Até que o sobrenome pese... escrita por Gabs


Capítulo 11
Ano Novo


Notas iniciais do capítulo

hello! eu sei que demorei... MUITO, mas esse cap ja estava pronto, o problema foi a internet (que eu estava sem)



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Não estava nos meus planos ir à Toca esta noite. Obviamente eu sabia que era uma tradição e, que como uma Weasley deveria segui-la, mas no fundo eu estava verdadeiramente cansada de tradições.

No entanto, naquela manhã recebi um berrador do meu pai exigindo minha presença para a reunião do ano novo. E observe bem, meu pai, Ronald Weasley, nunca, N-U-N-C-A manda berradores.

Nem mesmo quando Hugo e eu merecíamos ele mandou, ou deixou minha mãe mandar. Como da vez que Hugo conseguiu deixar os cabelos da diretora McGonnal lilás (o que foi muito engraçado) ou da vez que explodi o banheiro da Murta que Geme (foi algo puramente acidental). Tio Harry uma vez confessou que papai tinha trauma de berradores desde que a vó Molly mandou um para ele no segundo ano. Portanto, se ele tinha mandado um berrador ele devia realmente querer minha presença.

Confesso que passei horas me encarando no banheiro perguntando-me se devia ou não ir mesmo que ele tivesse mandado um berrador. Afinal, papai e eu não havíamos nos falado desde o dia que contei que estava apaixonada por Scorpius. Talvez minha presença seja tão necessária na Toca para que minha família possa fazer uma intervenção.

Cansada de ficar imaginando os inúmeros cenários que poderiam ocorrer nesta noite finalmente aparatei na Toca. Minha mãe me recepcionou com um enorme sorriso no rosto. Estranhei a princípio, mas não demorei muito para perceber o motivo da felicidade dela, Arthur estava ali, conversando com meu primo Alvo.

Falo com todos educadamente, inclusive com Arthur e, menos com meu pai que estranhamente ainda não havia chegado. Depois de dez minutos consegui fugir para o meu refúgio, o antigo quarto da tia Gina. Depois da reforma que meus avós fizeram na Toca após o súbito crescimento a família, o antigo quarto dela havia ganhado uma pequena varanda, e eu simplesmente amava a vista dali.

Sendo minha família, a família Weasley não demorou muito para colocarem fim ao meu sossego. Alvo entrou no quarto e sorriu ao me vê. Alvo e eu sempre fomos bons amigos, ou seja, eu o conhecia e sabendo que a pouco ele estava conversando com Arthur, preparei-me mentalmente pelas piadinhas que iriam vim.

—Eu estava conversando com seu futuro noivo e possível marido.

Começou ele passando-me um copo com champanhe.

—Champanhes não são proibidos antes da meia noite?

Pergunto ignorando o comentário.

—E desde quando você e eu nos importamos com tradições?

Diz ele piscando o olho e dando seu sorriso galanteador. Eu adorava Alvo por isso, ele era sempre tão ele, que às vezes esquecia que pertencíamos a mesma família.

—Arthur é muito charmoso. Bom de papo. Um gato. Você devia dar uma chance ao rapaz.

—É impressão minha ou você se interessou por ele?

Pergunto contendo a risada.

—Quer saber? Se ele jogasse no meu time, eu super pegava.

—E o que aconteceu com aquele loiro do profeta? Qual o nome dele mesmo?

—Henrique. Nós terminamos há algumas semanas.

—Sinto muito Al.

—Não sinta. Além disso, quais as chances de um loiro quando encontramos um moreno como esse Arthur?

—Depende do gosto da pessoa. Eu prefiro os loiros.

—Não acho que você goste de loiro. Acho que você gosta de um único loiro.

Alvo diz me encarando. Não o respondo e tomo um gole do champanhe. Ele dá um sorriso vitorioso.

—Rá! Então ele é loiro. Interessante. Você não parece ser do tipo que curte loiros, mas a tia Fleur parece gostar do tipo engomadinho e é casada com o tio Gui. Vai entender o amor.

—Falando em amor, como vai sua procura por outro amor após o término com o Henrique?

Mudo de assunto.

—Simples. Não vai. Cansei de relacionamentos. Agora eu sou de todo mundo...

—Pensei que você já era de todo mundo.

—Que engraçada você. Mas vamos para a pergunta de um milhão: Com quem você passou o natal? Estou apostando no tal loiro.

—Passei sozinha. Só não estava querendo vim para cá.

Confesso por algum motivo eu não nunca tive interesse de mentir para o Alvo.

—Aconteceu alguma coisa?

Perguntou preocupado.

—Um monte de coisas. Aí mamãe ainda inventou essa de me casar. Um dia desses, ela levou sua mãe para tomar café comigo para que a tia conseguisse me convencer a me casar. Porque aparentemente estou ficando para trás, uma vez que Lily já está de casamento marcado e, Molly noiva.

—Entendo. Só porque as duas se casaram novas pensam que devemos por regra nos casar novos também. Cometi a estupidez de convidar Henrique para jantar com meus pais, e mamãe ficou o tempo todo insinuando que ele e eu devíamos nos casar. Ela falou tanto que ele ficou convencido disso, só que eu não quero me casar tão cedo.

—Por isso que vocês terminaram?

—Também. Além de todas as coisas tão clichês de términos.

—Um brinde a nossas mães.

Comento tocando minha taça na dele.

—É triste essa situação sabe. Minha mãe ficou tão alegre com o noivado da Lily que não consegue perceber a coisa mais óbvia do mundo. Lily não ama o Frederick.

—O mais triste é que Lily não fala nada. Só aceita que deve se casar com ele porque é o melhor para a família.

—E o seu loiro? Porque vocês terminaram?

—Como você...

—Como eu soube? Pequenos sinais. Você tá com olheiras, passou o natal sozinha, está aqui bebendo ao meu lado. Geralmente nessas festas em família eu fico aqui bebendo sozinho, pois por mais que você odeie essas festas sempre fica tentando bancar a boa moça. Então você e o cara misterioso, que descobri ser loiro, terminaram.

“O cara misterioso”. Victoria já havia comentado comigo há alguns anos que nossos primos desconfiavam que eu estivesse com alguém e por isso não me envolvia com ninguém.

—Sim. Nós terminamos. Ele não era... Digamos que não é alguém que nossa família aceitaria como meu namorado, nem mesmo como um colega distante.

— “A família é coisa mais importante”. Cara eu odeio esse lema.

—Concordo plenamente.

...

“Minha mãe ficou tão alegre com o noivado da Lily que não consegue perceber a coisa mais óbvia do mundo. Lily não ama o Frederick.”

Não havia sido a intenção de Gina escutar a conversa de Alvo e Rose. Ela só queria encontrar uma foto antiga de Ronald com um pedaço enorme de coxa na boca enquanto saia macarrão pelo nariz. A foto por motivos óbvios estava escondida em seu quarto e havia nela um feitiço anti-convocatório.

Gina escutou somente aquele pedaço da conversa, e saiu apressadamente do quarto antes que os dois percebessem que não estavam sozinhos. Desceu as escadas rapidamente e enquanto ela se aproximava o sorriso de Hugo aumentava. Era sempre bom ter uma foto horrível dos pais, nunca se sabia quando iria precisar.

—Desculpe não a encontrei Hugo.

O garoto encarou a tia, tristonho e saiu em silêncio deixando-a sozinha com o marido.

—Gina. Aconteceu alguma coisa?

Harry perguntou preocupado.

—Nada.

Respondeu ainda aturdida com a recente informação.

...

—Filha! Você está bem?

Molly perguntou encarando a filha. Gina parecia ter visto um fantasma quando entrou na cozinha.

—Sim. Quer dizer não. Quer dizer não sei.

—Sente querida vou fazer um chá para você.

—Não precisa mamãe. É só que... E se eu tiver errado com Lilian? Há alguma possibilidade dela não amar Frederick da forma que eu amo Harry? E se ela só se estiver se casando com ele porque fiquei importunando ela para se casar logo?

—Filha. Acalme-se.

—Como posso me acalmar sabendo que posso ter arruinado a vida da minha filha?

—Como sabe que arruinou? Já conversou com ela? O seu problema e da Hermione é o mesmo. Vocês simplesmente não conversam com os filhos e acham que os conhece ao ponto de saber o que é o melhor para eles. Converse com a Lilian e pergunte se ela tem certeza do casamento.

...

Gui era o mais velho dos sete filhos de Arthur e Molly. E, portanto já tinha visto muita coisa na Toca. Já tinha visto a primeira travessura de Fred e Jorge. A primeira vez que Ronald recusou comida. Já tinha visto Percy aprontar junto com os gêmeos. Carlinhos com medo de um ovo de dragão. Já vira Arthur ficar tão bravo quanto Molly. Já tinha até visto Gina passar horas e horas observando um pôster do Harry, mas ele nunca, nunca, imaginou que veria um Malfoy entrar naquela casa. E, ainda mais... acompanhado de seu irmão Ronald Weasley.

Obviamente Gui não era o único assustado com a cena, por muitos e muitos minutos, talvez um século, quem sabe mais. Tudo que se ouvia na sala de estar era um silêncio absoluto. Molly e Gina estranhando a falta de barulho também foram à sala, e, pararam ao perceber o motivo do silencio.

Scorpius Malfoy, Draco Malfoy e Astoria Malfoy estavam na Toca junto com Ronald.

—Onde está Rose?

Ronald perguntou.

—Você trouxe a família Malfoy aqui e quando abre a boca é para perguntar sobre a Rose?

George pergunta.

Antes que Ronald pudesse responde todos começaram a falar ao mesmo tempo e o silencio tornou-se uma algazarra.

—Silêncio!

Hermione gritou.

—Ronald, querido, você explicar o que está acontecendo?

Pediu calmamente Hermione. Ela sabia que muito bem que o marido estava escondendo e aprontando alguma coisa, mas nunca imaginou que pudesse ser aquilo.

...

No entanto Ronald não teve tempo para explicar, pois naquele momento Rose e Alvo desciam as escadas animadamente. A algazarra que escutaram a pouco só podia significar briga.

Alvo continuou descendo rápido as escadas querendo saber mais sobre a possível briga que nem percebeu que Rose estancara na escada observando Scorpius. O olhar dos dois se encontrou e o loiro sorriu orgulhoso.

Ele passara o dia inteira pensando se deveria ou não ir naquela festa da Toca, mas no momento em que os olhos dele se encontraram com os de Rose ele soube que não havia, no mundo, outro lugar que ele quisesse estar.

Apesar dos olhares curiosos e poucos amigáveis dos Weasley, Scorpius andou em direção a Rose como se fosse controlado por uma força externa. E a cada passada que os aproximava o sorriso dos dois se alargava.

Alvo, após o impacto inicial de ver a família Malfoy ali na Toca, começou a rir olhando de Scorpius para sua prima. Rose realmente não gosta de seguir as tradições, pensou ele procurando o melhor lugar para olhar as reações do que ele achava que ia acontecer.

...

O coração de Rose batia forte em seu peito. Scorpius estava nos pés da escada sorrindo tranquilamente para ele. E, todas as dúvidas que Rose tinha sobre aquele momento ser ou não um efeito colateral, devido algum feitiço que sua vó fizera para quem tomasse o champanhe antes da hora, desapareceram.

Ele estava ali. Seu Scorpius. Antes que ela pudesse ordenar que seus pés descessem os últimos degraus que os separavam, Rose já estava jogando-se nos braços do amado. Scorpius a enlaçou pela cintura e a beijou. Um beijo saudoso. Um beijo urgente.

Harry foi o primeiro a acordar do “transe”, agarrou a varinha já apontando discretamente para Ronald, conhecendo o amigo como conhecia sabia que ele tentaria matar o filho de Draco.

No entanto, mesmo que o rosto de Rony demonstrasse desgosto com a visão dos dois (Rose e Scorpius) se beijando, ele não fez nada. Apenas deu de ombros e olhava para a filha da mesma forma que olhara para Harry após este beijar Gina pela primeira vez no salão comunal no sexto ano de Hogwarts.

Ronald Weasley não estava satisfeito com a escolha da filha, provavelmente nunca estaria, mas aceitou. Porém, aceitar que a filha gostasse e até namorasse Scorpius Malfoy não significava que ele queria ver demonstrações de carinho muito menos beijos.

Portanto, ele já ia em direção aos dois para separá-los, mas antes que ele conseguisse chegar Hugo já os separavam Rose e Scorpius dando um murro em Scorpius.

...

            Ronald, Hermione, Hugo e Rose estavam no quarto que um dia fora de Ronald. No andar de baixo, Victoria resumia para os demais o relacionamento de Scorpius e Rose, enquanto na cozinha Molly encarregava-se junto com Draco e Astoria de colocar gelo no olho de Scorpius.

            -Espera você- Hugo levantou-se da cama apontando para Rose- está dizendo que gosta do Malfoy e você- apontou ele para o pai- está de bem com isso? A pessoa que me ensinou a odiar os Malfoy’s, aceita numa boa quando sua filha resolve namorar um deles?

            -Eu não diria que aceitei numa boa, mas sua irmã é grandinha para tomar as decisões dela E eu tenho que acatar. Se ela realmente gosta desse rapaz, seja ele quem for, temos que aceitar, mesmo que a contragosto.

            -Não acredito que estou ouvindo isso. Mãe, diga alguma coisa. Coloque um pouco de juízo na cabeça desses dois.

            -Filho, eu sinto muito, mas sempre achei essa rixa do seu pai e Draco uma bobagem e...

            -Não acredito nisso.

Hugo saiu batendo a porta com força. Hermione inutilmente saiu atrás do filho, Hugo herdara o temperamento de Ronald e Merlim sabia as idiotices que o seu marido era capaz de fazer quando estava nervoso.

...

            -Agora Hugo me odeia.

Rose exclamou tristonha.

            -A culpa é mais minha que sua querida.

Ronald disse a abraçando.

            -Porque fez isso papai? Achei que havia gostado do nosso término.

            -E eu gostei, a princípio, mas aí me lembrei do quão triste você estava e já não gostava tanto assim.

            -Então a família não é a coisa mais importante do mundo?

            -É claro que é, mas sabe o que forma uma família? O amor. E por mais que eu odeie admitir você ama aquela doninha jr.


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