A Escolhida escrita por Pharah


Capítulo 10
Dez


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, foi uma semana apertada. KKK mas eu consegui terminar o capítulo antes da segunda, amém. HSUHASUA mas na semana que vem prometo tentar terminá-lo no sábado, ou na quarta mesmo. E será maior, certo? Boa leitura.



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Haruno Sakura

Era Ascendente: Seis de outubro de 1523, Terça-feira

Não sei como reagir depois que escuto Sasuke-kun dizendo mais de uma vez que iria arranjar um professor para que eu possa aprender a ler. É o meu sonho e ninguém – exceto Itachi, nas escondidas – havia ajudado-me sem pedir nada em troca. De fato que não teria nada mesmo para dar de volta ao futuro soberano, pelo menos nada que eu tenha consciência, mas ainda sim é inacreditável algo assim acontecer. Percebi desde o princípio. Uchiha Sasuke não é uma casca sem sentimentos como aparenta na maioria das situações e agora eu vejo isso, depois de praticamente pular em cima dele, dando-lhe um abraço apertado e murmurando um agradecimento sincero.

Eu me dou conta de que estou chorando apenas quando escuto o som do soluço vindo das minhas cordas vocais. O moreno permite que eu o abrace, no entanto não se move para retribuir. Bom, não é algo no qual esperasse que Uchiha Sasuke fosse fazer, visto o seu jeito de ser. Parece até que ele está sendo compreensível comigo, já que não me afastou em momento algum.

— Sakura… — ouço a voz rouca de Sasuke-kun pronunciar com uma certa hesitação. — Você está bem?

Bem? Oh, sim, claro! Estou ótima, perfeita e inacreditavelmente feliz! É até engraçado escutar alguém perguntando-me isso agora, uma vez que irei realizar o meu sonho. Afasto a minha cabeça do peito do moreno lentamente para observar o seu semblante e acabo ficando surpresa.

— Sim… — gaguejo um pouco ao responder, claramente desconcertada.

Nunca imaginei que veria alguém tão imponente assim. Sasuke-kun aparenta estar numa mistura de desesperado com preocupado e suas bochechas estão levemente coradas. Trato de soltá-lo completamente e afasto dois passos, sem dizer nada. Não consigo olhar para o seu rosto – visto que estava agarrado a ele segundos atrás – mas no final das contas, meu olhar iria desviar-se até as suas mãos, que pareciam procurar algo no bolso de suas elegantes calças negras. Ele estende para mim um tipo de pano esbranquiçado e pequeno, ainda desconcertado com o meu surto de felicidade.

— O que é isto? — indago realmente curiosa depois de pegar o pano sem realmente saber o que fazer com o objeto de tecido.

— Um lenço. — a sua resposta, apesar de ser afirmativa, quase pareceu-me ser uma pergunta, devido ao seu tom de voz e sua expressão confusa.

Lenço… Já ouvi esse nome em algum lugar. Oh, sim! É aquele pano que a sociedade importante – em quesitos financeiros, obviamente – usa para limpar as suas lágrimas. É mesmo! Estou chorando!

— Obrigada, Sasuke-kun. — murmuro tímida para o moreno que ainda me encara.

Limpo as minhas lágrimas com o tecido macio e detenho-me do impulso de continuar a colocar o lenço em meu rosto novamente, mesmo depois de seco, por ser bem confortável.

Por alguns instantes ficamos nos fitando sem realmente saber o que dizer. Sei que Sasuke-kun não é um homem de muitas palavras e estou tão envergonhada e inquieta de felicidade que não consigo achar nenhum assunto plausível.

— Amanhã cedo, não se esqueça. — ele me lembra e eu assinto com um sorriso bobo em meus lábios. — Até mais ver. — dito isso, ele não espera a minha resposta nem a reverência e dá as costas, indo embora.

Seu ato deveria ser considerado rude em algumas circunstâncias – não que eu realmente importasse com isso, afinal ele é assim desde a primeira vez que o vi – mas acho que o moreno ficara deveras envergonhado com as minhas reações.

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Haruno Sakura

Era Ascendente: Sete de outubro de 1523, Quarta-feira

Não dormi mais que três horas, mesmo tendo ido até o quarto disponibilizado pelo palácio bem cedo. A ansiedade a cada segundo aumentara de uma forma inacreditável e a espera até o dia seguinte fora como uma tortura para mim. Mas esse dia finalmente chegou. Assim que percebo que o sol já havia nascido, levanto da cama de mogno do quarto em um pulo e tateio com os pés o calçado no qual havia ganhado assim que cheguei no quarto pela primeira vez. Segundos após calçar a sapatilha escuto a porta abrindo-se e ergo as sobrancelhas, já que ninguém havia batido antes. Entra um jovem com uma postura relaxada e uma expressão de puro tédio e ele me fita enquanto boceja.

— Estou aqui a mando da Vossa Alteza. — ele murmura. — Aguardarei a senhorita trocar as vestes. — e então fecha a porta depois de sair.

Sinto o meu estômago embrulhar devido ao nervosismo. Acho que ainda não acredito realmente… Meu sonho está para se realizar! Isso é incrível! Abro o guarda roupa e pego o melhor vestido dado a mim e coloco-o com rapidez, logo depois de fazer a higiene matinal.

Descubro que o nome do preguiçoso criado é Shikamaru e que ele irá levar-me até onde Sasuke-kun está. Pelo visto, ainda não irei no professor… Mas isso não importa, pois será hoje.

— Bom dia, Vossa Alteza. — exclamo animada após fazer uma reverência.

Sasuke-kun já está sentado na enorme mesa – de prata, aparentemente – enquanto alguns criados apressam-se a colocar o resto do café da manhã.

Ainda tinha certa vergonha do Uchiha, mas depois de ter visitado o seu irmão no cemitério da família real, havia conseguido forças para superar parte da timidez, afinal, Uchiha Itachi havia sido um grande símbolo para a minha vida. Meu primeiro amigo e a pessoa que havia deixado comida para mim durante anos.

— Peço desculpas pelo atraso, Alteza. — uma das criadas diz, com as bochechas coradas. — Fomos avisadas um pouco tarde que o senhor comeria mais cedo hoje.

— Certo. — a sua resposta sai automática e ele não parece realmente ter escutado tudo que a moça havia dito, deixando-a decepcionada.

A mesma mulher que havia falado com Sasuke-kun me indica um lugar – bem longe dele – para eu me sentar e desfrutar do delicioso café da manhã preparado pelos melhores cozinheiros do país. Assim que sento no meu lugar, o moreno começa a separar o que iria comer e faço o mesmo.

Há tantas comidas chamativas na mesa que fico um pouco perdida. Além da clássica tigela de arroz, há diversos peixes cozidos, algas, tofu e uma espécie de pasta, na qual tenho a impressão de que fora chamada de missoshiro por um dos criados.

— Itadakimasu. — digo praticamente em unissono com o moreno antes de iniciar o desjejum.

Não conversamos absolutamente nada no café da manhã, mas mesmo que eu seja uma pessoa na qual tenha praticamente a obrigação de dizer algo – para não ficar desconcertada – não havia me lembrado disso, já que a comida do palácio é esplêndida. E a de hoje está notavelmente melhor na que dos dias anteriores, quando eu havia tomado o desjejum com as outras “concorrentes”. Bem, é óbvio que os cozinheiros iriam caprichar mais para Sasuke-kun, então não faço alarde nenhum sobre isso.

Depois que terminamos de comer, o moreno vai até a minha direção e indica o local em que iríamos. Sigo-o em silêncio, imaginando excitada se em cerca de um mês eu já estaria lendo algum livro sem dificuldade alguma. Dobramos um corredor jamais visto por mim até que Sasuke-kun me para, segurando os meus pulsos. Fito o seu rosto um pouco confusa e vejo apreensão no seu olhar.

— Espere aqui. — ele diz e segue o corredor, indo em direção a um rapaz loiro.

Uchiha Sasuke parece dizer alguma coisa para ele, e escuto uma gargalhada animada vinda do desconhecido. Ele coloca as mãos nos ombros de Sasuke-kun, que imediatamente trata de tirá-las de lá, e começa a falar em um tom deveras alto.

— Você acredita que os meus pais me obrigaram a estudar mais literatura?! — sua voz parece indignada. — Literatura, Teme! Só podem ter ficado loucos...

Mais uma vez, não consigo escutar a resposta do moreno, mas parece que o desconhecido não havia gostado nada, uma vez que deu um grito agudo e repentino, assustando-me. Ouvi algumas palavras sem significado nenhum para mim como “teme” e “dattebayo” e desisto de tentar prestar a devida atenção ao diálogo.

Alguns minutos depois, Sasuke volta até mim com uma expressão irritada. Será que havia acontecido algum problema? Aquele rapaz loiro tinha gritado muito...

— Mudança de planos. — ele diz entredentes. — Você vai aprender comigo.

Assusto com o seu comentário. Sasuke-kun com toda a certeza deveria ser alguém bem ocupado, visto que seu semblante sempre parece estar cansado. Não importo em aprender com o moreno, para falar a verdade. Assim até seria melhor para conhecê-lo mais e assim poder ajudá-lo em qualquer coisa que fosse, para tentar compensar a gentileza de seu falecido irmão.

— Oh. — murmuro um pouco incrédula. — Aconteceu alguma coisa com o professor? — pelas palavras do loiro, ele claramente não era o professor e sim um aluno, também.

— Não realmente. Está apenas ocupado. — ele responde, um pouco esquivo.

— Entendi... — digo e não contenho a minha curiosidade após isso. — Quem era aquele rapaz? — indago curiosa, já que os dois pareciam ser amigos ou algo do tipo.

O loiro, mesmo de longe, dava para ver que não vestia trages de criado ou guarda. E ele também tinha tratado o moreno como um igual, algo peculiar, visto que ele era o príncipe do país.

— Por que a pergunta? — Sasuke-kun estreita os olhos para mim, parecendo desconfiado e um pouco arisco, até.

Sinto as minhas bochechas pegarem fogo. É claro que isso não era da minha conta, mas infelizmente os meus lábios parecem ter vida.

— Pareciam bastante íntimos. — explico-lhe a minha curiosidade e ele franze o cenho.

— Humpf, aquele idiota jamais seria considerado algo assim. — ele finaliza a conversa e guia-me até outra sala.

Não sei bem ao certo, mas sinto que a sua resposta fora uma mentira. Os dois pareceram bastante amigos para mim. Talvez seja apenas o orgulho do moreno falando mais alto. Parece mesmo ser típico dele fazer isso.

O moreno começara abrir a porta quando escutamos alguns passos próximos. Viro a minha cabeça em direção ao barulho do sapato feminino sobre o chão do palácio e observo Rin. Não tinha falado muita coisa com ela, mas Hinata havia dito algumas coisas ainda no dia anterior. Algo como “espertinha e promíscua”.

— Sakura, Vossa Alteza! — exclama a garota dos cabelos chocolates, batendo em seus ombros.

É engraçado que a maioria lembra-se do meu nome. Talvez seja pela cor dos meus cabelos? Enfim, a garota faz uma reverência para Sasuke-kun e ele retira suas mãos da maçaneta e vira-se para a garota, parecendo entediado.

— Estão em um encontro? — indaga a morena com um sorriso ínfimo em seus lábios.

Sinto o meu corpo tremer assim que escuto a pergunta de Rin. O medo de Sasuke-kun irritar-se comigo devido a pergunta é tão grande que dou uma risada nervosa. A menina parece interessada no meu comportamento, então os seus olhos grudam-se no meu rosto.

— Oh, claro que não. — mais uma vez dou uma risada nervosa. — Estamos apenas...

— Ocupados. — Sasuke-kun termina a minha frase com uma de suas sobrancelhas erguidas, levemente surpreso por algo.

Por mais estranho que seja, Rin parece satisfeita com a resposta do moreno e abre o seu sorriso, parecendo até mesmo aliviada. Ela dá uma pequena risada e depois enrola um de seus dedos em uma mecha de suas madeixas.

— Ficarão muito tempo ocupados nessa sala? — sua voz sai em um tom malicioso, deixando a minha faceta tão rosada quanto o meu cabelo.

— Não há porque responder isso. — o rosto sério e inexpressivo de Sasuke-kun me assusta, pois eu imaginava que estivesse envergonhado. — Esqueceste com quem falas?

O sorriso divertido de Rin não me passa despercebido – o que afinal esta garota estava pensando? – e olho de esguelha para o moreno, que também me parece desconfiado.

— Oh, sim. É claro. Peço perdão, Alteza. — novamente, Rin faz uma reverência culta para o moreno. — Retirar-me-ei.

E assim a garota vai embora, tão rápida quanto havia aparecido. Sasuke-kun gira a maçaneta mais uma vez e outra pessoa aparece próximo a nós. Vejo o moreno olhando intrigado para o guarda dos cabelos grisalhos, que usa uma estranha máscara cobrindo o seu rosto.

— Kakashi — o futuro soberano observa o guarda. — Não creio que seja papel seu vigiar essa parte do castelo. — informa o guarda, que coça a cabeça.

— Estou apenas cobrindo Iruka. — responde naturalmente o guarda, mas parece estar escondendo algo, e pelo visto não é apenas eu que penso assim, visto que Sasuke-kun ainda o fita desconfiado.

— Hn. — diz por fim o Uchiha. — Daqui a três horas irei sair do cômodo. Cuide para que ninguém entre. — e abre a porta, adentrando sem uma resposta do guarda chamado Kakashi.

Assim que entro no enorme cômodo, que há um belo sofa no canto do local, algumas estantes com vários livros – alguns novos, outros nem tanto, mas todos interessantes ao meu ver – e uma grande escrivaninha, acompanhada de três confortáveis cadeiras. Escuto a porta se fechando, provavelmente um ato do guarda suspeito, e Sasuke-kun senta-se em uma das cadeiras próximas a escrivaninha, após retirar um livro um tanto gasto e grosso.

— Sente-se. Vamos começar. — diz por fim.

♦♦♦

Uchiha Sasuke fora um professor bastante paciente, para a minha surpresa. Talvez ele tenha pegado mais leve com as minhas preguntas tolas porque eu estava muito animada e focada em suas palavras. Bem, a possibilidade das minhas perguntas não serem tão bestas assim também é válida, já que nunca havia visto nenhum tipo de aula. Estudamos hoje apenas as letras do alfabeto e fora, de acordo com o relógio do lugar, por aproximadamente duas horas e dez minutos, um horário distinto do que havia dito ao guarda, algo que não havia passado despercebido por mim.

— Não eram três horas? — pergunto um pouco tímida e esperançosa para que continuássemos as aulas, já que estava sendo tão esplêndido como em meus sonhos.

— Quero ter certeza de algo. — não foram necessárias mais palavras para que eu entenda o moreno.

De certo que estava falando do guarda cujo nome é Kakashi. Algo em suas palavras soava estranho e suspeito, certamente. Anuo para Sasuke e arrumo as folhas com as letras do alfabeto escritas por ele. Fiquei feliz quando o moreno havia dito a mim para estudar em meus aposentos também, para que eu aprenda com mais facilidade e rapidez.

Saímos do local sem nenhuma demora. Eu com as folhas em minhas mãos, Sasuke-kun com um olhar sério e um tanto severo, a procura do guarda que não parecia mais estar na porta da sala de estudos. O moreno procurava algo com o seu olhar, provavelmente o guarda em alguma situação esquisita. Escuto um barulho peculiar, como um suspiro deveras alto de uma pessoa e franzo o cenho, intrigada.

— Sasuke-kun, ouviu isso?

— Hn. Esquerda? — ele indica uma porta para mim e realmente parecia o lugar onde o barulho havia sido feito.

— Acho que sim...

E andamos até a porta. Pensei que Sasuke-kun fosse bater na porta ou simplesmente abrí-la normalmente, mas não. Ele gira a porta com um cuidado assustador. A porta não abre, no entanto.

— Trancada? — pergunto e ele assente, irritado. — Bem, eu sei como resolver isso. — dou um sorriso maroto para ele depois de responder e retiro um dos grampos que prediam a minha franja.

Sasuke-kun arqueia uma de suas sobrancelhas quando observa as minhas mãos colocarem o grampo sobre a fechadura da porta, mas não diz nada. Tento destrancar a porta com o máximo de cuidado, e depois de uns cinco minutos, finalmente escutamos o clique da destranca.

— Como você...? — ele olha para mim um pouco surpreso e sorrio sapeca.

— Eu gostava de ver os livros da biblioteca a noite. — explico-lhe.

E abro a porta com muito cuidado, como o moreno havia feito antes de perceber que estava trancada. Mas o que vimos não era apenas Kakashi, infelizmente. Francamente, eu não gostaria de ter visto essa cena nunca.

Pela primeira vez, vejo duas pessoas nuas. Kakashi está de costas, inclinado a garota de cabelos chocolates – parece ser Rin – que está em uma posição muito constrangedora.

Rin e Kakashi estão fazendo amor em uma sala de estudo.


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Notas finais do capítulo

Eita. KKKKK imagina a cara de tacho do nosso casal mais lindo ao ver essa cena. aiai. Espero que tenham gostado, mesmo sendo um capítulo parado! Até o próximo!



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