A Escolhida escrita por Pharah


Capítulo 13
Treze


Notas iniciais do capítulo

Hello people! Feliz páscoa! Esbaldando nos chocolates? Eu tô planejando não comer tudo nessa semana, se não vai dar uma dor de barriga horrível. :> Comer aos poucos e durar mais é sempre melhor. (Para os pão duros, como eu, é claro.) Enfim, espero que gostem do capítulo.



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Uchiha Sasuke

Era Ascendente: Dez de Outubro de 1523, Sábado

Quando Naruto termina de contar para mim que havia encontrado duas das participantes no meio da procuração de Naruko, eu fico sem saber como reagir. Apesar de tudo, não estou surpreso que ele tenha realmente conhecido algumas das garotas, mesmo que meu pai tenha deixado claro que isso não poderia acontecer.

— Quem, exatamente, você encontrou? — é a primeira coisa que sai de minha boca ao escutar o término da história dele.

Cruzo os meus braços enquanto observo o Uzumaki desviar os olhos dos meus, tenso. Não estou realmente com raiva, mas não posso simplesmente demonstrar isso. É Naruto e ele merece ser provocado de todas as formas, já que o faz comigo.

Não estou calmo, no entanto. Seria um grande incômodo caso fosse Sakura. O garoto sempre teve facilidades em fazer amizade, e ela parecia ser alguém na qual Naruto achasse bom o suficiente para conversar muito, e isso deixa-me tenso. Obviamente não é ciumes ou algo assim, apenas seria deveras vergonhoso ele saber que estou dando aulas para ela pessoalmente. Conheço o senso de humor dele e tenho convicção de que eu não seria deixado em paz por longos dias de brincadeiras idiotas.

— Sakura-chan e Hinata! — Naruto não demora a dizer, exclamando com animação.

Nunca me considerei um homem sortudo ou azarado, mas nesse momento… Dou um muxoxo de insatisfação e fuzilo o garoto com os olhos, mas isso não parece intimidá-lo no momento.

— Ein, Teme… — ele inicia a conversa com um sorriso estranho. — Agora que já estraguei tudo, eu posso conversar com elas e as outras normalmente, certo? Tem a minha prima, também...

— Não! — praticamente rosno em direção a ele.

Qual a dificuldade em obedecer as ordens do meu pai? Sakura e Hinata seria realmente inevitável de conversar, já que havia conhecido as duas, mas as outras? Bem, Karin eu não me importava, afinal isso não mudaria nada, já que os dois eram primos e bons amigos.

— Por quê? — ele indaga exasperado. — Sabes que eu amo conversar com todos a minha frente… Ainda mais belas damas.

Fecho os olhos e respiro fundo para não perder a compostura de um soberano. É claro que isso fora em vão. Assim que olho novamente para Naruto, a irritação volta com tudo. E sei que irei gritar bastante com ele. Para provocá-lo, para extravasar a raiva e finalmente seguir as ordens de Uchiha Fugaku.

♦♦♦

Logo após dar uma lição de moral em Naruto – o que provavelmente fora devidamente ignorado – trato de comer alguma coisa e continuar com as aulas de leitura. Sakura não havia feito o desjejum junto a mim, já que não havia comparecido ao local. Provavelmente Hinata havia acordado no mesmo horário, ou algo assim. Não dou muita importância para isso e sigo em direção à sala onde agora estávamos estudando. Bem longe do local onde Rin e Kakashi… Não importa.

— Bom dia, Sasuke-kun!

— Hn. — observo a menina alisando os cabelos róseos com uma animação grande.

Em pouquíssimos dias, Sakura já parecia famirializar-se com todas as letras do alfabeto, o que parecia a mim algo bastante promissor.

— Eu conheci o seu amigo. — ela comenta para mim.

Droga. O que será que aquele Usuratonkachi havia dito?

— Fiquei sabendo. — respondi entredentes.

Ela parece estranhar a minha atitude arisca, mas dá de ombros e comenta que havia gostado do Uzumaki, pois ele lembrava a sua irmãzinha, que por sua vez, era adorável. Franzo o cenho lembrando de Naruko e fico intrigado com isso. Aquela menina era muitas coisas… Adorável não estava dentre elas.

Tento tirar os dois Uzumaki da minha cabeça e começo a ensiná-la pacientemente. Era fácil dar aula para Haruno Sakura, pois diferente de Naruto, ela aprendia com muita facilidade e suas perguntas eram coerentes. E ela não dormia do nada.

— Sasuke-kun? — ouço ela dizer enquanto pousa uma de suas mãos em cima do meu ombro.

Não gosto muito de aproximações e toques, mas Sakura não parecia ter nenhum tipo de segundas intenções com uma das mãos em meu ombro e decido ignorar o desconforto, por fim.

— Lembrou-se do fonema da sílaba? — indago para a garota, que no momento estava com uma expressão preocupada.

Talvez estivesse receosa em dizer que não se lembrava, com medo de que eu perca a paciência, ou algo assim?

— Não, eu já lembrei. — ela responde prontamente. — Mas é que você não me responde há uns dois minutos.

Franzo o cenho, sentindo-me desconfortável com o seu comentário. Estaria eu tão aéreo assim? Talvez fosse a preocupação de que Naruto houvesse dito alguma bobagem esquisita sobre mim para Sakura e Hinata. Tsc, claro que não, uma preocupação dessas seria fútil.

— Sasuke-kun… Você está bem? — sua preocupação parece-me bastante genuína, o que me assusta.

Sua mão continua em meus ombros – coisa que deixa-me levemente desconfortável, embora eu não diga nada – e seus olhos verde esmeralda circundam o meu. Sakura espera pacientemente a minha resposta e dou um meio sorriso ao respondê-la, para que deixe de se preocupar atoa.

— Sim.

Seus olhos – que já são grandes, devo acrescentar – aumentam ainda mais ao esbugalhá-los com a minha resposta. Segundos depois, ela abre um sorriso e solta uma pequena risada por entre suas mãos.

Droga. Naruto havia dito algo desnecessário, só podia ser isso!

— Você sorriu! — ela acusa depois de retirar as suas mãos de seus lábios.

O que tinha errado nisso? Certo, não sou um homem que sorri muito em circunstâncias normais. E ver ela apontando essa cena inusitada deixa-me tenso.

— Qual o problema disso? — rebato de uma forma ríspida, mas ela não parece se importar nem um pouco com isso.

— Problema nenhum. — diz ainda sorrindo para mim, como se eu não estivesse com uma enorme carranca. — Definitivamente nenhum problema.

Franzo o cenho com a sua reação ao meu sorriso. Ela havia ficado louca, era isso? Balanço a cabeça em negação e decido deixar o assunto para lá, não antes de fazer um comentário sobre.

— Tsc, você é estranha.

Ela solta mais uma risada com o meu comentário, dando-me a certeza de que estava alterada mentalmente. Seria a pequena convivência que havia tido com Naruto? Ele já havia infectado Sakura?

— É só que… Você nunca tinha sorriso para mim. — ela responde timidamente, voltando ao seu comportamento normal. — Pelo menos, não que eu tenha reparado.

E agora, que eu havia dado um sorriso mínimo, ela repara? Provavelmente era a primeira vez que eu havia esboçado um sorriso perto de Sakura mesmo, mas decido não dizer isso.

— Tsc, você não precisa dar tanta relevância a isso.

— Claro que sim! — ela retruca cruzando os braços e espreme seus lábios, formando um singelo bico. — Se você sorriu, pode significar que está um pouco mais à vontade comigo. Isso é importante.

Importante… Em quê, exatamente? Ela continua com a mesma expressão adorável no rosto, deixando-me um pouco mais vulnerável ao orgulho que gritava em deixar o assunto para lá.

— E por que seria?

— Bom, eu já lhe disse que gostaria de ajudá-lo em algo, certo?

— Sakura, você ainda está com essa ideia na cabeça? — reprimo a vontade de revirar os olhos. — Não preciso de sua ajuda em nada.

Ela dá um suspiro e desfaz o bico de seus lábios, voltando ao tímido sorriso usual. Sakura coloca uma mecha rosa de suas madeixas para trás de seu cabelo e volta a prestar a atenção em mim.

— Claro que precisa. Ninguém tem a vida perfeita, tenho certeza de que posso ajudá-lo em alguma coisa! — rebate com convicção de que sua frase era verídica.

Sua teimosia é algo cômico para mim, já que não consigo entender os seus motivos. Ela devia a Itachi. Certo, mas eu não sou o meu irmão. E ele não estava mais vivo para cobrá-la alguma coisa – e suspeito que meu irmão jamais faria algo assim – então por que tamanha insistência?

Ela tinha um ponto, é claro. Obviamente a minha vida não é perfeita, ainda que eu não sentisse falta de nada material. A última pessoa da minha família estava morrendo, é um fato, no entanto, Sakura nada poderia fazer sobre isso. Não é como se ela fosse algum tipo de ninja médica e curasse a doença do meu pai. Isso seria loucura.

Retiro os pensamentos melancólicos e lembro que também tinha Naruto, sua irmã e seus pais como família. Não era de sangue, mas isso não importava. Eles nunca haviam tratado-me como se fosse apenas o próximo soberano do país, o que deixava-me – bem no fundo – feliz e agradecido.

— Então suma com Naruto e agradecer-te-ei pelo resto de minha vida. — resmungo após lembrar o estado de raiva que ele havia deixado-me logo no início do dia.

Sakura dá mais uma risada. Bom, mesmo que eu jamais concorde com isso em voz alta, Naruto era o meu melhor amigo. E ela parecia perceber isso, porque o seu tom de risada fora levemente sarcástico.

— Vocês são realmente próximos, Sasuke-kun.

Humpf, como se eu fosse concordar com isso! Eu não tinha realmente nenhuma escolha para outro melhor amigo. Aquele idiota havia se instalado nesse “título” por conta própria.

— Sakura, você sequer ouviu o que eu disse?!

— Sim. E é exatamente por isso que eu tirei essas conclusões.


— Tsc, você é irritante.

♦♦♦

No final da tarde, decido dar uma caminhada por entre o castelo, afinal, não havia nada mais que eu pudesse fazer no momento. Minato estava cuidando dos problemas políticos com perfeição, meu pai estava fazendo mais um exame com o estranho curandeiro Kabuto e Naruto parecia procurar – mais uma vez, devo dizer – a sua irmã, com a ajuda de Hinata. Não dei muita importância a isso, afinal, ele já a conhecia e mesmo com o meu sermão, Naruto continuava a extrapolar as regras. O que mais eu poderia fazer?

— Vossa alteza! — a voz extremamente estridente de Shion soa no meio do hall do castelo e viro em sua direção sem nenhuma vontade. — É um prazer vê-lo hoje, Vossa Alteza andas sumido.

É uma verdade, mas não para todas. Eu realmente evitava ficar em locais onde Yamanaka Ino – que também está ao lado da garota, junto com mais três meninas – e Oni Shion gostavam de andar, apenas para não dialogar com as duas.

— Vossa Alteza. — a voz suave, a reverência impecável e principalmente os olhos perolados da garota faziam-me lembrar de Hyuuga Hinata – o que não é estranho, já que são irmãs de sangue. — É um enorme prazer.

Não pude deixar de lembrar do primeiro e único conselho que Hinata havia dado-me. “Cuidado com Hyuuga Hanabi.” E ela estava na minha frente, com um olhar indecifrável.

— Hanabi, certo? — fingi-me de tolo perante as outras garotas, para que elas não percebam a tensão entre mim e a Hyuuga.

— Fico feliz que tenha lembrado do meu nome, Vossa Alteza. — a sua voz exalava cinismo, coisa que me irrita profundamente.

— Espero que o meu também tenha em mente, Vossa Alteza. — a voz de Ino ecoa pelo salão cheia de segundas intenções.

Não respondo a Ino, já que ela sempre deixava-me arisco por ser uma pessoa muito direta. Observo com o cenho franzido as outras duas garotas, as quais não haviam falado absolutamente nada. Uma tinha as madeixas loiras escuras presas e divididas em quatro penteados peculiares e a outra uma flor azulada nos cabelos da mesma cor, e avaliava-me com uma expressão vazia. Temari e Konan, respectivamente.

— Por que não vamos ao salão de músicas? — o timbre forte da voz de Sabaku no Temari soa pela primeira vez no dia.

A garota não parecia ser criada com uma grande polidez, o que não me surpreende. Ela fora criada no distrito cinco, um local onde quase todas as mulheres trabalhavam fora, diferente dos homens, que ficavam em casa, cuidando da moradia. Era nesse distrito que as mulheres eram consideradas as mais fortes e decididas, uma qualidade preciosa para alguém que poderia governar o país ao meu lado.

Assenti com um aceno de acabeça, sem dizer mais nada, e as cinco garotas seguem-me quando ando em direção ao salão de músicas. Por certo que eu não gostava de forma alguma tocar piano, harpa, ou algum outro instrumento, mas era agradável de ouvir. E também um contato com as outras mulheres erm importantes, mesmo que eu não gostasse muito de interagir com as pessoas.

Shion, Ino, Temari e Hanabi engataram uma conversa sobre instrumentos musicais e tentaram incluir-me educadamente no assunto, mesmo que eu não tivesse muito interesse ou algo a dizer. Apenas assentia aos comentários, entediado, enquanto andávamos em passos lentos. Quase no meio do caminho, observo uma atitude deveras estranha de Konan. A jovem escrevia freneticamente em um papel enquanto observava meus passos com uma expressão peculiar. Não a observo por muito tempo, pois assim que ela nota o meu olhar abre um sorriso medonho. Preciso perguntar a Hinata sobre essa estranha garota. Definitivamente havia alguma coisa errada sobre ela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado dessa cap. O que acharam da Konan? Estranha, mal interpretada? E a Hanabi? Bom, comentem o que acharam delas e do cap em si! Até mais