Impasse escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores!
Antes de começar esse capítulo, gostaria de dizer que eu e mais três amigas decidimos dividir nossa paixão por livros e criamos uma página super legal no Facebook para dizer nossa opinião sobre o que lemos.
Adoraria ver todos vocês por lá, então segue o link:
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Agora sim, ao que interessa!



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Ela ainda não havia chegado em casa quando entrei no meu carro para ir embora, e isso aumentou em mim a sensação de ser deixado de lado por causa de um insignificante recém chegado. A falta de sono me surpreendeu assim que entrei em meu quarto, então fiquei por horas dividido entre prestar atenção na série que estava acompanhando e imaginar se ela já tinha voltado e se estava sozinha.

No dia seguinte acordei com o toque do celular soando ao lado do meu travesseiro, e um pouco mais tarde do que estava acostumado. Cocei os olhos e tateei até encontrar o aparelho e o levei ao ouvido sem olhar o identificador de chamadas.

—Por que não me esperou chegar antes de ir embora ontem? - Ginny perguntou sem nem me desejar bom dia.

—Bom dia para você também. - Brinquei sorrindo, e internamente satisfeito por ela me cobrar isso.

—Bom dia. - Respondeu apressada antes de continuar com seu assunto principal. - Ron me disse que você saiu uns trinta minutos antes de eu chegar, poderia ter me esperado.

—Eu não sabia se você ia demorar, e também já estava um pouco tarde. - Expliquei ocultando o fato de que estava chateado com sua ausência.

—Sem essa de que estava tarde, Harry, era bem antes do horário que costumamos voltar para casa. Você está ficando velho, mesmo. - Tirou sua própria conclusão e eu ri também quando ela achou graça da própria piada.

—Como foi o encontro? - Perguntei mais por educação e hábito do que por interesse em saber.

—Foi bom, rimos e conversamos bastante. O Colin é bem legal, marcamos de nos encontrar de novo no próximo final de semana. - Contou normalmente, sem muito entusiasmo, mas satisfeita.

—Que bom, pelo menos não foi uma completa perda de tempo. - Falei sem expressar com sinceridade minha opinião sobre isso.

A verdade é que eu queria que tivesse sido péssimo, assim ela saberia que teria sido melhor ficar em casa comigo.

—Não, definitivamente não foi uma perda de tempo. - Afirmou com um sorrisinho, e eu não me interessei em perguntar o que isso significava. - Vou me encontrar com a Lulu hoje, vamos? Passo para te pegar aí, se quiser, Ron já foi buscar a Mione, eles também vão.

—Não está muito em cima da hora, Gi? - Questionei sem muita vontade de sair de casa, nem da minha cama.

—Eu teria convidado ontem se você não estivesse tão cansado. A culpa é totalmente sua. - Justificou-se, me fazendo rir.

—Ok, que horas você vem? - Me rendi por fim.

—Agora, estou saindo de casa.

—Mas eu ainda vou tomar banho, vou demorar um pouco. - Alertei.

—Não tem problema, eu espero. Até daqui a pouco. - Se despediu rapidamente antes de desligar.

Deixei o aparelho de lado sobre meu criado mudo e me espreguicei antes de jogar as pernas para fora do meu edredom e me levantar. Fiquei alguns minutos em frente ao meu armário escolhendo e apanhando a roupa que iria usar e, por fim, entrei no banheiro.

Demorei um pouco mais do que o normal esperando que a água me despertasse, e quando desliguei o chuveiro a primeira coisa que ouvi foi o som da risada alta de Ginny soando no andar inferior, provavelmente na sala.

A única pessoa que estava em casa, além de mim, era meu pai e eu sorri ao imaginá-los sentados frente a frente no sofá conversando e rindo. Ela sempre foi muito simpática e sociável, nunca desperdiçando a oportunidade de conversar com quem quer que seja, meus pais sempre foram fãs incontestáveis dos Weasley e meu pai, em específico, nunca perdia a oportunidade de contar suas piadas a alguém. Era o que se podia chamar de encontro perfeito.

Demorei tempo suficiente para me vestir e arrumar o máximo possível meus cabelos antes de descer e encontrar os dois exatamente como tinha imaginado.

—Bom dia. - Saudei e os dois se viraram para me olhar.

—Harry, eu te ensinei que é você que deve buscar a garota em casa. - Brincou e Ginny riu.

—Vivemos um relacionamento mais moderno, pai. Isso era no seu tempo. - Respondi entrando na brincadeira.

—Não fale como se ele fosse tão velho, tio James ainda é um gato. - Ela o defendeu e eu revirei os olhos para a cara de convencido que ele fez.

—Obrigado, querida. Se um dia você quiser sair comigo fique tranquila que eu te buscarei em casa, como manda a tradição do meu tempo. - Foi galanteador e arrancou gargalhadas de nós dois.

—Não posso perder essa oportunidade, vamos marcar logo. - Entrou na brincadeira e ele riu também. - Vamos, Harry? - Convidou se virando para mim.

—Sim, já estou pronto. - Concordei guardando o celular e a carteira no bolso. - Tchau, pai.

—Tchau tio James, foi bom te ver. - Ela se despedir também e se adiantou para lhe dar um beijo.

—Tchau, meninos. Divirtam-se. - Nos desejou enquanto me dava um beijo de despedida.

Me acomodei no banco do carona e conversamos algumas banalidades nos primeiros minutos de trajeto, até eu me lembrar que ainda não sabia qual era o nosso destino.

—Aonde vamos mesmo? - Perguntei um tempo depois.

—No clube de campo. Mione é sócia e pode levar acompanhantes, aí aproveitamos para que ela conheça Luna. - Explicou séria antes de sorrir de canto e continuar falando. - Ou então posso estar te sequestrando, sua mãe não te ensinou que é perigoso entrar em um carro sem perguntar onde vão?

Eu ri antes de olhar para ela de cima abaixo propositadamente e dizer com um pouco de descaso:

—É, não seria tão ruim assim.

Ginny riu da minha resposta e continuou prestando atenção no trânsito. Algumas ruas depois ela precisou parar em um semáforo e eu aproveitei para fazer um comentário:

—Você está bonita. - Elogiei.

Ela vestia uma calça de estampas abstratas e uma camiseta básica. Simples, mas impossível de não olhar.

—Eu sou bonita, Harry. - Disse nossa resposta padrão para quando um elogia o outro.

—Eu também acho. - Fui sincero ao concordar. - Mas hoje você está especialmente bonita.

—Obrigada. - Ela me olhou e agradeceu com um sorriso que eu retribui até ouvirmos uma buzina e perceber que o sinal estava verde para seguirmos.

Durante o resto do percurso falamos amenidades e quando finalmente chegamos todos já estavam acomodados em uma mesa esperando por nós dois.

—Olá, pessoal. - Ginny cumprimentou de um modo geral antes de dar um beijo em cada um deles, começando por Luna. - Desculpem o atraso.

Os cumprimentei também, e antes de me sentar ouvi Ron se referir à irmã:

—Que calça mais estranha é essa? - Questionou olhando a peça com cara de quem tentava decifrar seus desenhos.

—Não é estranha, e Harry disse que eu estou bonita. - Defendeu e argumentou com superioridade.

—Ele disse, é!? - Ele fingiu surpresa em um tom bastante sarcástico, me olhando sugestivamente.

—Eu também acho. - Luna opinou sobrepondo sua voz e não dando tempo para os outros perceberem o que nosso amigo dizia e eu aproveitei o ensejo para me sentar e não olhar mais para ele.

—Ron não entende nada de moda, a calça é bonita e você está linda, Ginny. - Hermione concordou.

—Obrigada. - Agradeceu sorridente antes de iniciar com elas uma conversa sobre roupas.

O assunto não demoro a se expandir em algo mais interessante e engraçado, então comemos ao som da música ambiente que tocava e das nossas próprias risadas. Mione e Luna se deram bem, como era muito previsível visto o jeito de ambas, e escutamos quietos quando Ginny e elas marcaram um jantar apenas para as garotas na quinta a noite.

Após o almoço nos acomodamos em uma parte sombreada do jardim enorme e ficamos a tarde toda conversando, até Luna informar que já estava indo embora e nos darmos conta de como a hora havia passado depressa e o sol já não brilhava alto no céu, apesar de ainda claro.

Aproveitamos a deixa e fomos todos até o estacionamento onde estavam nossos veículos, nos despedimos e saímos de lá fila até o fim da avenida principal, onde Ron virou a esquerda para levar Mione até sua casa na zona norte da cidade, Luna seguiu reto para o centro e Ginny pegou nosso caminho a direita.

Nos despedimos em frente a minha casa e eu acenei para ela antes de fechar o portão e entrar.

—Como foi o encontro? - Minha mãe perguntou assim que apareci na sala.

—Que encontro? - Perguntei confuso enquanto lhe dava um beijo no rosto e me deitava no sofá ao seu lado.

—Não se faça de bobo, seu pai me disse que Ginny veio te buscar aqui para um encontro, quero saber como foi. - Explicou impaciente, repetindo a pergunta.

Eu gargalhei e tapei o rosto com as mãos teatralmente antes de responder:

—O encontro em questão era um almoço no clube e envolvia a presença de Luna, Rony e Mione. Foi ótimo, obrigado por perguntar. - Respondi rindo, o que acabou arrancando uma risada dela também.

—Que sem graça, achei que vocês dois fossem mais espertos. - Desdenhou decepcionada, me fazendo rir de novo.

O próximo final de semana chegou logo, e eu desconfio que minha carga de trabalho ainda bastante carregada tenha contribuído para isso. Aproveitei o fato de que todo mundo já havia marcado alguma coisa para fazer e me programei para não sair de casa, assim eu poderia compensar o tempo a mais no escritório.

Desci para tomar café e notei que estava sozinho em casa, então voltei com minha bandeja de cereal para o quarto e comi em frente a TV. Não variei muito muitas atividades durante o dia, ficando a maior parte do tempo dividido entre o computador e o filme que passava e durante um tempo aproveitei o silêncio para dormir mais um pouco.

Ouvi o barulho da porta sendo aberta e a voz dos meus pais na sala conversando um com o outro. Os passos na escada logo em seguida indicavam que minha mãe estava subindo e provavelmente vindo até o meu quarto.

—Olá, meu amor. - Me cumprimentou com um beijo e se sentou ao meu lado na cama. - Estranhamos ver seu carro em casa no sábado a noite, está tudo bem?

—Está sim, preferi ficar em casa hoje. - Expliquei e ela assentiu.

—Então está todo mundo caseiro hoje? - Comentou sorridente se referindo aos Weasley. - Molly também deve estar preocupada com a saúde de vocês. - Ela riu do comentário e eu a acompanhei.

—Não estamos caseiros, não se iluda. - Brinquei também. - É que Ginny preferiu sair com um cara idiota que ela conheceu um tempo atrás, então não tinha ninguém para me acompanhar. - Expliquei sem que ela perguntasse mais, e me senti bem em dizer isso para alguém.

—Ron também saiu com alguém? - Perguntou mudando o foco da conversa de um jeito que eu sabia ser especulativo.

—Não, acho que ele está em casa.

—E por que você não saiu só com ele, igual faziam antes?

Eu entendi o que minha mãe quis dizer com essa pergunta e sabia que responder arrancaria dela sua melhor cara de satisfação, mas o fiz mesmo assim e com sinceridade:

—Porque não é tão divertido quando ela não está. - Admiti.

—Entendi. - Disse apenas antes de sorrir entre satisfeita e complacente. - Dói, não é? O ciúme.

Eu ri da sua expressão, mas não neguei nem confirmei sua afirmação. Dona Lily era perita em decifrar minhas emoções, e para isso ela sempre fixava seu olhar no meu, como estava fazendo agora. Sustentei nossos olhos um no outro e deixei que ela me lesse e tirasse suas conclusões.

—Estarei lá embaixo se precisar de mim. - Quebrou o silêncio e se levantou.

—Obrigado. - Agradeci sua disponibilidade antes que ela saísse.

Eu ainda não tinha pensado no meu incômodo como ciúme, mas pelo resto do final de semana não consegui tirar essa hipótese da cabeça.


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Notas finais do capítulo

E então, parece que alguém está se tocando, não é?
O próximo capítulo será decisivo para isso ;)
Muito obrigada a todos que acompanham e comentam, isso me deixa super feliz e animada a sempre escrever mais.
Estou ansiosa para saber se estão gostando e o que acham que vai acontecer, adoro saber como vocês estão vendo tudo isso.
Não deixem de comentar! ;)
Beijos e até o próximo.



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