. E poderia achar suspeito, talvez. Também não quero quebrar a promessa que fiz com o rei Fugaku. Dou um sorriso sincero para Sasuke, apesar de tudo, e aproximo dele. É engraçado, porque do jeito que eu chego perto, ele parece achar que vou beijá-lo, mas não é o que eu faço. Coloco as minhas mãos em sua cabeça e o puxo para o meu colo. A expressão de surpresa de Sasuke é fofa, mas ele não diz nada, demonstrando confiança e que somos mais íntimos do que eu pensava, afinal.
— Sakura, o que você está fazendo? — sua voz sai desconfiada, mas ele não se move nem um centímetro.
— Ajudando você a relaxar. — falo a verdade.
Coloco as minhas mãos em seu cabelo, e me surpreendo o quão macio ele é. Por ser arrepiado, pensei que fosse mais áspero... Ele fecha os olhos enquanto fico massageando a sua cabeça. Sasuke parece em paz; e é exatamente aí que penso que ele também não teve muitos momentos de afeto familiar como eu. Teve seu irmão e ainda tem seu pai, mas não houve uma mãe para colocá-lo em seu colo em um momento de tensão ou tristeza. Sinto a vulnerabilidade em sua expressão e fico realmente feliz do meu amor preencher ele de alguma forma. Em poucos minutos sua respiração fica estável, demonstrando que ele adormeceu. Não deixo a oportunidade passar e dou um casto beijo em sua testa.

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Assim que amanhece, eu acordo na cama confortável do quarto de Sasuke. Tenho a consciência de que não adormeci lá, o que me faz ter a certeza de que ele havia me deixado dormir em seu quarto. O lado esquerdo da cama não está uniforme, o que me deixa ter mais uma certeza: Sasuke dormiu ao meu lado em uma parte da noite. Com o rosto quente, vou até o quarto das garotas, que já estão acordadas.
— Sakura. Onde estava? — Karin me olha desconfiada.
— Andando por aí. — falo meio vaga.
Ela continua a me olhar ainda desconfiada e não deixo de perceber o rosto debochado de Hanabi, e leio os seus lábios dizendo sem som algum algo como: kimono da noite anterior. Desvio o olhar, envergonhada. Ela sabia. Não sei como, mas sabia.
Tivemos de nos arrumar bem rápido para uma audiência com o rei de Suna. Fico surpresa por todas nós sermos convidadas, mas acredito que seja apenas no início, como uma cortesia social. Temari ainda está pálida e nervosa e se veste com facilidade. As vestes de Suna são próprias para locais quentes e desérticos. Demoro cerca de cinco minutos para entender como enfiar nas vestes que se denominam djellabas. Elas são de algodão e de cores distintas para cada garota, largas e compridas, como uma espécie de robe que protege tanto do frio quanto do calor. Uma cinta cintilante é usada na cintura, deixando as djellabas com bordados ainda mais luxuosas.
— Estão prontas? — uma criada de Konoha nos pergunta, assim que estamos todas já bem arrumadas.
Assentimos para ela, ansiosas, e todas vamos em direção à saída do estabelecimento. Sasuke nos espera, mas diferente de nós, usa ainda um Kimono com o leque dos Uchiha nas costas. Dessa vez, o kimono é vermelho e de um tecido nem leve nem pesado, mas que não consigo identificar sem tocar. O símbolo em suas costas é mais majestoso que a da roupa do dia passado, e seu rosto parece mais tranquilo que ontem, embora demonstre sua imponência. Andamos todos a pé até o palácio, com exceção de Sasuke, que cavalga de vagar em um cavalo negro com longas crinas.
Quando finalmente chegamos no palácio, sinto um alívio grande. Já estava com tanto calor que poderia fritar uma boa quantia de ovos se colocassem eles em minha cabeça. As meninas também parecem aliviadas, já que muitas suspiram. Um mordomo idoso nos comprimenta com um sotaque forte e somos direcionados até um enorme hall do palácio. Há vários guardas em cada parte próxima a parede nos olhando com cautela.
— Minha nossa. — esse é o comentário de Ino assim que ela avista o rei.
Não há como confundí-lo com um guarda. Sua roupa é avermelhada assim como a de Sasuke e ele está com uma coroa de ouro em sua cabeça, sentado em um trono, de pernas cruzadas. Uma de suas mãos é vista arrumando rapidamente os cabelos avermelhados e ele sorri cordialmente para todos nós, nos fitando com os seus olhos cheio de maquiagem. O rei Gaara deve ser considerado uma pessoa muito bonita, mas fico incomodada ao constatar que ele não possui sobrancelha nenhuma.
— Sejam muito bem vindos ao meu la- — mas ele mesmo interrompe a própria frase também carregada de sotaque, direcionando os olhos arregalados para uma pessoa em especial. — Temari?!
Gaara, que segurava uma taça de vidro em sua mão, a deixa cair, estupefato com a garota que está entre nós. Todos olhamos para Temari, que fica mais pálida que nunca. Antes que ela diga alguma coisa, Temari se desmancha no chão, desacordada.
 


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Notas finais do capítulo

Já tenho o plot Temari e Gaara na cabeça. E vocês, tem alguma ideia do que pode ser? Comentários são bem vindos. ❤



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