A Escolhida escrita por Pharah


Capítulo 19
Dezenove


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Bom, eu sei que provavelmente algumas pessoas querem me matar, e tudo mais, pela demora, mas acontece que eu estava extremamente ocupada durante essas duas semanas, isso sem contar com a tendinite crônica da minha mão direita que atacou e com força. Os remédios não estavam amenizando nem um pouco a dor, (ainda bem que sou canhota, rs) então tive que deixar a mão direita em repouso. Quase sem tempo e escrever com uma mão foi impossível para mim, mas cá estou eu, nesse domingo. :3 Minha mão não está 100% mas fiz um pequeno esforço. u_u Espero que gostem do capítulo!



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Uchiha Sasuke

Era Ascendente: Quatorze de outubro de 1523, Quarta-feira.



— Mas houve uma briga entre duas concorrentes. Alguns guardas já as separaram, mas ambas ficaram levemente machucadas. — escuto Akasuna no Sasori dando as informações sobre a briga de duas garotas.

 

Antes que eu diga algo sobre o assunto, percebo que Sakura sai apressada em direção ao salão onde todas as concorrentes costumavam passar o seu dia, normalmente. Talvez ela tivesse alguma ideia do que tinha acontecido, devido ao semblante preocupado em seu rosto, segundos atrás.

 

— Estávamos patrulhando como qualquer dia, em nossos devidos lugares, até que escuto um peculiar grito vindo do quarto de uma das concorrentes. — o guarda da esquerda começa a contar a história, visto que eu não havia esboçado nenhum comentário ou expressão sobre o assunto.

 

“Tratava-se do quarto de Suna Matsuri, do distrito seis. Ela parecia extremamente transtornada por algum motivo, e os seus olhos estavam vermelhos. Segundos depois a vi chorando de raiva, enquanto segurava a bainha do seu vestido com força. Ela começou a gritar e pedi para que o guarda Akasuna olhasse o que havia em seu quarto.”

 

— Tinha centenas de baratas no quarto da menina. Isso não faz nenhum sentido. — comenta o confuso ruivo sem olhar nos meus olhos.

 

Baratas? Como centenas de baratas apareceriam no meio do castelo sem mais, nem menos? Com toda a certeza havia alguma pessoa por trás disso… Possivelmente a garota que havia machucado.

 

— Prossigam. — falo de forma ríspida, querendo saber logo o que exatamente havia acontecido.

 

— Certo. — o guarda disse. —  Enquanto o Akasuna fora averiguar o quarto, decidi ir em direção de Matsuri e perguntar qual era o motivo para tanto escândalo.

 

“Mas ela não quis me responder. Matsuri saiu correndo, sem importar com quem estivesse por perto, em direção ao salão das concorrentes. Chegando lá, A garota gritou algo como? ‘Onde está Hanabi?!’ e uma das outras respondeu, dizendo que a candidata Hanabi estava na enfermaria, adoentada. Os olhos de Matsuri ficaram cada vez mais arregalados e ela tirou uma fita avermelhada de dentro do sutiã.”

 

Fita dentro das suas roupas íntimas?! Como isso havia acontecido?! Olho intrigado para o guarda, que contava tudo com uma seriedade respeitável.

 

— Como eu gostaria de ter visto a cena! — o guarda mais jovem comenta, esquecendo-se de quem estava em sua presença.

 

— Foco! — resmungo irritado com a sua interrupção, que havia feito Sasori engasgar para não rir.

 

O guarda do meio pigarreia, envergonhado com a atitude do seu companheiro, e continua a contar o ocorrido para mim.

 

— “Isso é meu!” Uma das concorrentes havia dito no momento. — ele me contou com uma voz atípica.

 

Apenas com a frase, eu já imaginava o que deveria ter acontecido. Com certeza brigaram por causa da fita e das baratas no quarto.

 

“Posteriormente, descobri o nome da garota. Yuuhi Kurenai, distrito onze. Matsuri, então, resolveu ir para cima, literalmente, da garota, dizendo algumas palavras desconexas como baratas, fita e sua vagabunda.”

 

Definitivamente não parecia ser típico de Kurenai, ao menos pelo que conheci da jovem do distrito onze. É uma garota bastante educada, embora muito entediante. Quase robótica, pela sua forma de falar tão automática.

 

— Kurenai caiu no chão e recebeu alguns tapas da concorrente do distrito seis. Ela conseguiu revidar algumas vezes até que conseguíssemos pará-las. — o guarda mais novo comenta, animado.

 

— Hn. — respondo levemente surpreso devido à peculiar história da briga. — Vocês conseguiram descobrir o paradeiro dos insetos no quarto de Matsuri?



— Sim. Após levarmos as duas para a ala dos curandeiros do castelo, fomos até o quarto de Yuuhi Kurenai. Avistamos uma caixa com três baratas mortas. Tudo leva a indicar que ela foi realmente a culpada.

 

Mas o que, exatamente, levaria Kurenai a colocar baratas no quarto de Matsuri? Isso ainda parecia muito estranho… Antes que eu diga mais alguma coisa, um quarto guarda aparece. Ele me olha com respeito e faz uma continência rápida.

 

— Vossa Alteza! Já está a par da história?! — aceno com a cabeça, confirmando. — Já informamos ao seu pai e a Minato todo o ocorrido. — ele me conta.

 

Para quê incomodar o meu pai com coisas tão triviais? Tsc.

 

— E o que eles disseram?

 

— Seu pai decidiu que você irá decidir se elas continuam ou não. — ele me informa e não fico surpreso com o seu comentário. — Acabei de vasculhar o quarto de Hyuuga Hanabi, já que foi citada antes da briga, e não achei nada. No meio do caminho, ouvi dois guardas comentando sobre Kurenai andar com uma caixa na mão, aparentemente a mesma do seu quarto.

 

Mesmo que não parecesse típico de Kurenai, não poderia culpar Hanabi, ainda mais por estar aos cuidados de um curandeiro. Se todas as pistas indicavam para a arota do distrito onze, ela deveria ser devidamente punida.

 

— Entendo. — respondo aos guardas. — Irei até as duas imediatamente.

 

♦♦♦

 

— Mas foi ela quem fez isso comigo, Vossa Alteza! — ela diz assim que a informo que iria embora do castelo.

 

Não fico surpreso com a atitude de Matsuri; eu até entenderia a atitude dela, caso não houvesse agredido uma pessoa no auge da sua raiva. Ela olha para mim fixamente, esperando a minha resposta.

 

— Em uma briga onde duas se machucam não existe vítima. — informo a ela com uma expressão neutra. — Você perdeu a razão a partir do momento em que decidiu fazer justiça com as próprias mãos e agrediu Yuuhi Kurenai.

 

Seus olhos arregalam ao ouvir o que eu tinha a dizer e vejo o esforço que ela faz para não gritar. Adorável, mas inútil. Não sou o tipo de pessoa que muda rapidamente de opinião, principalmente quando tenho convicção de que estou fazendo o correto.

 

— Mas eu estava zangada com o que aconteceu… Eu não queria realmente ter feito justiça com as próprias mãos. — ela parecia quase arrependida de ter machucado Kurenai, o que me surpreende um pouco.

 

— Não queria, mas fez. Eu procuro uma esposa para governar ao meu lado, e infelizmente essa pessoa não pode ter uma tolerância tão decadente como a sua. É necessário pensar bem antes de agir dessa forma. Passar bem.

 

Não espero a sua resposta e vou-me embora sem olhar para trás.

 

♦♦♦

 

— Sasuke-kun! — ouço a voz inconfundível de Sakura chamar-me assim que saio da ala hospitalar do castelo.

Ela olha para mim decidida e parece um pouco ofegante. Provavelmente havia vindo o mais rápido possível, já que está com a respiração tão irregular.

— O que aconteceu com Kurenai e Matsuri? — ela indaga, realmente preocupada. — As duas estão bem? O que vai acontecer com elas?

— Sim, elas quase não se machucaram. Ficaram por lá apenas para acalmarem-se. — respondo a sua pergunta e ela continua a me olhar, esperando mais. — Kurenai e Matsuri irão embora hoje ainda.

Não tolero esse tipo de atitude, não para uma escolha importante como essa. Ela me lança um olhar compreensivo, embora continue estranhamente inquieta. Espero pacientemente que ela manifeste seja lá o que for, já que estou ligeiramente curioso.

— Entendo. — ela me responde satisfeita com a minha resposta sem muitos detalhes. — Mas... Você realmente acha que Kurenai foi a culpada e não Hanabi?

Olho para ela, intrigado. Por que será que Sakura acredita que tenha sido Hanabi. Talvez ela não soubesse das provas contra a garota do distrito onze.

— Os guardas acharam provas e testemunharam Kurenai indo ao quarto de Matsuri.

Ela não parece muito satisfeita com a minha resposta, mas não insiste no assunto. Isso faz-me lembrar que seria bom conversar com Hinata sobre a sua irmã, já que todos pareciam desconfiar de Hanabi nessa história. E bom estar a par disso, ainda que eu não possa retirá-la do castelo por agora, já que é uma imponente Hyuuga.

— E sobre o que eu estava te falando mais cedo... Você não vai, vai? — sua voz fica receosa e Sakura não olha diretamente para mim.

Com a preocupação palpável ao meu ver, decido não comentar sobre a minha decisão. Nada a mudaria, e isso apenas deixaria ela mais preocupada ainda. Deixo a seriedade transparecer no meu semblante enquanto olho para a menina de madeixas róseas.

— Sakura, eu não posso falar sobre isso. É confidencial.

Ela fica claramente desapontada com a minha resposta, mas não abaixa a cabeça.

— Você vai. — ela afirma.

Por mais que ela estivesse certa, decido não dizer a ela ainda sim. Observo suas mãos apertarem a bainha do seu vestido enquanto formulo uma resposta evasiva.

— Sakura, eu não afirmei nada.

— Sasuke-kun! — ela me chama com a voz ainda preocupada, ignorando a minha resposta. — É perigoso ir sozinho...

Pelo jeito eu não conseguiria enrolá-la. Mexo nos meus cabelos arrepiados, um sinal de nervosismo, e dou um muxoxo de insatisfação.

— Nada vai acontecer.

— Você não sabe. — ela me corta, exasperada. — Me leve com você.

Assusto com o comentário de Sakura, já que não constumo presenciar pessoas demonstrando preocupação para mim de uma forma tão evidente, mas tento desmonstrar o mínimo possível. Reprimo a vontade de dar alguns passos para trás pelo embaraçamento.

De toda forma... Levar Sakura para o covil da rebelião? Definitivamente não.

— De forma alguma. — nego sem nem ao menos pensar sobre o assunto.

— Mas... — ela tenta argumentar, mas a corto.

— Sakura, tu és uma das escolhidas do país. Não pode sair do castelo de forma alguma, enquanto eu não aprovar.

Ela dá uma risada e olho incrédulo para ela. O que, exatamente, eu tinha falado de engraçado?

— Sasuke-kun, tecnicamente você também não poderia sair do castelo para encontrar rebeldes. O que o seu pai acharia disso?

— Tsc, mas em que você iria me ajudar? — tento mudar de tática, já que a sua argumentação estava completamente certa.

Sakura parece animar-se com a minha pergunta, provavelmente pensando que eu já estava aceitando a ideia dela ir comigo, o que não era o caso. Jamais aceitaria que ela fosse correr perigo... Quando eu comecei a me importar assim? Isso me irrita, e acabo fechando o meu semblante.

— Eu não sei. — ela diz, sincera. — Mas tenho certeza de que uma dupla pensa melhor que um solo.

Ela está correta. Sakura sempre diz coisas coerentes quando pensa – algo que ela está sempre fazendo – e as vezes penso se realmente sou mais inteligente do que ela.

— Você está certa. — digo a contragosto.

— Então você vai me deixar ir? — ela parece animada com a ideia.

— Talvez na próxima vez. — antes que ela proteste mais, decido levar outra pessoa comigo, para que não a coloque em perigo. — Vou levar Naruto.

Ela faz uma careta em forma de desgosto, e reprimo a vontade de rir. O que é isso? Eu Uchiha Sasuke, querendo rir de uma careta infantil de uma garota? Tsc.

— Bom, pelo menos você não vai sozinho. — ela diz após suspirar, derrotada.

— Uhmpf, tu falas como se eu fosse algum tipo de donzela em perigo. — resmungo e ela sorri em resposta.

Como ela poderia pensar em algo assim? Algo me diz que o seu sorriso foi uma forma de confirmar a minha acusação, e logo descubro que o meu pensamento está realmente certo.

— Dada as circunstâncias, tu és sim uma donzela em perigo.

Reprimo a vontade de bufar e resmungar como Naruto faria em uma situação na qual alguém cutucasse no seu ego. Mas é claro que eu não faria isso na frente de ninguém.

— Sakura, você definitivamente é irritante.



♦♦♦

 

— Então Vossa Feiura expulsou as duas do castelo? Quanta falta de compaixão… — o comentário tingido de sarcasmo de Uzumaki Naruto me dá nos nervos, como sempre, mas não dou continuidade à sua conversa.

 

Ele espera alguma reação minha e assim que percebe que fora ignorado ri, animado.

 

— Mas o que elas disseram? — ele indaga ligeiramente mais sério.

 

— Matsuri não achou muito justo e Kurenai ficou repetindo várias vezes que não foi ela, ainda que haja provas e testemunhas quanto a isso. — informo ao Uzumaki, que coça o queixo, pensativo.

 

— Dou graças aos deuses todos os dias por não ter que fazer tantas decisões como tu fazes, Teme! Isso deve ser desgastante.

 

Realmente, era desgastante tantas decisões todos os dias, mas já estava acostumado com esses acontecimentos corriqueiros, apesar de tudo. No entanto, jamais iria concordar com o loiro. Dou um sorriso zombeteiro em sua direção apenas para irritar.

 

— Só seria desgastante para alguém lento como você, Usuratonkachi.

 

— Maldito! — praticamente dá um grunhido como um lobo feroz, algo que me faz segurar a risada debochada. — Agora falando sério, Teme… Você vai no encontro dos rebeldes?

 

— Sim. Eu vou.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do pequeno momento de SasuSaku? E do Sasuke falando que vai no encontro dos rebeldes? Bom, particularmente acho que ele deveria ir mesmo… E vocês? E a Sakura, o que será que ela vai achar? Contem-me tudo o que acharam, sempre é imensamente bem vindo a opinião dos meus queridos leitores. ♥ Até o próximo!



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