Gina e Harry se soltaram do abraço e se sentaram na árvore mais próxima. Em seguida Harry passou um dos braços pelos os ombros de Gina e eles se puseram a pensar em alguma maneira deles impedirem o casamento indesejado.

Pensaram por vários minutos, mas não chegaram a nenhuma ideia boa o bastante.

— Não teve nenhuma ideia boa, não é? – Harry começou iniciou a conversa.

— Não. Você teve? – Gina perguntou de volta.

— Não. – Ele respondeu cabisbaixo.

— Bem, pensaremos em algo. – Gina tentou ser otimista. - Por enquanto deixaremos a opção de fugir como plano b, certo?

— É sério? Pensei que não quisesse abandonar a sua família. – Falou surpreso.

— E não quero, por isso eu disse que deixaremos como segundo plano. – Gina falou também ficando cabisbaixa.

— Está bem então. – Respondeu Harry.

— Eu preciso ir. O sol está quase se pondo. – Gina mudou de assunto.

— Está bem, eu também preciso. – Harry concordou imediatamente.

— Nós nos veremos amanhã? – Gina perguntou.

— Amanhã e no resto desses dias. – Ele respondeu sério. -Precisamos urgentemente de um plano para impedir que um príncipe qualquer toque no que é meu.

— Oh claro, não podemos deixar isso acontecer. – Gina falou divertida.

— Estou falando sério, Gina. – Harry respondeu um pouco irritado.

— Eu também meu amor – Gina respondeu e em seguida deu um beijo rápido em Harry. – Não podemos deixar isso acontecer.

Harry sorriu e eles deram um último beijo apaixonado antes de Harry ajudá-la a subir no cavalo e ele fazer o mesmo. Os dois partiram cada um para um lado diferente, Gina para o castelo e Harry de volta a feira, para em seguida voltar para a casa junto a seu pai

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Duas semanas haviam se passado, e nada deles arranjarem um plano para impedir o casamento.

O rei ainda não tinha desistido de fazer com que Gina se casasse com o príncipe Thomas. Ele simplesmente colocou na cabeça que sua única filha devia se casar com Dino.

Como consequência, Gina passava todo o seu tempo em que fazia suas tarefas como princesa ao lado de Dino, para que assim, - como seu pai sempre diz. - Eles se conhecessem aos poucos.

Os únicos momentos que ela não tinha Dino em seu encalço, era quando ela passava o tempo em seu quarto junto a Luna e a Hermione - Que já havia chegado de sua lua de mel. - Na opinião dela, seu primo era um amor de pessoa, porém desaprovava firmemente que eles se casassem sem amor. Ela dizia que era uma enorme injustiça seus irmãos e seus pais terem se casado com amor e Gina não poder ter essa oportunidade. Gina e Luna concordavam com ela.

Luna e Hermione também estavam tentando pensar em um plano para impedir o casamento, mas elas também não haviam conseguido nada; e isso deixava as meninas e Harry completamente frustrados.

Gina estava voltando para seu quarto depois da sua aula de piano. Havia deixado Dino para trás a um corredor de distância e estava morrendo de alivio por não estar na companhia do rapaz.

Ela não sabia o porquê, mas, não gostava de sua companhia apesar de Hermione sempre lhe dizer que seu primo era ótimo. “Bem, pelo menos com ela ele é ótimo. Porque eu o acho terrivelmente insuportável, além de parecer que está me comendo com os olhos o tempo todo”. Pensou Gina no momento em que entrava em seu quarto dando de cara com sua mãe sentada em sua cama. Gina já sabia exatamente o que ela queria, suspirou cansada daquele assunto, e se aproximou da mãe sentando-se ao seu lado. Antes que ela começasse a ladainha de sempre, Gina disse:

— Eu ainda não vou me casar, mamãe.

— Mas, Gina, querida. Porque? O príncipe Dino parece ser um bom rapaz. – Molly perguntou inquieta.

— Eu sei mamãe, ele realmente parece ser um bom rapaz, mas eu não vou me casar com ele sem amá-lo. – Gina deu a desculpa que sempre dava.

— Gina, querida, me diga. Está interessada em alguém? – Molly perguntou de súbito, pegando Gina de surpresa.

— O que? Porque diz isso mamãe? – Falou tentando fugir da resposta.

— Ora, só vejo um motivo para recusar o príncipe Thomas. Estando interessada em outra pessoa. – Molly explicou.

— E em quem estaria interessada, se não saio desse castelo? – Respondeu novamente evitando responder.

— Não sei querida... um dos guardas? – Molly arriscou.

— Oh não, eles só me fazem companhia no jardim. Tenho amizade com alguns, mas interesse amoroso, não. Não mesmo, mamãe. – Gina respondeu imediatamente.

— Entendo Gina. – Molly pareceu estar em uma briga interna sobre fazer ou não uma coisa. - Querida a tempos quero lhe perguntar algo. – Molly se decidiu.

— O que quer perguntar mamãe? – Perguntou apreensiva.

— Está me escondendo algo querida? – Molly disparou sem mais nem menos.

— Escondendo algo? O que estaria escondendo da senhora mamãe? – Pela terceira vez Gina fugiu da resposta.

— Não sei, vivo vendo você Hermione e Luna trancadas nesse quarto por horas, vejo que antes do casamento de Ronald você e as meninas viviam cochichando pelos os cantos do castelo. Sempre mantendo o semblante sério e preocupado, estava esperando esses anos todos para você me contar o que estava acontecendo de errado, mas isso nunca acontecia. Eu acabei esquecendo, por que isso foi parando aos poucos, porém quando o seu pai disse que se casaria com um príncipe, isso tudo voltou novamente com força total e dessa vez não posso deixar passar, tenho que saber a verdade Gina. – Molly desabafou. - O que está me escondendo? Ou melhor, o que está escondendo de toda a sua família que só Hermione e Luna sabem?

Gina olhou para a sua mãe por vários minutos pensando seriamente se diria toda a verdade ou não. Assim como ela não sabia a reação de Harry ao saber a verdade; ela também não sabia a reação que sua mãe teria ao saber que sua filha faz coisas “proibidas” e que ainda havia se apaixonado por um plebeu. Gina respirou fundo e decidiu. Chega de mentiras.

— Na verdade, Draco também sabe. – Disse Gina.

— O que? – Molly ficou confusa.

— Draco também sabe o que estou escondendo de você e de toda a nossa família. – Explicou.

— Sabe? E o que ele sabe? – Molly perguntou ficando mais curiosa a cada segundo.

— Sabe, que desde que eu fui proibida de fazer tudo que eu gosto, quando ainda era criança, eu fujo quase todos os dias para fora dos muros do castelo com um dos cavalos de meus irmãos, cavalgo o tempo que eu quiser na floresta do reino e que durante quase toda noite eu pratico o manejo da espada e devo dizer, sou muito boa nisso. – Gina finalmente falou.

— O que você saiu dos muros desse castelo? – Molly falou com a voz esganiçada ignorando todos as outras coisas que Gina disse.

— Sim, mas eu ainda não terminei. – Falou confiante, levaria aquilo até o fim.

— Não terminou? – A voz de Molly ficou ainda mais esganiçada.

— Sim, eu... – Em um momento de dúvida, Gina não terminou a frase.

— Você o que, Gina? – Molly perguntou ficando com o rosto vermelho. Sinal de que estava ficando com raiva.

— Eu acabei me apaixonado por alguém – A expressão de Molly não amedrontou Gina.

— Apaixonou? – Falou incrédula. - Por quem Gina?

— Por um plebeu. – Gina falou com o resto de coragem que tinha.

— O que? Está falando sério? – Perguntou com a voz um pouco mais elevada.

— Sim, mamãe. – Gina confirmou.

— Meu deus, isso não pode ser verdade. – Molly falou levando as mãos à cabeça.

— O que não pode ser verdade mãe? – Ficou confusa. Não sabia se ela se referia à Harry, as escapadas ou as noites que que ficou acordada manejando a espada.

— Você, por todos esses anos fugindo dos muros desse castelo, esses estúpidos guardas não desconfiaram de nada! – Molly começou a resmungar consigo mesma, ignorando a presença de Gina. - Eu sabia, eu sabia! Arthur estava enganado! Eles não estavam preparados para caso acontecesse de novo! Veja só! Eles não estão nem um pouco preparados! Meu deus, isso não pode voltar a acontecer! – Falou enquanto andava de um lado para o outro no quarto.

— O que não pode voltar a acontecer? Do que está falando mamãe? – Gina lembrou-se da conversa que ouviu entre seu pai e sua mãe. Estava querendo saber disso a tempos, mas com toda a história do casamento acabou esquecendo.

— Você não pode mais sair desse castelo! Não pode mais fugir desse castelo Ginevra! – Molly ordenou. - Não ouse me desobedecer! – Bradou.

— Mãe o que está falando? – O desespero bateu em Gina. - Como assim não posso mais sair do castelo? Como poderei ver Harry sem sair daqui?

— Esqueça esse rapaz Gina, seu pai nunca aprovaria. Nunca permitiria que se casassem. Esqueça-o. – Molly exigiu.

— Não! Eu nunca esquecerei Harry. Eu o amo e nunca, mamãe, nunca amarei alguém como amo Harry. – Gina falou com uma coragem súbita.

— Ora Gina esqueça-o, isso vai ser melhor para você. – Molly mandou mais uma vez, dirigindo-se a porta. Gina levantou, mas não se aproximou da mãe o que foi um grave erro, por que assim que chegou na porta, Molly foi para fora e fechou-a, trancando-a em seguida.

Gina correu para a porta, e batendo nela chamou pela mãe.

— Mãe o que está fazendo? Me tire daqui! – Gritou aflita.

— Desculpe querida, mas não farei isso. – Gina ouviu Molly responder.

— Por que? O que deu em você? Por que está fazendo isso? – Perguntou com a raiva lhe dominando.

— Para o seu bem, querida, para o seu bem. – Molly respondeu e saiu dali deixando Gina gritando por ela para que abrisse a porta.

Com o coração apertado acelerou os passos para os seus aposentos, onde não escutaria a gritaria da filha.

Gina ficou gritando pela a mãe enquanto batia na porta ao mesmo tempo. Ela não acreditava que aquilo estava acontecendo. Trancada em seu próprio quarto? Não mesmo.

Quando já estava pronta para tentar arrombar a porta, Gina sentiu uma pontada muito forte em sua barriga, fazendo-a se curvar e colocar os braços ao redor dela, tamanha era a dor. Ela também estava ficando tonta, e a última coisa que viu antes de desmaiar, foi seu vestido antes cinza, agora completamente sujo de sangue.