Tudo por você escrita por Morgana


Capítulo 6
Inimigos à vista!


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores!!!

Chegamos à semana do Natal, então desejo a todos vocês que este finalzinho de ano ainda traga muitas boas surpresas e que vocês possam aproveitá-lo plenamente.
Tem mais um pouquinho de romance e ação neste capítulo, espero que gostem.



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Hinata despertou cedo, mas não teve coragem de levantar-se da cama. A cena da noite anterior repetia-se vezes sem fim na sua mente e ela permitiu-se ficar aninhada nos lençóis, preparando-se para encarar a realidade. Só levantou ao ouvir a movimentação do filho pela casa, de qualquer forma não poderia adiar indefinidamente o encontro com Naruto e a presença do filho deles garantiria que ele não faria nada inapropriado.

Encontrou o loiro na cozinha, preparando o café. Ele olhou-a demoradamente, analisando a expressão dela, até voltar a atenção para o pequeno que já fazia a maior bagunça. Embora tudo parecesse como antes, ela podia sentir o clima tenso, aliviado apenas pela presença de Boruto.

Conversaram pouco e Naruto saiu logo após o café, para alívio de Hinata, mas voltou no meio da manhã, encontrando mãe e filho brincando na sala. Admirou por um segundo a cena, encantado, antes de caminhar vagarosamente e parar na frente deles, atraindo a atenção de ambos.

– Hina, Kakashi quer falar com a gente. - A morena acenou, confirmando. Naruto percebeu a apreensão dela e tomou sua mão. Sentiu-a tremer ante a carícia leve. - Não se preocupe, parece que são boas notícias.

– Que bom. - A morena relaxou nitidamente, apertando inconscientemente a mão de Naruto em agradecimento.

Deixaram Boruto no clã Hyuuga e seguiram para a sala do Hokage. Ele os recebeu imediatamente, indo direto ao assunto:

– Soube que você já está recuperada, Hinata.

– Sim, Sensei. Agradeço por se preocupar.

– Bom, a equipe enviada para a aldeia que te acolheu já retornou. Fico feliz em dizer que tudo está bem. Houveram muitos feridos, mas nenhuma morte e até mesmo os que ficaram em estado grave já estão fora de perigo. Eles demoraram mais tempo porque ficaram para ajudar na reconstrução da vila. Ah, Akane enviou algo para você. - estendeu a mão, entregando-a um pedaço de papel dobrado cuidadosamente. - Agora, podem ir. Sei que está curiosa para ver o que tem neste papel.

Ela sorriu em resposta, cumprimentou-o em agradecimento e saiu acompanhada por Naruto. Esperou que o loiro pegasse outro caminho retomando suas atividades na vila, mas para sua surpresa ele continuou caminhando ao seu lado até voltarem para casa. Hinata parou na sala, girando o pedaço de papel entre seus dedos, tomando coragem para abri-lo. Seu corpo ficou imediatamente rígido ao sentir os braços de Naruto rodearem sua cintura, puxando-a ao seu encontro, suas costas coladas no peito do garoto e sua respiração próxima ao seu ouvido. Antes de pensar em se afastar, ouviu a inconfundível voz rouca.

– Qual o problema? Não quer abrir?

– Não sei… Akane é tão importante para mim, todos da vila são. Sinto-me tão culpada por tê-los deixado… Acho que estou com medo de que ela tenha ficado magoada. Tudo foi destruído por minha culpa e no final eu os abandonei...

– Hina, não foi culpa sua! Tudo que você fez foi para salvar nosso filho e eles sabem disso. Tenho certeza de que eles também te amam e estão felizes em saber que vocês conseguiram chegar a salvo. Vamos, sei que você quer ler o que está escrito aí.

A morena suspirou, tentando retomar a calma e deixou seu corpo relaxar dentro do abraço dele. Desembrulhou o papel e leu cuidadosamente cada palavra. Era um bilhete simples e curto. Não havia censura ou acusação ali, somente a preocupação de sua grande amiga e neste momento agradeceu mais uma vez por ter encontrado Akane ao fugir da vila. Ela deu um lar tanto para ela quanto para o seu filho, acolhendo-a quando mais precisava, sabia que devia a ela a sua própria vida e a de seu filho e ela nunca esqueceria disso.

Na caligrafia bem trabalhada, Akane informava sobre a situação da vila e dos seus amigos, agradecia pela ajuda enviada e finalizava com a promessa de se reencontrarem em breve. Sentiu os olhos úmidos, relembrando os momentos que ambas compartilharam no tempo em que aquela vila tornou-se seu lar. Girou o corpo dentro do abraço de Naruto, ficando de frente para o mesmo para que pudesse envolvê-lo em seus braços também. Precisava de conforto, mais do que isso, precisava dele. Enterrou a cabeça no peito do loiro e respirou profundamente, absorvendo aquele cheiro único, e sentiu as mãos dele acariciando seus cabelos. Perderam a noção do tempo dentro daquele abraço, nenhum dos dois queria desfazer aquele contato tão reconfortante.

Ele afastou-se apenas o suficiente para levantar o queixo da morena e unir os lábios de ambos em um beijo profundo. Eles exploraram vagarosamente a boca um do outro, entre suspiros, até Naruto abandonar seus lábios e começar a percorrer o pescoço dela em uma trilha de beijos, ouvindo-a sussurrar seu nome em meio às respirações descompassadas. As mãos de Hinata ganharam vida própria, percorrendo a pele quente sob a blusa, as unhas pressionando levemente a pele do rapaz.

Ambos assustaram-se ao ouvir batidas ritmadas na porta, afastando-se bruscamente. Hinata estava de cabeça baixa, a franja encobrindo seus olhos, o peito subindo e descendo freneticamente. Naruto rangeu os dentes irritado, prestes a matar quem quer que estivesse naquela porta.

Respirou fundo tentando controlar a raiva e abriu a porta de vez, encontrando Shikamaru do outro lado.

–O que você quer? - disse, bruscamente.

–Ah, isso é problemático. Você sabe que estamos atrasados. Deveríamos ter começado a analisar aqueles papéis a uma hora atrás e Temari vai me matar se eu não estiver em casa na hora do jantar…

Naruto olhou para trás mas Hinata já havia sumido. Respirou profundamente, desanimado e acompanhou o amigo.

Nos dias que se seguiram, Hinata o evitou ainda mais, passando a maior parte do tempo em seu clã. Sempre que Naruto estava por perto, ela arranjava alguma desculpa para afastar-se, temendo não resistir e se envolver mais do que deveria com o loiro. Estava cada vez mais difícil manter o controle perto dele, já que seu corpo e sua mente a traíam. Pensava todo o tempo no garoto e quando se aproximava dele parecia reviver todas as sensações provocadas pelos beijos recentes.

Naruto também não conseguia esquecer o beijo que trocaram e estava enlouquecendo por não conseguir aproximar-se. Sonhou tanto com a volta dela e agora que a tinha tão perto simplesmente não sabia como alcançá-la e isso o deixava exasperado. Não aguentava mais aquela distância imposta pela morena, ela ocupava seus pensamentos todos os segundos em que estava acordado e povoava seus sonhos a noite, transformando sua vida em uma tortura.

Aquele dia não foi diferente. Acordou e constatou que ela já tinha saído com Boruto, deixando um bilhete para que não se preocupasse. Estava tomando café da manhã na cozinha quando foi comunicado de que o Hokage desejava vê-lo. Foi imediatamente encontrá-lo, esperando que não fosse enviado em uma missão longa, já que não queria permanecer afastado de sua família.

– Bom dia, kakashi-sensei!

– Oi, Naruto. Chegou na hora certa. - disse, indicando os dois ninjas que chegavam trazendo um prisioneiro recém capturado. Naruto o reconheceu imediatamente, era um dos ninjas que atacara Hinata naquela vila. - O encontraram próximo à aldeia, pedi que o trouxessem para o interrogarmos.

– Certo. - Naruto assentiu e voltou-se para o ninja. - Então, o que vocês querem com o garoto?

– Queremos o chacra dele, com certeza vocês já sabem que ele é filho de um shinjuriki.

– Sabem que se extraírem o chacra dele ele morrerá, não é?

– E daí? Sacrifícios são necessários. Precisamos do poder dele.

– Ora, seu desgraçado! - explodiu Naruto.

– Qual o problema? Pelo visto, vocês também tem algum interesse nele, senão, por que ele estaria aqui? Mesmo que não o matem, sei que pretendem usá-lo de alguma forma.

– Seu idiota, ele está aqui porque é MEU FILHO!!!

– E estão sob a minha proteção. - complementou o Hokage. - Não são uma espécie de arma, são moradores da vila e, acima de tudo, amigos.

– Sério? Nós não sabíamos disso... não queríamos comprar uma briga com um shinjuriki, muito menos com Konoha. Só fomos atrás dele porque pensamos que ninguém o queria, que estava desprotegido. A mãe do garoto é forte, mas não poderia lutar contra todos nós.

– Você não tem vergonha de admitir que estava atrás de uma criança indefesa? Eu tenho nojo de pessoas como você. Não deixarei que toquem na minha família.

– Tem certeza? - disse, com um sorriso de canto. - acho que agora já é tarde para dizer isso.

– Quê? O que você quer dizer?

– Que a essa altura, já devem ter matado a mãe e levado o garoto.

Naruto não ouviu mais nada. Correu pelos telhados, desesperado, em direção a sua casa. Assim que passou pela porta, encontrou tudo revirado com sinais visíveis de luta, cerrou os punhos com raiva. Kakashi parou logo atrás dele, colocando a mão em seu ombro.

– Calma, Naruto. Nós iremos encontrá-los.

Kakashi invocou Pakkun e o cachorro ninja logo seguiu o rastro de Hinata e Boruto pela floresta, sendo seguido por Naruto e Kakashi. Os invasores não tinham ido longe, estavam parados em uma clareira, um deles segurava firmemente Hinata enquanto o outro empunhava uma espada na direção dela. Boruto estava inconsciente no chão em um dos cantos. Naruto parou o avanço da espada com sua kunai, postando-se à frente deles.

– O que vocês pensam que estão fazendo com minha esposa e meu filho? - perguntou Naruto, com os dentes cerrados, sentindo todo o seu corpo arder de raiva. Hinata arregalou os olhos, surpresa. Será que ele havia percebido o que havia dito? Que a chamara de “sua esposa”? Os fugitivos não pareciam menos surpresos.

– Como assim? Disseram que eles não tinham ninguém.

– Estavam errados. - disse rangendo os dentes. - Solte-a.

– Já fomos longe demais, agora. Se você a quer, terá que nos vencer. - disse, arremessando Hinata. Naruto pulou, pegando-a antes que batesse contra uma árvore e colocando-a delicadamente no chão.

A luta acabou rapidamente para Kakashi, que finalizou seu oponente com o chidori, enquanto Naruto parecia brincar, torturando aos poucos. Não desferiu nenhum golpe que pudesse ser fatal, infligindo diversos machucados pelo corpo do inimigo. Ainda estava consumido pela raiva, usando o ninja como um saco de pancadas até que ele estivesse praticamente imóvel no chão. Somente neste momento formou o rasengan, extravasando através dele toda a frustração, raiva e culpa.

– Naruto, espere! - Kakashi o segurou, impedindo que matasse o oponente. - você está se deixando levar pela raiva. Nós não devemos matá-los.

– E o que você pretende fazer? Deixá-los ir embora como se nada tivesse acontecido? Eles tentaram matar minha família!

– Pense, Naruto! Se você os matar, outros virão. Deixaremos eles partirem e espalharem a notícia de que o Boruto está sob a sua proteção e a de Konoha. Ninguém mais se atreverá a tentar machucá-lo novamente. Farei com que eles prometam nunca mais se aproximarem da vila oculta da folha, sob pena serem mortos.

Naruto olhou para os ninjas jogados no chão da floresta, muito feridos. Detestava admitir, mas Kakashi tinha razão. Voltou sua atenção para Hinata e Boruto, suspirando aliviado ao ver que ambos estavam bem, embora Hinata estivesse levemente ferida.

Concordaram que Kakashi esperaria a chegada dos membros da Anbu para conduzirem os prisioneiros, falaria com eles quando recobrassem a consciência. Naruto, por sua vez, ajudou Hinata a levantar-se e pegou Boruto, ainda adormecido, no colo. Resolveram passar no hospital, encontrando Sakura que prontificou-se a cuidar deles. Ela verificou Boruto e garantiu que tudo estava bem, tinham administrado um sonífero para que o garoto não causasse problemas, provavelmente ele só acordaria amanhã, mas fora isso não haveria nenhum efeito colateral.

Fazia algum tempo que Sakura queria conversar a sós com Hinata e viu a oportunidade perfeita quando Naruto ofereceu-se para buscar um lanche para a morena. Começou assim que ele saiu da sala, teria que ser direta já que não teria muito tempo.

– Então, Hinata, você e o Naruto já se acertaram? - perguntou, vendo a morena ganhar tons de vermelho.

– Q-quê? Não, nós… nós somos apenas amigos.

– Amigos? Mas vocês se amam! Sei que pode ser estranho vindo de mim, mas vocês tem que se dar uma nova chance. - Sakura olhou para os próprios pés, envergonhada ao lembrar do passado. - Hinata, eu sinto muito. Aquilo nunca deveria ter acontecido. Eu estava tão magoada com o Sasuke e o Naruto estava lá e… bom você sabe. Perdoe-me! Foi um erro, nós não queríamos ter magoado você...

Ela calou-se ao ouvir a porta ser aberta por Naruto. Entregou um pequeno pote para Hinata, contendo um creme transparente.

– Passe nos ferimentos, ajudará a cicatrizar.

Assim que chegaram em casa, Naruto levou o pequeno para o quarto. Parou na porta do quarto de Hinata, vendo-a depositar o pote na cômoda.

– Acho que precisará de ajuda. - Falou, assustando a morena, enquanto pegava o remédio onde ela havia deixado.

– N-não precisa… está tudo bem…

– Vire-se, Hina. - Ordenou sem deixar espaço para contestação. Fez com que ela sentasse na cama e posicionou-se às suas costas

Espalhou uma quantidade da pomada nas mãos, levando-as ao pescoço ferido da garota e massageou suavemente. Sorriu ao ouvir um suspiro involuntário escapar dos lábios da morena, o que o encorajou a ser mais ousado. Deixou as mãos entrarem sob o tecido da blusa, sentindo o calor que irradiava da pele dela queimar suas mãos. Parou apenas o tempo suficiente para pegar mais um pouco do conteúdo do frasco, voltando a espalhá-lo no corpo macio.

Todo o seu ser pedia para tomá-la nos braços e beijá-la, mas não queria que ela fugisse novamente. Tinha que parar antes que perdesse o controle. Afastou-se relutante assim que cuidou dos machucados e deu um beijo casto na testa dela, deixando-a sozinha no quarto. Aquela noite ele teve pesadelos inquietantes, onde não chegava a tempo de salvá-la e Hinata morria em seus braços.


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Notas finais do capítulo

É isso, amores.
Vejo vocês em breve!



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