08/04/2010

Olá, Srta. Rizzoli,

Por favor, não pense em momento algum que insinuei que essas cartas estão me tomando tempo, ou que não me agradam. Quero que você saiba que é justamente o contrário - gosto de chegar em casa e notar que tem um envelope seu no meio da minha correspondência. Confesso, também, que é algo pelo qual espero toda semana. Creio que já me acostumei com suas palavras, e suas histórias. Se for conveniente para você, gostaria que essa nossa troca continuasse. Me diga o que você acha.

Bem, suas cartas entregam bastante de você também. E eu não sou 'fofa', apenas me mantenho educada em situações em que sinto que vou perder o controle. Não é tão difícil assim. E claro que fiquei irritada, não era de se esperar menos. Eu sou organizada e gosto de manter meu espaço pessoal limpo. Quanto a sua insinuação de que não entendi a expressão, me defendo ao te lembrar de que as letras se tornaram ilegíveis por causa do vinho, e ainda por cima nunca tinha ouvido tal ditado. Entretanto, obrigada por esclarecer.

Notei em sua última carta que você parece ligeiramente mais feliz. É apenas impressão minha? Talvez seja resultado de sua socialização com seus amigos. Espero que eles estejam te ajudando a passar por isso. Não acredito, porém, que se inebriar ajudará na resolução de seu problema. Tenho certeza que li em algum lugar sobre a probabilidade de uma pessoa embriagada cometer gestos pelos quais se arrependerá mais tarde - como ligar para ex-parceiros - aumentarem relativamente durante o estado de intoxicação.

Bahamas! Estou impressionada. É um lugar maravilhoso. Paraíso. Fico feliz que tenha recuperado seu dinheiro e que esteja pensando em ir para lá. Quanto à cerveja, você parece um pouco viciada. Devo me preocupar?

Bem, eu moro sozinha, sim. Meus pais moram na Europa e é justamente para eles que tenho a intenção de poder oferecer uma casa de hóspedes para quando vierem me visitar.

Seu trabalho parece ser interessante, no mínimo. E perigoso. Por que você decidiu ser uma detetive?

Talvez eu assista a um jogo, um dia, quem sabe. Não me leve a mal, mas não estou muito empolgada. Precisaria de alguém junto comigo, caso contrário eu me sentiria um extraterrestre no meio daquela multidão!

Então você tem irmãos? Te invejo, eu confesso. Sou filha única e sempre quis ter um irmão ou irmã, me sentiria menos sozinha na infância.

Você escreve durante o trabalho?!

Boa sorte com o caso.

Estou pensando em adotar um coelho.

Sinceramente,

Maura Isles.