13/03/2010

Srta. Rizzoli,

Não esperava receber uma resposta em relação à carta que lhe enviei, fico contente de que o tenha feito, entretanto. Temo não saber responder sobre seu primeiro questionamento, considerando que mal te conheço ou à outra pessoa que morava aqui. Suponho pela sua carta dirigida à ela que a mesma tenha lhe causado dor - me corrija se eu estiver errada. Foi a explicação que encontrei ao me perguntar porque você - ou outra pessoa - reagiria tão fervorosamente, ainda que por meio de palavras, ao expressar tamanho ódio.

De uma forma ou de outra, isso não é da minha conta - eu sei.

Entendo que se sentiu extremamente envergonhada com o mal entendido, mas não vejo sentido em uma equação que se mostra bem... impossível. O infinito não pode ser elevado ao quadrado, considerando que sua medida é infinita.

Eu dificilmente tiro conclusões precipitadas sobre pessoas ou coisas - sou adepta ao que é empírico, veja bem, sou uma mulher da ciência. Se te traz algum alívio, não julgo teu caráter. Me cabe dizer, porém, que qualquer reação de ódio é compreensível - é da natureza humana. Não se condene tanto por isso.

Suas desculpas estão aceitas, fique tranquila.

Em relação ao degrau da escada, temo que sua carta tenha chegado tarde demais. Descobri da pior forma possível sobre a situação daquela tira de madeira! Obrigada por me alertar sobre ela, mesmo assim, e sobre o quarto também. Por sorte eu já tinha escolhido o da direita no corredor, apenas porque considerei assistir ao pôr-do-sol de lá, e tornei o quarto à esquerda em meu escritório. Minha moradia aqui é provisória, devo dizer. Não era exatamente o tipo de casa que eu estava procurando, mas precisei me mudar o mais depressa possível.

Me despeço aqui.

Tenha um ótimo dia.

Sinceramente,

M. Isles.