A Escolhida escrita por Pharah


Capítulo 2
Dois


Notas iniciais do capítulo

Ei gente! n_n' Eu sei muito bem que eu demorei demais, mas prometo que isso não vai se repetir. Na verdade, eu estava terminando uma outra história minha SasuSaku e decidi dar prioridade a ela, e por isso não tinha feito outro capítulo dessa história... Mas não vai ser mais assim, eu prometo! Bom, eu estou pensando postar um capítulo a cada duas semanas ou semanalmente (ainda estou em dúvida) mas não irá demorar mais do que isso, combinado? Espero que ainda tenham pessoas acompanhando! Hahaha. Espero que gostem.



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Haruno Sakura

Era Ascendente: Trinta de Setembro de 1523, Quarta-feira.

Ainda não estava realmente acreditando no que havia acabado de acontecer. Não é todo dia em que você está colhendo frutas para ter comida em casa – infelizemente o distrito vinte e dois é um dos mais pobres – e de cara encontram os guardas do duque responsável pelo “Vinte e Dois” a sua procura. Eles olham-me como se estivessem analisando algo em mim, deixando-me deveras incomodada e sem graça.

— Você é realmente Haruno Sakura? — um deles me pergunta com um semblante sério, o que me irrita.

Estreito os olhos e respiro fundo para não chutar os traseiros dos dois guardas cretinos que ainda continuam a olhar para mim de um jeito intimidador e descrente. Por acaso a dupla de idiotas trogloditas tinham algum tipo de problema nos ouvidos? Cruzo os braços depois de franzir o cenho e fito os olhos do guarda com o porte maior, que nesse momento ajeita a armadura prateada de aço que cobre o seu peito.

— Até onde lembro-me, o meu nome continua sendo esse. — dou um sorriso cínico para os dois que parecem não gostar da minha pequena brincadeira.

— Se eu fosse você guardaria essa sua língua afiada... Principalmente para onde vai. — o outro ri do comentário de uma forma bizarra e isso faz com que eu tenha calafrios.

Por Thor, Odin e todos os seres divinos de Asgard! Do que diabos os dois estavam falando? Para onde eles iriam me levar? A curiosidade começa a aumentar em balanço com o medo que ainda continua a deixar-me trêmula e ainda mais pálida do que já sou atualmente – o mais estranho é que eu pego sol todos os dias, mas parece não adiantar muita coisa – e isso parece deixar a dupla imbecil de guardas satisfeito. Um deles puxa a minha mão com uma força desnecessária – qual é, posso bem ser uma reles camponesa, mas sou uma dama, também – e guia-me até a casa do duque.

E foi assim que eu descobrira que estaria a caminho do castelo da Vossa Majestade...

Era Ascendente: Primeiro de Outubro de 1523, Quinta-feira.

— E então, como exatamente vocês acham que o príncipe é? — uma garota de porte alto, cabelos chocolates em dois coques, um sorriso animado indaga para todas as participantes.

Decido que com mais vinte garotas para dar atenção a menina – que descobri mais tarde chamar Tenten – não há necessidade que eu responda a sua pergunta, embora eu realmente uma enorme curiosidade sobre a personalidade do príncipe Sasuke. Desde quando eu me lembro, havia visto ele apenas duas vezes em meu distrito... E ele sempre pareceu ser uma pessoa triste e solitária, com um olhar vazio, como se não tivesse mais alma nenhuma dentro dele. Não posso culpá-lo, é claro, porque sua mãe havia falecido em seu parto e algumas pessoas poderiam culpá-lo por isso – por mais que horrível fosse – e assim ele sentiria uma culpa desnecessária nas costas. Perdeu o irmão mais velho cedo, e agora o seu pai parecia bastante adoentado... Fico imaginando como está o estado mental da Vossa Alteza e eu, que sempre quis ser uma curandeira – e por isso tenho a necessidade de querer ajudar todas as pessoas ao meu redor – penso se por agora teria alguma coisa a fazer ao menos para confortá-lo ou fazê-lo esquecer um pouco da sua enorme dor.

— Bom, sabemos que ele é incrivelmente gostoso. — algumas garotas deram risadas abafadas pelo comentário de uma garota loira dos olhos azuis – incrivelmente bela – que usava um rabo de cavalo alto em suas enormes madeixas.

— N-não acho que foi isso que a Tenten-san quis dizer... — ouço a voz fraca e gaguejada de uma garota dos olhos perolados e cabelos azulados dizer.

A loira olhou com certo desdém para a menina, provavelmente pensando algo como se ela não tivesse chance para tornar-se a noiva da Vossa Alteza, coisa que ela não poderia saber sem conhecê-lo pessoalmente. Ela torce os lábios num sinal de desgosto e coloca as mãos em sua cintura, analisando a pobre garota acanhada.

— Ela não especificou em qual quesito gostaria de saber sobre o meu príncipe. — ela respondeu com um sorriso vitorioso. — Então, poderia assumir que ela quis dizer tanto sobre a aparência quanto a personalidade. E posso garantir a você que a sua aparência com toda a certeza é o que mais chama a nossa atenção... Tirando o fato de ele ser O príncipe que quase está virando o rei...

A menina se encolheu ainda mais com a resposta da loira – que agora observava o hall do castelo em que nos deixaram para resolver algumas coisas sobre os nossos quartos, pelo que ouvi os empregados dizerem – e decidiu deixar a conversa por assim mesmo. Sinceramente, o jeito que a garota tratou a menina dos olhos perolados fora um pouco rude, embora isso não seja da minha conta. Não acho realmente que seremos boas amigas, caso fiquemos muito tempo no castelo.

Por falar nisso, ainda não sei realmente o que estou fazendo aqui... Nem ao menos pude despedir direito de meus pais. Bem, não que eles realmente se importem com isso. Mebuki e Kizashi parecem ver-me como um objeto que apenas os dará mais comida para a casa... E agora que estou aqui no castelo, há a chance deles ganhar ainda mais do que isso. Fecho os olhos numa tentativa de tirar os meus pais dos meus pensamentos e consigo fazer isso. Agora o foco deveria ser o príncipe.

Sinceramente, não penso que realmente queira casar com ele. Quero dizer, eu não o conheço e pelo que eu saiba, a única coisa que nós camponeses temos de bom é ter o livre arbítrio de escolher o pretendente. Mas eu quero ajudá-lo. Aquela expressão vazia não é algo normal, e ninguém merece ser triste como ele parece ser. Então acho que vou me esforçar para continuar aqui... Porque eu conheço esse sentimento, e ele me mata um pouco a cada dia que se passa.

— Agora iremos começar a chamada para todas as candidatas conhecerem a Vossa Alteza. — diz um dos empregados do castelo que acaba de entrar no hall vestido com roupas bem mais elegantes que a maioria das candidatas, visto que a maioria não parece ter uma fortuna grande. — Distrito um: Mitsashi Tenten!

A morena animada dos coques começara a ficar visivelmente nervosa, mas ainda sim fora até um dos empregados, que parecia guiá-la até o local onde o príncipe encontrava-se. Escutei vários cochichos e uma das participantes – ruiva e com óculos da cor de seu cabelo fogo – pigarreia, chamando a atenção de todos.

— Mas nós teremos que conhecer a Vossa Alteza sem ao menos nos arrumar? — ela indaga parecendo um pouco indignada – ou talvez preocupada? – para todos os presentes. — Nem todo mundo aqui tem dinheiro o suficiente para poder ficar elegante diante ao príncipe.

A fala da ruiva fez com que deixasse as outras concorrentes ainda mais nervosas e algumas um pouco afobadas. Muitas utilizavam vestidos amassados, sujos – alguns até meio puídos – e isso poderia realmente afastar o interesse do rei. Entendi o que a menina quis dizer, e de certa forma do jeito que estava seria um pouco injusto.

— Isso foi um pedido da Vossa Majestade, não podemos fazer nada sobre isso. — um dos empregados nos dissera, deixando todas nós apreensivas.

♦♦♦

— Distrito vinte e um: Hotaru Katsuragi! — a penúltima aspirante a princesa sai do hall, deixando-me sozinha lá.

É claro que isso me faz ficar um pouco mais nervosa. Eu seria a última, e o príncipe Sasuke estaria cansado e provavelmente não daria muita atenção a mim... Como eu ajudaria assim? Isso se ele ao menos quisesse ajuda, embora eu fosse tentar mesmo que ele me repudiasse.

Não sei exatamente quanto tempo depois se passara até que finalmente meu nome fora chamado. Talvez fosse menos do que parece, levando em conta que estou genuinamente nervosa e não sei realmente como comportar diante da realeza. Ando por diversos corredores longos – mas estreitos em relação ao hall em que eu estava – e depois de alguns minutos finalmente paro diante de uma porta de mogno com alguns detalhes em dourado – ouro, talvez.

Após o empregado bater a porta, ele a abre sem ao menos escutar um pedido de entre – um pouco peculiar – e ele gesticula para que eu adentrasse no cômodo. Como uma pessoa normal, é claro que eu tropeço logo depois que entro no enorme lugar e ao tentar fechar a porta falho miseravelmente.

— Você não precisa fechar a porta, os guardas já irão fazer isso. — escuto uma voz rouca dizer atrás de mim, provavelmente o príncipe, embora ele esteja um pouco longe para ter a certeza.

— Oh, sim, desculpe. — eu digo e abaixo a cabeça ficando nervosa.

Estaria ele irritado com o meu comportamento? Bem, espero que não. Ando em direção até ele – que parece mesmo ser o príncipe, já que está em uma enorme poltrona vermelha com detalhes em dourado. Quando chego até ele, faço uma reverência meio atrapalhada e escuto um baixo “sente-se” vindo dele e obedeço. Vejo que ele me analisa com os seus olhos dos orbes negros como a pedra ônix, o que me deixa um pouco desconcertada. É claro que o fato da sua aparência ser extremamente chamativa e agradável para os olhos de qualquer mulher também não ajuda em nada. É a primeira vez que vejo um membro da realeza com os cabelos atrapalhados – nas duas vezes em que havia o visto, fora na infância e ele não tinha os cabelos assim – mas isso estranhamente o deixa ainda mais irresistível. Tento não olhar tão descaradamente para ele, porque isso seria falta de modos perante o príncipe.

— Então... Haruno Sakura. — o vejo lendo um papel que há poucos segundos estava na mesa na direita de sua enorme poltrona. — O que te faz pensar que pode se tornar a minha esposa?

É... Aquela pergunta quase fez o meu queixo cair e sinto as minhas bochechas queimarem. Eu jamais imaginaria que o príncipe seria tão direto... Embora provavelmente a essa altura do campeonato ele estivesse deveras cansado de ver mais uma garota. Provavelmente isso ajudava mesmo, porque sua expressão parece de puro tédio e há um quê de desconforto na situação. Talvez ele não concordasse com esse método? Bem, eu que não iria perguntar. E o que eu poderia dizer a ele? Talvez sinceridade ajude.

— Eu realmente não sei sobre isso. — falo para ele dando um sorriso como desculpas e ele arqueia a sobrancelha. — Mas eu gostaria de ajudar você, quer dizer, a Vossa Alteza. — que ele não se irrite com o meu descuido com as palavras.

Acho que o deixei curioso, ou ao menos intrigado, porque ele inclina seu corpo para um pouco mais perto de mim, que ainda estou sentada na cadeira em frente a sua poltrona. O príncipe apoia seu queixo em suas mãos, que estão cruzadas.

— Ajudar, você diz... — ele parece pensativo por algum momento. — Você tem alguma experiência em governar um território tão grande como Konoha? — a voz fria dele faz-me querer sair correndo da sala.

É claro que ele estava me testando, dizendo algo como isso. Seria impossível uma reles camponesa como eu saber algo do tipo... Mal sei ler, quem dirá saber estratégias de guerra ou de economia.

— Não, eu não tenho. — não poderia simplesmente mentir na cara dura.

— Então não vejo motivos para você estar aqui. — essa doeu, mas, de qualquer forma, vejo que há uma muralha entre a sua verdadeira personalidade.

De alguma forma tenho que mostrar a ele que sou uma pessoa confiável o suficiente para que o príncipe mostre sua verdadeira face. Não tem como uma pessoa ser apenas fria e distante cem por cento do tempo. Ao menos em seus pensamentos, com toda a certeza, ele não é assim.

— Mas não foi isso o que eu quis dizer, Vossa Alteza. — o olhar inquisidor – e de certa forma, assustador – praticamente me ordena para continuar com o rumo do meu pensamento. — Eu queria ajudá-lo de outra forma. — será mesmo que vale a pena dizer o que eu estou quase dizendo? — Vossa Alteza parece tão solitário e triste, mesmo tendo conforto e a admiração de toda Konoha... Eu sei — mas Sasuke interrompe a minha fala antes que eu termine o meu nobre discurso de “eu quero ajudar você porque eu também me sinto assim”.

— Basta. — ele olha para mim, pela primeira vez, sem aquela expressão vazia. — Você já pode ir. Vá!

Ele parece furioso. Encolho um pouco com a voz seca e um tanto rude dele. Encontro novamente com os olhos negros de Sasuke enquanto levanto da cadeira e a raiva ainda é bem presente – além de que ele parece ansioso para me ver fora de sua vista – e eu saio do quarto.

Um dos guardas me guia até a outra sala, onde se encontra todas as outras candidatas, e elas me olham estranho.

“Mas já? Todas as outras demoraram mais.” Ouço uma delas dizer.

“Ela deve ter feito algo realmente horrível perante ao príncipe...” Ouço outra comentar e começo a ficar apreensiva.

Acho que fiz uma burrada.


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Notas finais do capítulo

Primeiro fiz na visão da Sakura, depois farei na visão do Sasuke, mostrando como algumas candidatas se saíram... O do Sasuke explicará mais sobre a situação de tudo, já que esse pode ter ficado meio confuso. Tentarei deixar todos o mais próximo da personalidade real possível, embora o casal SasuSaku vai ter alguns desentendimentos no meio do caminho. Bom, é isso. Espero que tenham gostado e mandem - por favorzinho - um review contando o que acharam, dicas, críticas e o que vocês acharem necessário! Kisses! :)