The New Start escrita por SparrowJackson


Capítulo 38
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

OI de nvoooooo espero que gostem!!



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POV Maxon

 

Dizer que eu acordei com a maior dor de cabeça da minha vida, é pouco em comparado ao sentimento de culpa e arrependimento que me consumiu na manhã seguinte. Abro meus olhos com dificuldade e percebo que não estou em meu quarto. O lugar é mal iluminado, a cama é dura e o cheiro é diferente de qualquer um que já tenha sentido. Tento me levantar, mas uma garota aparece e me manda permanecer quieto que o médico já vinha. Então, todas as memórias da noite passada se passam em minha mente e entendo de onde a dor veio.

—Querido?- minha mãe vem em minha direção receosa. Acho que ela não sabe se ainda estou brava com ela.- Fico feliz que tenha acordado.- ela continua com seu habitual sorriso terno. Quando chega até mim, me ajuda a levantar e permanecemos em silencio. Não sei como começar a me desculpar por tudo o que fiz para ela.

—Me desculpa mãe! O que que eu disse não tem desculpa, mas eu me arrependo totalmente.

—Não se preocupe meu filho, já esqueci.

Abro um grande sorriso e a abraço forte. Minha mãe é a pessoa que mais amo nesse mundo, não sei o que seria de mim se continuasse brigada com ela.

—Eu realmente fiz aquilo?- pergunto me desprendendo de seus braços.

—Sim, você fez.- ela diz triste e eu abaixo a cabeça. Eu a fiz sofrer, a fiz sofrer de tantos jeitos possíveis que me assusta o fato de ela ter me perdoado no final. Eu não a mereço. Mas ela não me perdoará pelo o que fiz ontem, eu não me perdoou. Não tenho coragem de chegar para ela, não agora.- Você só a verá no jantar. Amanhã eles partirão para Carolina.

É só um jantar certo, eu posso aguentar.

 

Minha mãe e meu pai saíram cedo e, com isso, sobrou para mim e Kriss fazer companhia para os convidados. As coisas já estavam ruins antes de eles começarem a discutir. Inveja, é a única sensação que descreve o que senti naquele momento. Não de Bradley por ter America. Talvez um pouco só, mas principalmente porque eles, todos eles, estão juntos. Eles são amigos, eles riem, se divertem e agem como pessoas normais em nossa idade. O que eu nunca tive o luxo de ter. A seleção, Daphne, foi o mais perto que cheguei de uma amizade. Eles tem alguém para os momentos de dor, de felicidade, de nervoso e de ansiedade, ou para simplesmente matar o tempo.

Kriss tentou se enturmar e entrar na conversa, mesmo depois de seus esforços praticamente inúteis, eu a admirei. Porque mesmo depois de tudo o que aconteceu entre as duas, mesmo sabendo que eu amo outra, Kriss permaneceu a mesma pessoa doce e gentil que eu conheci, claro que pode ser tudo fingimento, mas fico feliz por ela. De verdade.

Minha esposa sumiu depois do jantar. Procurei por ela na hora, mas meu pai me chamou em seu escritório, então deixei de lado e segui para a tortura. Nunca fazemos reuniões a essa hora da noite, então alguma coisa deve ter acontecido para a mudança.

Meu pai anda de um lado para o outro na sala. As mãos nas costas e o olhar de fúria irradia raiva. Harrison também está lá, sentando confortável na mesa do papai. Ele não parece ter as mesmas preocupações, parece se divertir com a situação. Entro e fecho a porta. Os dois me olham, mas voltam para seus próprios deveres quase na hora.

—Porque me chamaram?

—Temos uma questão para discutir.- meu pai respo de frio.

—Que questão?

—Quem mais senão a sua queridinha. America Singer.- Harrison diz brincalhão. Ele me estuda, esperando pela minha reação.

—Quem aquela cinco pensa que é?- meu pai esbraveja- Ela é somente uma pobrezinha, alpinista, interesseira...Ela vai estragar tudo!- meu pai começa a gritar e uma onda de raiva me sobe. Tensiono meus punhos e Harrison ri da minha reação. O que ela poderia estragar?

—Se acalma garoto. Não vamos fazer nada com ela, se ela se comportar.- ele começa ameaçador.- Se você tivesse escolhido ela, as coisas teriam sido mais fáceis.- ele diz olhando diretamente para meu pai que bufa.- Meu filho acha que sabe das coisas, que pode proteger a sua amada, mas vai acabar destruindo a todos. E nós estamos esperando por isso.

Seu sorriso sádico consegue ser pior que o do meu pai. Harrison consegue ser mais cínico, egoísta que qualquer um. O que eles estão aprontando. Eu preciso alertar America sobre isso. Ela não está segura aqui no palácio.

—E porque estou aqui além de ouvir vocês dois reclamando?

—Seu trabalho é simples.- Harrison começa.- Fique com a garota.

Ele gargalha da minha cara de surpresa.

—Você a ama, não vai ser tão difícil ficar com ela novamente.

—Não sei se sabe Harrison, mas ela está noiva. Do seu filho.- acrescento.

—Ela ama outro agora. Mas isso é um problema que você consegue ultrapassar facilmente.

Olho para meu pai desesperado, não porque espero seu apoio, mas porque quero uma explicação.

—Não gosto da cinco, mas prefiro ela do meu lado, onde posso descarta-la no final, do que destruindo tudo o que planejei.

Não sei se me surpreendo mais por meu pai apoiar esse plano, ou por ele realmente achar que farei isso. Sim, eu amo America. Não, eu não quero ver ela ao lado de Bradley e definitivamente não a quero desse jeito. Então simplesmente assinto com a cabeça, digo que farei meu melhor e vou para meu quarto.

—Onde esteve querido?- Kriss me pergunto casualmente assim que entro.

—Com meu pai.- respondo e bufo. Acho que isso foi o suficiente para que ela entendesse que estou estressado e que não deve perguntar nada.- Te procurei depois do jantar e não te achei.

—Estava na cozinha- ela diz e eu estranho. Depois do jantar? Ir para a cozinha?- America me chamou.- ela diz como se isso explicasse tudo.

—E porque America ia para a cozinha?

—Todo mundo estava lá. Lyra, Henry, Bradley. Ficamos conversando com os guardar, as cozinheiras e as criadas.- ela diz maravilhada.- Aparentemente Henry e Lyra trouxeram o vídeo de casamento dos dois e o pessoal daqui ficou fascinado. Mas foi estranho, America perguntou sobre os ataques rebeldes e depois ela e Bradley simplesmente saíram correndo para fora. Foi estranho.- ela conclui.

—É, estranho.- digo para mim mesmo e penso em mil possibilidades para o porque disso acontecer.

Adormeço enquanto tento descobrir um jeito de alertar America sobre o risco, sem que ela me odeie mais.

 

 

O dia seguinte passou sem demais complicações. America e Bradley foram para a Carolina e enfim eu poderia descansar. Ou pelo menos eu pensei que podia. O café da manhã começou tranquilamente e normalmente. Lyra e Henry não apareceram, Celeste gritou cada palavra que disse, e meu pai não disse nada durante toda a refeição. Como disse, tudo normal.

Um guarda entra no salão e caminha até meu pai. Os dois conversam rapidamente e o olhar de ira que sempre acompanha o rosto dele, se intensifica.

—Pode deixar que entrem.- ele ordena e os portões se abrem.

America e Bradley parecem nervosos e afobados. Praticamente correm em direção a Mary e William. O olhar de surpresa por vê-los, foi substituído por alegria e depois de notar as expressões em seus rostos, se tornou preocupação.

—O que houve? Vocês estão bem?- William se levanta e pergunta. A essa hora todos já pararam de fazer o que faziam e prestam atenção na conversa.

—Estamos ótimos. Onde está Henry?- Bradley pergunta visivelmente preocupado.

—Não sabemos. Eles não desceram para o café da manhã.- Mary responde como se fosse óbvio já que os dois não estão presentes.

Bradley olha para America e com um olhar, os dois correm escada a cima. Como qualquer curioso, sigo. Não fui o único. Todos que presenciaram a cena, correm atrás dos dois em direção ao quarto dos futuros reis da Grã-Bretanha.

Chegamos no final do corredor a tempo de ver Bradley socar a parede mais próxima e xingar em todas as línguas que conhece. America o abraça e os dois saiem do quarto.

—Eles não estão aqui.- ela constata.

—Onde eles podem ter ido? E porque vocês voltaram? Porque procuram pelos dois?- William pergunta sem entender nada do que está acontecendo, assim como o resto de nós.

America tira um pedaço de papel, uma carta acho, do bolso e entrega para o rei que lê atentamente.

—Graças a deus ele tomou juízo e fez isso.- William diz aliviado e Bradley olha para ele sem entender porque o motivo da felicidade.

—Isso não é motivo de alegria William! Percebe o que está escrito aí?- Bradley pergunta desesperado e William simplesmente ri de sua atitude.

—Com certeza percebo filho. Estou esperando isso acontecer há muitos anos.

Se Bradley não estava entendendo antes, com certeza continua não entendendo.

—Então simplesmente aceita que seu filho, o herdeiro do seu trono, renunciou e fugiu?

Renunciou e fugiu? Todas as bocas do recinto se abrem e o silêncio se instala. Ninguém ousa dizer nada, nem mesmo meu pai e Harrison. Porque diabos Henry renunciaria? Para onde ele se meteu? O silêncio é quebrado pelas risadas de William.

—Eu aceito. Ele pode ser meu filho, eu o amo mais do que tudo, mas preciso admitir que a Grã-Bretanha estaria arruinada em suas mãos. Desde que apareceu na minha casa, perdido e a há procura do perdão de James, uma parte de mim sempre soube que você, Bradley, seria nosso herdeiro.- Se for possível, as bocas se abriram mais ainda. Meu pai engasga com sua própria saliva e eu, bom, eu não sei o que pensar. Harrison bate palmas. Um eco se espalha no silêncio que se instalou. Bradley o ignora e volta para William.

—Eu amo vocês, vocês são a família que eu sempre pedi. Mas eu não posso ser rei. Eu não posso! Eu sou um artista, não um monarca!- ele tenta implorar mas a Rainha Mary simplesmente sorri para ele. Ela se vira para America depois.

—Não querer ser rei, talvez esse seja o melhor jeito de ser.

—Celeste, tem estado tão quieta. Porque não se pronuncia?- Bradley pergunta.

—Lyra e Henry vão fugir ao toque de recolher e só voltar depois que tudo acabar. Eles não levaram mala e vão escrever uma carta para vocês explicando tudo. Acho que esqueci de avisar.

America bufa e sai andando pelo corredor. Todos começam a se dispersar e eu vou em sua direção. Preciso avisar que ela corre perigo.

—America!- grito e os dois se viram para mim. Eu me mantive distante esse tempo inteiro, mas agora é necessário.

—Sei que está brava comigo, mas preciso...

—Não estou brava com você.- ela me interrompe e eu me assusto.

—Não está?

— “É por isso que vim até aqui. Para te perdoar.”

—Então foi você que disso isso?- eu pergunto e ela não entende.- Eu estava meio fora de mim.- digo envergonhado.

—O que quer Maxon?- ela pergunta direta.

—Meu pai- começo- e o seu- aponto para Bradley- eles estão armando alguma coisa e você está no meio de tudo. Só toma cuidado- termino e passo pelos dois.

 

 

As coisas permaneceram tensas pelo resto do dia e no próximo. Peguei America e Bradley cochichando várias vezes. Algumas delas com Celeste, ou com os reis, até mesmo Aspen. E em todas as vezes, sempre que alguém passava por perto, eles se calavam e fingiam que nada aconteciam. Tinha a sensação de que uma guerra civil começou aqui dentro, e eu estava do lardo inimigo.

Estava na hora do almoço quando ouvimos os alarmes. Já fazia dias que os rebeldes não tentavam invadir. Dias de paz que agora foram quebrados. Depois da conversa com Georgia e August achei que as coisas estivessem resolvidas, mas escolhi Kriss e eles não pareceram muito satisfeitos. Não ousaram me contatar, mas mostraram sua decepção em suas atitudes. Os momentos em que a família real britânia está aqui, são um momento de paz e alegria que tento aproveitar. Até agora.

Estilhaços das janelas voam por todos os cantos. Corremos para fora do salão, mas as coisas não estão melhores. Guardas caem no chão a todo momento, sons de tiro e de pancadas são constantes. Percebo todos me seguindo, mas não olho para trás. Corro em direção ao primeiro abrigo que vejo, mas ele não parece funcionar.

—Porque está demorando tanto Maxon? - Meu pai grita comigo de algum lugar.

—Não está abrindo. Não funciona.- Grito novamente em meio ao caos e sigo para o próximo. Não temos tempos de chagar ao abrigo real, os rebeldes já estão infiltrados e não podemos correr o risco.

Não funciona também. Droga!

—Os rebeldes devem ter desligado a energia, nenhum funciona!

Olho para trás pela primeira vez. Os olhares de desespero e medo de Isabel, Kriss e da minha mãe são assustadores. Minha mãe e Kriss estão praticamente acostumadas, mas nunca vimos nada desse nível. Harrison tem uma arma na mão, provavelmente roubada de um guarda. E meu pai pensa.

—Meu escritório. Tem uma passagem para o abrigo real. É o mais perto.- ele diz.

Pego uma arma caída no chão e sigo abrindo passagem pelo corredor. Não demorou muito para chegarmos até a porta. Os tiros praticamente cessaram e já não vemos mais rebeldes correndo pelos corredores. Os guardas provavelmente os expulsaram, mas mesmo assim devemos ir para um lugar seguro. A porta está entreaberta. Olho para meu pai sem entender e ele dá de ombros. Cautelosamente abro a porta e entramos. No fundo da sala estão America, Bradley, Celeste e os reis da Grã-Bretanha, Charlotte e seu marido, Edward. Todos enfileirados, esperando que entremos.

—O que está acontecendo aqui?- pergunto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e ate amanhã!



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