Eles estavam se beijando havia alguns minutos, ou horas, eles não saberiam dizer. O beijo era calmo e carinhoso, e os dois tentavam distribuir ali, tudo que estavam sentindo naquele momento.

O beijo foi cessando aos poucos, por conta do ar que estava lhes faltando. Eles se olharam nos olhos quando se separaram um pouco um do outro.

Os olhos castanhos nos verdes, ficaram se encarando por alguns poucos minutos antes de Harry soltar Gina devagar, e ela fazer o mesmo com ele, já soltos do abraço, eles se encararam mais um pouco, antes de Harry começar a falar, ou melhor, gaguejar:

– Gina me desculpe, eu não devia ter feito isso, eu não devia ter te beijado, por favor me...

– Harry eu retribuí, você não beijou sozinho. – Interrompeu-o Gina.

Ela não sabia de onde ela havia tirado coragem para começar a falar depois do que tinha acontecido. Aquilo não devia ter acontecido, simplesmente não devia; então por que uma parte dela estava gritando de felicidade, feito uma pessoa totalmente louca, e com uma vontade enorme de fazer Harry parar de se desculpar, e beija-lo até morrer sufocada?

Ela não sabia. Ou sabia? Estava totalmente confusa. Gostava muito de Harry, achava até que o amava, mas ainda não sabia se estava realmente apaixonada. Ela torcia para não estar. De uma coisa ela tinha certeza, nunca poderia ficar com Harry, ela o olhou com um ponta enorme de tristeza - Que ele nem percebeu por estar ocupado demais se desculpando - Ela deu um risinho fraco e tristonho, e se aproximou de Harry.

– ...Eu não queria, quer dizer, eu queria, mas... Ai meu deus!

– Harry dar para você parar com isso? Eu já disse que você não beijou sozinho. Que não foi você quem me beijou, nós nos beijamos. – Disse ela tentando parar com toda a ladainha de Harry. Ele calou-se, olhando-a nos olhos, mas o motivo de ele ter se calado, não foi o que Gina havia dito, quer dizer, em partes foi, mas ele realmente se calou quando ela colocou uma de suas mãos, no rosto de Harry, e feito um pequeno carinho ali.

Harry pousou sua mão na de Gina, também fazendo carinho nela. Ela sorriu com o gesto, e ele retribuiu.

Harry descobriu, naquele exato momento, que adorava fazer Gina sorrir. E que adorava o seu sorriso.

Se isso que ele estava sentido era amor? Ele não sabia, mas se fosse, estava adorando o que estava sentindo.

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Depois do dia em que deram o primeiro beijo, Harry e Gina passaram a se encontrar sempre que podiam, naquele mesmo lugar. O esquema era esse, Gina ia para a feira - Disfarçada é claro. - Onde a família de Harry vendia os produtos feitos por eles mesmos, e se fazia de cliente, olhava as vestes ou a joias por alguns minutos, e saia, sendo perseguida momentos depois por Harry.

Ela também tinha o cuidado de ir aos encontros com os cavalos de Gui, ou de Rony; já que eles, na vista de Harry, eram os únicos cavalos de sua família.

Eles ficavam horas naquele lugar. E o horário dos encontros, eram sempre no fim da tarde, ou no meio dela. Eles ficavam sempre conversando e namorando. Diziam um para o outro o que gostavam e o que não gostavam.

Gina sempre tinha o cuidado de não falar nada sobre ela ser princesa, mas isso não queria dizer que ela não morria de vontade de falar logo tudo de uma vez. Muitas vezes ela já se pegou pensando enquanto ele lhe olhava carinhosamente, sobre falar para ele quem ela realmente era, que isso que estava acontecendo entre eles, não podia continuar, que se seu pai descobrisse, faria alguma coisa para que eles se separassem, mas toda vez que Harry lhe beijava carinhosamente os lábios, ela esquecia imediatamente tudo que estava pensando, e mergulhava de cabeça naquele momento só deles, onde só existia eles dois, mais ninguém. Absolutamente ninguém.

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Os dias foram se passando e Harry e Gina continuavam a se encontrar naquele mesmo lugar, que agora eles diziam que era deles, as vezes eles brincavam um com o outro, dizendo que aquele lugar um dia seria onde eles construiriam uma casa e cuidariam de muitos filhos como Harry sempre falava, e Gina revidava entrando na brincadeira, dizendo que só teria três filhos e nada mais. Harry sempre fazia uma cara de desapontado, que Gina até achava que ele estava mesmo desapontado. Será que estava mesmo? Bem, ela não sabia, mas sempre ria quando ele fazia isso, e ele lhe acompanhava na risada.

Em compensação, esses encontros rendiam em deixar Gina triste, e completamente feliz ao mesmo tempo.

Toda vez que eles planejavam um futuro juntos, ela ficava horas dando uma de Luna – meio avoada. – Sempre pensando que eles não poderiam viver aquele futuro que planejavam entre gargalhadas e muito amor, por ela ser uma estupida princesa.

Naquele momento, ela odiou mais do que nunca, ser princesa.

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Um mês se passou, e eles continuaram a se encontrar, e o amor deles cresceram.

Os pais de Harry já haviam percebido a muito tempo, que o filho estava sempre feliz demais quando voltava de suas cavalgadas, e que alguma coisa realmente boa estava acontecendo. Até Keli havia percebido.

Um dia eles perguntaram para Harry o porquê de tanta felicidade, toda vez que voltava da cavalgada, e ele lhes respondeu:

– Acho que estou apaixonado! – E não disse nada mais que isso. Simplesmente virou as costas para os pais e a irmã, e foi sorrindo abertamente para o seu quarto. Seus pais se entreolharam sorrindo, aquela moça de cabelos vermelhos havia encantado ao seu filho. Keli percebeu a troca de olhares e olhou confusa para os pais, que lhe sorriram. E James disse para a pequena:

– Só me venha com essa mesma frase, quando você tiver setenta anos ok?

– James! – Repreende-o Lilian.

– O que? Lilian, não quero nenhum idiota tocando na minha menininha. – Revidou James.

– Mais eu quero netos!

– Harry pode lhe dar netos!

– Eu quero netos dos meus dois filhos!

– Nem pensar! Harry pode lhe dar netos por ele e por Keli.

– Não pode não!

– Pode sim!

– Não vai ser a mesma coisa James.

– Mas é claro que vai! Aposto que a futura esposa de Harry será essa ruiva, e ela terá filhos ruivos, e de cabelos negros também. Está aí os netos que você que queria.

– Não entendi.

– Os bebes vão nascer ruivos iguais a Keli.

– E daí?

– Que você pode ficar satisfeita. Harry lhe dará netos por ele e por Keli.

– Não nada disso! Eu quero que Keli me dê netos!

– Mas por que isso mulher?

– Ora, porque eu quero que minha menina me dê netos! Isso não basta James?

– É claro que não!

Àquela altura, eles não percebiam mais a presença da pequena Keli, que ouvia a discussão atentamente, e ria um pouco dos pais.

Eles continuaram discutindo, e nem perceberam que a menina havia saído da sala, e ido em direção ao quarto do irmão.

Ela bateu na porta, e ouviu um “entre! ” Vindo dele. Ela entrou e observou o irmão lhe sorrir alegremente, como ele sempre fazia quando a via. Ela retribuiu o sorriso e se aproximou da cama onde ele estava deitado, e o abraçou; Harry retribuiu, e os dois ficaram abraçados na cama de Harry por uns minutos antes de Keli lhe perguntar curiosa:

– Quem é a moça por quem está apaixonado Harry?

Harry sorriu e respondeu:

– O nome dela é Gina.

– Gina? E ela é bonita? – A menina ficou curiosa.

– É a moça mais bonita que já vi depois de você e da mamãe. – Respondeu com um sorriso maior ainda.

– Serio? Como ela é?

– Ela é ruiva como você e a mamãe, tem pele branquinha como a neve, com algumas sardas como você e a mamãe, ela tem olhos castanhos lindos, e se veste as vezes como homem.

– Ela me parece bastante bonita... e ela é boa? Como eu e a mamãe?

– Sim ela é. – Afirmou.

– Então eu vou adorar conhecê-la. – Disse ela se aconchegando mais a Harry, e dormindo ali mesmo, abraçada ao irmão. Harry sorriu, a apertou mais, e dormiu junto a irmã.