Rosas de Sangue escrita por NocturnalVacancy, FranHyuuga, DudaB


Capítulo 5
Capítulo 3 - Realidade Paralela.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Desculpem a demora. Esperamos que o capítulo agrade.



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Sentia-se triste com os últimos acontecimentos. Nunca pensou que seu noivo fosse tão difícil de compreender e tão fechado às suas incontáveis tentativas de manter ao menos uma relação suportável para ambos.

Em pensar que fora sua a iniciativa de aceitar este casamento. Só de lembrar o quanto ele a evitou e maltratou durante a festa de noivado seu estômago se embrulhava.

- Hinata-sama, está tudo bem? – Um dos servos Hyuuga questionou ao vê-la adentrar o extenso corredor da Mansão Principal.

- Sim, obrigada. – Expressou com a voz fraca, limitando-se a continuar com os passos calmos até seus aposentos, onde tomaria um banho quente e tentaria dormir para esquecer os orbes frios de Uchiha Sasuke.

* * *

O silêncio e o vento gélido da noite acalmavam os ânimos do homem sobre a árvore. A respiração lenta e as pálpebras cerradas concediam uma aparência de enganosa fragilidade aos predadores que poderiam existir naquele bosque, mas a verdade é que de todos ele certamente era o mais letal.

Os longos cabelos totalmente soltos dançavam em uma melodia muda, acariciando a face pálida e viril. O corpo de músculos salientes não parecia desconfortável com o frio e Hyuuga Neji se permitiu suspirar com o raro contentamento que sentia.

Eram nestes breves momentos, logo após beber totalmente o sangue de um humano qualquer, que Neji era capaz de pensar com maior racionalidade, sem ter sua garganta queimando com a sede ou a mente nublada pelo desejo não saciado. E também eram nestes momentos que o rosto de sua adorada Shinju iluminava sua mente como se não tivessem passado cem anos desde a última vez que a vira, com vida.

Naquela maldita noite ele fora um fardo. Um tolo. Incapaz de protegê-la ou de matar Uchiha Itachi. Não. Hyuuga Neji limitou-se a sangrar em um sofrimento moribundo enquanto assistia seu odioso inimigo matá-la.

A única mulher de sua vida. A única que o fazia desejar morrer ao vê-la sofrer por quaisquer razões. A única capaz de motivá-lo a continuar com suas intenções vingativas mesmo depois de tanto tempo de sua morte.

A sua Hyuuga Shinju.

As pálpebras se abriram, revelando perolados opacos pelo ódio. As sobrancelhas perfeitas franziram-se em um gesto que representava concentração. Os pulmões se inflamaram com o ar noturno em um forte inspirar.

Neji levantou-se ágil, como um felino. Estava pronto para retornar à sua caçada e resgatar o pouco de sua dignidade. Precisava manter Uchiha Itachi sob seus olhos, ao seu alcance, para não perder totalmente a consciência e sucumbir a um Level E.

Não suportaria, além de ser um vampiro servo de quem o transformou, tornar-se um selvagem sem controle de seus próprios impulsos predadores.

Já não bastava perder-se em meio à sede quando muito intensa? Matar inocentes que não mereciam ter suas vidas ceifadas pela sede demoníaca que o dominava? Não. Ele precisava matar seu Mestre!

Logo, o corpo movimentava-se com velocidade em meio às árvores e os olhos miravam à frente, atentos a quaisquer sinais que revelassem a presença de sua caça. Os longos cabelos castanhos dançavam afoitos, chicoteando algumas vezes o rosto de expressão voraz.

Neji sorriu maldoso e satisfeito com seus pensamentos.

Esta noite, beberia o sangue de Uchiha Itachi e tornar-se-ia livre.

* * *

Certo, aquilo a estava irritando. Não conseguia dormir mesmo ao tentar esvaziar a mente ansiosa ou tomar um copo de leite quente. Já perdera a conta de quantas vezes remexera-se sobre a cama para ajeitar o corpo em posição confortável, mas soube ser inútil após o relógio digital sobre o criado-mudo anunciar duas horas da madrugada.

Levantou-se com um suspiro derrotado e seguiu até a porta depois de vestir um robe sobre a camisola azul clara. Os pés descalços concederam certa discrição nos sons dos passos suaves e a jovem realmente temia acordar qualquer pessoa da Mansão.

O que menos desejava era ter de justificar a razão para estar saindo porta afora na madrugada, como fazia neste momento.

O corpo arrepiou-se com a brisa gélida da noite e instintivamente a jovem abraçou-se na tentativa de aquecer um pouco. Caminhou com calma, descendo os degraus e deixando que os pés encontrassem as pequenas pedras em frente à Mansão. Não demorou para que andasse sobre a grama, alegrando-se por fazer algo que há muito sentia falta.

Era tão incomum à rotina da herdeira Hyuuga manter o contato que desejava com a natureza que o largo sorriso em seu rosto tornou-se difícil de ser contido. Ela inspirou o ar pesadamente, inflando os pulmões com a brisa gélida, deixando-se levar pelas sensações que o breu noturno em meio às árvores que a rodeavam lhe proporcionava.

Estava tão concentrada e genuinamente feliz que o som de passos sobre os galhos secos tardou a atrair sua atenção e quando a voz profunda invadiu o ambiente silencioso a jovem quase gritou em puro terror.

- Desculpe por assustá-la, Hyuuga... – Ela fitou a sombra aproximar-se o suficiente para que os perolados demonstrassem surpresa ao notar se tratar dele. – Eu a estive observando.

O ruído de sua respiração foi audível e somente neste momento ela notou que a estava contendo. O homem de beleza avassaladora a sua frente não fazia justiça às lembranças na noite anterior. Os longos cabelos negros emolduravam a face de traços fortes e as esferas ônix eram tão profundas que se tornava quase impossível não as encarar.

Ele era tão belo que a jovem pensou não ser possível ser uma ilusão, pois mesmo louca não seria capaz de produzir alguém de aparência tão majestosa.

- Você não lembra de mim... – A voz rouca expressou serena e o homem caminhou a passos lentos em sua direção, fazendo-a recuar o suficiente para recostar-se no tronco envelhecido às suas costas. – Mas o seu rosto esteve todos os dias em minha memória. – Ele completou, aproximando-se o suficiente para seu hálito aquecer os lábios entreabertos.

- Q-Quem é v-você? – Conseguiu balbuciar, fitando os ônix profundos à sua frente, emoldurados por cílios alinhados com perfeição.

- Pergunta errada, Hyuuga. – Ele corrigiu suavemente, tomando uma mecha do cabelo índigo entre os dedos delgados apenas para sentir a maciez dos fios. – O certo no momento é... – Os dedos com os fios pousaram sobre os próprios lábios e o homem inalou o perfume de sua rosa de sangue com uma expressão de deleite. – Quem é você?

As pálpebras piscaram com lentidão e os perolados refletiam confusão ao se tornarem visíveis novamente. Quem era ela? Alguém sem graça, que estava em uma realidade paralela com um ser mágico. Era uma reposta satisfatória para si mesma, mas algo lhe alertava que o homem à sua frente não pensaria o mesmo.

- Hyuuga Hi... – A voz delicada começou, mas foi interrompida por um leve roçar de lábios gelados sobre os seus.

- Shhh... – O timbre grave expressou em um sussurro e a jovem sentiu o coração falhar ao notar que os lábios ainda tocavam os seus em uma carícia tão frágil que parecia irreal. – Você é minha...

A frase ficou incompleta quando o moreno pousou as mãos delgadas e geladas em um gesto gracioso e possessivo sobre a cintura fina, puxando-a de encontro ao seu próprio corpo e selando os lábios rosados com o seus de maneira intensa. Ele sentiu a jovem inerte entre seus braços, talvez incrédula com a iniciativa inesperada, mas não interrompeu o gesto e logo a língua aveludada pediu passagem.

O beijo foi urgente, sensual e gentil, deixando a Hyuuga desnorteada com suas próprias reações impulsivas ao corresponder àquele gesto. Ela não notou quando as mãos pequenas pousaram sobre os fios negros e sedosos, afundando-se entre eles com ousadia e curiosidade. Quando o beijo encerrou-se, sôfrega e lentamente, os perolados refletiam descrença pelo que acabara de acontecer e o rosto masculino, com uma expressão ilegível, afundou-se no pescoço fino da jovem deslizando-se lentamente até alcançar o lóbulo da orelha direita e completar a frase que dissera:

- Você é minha Hyuuga... Shinju.

Alguns segundos se passaram enquanto a respiração se normalizava e a palavra ganhava força na mente desnorteada: Shinju. Não compreendera o que levou o homem à sua frente a chamá-la por um nome que não lhe pertencia, mas ao ver como os negros a fitaram com expectativa depois de fazê-lo, algo a sinalizou perigo.

- Do q-que me cha-chamou? – Questionou nervosamente, espalmando as pequenas mãos sobre o torso masculino com uma leve pressão para afastá-lo, assustando-se com o fato dele não ter se movido sequer um centímetro.

- Você se lembrará, Shinju. – Havia certa ansiedade no timbre masculino e uma onda de pânico invadiu o corpo feminino.

- Não sou Shinju. – Respondeu pausadamente, evitando gaguejar. – Você deve ter me confundido.

O moreno franziu as bonitas sobrancelhas e a jovem pôde jurar ver um tênue brilho decepcionado nas esferas negras. As mãos sobre sua cintura movimentaram-se agilmente até a face feminina, pressionando-a com certa ansiedade.

- Sim, você é! – Ele afirmou, rouco e convicto. – Esforce-se para lembrar, Shinju! – E bruscamente agitou-a em um movimento que fez sua face doer.

- Está m-me ma-machucando! – A voz soou falha e assustada, acompanhada de lágrimas cristalinas que se formaram nos perolados arregalados, mas as mãos não a soltaram e um grunhido irritado escapou por entre os lábios masculinos.

- Tente! – Ordenou frio, fitando-a com intensidade cortante.

Hinata cerrou as pálpebras apavorada com o timbre autoritário e fremiu pelo medo. O coração bombeava a adrenalina para o pequeno corpo, que se agitava na tentativa de soltar-se das mãos imóveis que pressionavam sua face.

Um som indistinto ressoou entre as árvores e repentinamente a Hyuuga se viu de joelhos sobre a grama gelada. A face quente pela pressão anterior e o corpo trêmulo pelo pavor a fizeram alerta, à procura do que havia afastado o homem louco que a chamava de Shinju.

- Se tocá-la novamente, eu o matarei. – Uma voz masculina e ameaçadora envolveu o ambiente, atraindo os perolados assustados. Havia alguém à sua frente, em uma postura agressiva e determinada. Os longos cabelos eram castanhos e agitavam-se com a brisa suave para lados opostos em uma dança assíncrona.

A jovem mirou o moreno que a beijara levantar-se com uma vagarosa elegância, mantendo-se altivo e sério à frente do oponente, totalmente alheio à ameaça expressa.

- Sempre no meu caminho, Neji. – Reclamou com falso descaso. – Eu deveria matá-lo se não fosse divertido relembrar o passado. – O moreno deu um passo, mas o homem que a protegia grunhiu como um selvagem.

- Eu sou o guardião dela. – A voz baixa soou com convicção e Hinata movimentou-se na tentativa de visualizar melhor o rosto de seu salvador. – É minha obrigação protegê-la! – E foi neste momento que ele a encarou, rapidamente, fazendo-a conter uma expiração assustada ao notar os incríveis e frios orbes perolados.

- Um Hyuuga! – Balbuciou, atônita e confusa. Nunca o tinha visto em seu clã.

- Ela não é quem você pensa. – O moreno expressou rude, como uma blasfêmia.

- Ela é tudo o que eu penso. – Respondeu o outro, antes de mover-se agressivamente e investir um soco ágil sobre o oponente.

Uma luta veloz e letal se iniciou diante da jovem que não conseguia sequer acompanhar os movimentos. Os corpos debatiam-se entre as árvores e grunhidos baixos e selvagens eram expressados. Ela notou, pela destreza da batalha, que ambos não eram humanos.

A Hyuuga não se manteve parada, aproveitando a única oportunidade para fugir e retornar à Mansão em uma corrida desenfreada. Ela irrompeu as grossas portas, escorregando até o chão ao ver-se no interior da sala de estar.

A respiração descompassada, o coração aos pulos, a adrenalina presente no corpo, formavam um conjunto que não lhe permitia afirmar que tudo fora irreal. Ela não sabia o que devia fazer! A quem procurar para dizer o que vira?

Devia dizer a alguém que haviam dois sujeitos que sabia não serem humanos duelando como selvagens em meio às árvores do jardim? Devia dizer a alguém que suspeitava serem vampiros e colocar em risco a frágil aliança que estava se formando entre os clãs Hyuuga e Uchiha?

Não.

Ela não poderia se permitir errar!

Talvez, sua única opção fosse saber quem era, afinal, Hyuuga Shinju.

* * *

Na manhã seguinte, após uma noite em claro, a herdeira Hyuuga solicitou a um dos motoristas mais discretos que a levasse ao clã Uchiha. Ela sabia que não teria outra pessoa capaz de lhe conceder as informações que precisava além daquela a quem pretendia encontrar.

Após ser recebida por uma serva educada, aguardou sentada sobre o sofá vermelho na sala de estar. Os dedos moviam-se com o nervosismo e o lábio inferior prendia-se ora ou outra entre os dentes bem feitos.

- Hyuuga-sama? – A voz feminina envolveu o recinto e os perolados encontraram verdes que a miravam confusos. A morena notou a mudança explícita no pronome de tratamento.

- Pensei que para você, eu ainda fosse “Hina-chan”. – Comentou gentil, aproximando-se com um sorriso melancólico.

- Oh, desculpe. – A mulher à sua frente parecia insegura do que fazer. – Eu não devia tê-la tratado com tamanha intimidade.

- Sakura. – O nome soou repreensivo na voz suave. – Neste momento preciso de uma amiga. – Os perolados vislumbraram surpresa na face bonita. – Se eu não desejasse que fôssemos íntimas, não a teria procurado.

A serva sorriu desajeitada com o reconhecimento, ainda confusa por ser procurada por quem era, agora, a noiva de seu mestre.

- Eu não entendo como posso ajudá-la. – Sakura respondeu com sinceridade.

- Eu também não sei ao certo como. – A morena tranqüilizou, sentindo-se um pouco estúpida por procurar uma mulher que mal conhecia. Isso apenas lhe comprovava que não tinha ninguém com quem pudesse verdadeiramente contar. Nenhuma amiga ou confidente.

- A conversa exige discrição? – A jovem serva questionou, arqueando as bonitas sobrancelhas rosadas.

- Sim! – Hinata assustou-se com o desespero contido na própria voz. – É um assunto delicado. – Completou, concentrando esforços para manter-se calma.

Os verdes fixaram-se na expressão tensa da Hyuuga e mesmo que houvesse tristeza ao encarar a noiva de seu grande amor, não podia negar que o brilho esperançoso nos perolados tornavam o pedido de ajuda irrecusável.

- Se importa se formos ao meu quarto? – A rosada questionou, cuidadosa. – Uma serva não pode exigir outro local sigiloso.

A morena assentiu em compreensão e seguiu a serva pelos corredores extensos e ornamentados da Mansão Uchiha. Vários quadros de antepassados estavam expostos ao longo das paredes de pedra e Hinata não pôde deixar de identificar duas características bastante comuns entre as pessoas do clã.

Os olhos eram esferas ônix.

E os cabelos tão negros quanto a noite.

Era impossível negar a semelhança com o homem que a beijara.

- Chegamos. – Sakura despertou-a dos devaneios e antes de entrar no quarto, a morena se flagrou questionando:

- Você é uma legítima Uchiha? – A curiosidade presente em cada palavra fez com que a breve desconfiança da rosada cedesse.

- Não. – A resposta fluiu breve e a jovem indicou uma cadeira para a visitante. – Nenhum servo deste clã pertence à linhagem Uchiha.

Hinata assentiu com certa tristeza em reconhecer que no clã Hyuuga as coisas fossem tão diferentes. Os servos eram todos pertencentes ao mesmo clã, o que tornava as relações familiares repletas de mágoa e ressentimento.

- Creio que não veio até aqui para saber quais são minhas raízes. – A rosada comentou na tentativa de levar a Hyuuga direto ao ponto. Estava curiosa com o motivo para que a procurasse.

- Desculpe. – Balbuciou constrangida, notando o desconforto de Sakura. – Eu gostaria de perguntar... Você sabe alguma informação sobre Hyuuga Shinju?

Os verdes iluminados por uma receosa curiosidade foram invadidos por um brilho doloroso e a expressão dura no rosto feminino fez com que Hinata temesse a reação da mulher sentada à sua frente. Era como se o nome evocasse lembranças desagradáveis e ofensivas.

- Se é uma Hyuuga, por que pergunta para mim? – A frase soou gélida e a morena sentiu-se arrepiar com o olhar raivoso que lhe fora lançado.

- E-Eu não c-confio em m-mais ninguém! – A verdade presente nas palavras fez com que Sakura se sentisse culpada pela maneira rude como havia respondido.

Houve um momento de tenso silêncio entre ambas, até a rosada quebrá-lo com um suspiro pesado.

- Ela era muito bonita. – Começou, como se buscasse em memória uma longa história. – Longos cabelos negros, levemente ondulados, e um sorriso orgulhoso nos lábios. Sasuke-kun encantou-se por ela, assim como Itachi-sama. Não havia como permanecer alheio à beleza exuberante daquela mulher. – Os verdes encararam o teto e o timbre suave tornou-se magoado. – Quando tudo aconteceu, Sasuke-kun nunca mais voltou a ser o mesmo. Ele perdeu seu Nii-san e Otoo-san na mesma noite, por causa dela.

- E quem era ela? – Hinata questionou, em um sussurro.

- A herdeira Hyuuga que se envolveu com o herdeiro Uchiha. – Suspirou ao explicar. – Alguém que Itachi-sama amava e descobriu estar mentindo.

Hinata fitou os verdes com seriedade enquanto as lembranças das palavras de Sasuke – na primeira vez em que conversaram – invadiam sua mente:

Por que deveríamos confiar em seu clã quando uma Hyuuga destruiu nossa aliança há cem anos?”

Ela foi responsável pela morte do meu Nii-san.”

O amor do Itachi nos levou à ruína!”

Eu não deixarei que isso aconteça novamente.”

Ela não havia acreditado a princípio e tinha dificuldade em acreditar no momento. Os anciãos do clã Hyuuga sempre lhe contaram histórias de como o herdeiro Uchiha tentou enganá-los se aproximando de sua herdeira, há cem anos. Depois, Sasuke narrou fatos contrários, nos quais a herdeira Hyuuga seduziu e enganou o herdeiro Uchiha. E agora Sakura os confirmava.

Seu coração apertou-se em angústia ao constatar que o homem que encontrara naquela noite, que a chamara de forma tão saudosa e obstinada de Shinju, pudesse ser...

- O que aconteceu com Itachi-sama? – Questionou, fingindo descaso.

- Foi banido do clã Uchiha e seu Otoo-san morto ao tentar justificar o assassinato. – A rosada respondeu remexendo-se sobre a cadeira desconfortável.

- Você a-acha q-que ele pode e-estar vivo? – A pergunta soou baixa e tímida, como se a suspeita fosse absurdamente irreal.

- Itachi-sama não morreria tão facilmente. – A serva levantou-se alisando o vestido simples. – Pode estar vivo, mas nunca o encontraram. Eu nem sei como Sasuke-kun reagiria se o visse... – As palavras permaneceram no ar, mas os perolados captaram a legítima preocupação presente nas feições bonitas.

- Você realmente o ama, não é? – A morena balbuciou, mas a pergunta era retórica, soando quase como uma afirmativa.

Sakura encarou-a com intensidade, procurando na expressão compadecida quaisquer traços que denunciassem ser uma armadilha para flagrar seus verdadeiros sentimentos. Mas o que via era somente uma mulher com orbes calorosos e um sorriso doce nos lábios.

- Amo-o com todas as minhas forças. – A resposta fluiu pesarosa após um breve e tenso intervalo. – Amo-o há tanto tempo que não sei dizer quando começou.

A morena levantou-se e tomou as mãos pálidas e levemente ressecadas da serva entre as suas, pressionando-as levemente como quem tenta transmitir segurança.

- Eu admiro seus sentimentos. – A voz era emocionada. – Vocês estão juntos, não é?

Os verdes banharam-se em lágrimas que ameaçavam cair e a rosada mordeu os lábios assentindo em resposta. Hinata notou o sofrimento impresso nas reações da jovem e a abraçou de forma acolhedora.

- Eu não quero impedi-los de ficarem juntos, Sakura. – Os verdes marejados reluziam surpresa. – Mas não posso impedir um casamento que representa uma aliança tão importante.

A rosada assentiu e com a voz embargada explicou rapidamente:

- Eu sei! Onegai, eu entendo a importância do casamento! Prometo n-

- Eu propus a ele... – A morena cortou-a com delicadeza. – Propus que continuassem a se encontrar, mesmo escondidos.

- O... quê? Não, você não pode! – Sakura quase gritou em prantos. – Isso seria desonroso!

- Desonrosas são as mortes que esta guerra está causando. Não o amor que sentem um pelo outro.

Sakura não sabia o que responder àquela afirmativa. Era um gesto tão bondoso da mulher à sua frente que foi impossível não se entregar às lágrimas que corriam livres pela face de mármore.

- Sasuke-san, no entanto, não aceitou minha proposta. – A Hyuuga comentou, confusa. – Por quê?

- Culpa. – A palavra soou carregada de mágoa. – Somos de classes diferentes e não poderíamos nos envolver, mesmo que não houvesse o casamento. Por isso, Sasuke-kun se culpa por nos encontrarmos escondidos e por tirar de mim...

- A oportunidade de ter uma família. – A morena completou a frase, compreensiva, vendo a serva assentir silenciosa e chorosa.

Antes que Hinata pudesse dizer qualquer frase, a porta do quarto se abriu de forma rompante, acompanhada de uma voz grave:

- Sakura, onde você... – As palavras se perderam quando Sasuke encarou a rosada aos prantos diante de Hinata e os ônix ganharam um brilho ameaçador quando com passos duros ele se aproximou da humana assustada. – O que você fez?

As palavras sibiladas entredentes e o olhar assassino que lhe fora lançado fizeram a Hyuuga recuar, trêmula e ofegante.

- N-Nada! – A resposta sussurrada e insegura despertaram ainda mais ódio.

- Eu quero a verdade! – Ele esbravejou, segurando os braços frágeis com força suficiente para que Hinata gemesse de dor.

- Sasuke-kun! – Sakura gritou. – PARE! ONEGAI!

- Sakura... – A voz masculina soou baixa, mas a autoridade era impressa na palavra. – Saia.

- Não! – Ela respondeu, segurando seus ombros na tentativa de contê-lo.

- Eu disse: SAIA! – Sasuke gritou, voltando-se para a rosada em um gesto brusco que a fez cair sobre o chão.

A jovem obedeceu, lançando um olhar de súplica em direção a Hyuuga.

- Eu vou ensiná-la... – Ele começou, encarando os perolados como se pudesse matá-la com o olhar. – Por que não se deve mexer com um Uchiha. – Expressou áspero antes de sorrir com crueldade.

.

.

Vê-la pálida e assustada, presa nas mãos imundas de seu assassino, fez-me entender de forma dolorosa que eu nunca poderia viver sem você.

Agora que o destino nos uniu novamente...

Eu não errarei mais uma vez.”

.

.

Realidade Paralela.

By FranHyuuga


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Notas finais do capítulo

Olá, povo!!

E mais uma vez, quem vos fala sou eu... FranHyuuga! =) *cri cri cri*

Este capítulo também foi de minha autoria, porque a Kelen-flor e a Duda-linda estão realmente ocupadas... Fui a desocupada (entre aspas, colchetes, parênteses, rsrs) disponível no momento e só posso dizer que...

Jashin! Que difícil foi escrever esse capítulo! =O

Falem sério, o Itachi é um pedaço de mal caminho, mas eu tenho alguma tara (nada secreta, por sinal... ¬¬ rs) pelo Neji. =) Nunca consigo fazer o meu Hyuuga ser um humano/vampiro/bandido comum. *suspira* Hei de conseguir UM DIA! *amém!* rsrs.

Além disso, quem me conhece saaaaabe... tenho um abismo profundooo por NEJIHINA. Fazer o quê? =/ rsrs.

O que acharam? õ/ rs.

— Do ódio que o Neji sente pelo Itachi? {adooooro quando ele fica mal! *baba*}
— Do encontro ItaHina? =D {eu não me importaria neeeem um pouco em ser chamada de Shinju, Maria, Joaquina... *lalala* rsrs}
— Do BEIJO? {oh, inveja ¬¬ rs} Será que a Hinata é mesmo a reencarnação da Shinju? O.O
— Das revelações sobre a Shinju? {serão verdade? O.O}
— Do Sasuke-pega-eu iraaado com a Hyuuga? {eu me fingia de morta... ^^’}

Sinceridade, pooooovo!!!

— Vocês sabem como Sou...
— Flores ou Pedras? ... Reviews!