Até que o sobrenome pese... escrita por Gabs


Capítulo 14
História de um amor


Notas iniciais do capítulo

Rá, pra quem nao postava desde o início do ano dois episódios seguidos



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—Então que sejamos os primeiros a ouvir. Eu quero saber o que esse filho de doninha vez para conquistar minha filhinha inocente.

—Papai!

—Deixem de frescura, contem logo, estamos todos curiosos.

Rose suspirou se dando por vencida e, olhou para Scorpius como se pedisse permissão, o loiro apenas deu de ombros.

—Tudo bem! A primeira vez que notei Scorpius foi quando papai comentou que eu não devia ser muito amiga, na estação King’s Cross, de fato eu não me aproximei dele, embora o observasse a distância. Assim que entramos no castelo e nos reunimos em frente ao chapéu seletor, ele parecia nervoso. Todo mundo após ser selecionado fica feliz e corre em direção a mesa da sua casa, mas percebi que ele não estava feliz, não de verdade pelo menos, havia algo no olhar dele, eu não sabia o que era no momento, mas eu não conseguia desviar. Enfim, durante todo o ano restante, nós não trocamos uma palavra, mas eu sempre o observava e ás vezes percebia que ele também me observava.

—Claro que eu te observava, não tirei os olhos de você desde que te notei pela primeira vez, quando você foi chamada para ir ao chapéu seletor, lembro que você parecia tão confiante, e seus olhos, Merlim, seus olhos, eram hipnotizantes. Só quando o chapéu falou: “Embora você tenha um quê de Corvinal, seu sangue Weasley fala mais alto… Grifinória”, foi que percebi de quem se tratava.

—Vejam bem, eu nunca soube como me sentir em relação aos Weasley, meu avô adorava dizer o quanto você eram ruins, que eram traidores de sangue, uma vergonha para o mundo bruxo. Uma vez falei que achava o motivo da briga um tanto estúpido, meu avô me deixou de castigo, embora minha mãe tenha me dado um beijo e dito estar orgulhosa de mim naquele mesmo dia. O ódio do meu pai era, segundo o mesmo, algo pessoal do tempo que você estudavam em Hogwarts.

—Enfim, eu não odiava a família de vocês, mas também não amava, então resolvi que não ligaria para a rixa, no entanto, todos os Weasley do castelo começaram a fazer pegadinhas comigo e por um tempo eu revidei, e mesmo começando a odiar os Weasley’s eu continuava a não conseguir tirar os olhos de Rose, tal como no dia em que chegamos.

—No segundo ano, as coisas começaram a sair um pouco de controle, Hugo e Alvo estavam empenhados em humilhar Scorpius, faziam vários tipos de plano contra eles, por vezes eles me chamaram, mas nunca aceitei, minto, uma vez (Scorpius olhou para Rose surpreso), James me convenceu, você estava sozinho na biblioteca eu tinha que jogar uma bomba de bosta em você, mas quando eu cheguei na biblioteca e olhei Scorpius eu não consegui fazer nada para prejudicá-lo, algo no olhar dele me dizia que ele já estava machucado.

—Eu lembro desse dia, foi quado trocamos umas poucas palavras pela primeira vez.

—Nao foi bem uma conversa. Scorpius só me acusou de ir até para atacar ele sozinho.

—E eu tinha razão.

...

Scorpius estava concentrado lendo um livro que sua mãe aconselhara quando percebeu que já não estava sozinha na biblioteca, embora fosse domingo e ninguém fosse na biblioteca aos domingos, fora ele. Ao levantar o olhar para saber quem lhe fazia companhia se deparou com os olhos azuis que sempre o faziam perder a noção do tempo e espaço, ele só percebeu que estava tempo demais olhando os olhos dela quando a mesma arranhou a garganta, o acordando do transe.

—Vai se aproveitar que estou sozinho para me atacar? Sempre soube que seu irmão e seus primos eram covardes, no entanto esperava mais de você.

Disse imaginando que ela estava ali para aprontar com ele, visto que seus primos e irmão nunca perdiam um oportunidade.

—Eu não… Você é um idiota.

Rose exclamou fingindo-se de brava, na verdade ela estava envergonhada, porque ele tinha razão, ela fora ali atacar ele, mesmo que o mesmo nunca tenha feito nada para merecer aquele tratamento.

—Tudo supondo que eu seja um idiota, porque você estaria aqui, comigo se não fosse para me atacar?

—Ora, porque… a biblioteca não é sua, é de qualquer aluno.

—Suas orelhas fica vermelhas quando mente.

—Eu não estou mentindo!

—Tudo bem.

Scorpius disse tentando agir com indiferença, no entanto a presença dela o fazia ficar com as mãos suadas, e nervoso. Rose ficou ali por mais algum tempo, até finalmente se retirar, quando encontrou James disse que não havia ninguém na biblioteca.

—Após aquele dia fiquei com peso na consciência, Scorpius nunca fizera nada para receber os trotes dos garotos, então conversei com eles e os fiz perceber como estavam agindo como idiotas.

—Conversar? Eu acho que ameaçar, brigar, seriam palavras mais adequadas.

Hugo falou. Scorpius sorriu.

—O importante é que você pararam. Scorpius começou a se destacar na aulas e eu comecei a estudar mais, meus primos achavam que era para vencê-lo e era o que eu dizia para mim também, mas no fundo eu queria impressioná-lo. Eu adorava quando tínhamos aulas juntos, pois toda vez que eu respondia uma pergunta eu via que ele me olhava com admiração.

—No terceiro ano, as coisas começaram a mudar entre nós, deixamos de nos admirar à distância e começamos a nos conhecer. Tudo começou com uma briga entre Hugo e eu, como sempre fui para a torre de astronomia, mas Scorpius estava lá quando cheguei, ele estava mal, muito mal, e eu fiquei triste por vê-lo naquele estado.

—Todos vocês sabem que minha mãe estava muito doente, naquele ano, ela quasse morreu pela primeira vez, bom, Rose me encontrou em um momento de fraqueza, começamos a conversar, contei a ela sobre minha mãe.

—Nesse dia eu prometi que ia ser medibruxa e curar a mãe dele, também confessei que precisava melhorar em poções para que isso acontecesse e Scorpius se ofereceu para me ajudar, foi o inicio de tudo ali. Nos encontrávamos quase todos os dias, às escondidas, conversamos sobre nosso dia, na verdade nossos encontros sempre eram o ponto alto do meu dia.

—Minha mãe ainda estava muito mal, no entanto aqueles encontros com Rose me deixavam mais esperançoso, mais confiante, mais feliz, eu estava apaixonado. No fim do terceiro ano, na última semana de aula, estávamos na casa dos grito, Rose conversava sobre alguma coisa, eu não estava prestando atenção, eu estava observando ela, tentando descobrir o porquê, como, e em que momento eu me apaixonei por ela. Ela sorriu, e eu não pude evitar, eu falei que gostava dela, e não só como um amigo. Rose não aceitou muito bem, e nós tivemos uma briga horrível, tão horrível que passamos quase todo o quarto ano sem nos falarmos.

Rose e Scorpius estavam na Casa dos Gritos, ela contava sobre como Miranda Willians quase quebrara o quadro da Mulher Gorda, por não lembrar da senha. Scorpius estava sentado com as costas na parede e Rose estava deitada nas pernas dele.

—Então os elefantes cantaram “Viva la vida”;

Rose falou aumentando o tom de voz ao perceber que Scorpius não prestava atenção nela.

—Ãn?

—Você não estava prestando atenção em mim, não é mesmo?

Rose acusou. Ela levantou -se ficando de frente para ele.

—Desculpe.

Falou Scorpius ficando vermelho por ser pego, ele estava pensando no porquê estava apaixonado por Rose.

—Você está vermelho! Merlim, no que você estava pensando? É sobre alguma garota?

Rose perguntou a última parte sem entender o porquê do aperto no peito, Alvo era tão seu amigo quanto Scorpius e ela não se sentia assim quando ele conversava sobre garotas, mas só de mencionar “garotas” para Scorpius ela sentia-se irritada.

—Não é nada disso, vamos mudar de assunto;

—Tudo bem -Rose concordou um pouco aliviada por não gostar do rumo daquela conversa e, ao mesmo tempo preocupada ao perceber que Scorpius ficara mais vermelho.

—Como foi o primeiro treino como goleira da Grifinória?

Perguntou ele.

—Foi divertido, no fim do treino nós começamos só a brincar mesmo, joguei até no ataque, embora não tenha feito nenhum gol e quase tenha caído por duas vezes da vassoura, em uma das vezez eu quase levei o Kiaw junto comigo.

Rose comentou divertida. Scorpius ficou observando o sorriso dela.

—Você está fazendo de novo.

Acusou Rose ficando um pouco brava. Uma das coisas que ela mais gostava em Scorpius era que ele prestava atenção nela, quando se tem uma família bem grande atenção não é algo que se tem com muita frequência.

—Desculpe. Eu estava pensando em nós dois.

—Em nós dois? O que tem para pensar sobre nós dois?

Perguntou Rose receosa, não estava gostando do rumo daquela conversa.

—Eu estava pensando que você me faz bem e, que talvez eu goste demais de você, mais do que um amigo deveria gostar de uma amiga, talvez o mesmo que um na…

—Não continue com essa papo Malfoy. Porque você tem que estragar tudo?

—Como assim?

—Você não podia guardar esses pensamentos só para você? Melhor porque não reprime esses pensamentos?

—E porque eu deveria fazer isso?

—Ora, porque você é um Malfoy! Eu nem deveria estar aqui, eu nem deveria conversar com você.

—Se você não deveria então porque faz isso?

—Eu não sei! Talvez eu tenha ficado com pena de você, apesar de tudo você não tem culpa de nascer na sua família, então não merece que meus primos fiquem fazendo trotes com você.

Scorpius gargalhou friamente. Rose se assustou nunca o vira daquele jeito.

—Então eu sou uma espécie de… eu não preciso da sua pena, eu não preciso de você. Quem você acha que é Rose? Quem você acha que é para brincar com as pessoas desse jeito? Então é por isso que ninguém pode saber que somos amigos? Que idiota eu sou, nem amigos somos, nunca fomos não é.

Scorpius levantou-se bruscamente, e ficou andando de um lado a outro irritado, o olhar dele era gélido, Rose o observa do chão, arrependida do que tinha dito e com ódio de si por não conseguir dizer mais nada.

—Como fui idiota! Pensando que éramos amigos, pensando que… Não precisa mais fingir que se importa comigo Weasley.

 

Assim que encostou em sua cama, Rose começou a chorar, chorar de ódio de si, ela devia ter falado que nunca sentira pena dele, ela devia falar que ela se importava de verdade com ele, ela devia ter falado que também gostava muito dele.

Scorpius estava na floresta proibida, ele estava socando uma árvore com toda sua força, quando enfim cansou e suas mãos estavam na pele viva ele encostou-se na árvore e chorou, chorou por ter sido um idiota, por achar que ela gostava dele, por gostar dela.

 

—Quando Scorpius voltou no quarto ano, ele estava diferente, ele estava mais forte, havia cortado o cabelo antes curto estava um pouco acima dos ombros, ele parecia mas sério, não foram poucas ás vezes que as garotas diziam o quanto ele era lindo, e que queriam ficar com ele, eu morria de raiva quando elas falavam essas coisas, mas tentava me controlar, eu sabia que sentia algo forte por ele, mas não tinha identificado como amor, ainda.

—Bom do jeito que Rose sempre foi linda nem preciso dizer que tive alguns ataques de ciumes, cheguei inclusive a entrar em três duelos por ela, o motivo dos duelos entretanto foram outros, usados apenas como desculpas pelas elogio inadequados de alguns idiotas sobre ela.

—Em uma das vezes que ficamos sozinhos no quarto ano, nos beijamos, foi o primeiro beijo dos dois, estávamos brigando porque Scorpius descobriu que Leon e eu estávamos passando tempo de mais juntos.

 

 

O jogo contra a grifinória seria no outro dia, Scorpius não fazia parte do time, mas Luke fazia e, por isso ele estava escutando o plano do time.

—Devemos tomar cuidado com esse tal de Leon.

Uma das garotas falou.

—Verdade, ele é um bom batedor.

Confirmou Luke.

—Não por isso. Ele e a Rose são bem… eles são amigos demais, entendem? Ela é uma ótima avaliadora, e ele sabe ler as expressões dela, então quando ela percebe alguém se aproximando sorrateiramente, ele também sabe.

Leon e Rose? Amigos demais, o que aquela garota queria dizer com aquilo? Ela gostava dele? Sem perceber Scorpius tinha um olhar assassino no rosto e apertava a varinha com força, sem se despedir saiu da sala comunal da sonserina e se dirigiu a torre de astronomia, ele precisava de um ar.

Assim que entrou, percebeu que ela estava lá. Ele deveria sair disfarçadamente, como fizera outras vezes, a raiva dele, no entanto não deixou;

—Scorpius?!

Exclamou Rose assustada quando o notou. Rose havia ido ali descansar os pensamentos antes do grande jogo contra a sonserina no dia seguinte.

—O que faz aqui?

Perguntou ela preocupada. Era sabido que a Torre de Astronomia virara o ponto de encontro de diversos casais nesse ano, será que ele marcou com alguém ali?

—Esperava mais de você, Rose.

—Do que você está falando?

—Marcar um encontro no local mais batido de todo o castelo, não me admira que todos saibam… Que estúpido estou sendo, não é… Neste todos podem saber, comigo era que as coisas eram diferentes.

—Do que está falando?

—Do seu namorado.

—Eu não tenho namorado!

—Não minta para mim, Weasley.

Scorpius, exclamou furioso.

—Estou falando a verdade. Se não quiser acreditar problema seu!

—Então você e o Kiaw não tem nada?

—O que o Leon tem a ver com isso?

—”Leon”, já estão íntimos?

—Ele joga comigo, é claro que o chamo pelo primeiro nome.

—Não tente me enganar. Eu sei que vocês andam se encontrando pelos cantos do castelo.

—Você está distorcendo as coisas. Leon e eu somos companheiros de equipe e amigos.

—Ah! Então admite que andam juntos.

—Eu ando junto com todos os meus amigos e ele é um deles, portanto isso é verdade, mas isso não quer dizer que estou namorando com ele;

—Você está ficando com ele?

—O quê?

—Você e o Leon, vocês estão… vocês já….

—Que pergunta é essa, Scorpius?

Perguntou ela nervosa. Ela não queria responder, ela não queria admitir que nunca beijara ninguém, porque tinha certeza que ela já havia ficado com várias garotas.

—Responda, Rose.

—O que te interessa a resposta.

—Porra Rose, só responde a droga da pergunta.

Mas Rose não respondeu. Scorpius se aproximou de Rose, ele aparentava estar furioso, não demorou muito para que Rose estivesse sendo empressada na parede por Scorpius.

—Jura para mim que vocês dois não tem nada.

Scorpius pediu em um tom doce, todo o corpo de rose estremeceu ao ouvir a voz dele tao perto do ouvido dela.

—Eu já disse, somos só amigos.

—Então porque os boatos que rolam no castelo é que vocês estão juntos?

—Desde quando você acredita em fofocas?

—Eu nunca sei o que esperar de você Rose.

Ele acariciava o rosto de Rose com os dedos, Rose fechou os olhos ao sentir o toque dele, a respiração dela ficou mais pesada, os dedos dele foram para os lábios dela.

—Você o beijou Rose?

Perguntou ele com a boca bem perto da dela. Rose não conseguiu dizer nada, apenas balançou a cabeça negando.

Scorpius a pressionou mais contra a parede e ficou acariciando ora o rosto dela, ora passava o dedo nos lábios dela, Rose estava com os fechados aproveitando cada toque dele, e por estar com os fechados ficou surpresa quando sentiu os lábios dele no dela.

...


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Notas finais do capítulo

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