CAPÍTULO ANTERIOR

–Eu só queria pedir desculpas. Por aquele jantar estúpido. Eu juro que não queria ajudar a mamãe com essa ideia besta de encontrar um noivo para ti, mas você sabe como ela é. De algum jeito as coisas sempre acontecem como ela quer.

–Ela sempre consegue, não é?

–Comigo sim. Com você, nunca se sabe.

...

VICTORIA LUPIN

–Meu amor, o que aconteceu com a Rose? Ela não parece está muito bem e a Tia Hermione encontrou uma garrafa de vodca vazia na sala. Ela falou que tinha sido de uma festinha, mas não sei. Ela chegou a quase discutir com o pai dela.

Teddy perguntou para Victoria.

–Coração partido. É isso que ela tem.

–O Malfoy fez alguma coisa com ela? Se ele fez... Eu sempre disse que ele não um bom elemento, mas nem ela nem você me escutaram...

–Teddy! Ela o ama, e ele a ama. Por Merlim! Os dois estão juntos desde o quinto ano, eles se resolveram emocionalmente primeiro do que nós dois. Não sei o que aconteceu ainda, mas eles terminaram. E se ele não fosse uma pessoa legal Rose não teria se apaixonado por ele. Nós, as Weasley’s, somos seletivas. Você melhor do que ninguém deveria saber disso.

Digo dando um selinho em meu marido.

...

Desci as escadas silenciosamente. Rose estava sozinha no sofá olhando para o nada como se visse tudo. Olhando-a ali desolada, lembrou-me de quando soube que Rose estava junto com Scorpius.

Foi no Natal em que ela estava no sexto ano, à família toda estava reunida na Toca, como era a tradição, Teddy eu estávamos completando um ano de casados, Rose estava sozinha perto do lago.

Aconteceu alguma coisa, Rose? Você parece tão triste. Perguntei. Estou. Estou ótima, só com um pouco de saudade de Hogwarts. Rose respondeu. De Hogwarts? Porque estaria com saudade de lá se todos que amam você e que você ama estão aqui? A ruiva ficou em silêncio. A forma como ela me olhou me fez recordar de quando Teddy já tinha terminado Hogwarts, mas eu continuei lá. Não vai me dizer que está apaixonada por alguém.? Pergunto com um sorriso maroto. Tu jeito que o tio Ronald é ciumento... Vai ser engraçado quando ele souber que a Rosinha dele está gostando de alguém. Não é nada, só queria está lá. Ela responde com a voz chorosa. Rose, o que está acontecendo? Perguntei abraçando ela, então ela desabou em meus braços e começou chorou. Você sabia que a senhora Malfoy está fazendo um tratamento fora do país, lá para as bandas da América. Ela está muito doente, e o senhor Malfoy foi com ela. Rose explicou. O que isso tem haver com você querer ir para Hogwarts? Pergunto sem entender. O Malfoy vai passar o natal em Hogwarts sozinho, enquanto a mãe dele está do outro lado do mundo tentando não morrer. Respondeu ela chorando no meu colo. Rose, por favor, não me diga que você... De todos os garotos de Hogwarts, logo ele? Digo quando finalmente entendo aonde ela queria chegar. Não foi uma questão de escolha Vic, nós simplesmente nos apaixonamos. Eu só queria estar com ele nesse momento. O melhor amigo dele, Zabini, não pôde ficar em Hogwarts, ele está sozinho, sem ninguém, preocupado. Eu não consigo ficar feliz porque ele não está feliz e... Rose desabou antes de conseguir dizer o que queria. Ei, vai ficar tudo bem. Eu vou dar um jeito de você ir vê-lo. Prometi. Como você vai fazer Vic? É impossível. Ela argumentou. Você esquece que o diretor Longbottom é amigo da família?

No outro dia inventei uma desculpa para o Neville sobre a Rose ter esquecido os presentes de Natal na escola e ele abriu um portal para que ela pudesse ir, fingi para a família que ia sair com Rose, e quando ela voltou já de noitinha trazia um enorme sorriso no rosto. Quando me viu pulou no pescoço e me deu um enorme abraço. A mãe dele está melhor, não curada, mas bem melhor. Disse ela cheia de felicidade. Naquele momento percebi que Rose realmente o amava.

...

–Agora que todo mundo já foi embora e o Teddy está olhando o Peter, me explica essa história de término direito.

Rose se endireitou no sofá dando espaço para que Victoria sentasse ao lado dela.

–Eu queria dizer que tudo começou quando minha mãe inventou de encontrar um noivo para mim, mas eu sei que isso vem de antes. Ele falou estava cansado de me vê escolhendo sempre minha família no lugar dele, sempre que alguém me chamava eu ia mesmo que eu e ele tivéssemos alguma coisa marcada. Ele falou que estava cansado disso. Ele disse que me amava que ia pedir em casamento, mas que tinha percebido que eu nunca iria contar para minha família sobre nós dois. E ele tem razão, eu não consigo. Passei a minha vida inteira escutando meu pai falando o quanto os Malfoy’s são horríveis, o quanto devemos odiá-los, como posso chegar para ele e falar: Pai: quer saber de uma coisa, estou namorando Scorpius Malfoy. Eu não posso fazer isso, simplesmente não consigo. Eu o amo, mas não consigo enfrentar meu pai. E ainda por cima tem Hugo. Só de imaginar o olhar de desgosto dos dois toda minha coragem some.

–Vic, se lembra do que eu te falei quando o Peter nasceu? Eu falei, daqui há uns, será um meu e o do Scorpius. Merlim sabe o quanto eu queria formar uma família com ele, mas me diz como eu posso... Como eu chego ao meu pai, meu herói, e digo que estou com a segundo pessoa que ele mais odeia no mundo? Eu não consigo. Uma vez, eu quase contei. Foi no último ano de Hogwarts, mas eu não consegui. Eu sou uma covarde. E não posso culpar o Scorpius por não querer mais essa situação.

E mais uma vez Rose desaba no meu colo por causa do Malfoy.

–O que faço Vic? Preciso de uma luz.

–Rose eu queria saber o que dizer, mas... Uma Weasley com um Malfoy já seria complicado, mas o Tio Ronald e o Draco é outro patamar.

–Eu sei, mas Scorpius quer contar, talvez ele me ame mais do que eu o amo.

–Ele quer contar? Mas vocês já não decidiram terminar?

–Ele me deu um intimado. Ou eu enfrento minha família e ficarmos juntos, ou terminamos para sempre. Mas eu sei que não vou conseguir enfrentar, então já estou triste pelo iminente. Ele ia me pedir em casamento Vic. Em casamento! Merlim! Como a vida é injusta.

Victoria queria dizer a Rose que iria ficar tudo bem, mas ela sabia que não era verdade e mais, não adiantaria. Então ela abraçou a prima, com força, e Rose chorou no colo da prima.

...

DOIS DIAS DEPOIS

Astoria Malfoy já andara muitos pelos corredores do Hospital de Pesquisa Mágica, quando Simon começou a tratá-la, ela praticamente começou a morar lá.

Mas Simon havia morrido no ano anterior, naquele dia ela iria visitar Rose Weasley. Claro que Gregory era a opção mais obvia depois de Simon ele era o melhor medibruxo de doenças ‘incuráveis’, porém Rose tinha sido pupila de Simon...

Rose já estava preparando-se para ir embora quando Astoria entrou na sala dela.

–Desculpe entrar assim. É que meu marido estava passando pelo corredor e não queria que ele me visse.

Rose encarou a senhora a sua frente sem entender o que estava acontecendo.

–Sem problemas.

A ruiva disse enquanto ajeitava alguns papeis em sua mesa. Astoria observou a sala de Rose atentamente. Não parecia em nada uma sala de hospital, tinha ar jovial, mas um quadro na mesa lhe chamou atenção. Não havia ninguém na foto, era só um lago, mas ela (Astoria) podia jurar que conhecia aquele lago.

–Eu já estou saindo, mas pode ficar a vontade para se esconder do seu marido.

–Desculpe, acho que não fui clara. Quero falar com você. Estou me escondendo de Draco porque não quero que ele saiba que vim até aqui.

Rose olhou a mulher na sua frente com curiosidade. Será que aconteceu alguma coisa com Scorpius?

–Aconteceu alguma coisa?

–Sim. Vou ser o mais direta possível. Acho que minha doença voltou.

Rose parou no tempo. Isso não podia está acontecendo. De jeito nenhum ela falara aquilo. Se o que ela falara era verdade. Rose havia falhado. Com Simon. Com ela, e, sobretudo com Scorpius...

–Eu não entendo...

Rose começou a balbuciar, mas Astoria a cortou.

–Bom. Simon sempre deixou bem claro para mim que não tinha certeza se a poção de cura iria servir em longo prazo.

–Mesmo assim, isso é...

Merlim! Scorpius iria fica horrível quando soubesse. Logo agora que os dois tinham acabado...

–Eu vim até aqui porque sei que não foi Simon que achou a cura, e sim você. Ele me contou, não queria ficar com os créditos. Simon era um homem de caráter.

Rose sentou-se em sua cadeira. Era muita coisa para absorver.

–Senhora Malfoy. Eu aprecio que tenha vindo me procurar, mas Gregory, é...

–Eu sei quem ele é. Você me salvou da primeira vez espero que me salve dessa vez também.

A ruiva respirou fundo.

–Certo. Antes de tudo precisamos confirmar se ela realmente voltou e caso isso seja verdade a senhora vai voltar a tomar a poção...

–Meu marido é médico, eu sei verificar se estou ou não com a doença, e já fiz isso. Assim como já tomei a poção. Por isso estou aqui, porque não deu certo.

–Seu marido sabe?

–Não. Eu não consegui contar a ele. Eu ia contar para o Scorpius, mas ele estava tão mal quando cheguei ao seu escritório que também não consegui...

–Aconteceu alguma coisa com Scorpius?

Perguntou Rose institivamente. Astoria a encarou, curiosa, a garota na sua frente parecia genuinamente preocupada com Scorpius.

–Desculpe isso não é da minha conta.

Rose disse assim que percebeu o que tinha falado.

–Não se preocupe. Ele está mal, alguma coisa com uma garota.

Rose engoliu em seco. Ele estava mal por causa dela. Ótimo!

–Eu não contei nem ao meu filho nem ao meu marido, e não quero que ninguém, nem mesmo eles saibam disso.

–Eu não posso contar. Sigilo entre médico e paciente.

ALGUNS ANOS ANTES

Rose não podia acreditar. Ela tinha conseguido. Por Merlim! Ela havia conseguido! Simon entrou na sala correndo, ele tinha um sorriso que estampava felicidade, orgulho.

–Você conseguiu!

Comemorou.

E Rose sentiu-se agradecida quando ele a abraçou. Simon era o bruxo mais avançado na tentativa de descobrir a cura da doença Black, (chamada assim porque foi identificada pela primeira vez em um membro família Brack.), mesmo assim ela havia achado antes e ele não estava enciumado, só orgulhoso.

–Sabe quantas pessoas salvaremos com essa poção?

Perguntou ele.

–Muitas.

–Milhares! Rose, milhares!

–Devemos ir com calma Simon, ainda não sabemos os efeitos colaterais. Nem mesmo sabemos se realmente funciona em longo prazo.

–É claro que funciona, foi você que fez. E você, Rose, é brilhante.

Disse a encarando da mesma forma que o pai dela a encarava quando ela tinha medo de subir em uma vassoura. “Você consegue filha”. Havia dito Ronald naquela ocasião.

–Mesmo assim...

–Eu sei que devemos tomar cuidado, mas eu tenho pacientes que não vão quere espera. Estão tanto tempo sofrendo que vão se alistar para serem nossas cobaias. Creio que tenho que contar primeiro para Astoria, afinal é o marido dela que financia boa parte das nossas pesquisas...

–Espera!

Rose chamou quando ele ia saindo.

–Você não pode contar que eu descobri a cura.

–O quê, mas que bobagem, Rose. É claro que ele não ficou muito satisfeito quando te chamei para trabalhar comigo, mas...

–Ela vai achar que eu coloquei alguma coisa na cura que vá prejudicar a esposa dele. E ela precisa dessa cura, por favor.

–Para uma Weasley, você se preocupa demais com os Malfoy’s, não?

–Eu me tornei medibuxa para salvar as pessoas.

–Rose, eu trabalho com você, eu ensinei você quase tudo que sabe, e posso dizer claramente que você está aqui, sim, pra salvar as pessoas, mas ultimamente seu objetivo é salvar Astoria Malfoy. Se eu não soubesse quem você é, diria que está apaixonada por ela, ou talvez do filho dela, vocês tem a mesma idade, não é?

Rose estagnada. Simon sorriu.

–Por Merlim, então é isso? Descobri o seu segredo? Está aí algo que eu queria vê o casamento de um Malfoy com uma Weasley.

–Simon você vai assumir ter encontrado a cura ou não?

Perguntou a ruiva mudando de assunto.

–Vou. Só porque acho que tem razão sobre Draco, mas não vou guardar esse segredo para sempre Rose. Você descobriu a cura, provavelmente, do século. Você, Rose, não eu.

...