Meu escudo... escrita por Lady M


Capítulo 9
Capitulo 9




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/658527/chapter/9

Pov Steve Rogers:

Quando cheguei na sala deparei-me com uma cena que eu poderia acostumar-me rapidamente. Nat estava descalça, vestindo uma calça jeans escura com os fios ruivos soltos espalhados pelo sofá verde musgo, sua blusa tinha um decote levemente chamativo nos seios, estava vestindo a minha jaqueta de couro marrom, de olhos fechadas e abraçada ao próprio corpo, sua cabeça estava de lado e ela possuía um mínimo sorriso nos lábios rosados.

Aproximei-me dela e passei a palma da minha mão pela lateral daquele rosto de boneca, ela parecia um anjo quando estava de olhos fechados. Ela abriu aquelas duas esmeraldas na minha direção, seus olhos verdes mergulhando na vastidão dos meus olhos azuis, não consegui desviar o contato visual e ficamos ali nos olhando por algum tempo.

Ela levantou-se devagar ficando sentada no sofá com as pernas cruzadas na frente do corpo.

—Quando eu disse que você podia passar aqui a hora que quisesse, não imaginei que voltaria tão cedo.

Dei um sorriso torto e sentei-me na parte desocupada do sofá, estiquei o meu braço em torno dos ombros dela enquanto com muita delicadeza Nat colocou a cabeça na curva do meu pescoço e colou as suas costas no meu peito.

Acabei indagando:

—Então quer dizer que era para esperar alguns dias?

Ela virou-se no sofá ficando de frente para mim, seu rosto rente ao meu, uma de suas mãos estava apoiada na minha perna e a outra no encosto do sofá, ela estava ajoelhada e seu corpo totalmente inclinado na minha direção. Eu não consegui conter os meus olhos, eles deslizaram pelo seu rosto até a sua boca curvilínea e desceram atrevidamente até o decote da sua blusa roxa.

Ela brindou a minha atitude com um sorriso atrevido e respondeu certeira:

—Achei que o senhor honra e liberdade iria pensar algumas vezes antes de vir me visitar no meio da noite.

Tive que parar para pensar melhor no assunto, talvez ela confiasse em mim o suficiente para entregar-me a chave do seu apartamento, mas ela não fosse confiável o suficiente a noite. Ela passou a mão do encosto para perto do meu pescoço e senti seus lábios descerem pelo mesmo até a gola da minha camisa branca.

—Nat...a c...comida vai esfriar.

Ela deu uma gargalhada harmoniosa, ela tinha essa risada contagiante, mas usava raramente. Era impressão minha ou aquela sala estava estranhamente quente? Ou seria só o meu corpo correspondendo a Natasha Romanoff? Fosse o que fosse teria que esperar.

Andei até a mesa e Nat já tinha servido os dois pratos e aguardava-me com os olhos divertidos. Minhas bochechas estavam mais do que coradas e ela continuava a ostentar seu sorriso de lado.

Ouvi sua voz brincalhona:

—Pode comer tranquilo Capitão, não vou te atacar eu prometo. Palavra de escoteira.

Sentei de frente para mesma e antes de começar a comer perguntei:

—Nat você já foi escoteira?

Ela balançou a cabeça negativamente.

—Minha mãe não era muito ligada nisso, ela preferiu me dar de presente para KGB.

Quase engasguei com o macarrão, mas preferi não falar nada, ela não parecia curtir muito o assunto família.

—E você Steve teve tempo para ser escoteiro?

Dei uma risada e respondi:

—O país estava em guerra e a minha única ambição era me alistar, não ligava para o resto.

Ela sorriu e balançou a cabeça negativamente.

—Você sempre foi assim...o salvador da pátria?

Dei de ombros.

—Se você considerar o seu salvador um garoto magricela e asmático.

Ela terminou de comer e pegou o meu prato fomos para cozinha e eu assisti ela lavar a louça, as mangas da minha jaqueta estavam puxadas até o antebraço dela e suas mãos deslizavam pela louça.

Fomos até a sala e da sala eu a segui até o quarto.

—Vai dormir aqui comigo ou no sofá da sala? A escolha é toda sua Steve?

Dei um sorriso torto como os dela e ajudei-a a tirar a minha jaqueta, não esperava que aquela blusa fosse aberta nas costas. Sem conter alguns impulsos joguei a jaqueta em qualquer lugar daquele quarto e a puxei pela cintura, beijando aqueles ombros e subindo pelo pescoço, fui surpreendido por dois suspiros de Nat.

Ela virou-se de frente para mim e empurrou-me de leve com as duas mãos.

—Acho que agora é uma boa hora para dormir, não acha?

Assenti concordando e vi aqueles olhos esmeraldas em chamas, ela talvez fosse mais confiável do que eu a noite.

 

Pov Natasha Romanoff:

O meu corpo estava em chamas. Eu não podia acreditar que alguns beijos do Steve iam deixar-me desse jeito, os lábios dele contra a minha pele fazem-me esquecer uma dúvida que vem assolando-me desde nosso primeiro beijo. O afastei de mim com bastante relutância. O queria, queria aquelas mãos passeando sem pudor nenhum pelo meu corpo, queria ser explorada por todos os cantos, pela boca que estava deslizando pelo meu pescoço e por mais pecaminoso que seja eu não conseguia manter-me afastada dele.

Sem muita convicção disse:

—Acho que agora é uma boa hora para dormir, não acha?

Ele assentiu olhando no fundo dos meus olhos. Não sabia se era visível mas eu não queria dormir tão cedo. Os olhos antes azuis cristalinos como safiras de Steve, agora estavam com um brilho novo, um azul mais escuro e quente, é extremamente atraente olhar para aqueles olhos e enxergar a mesma luxúria que estava escondida na minha alma.

As mãos de Steve recapturaram a minha cintura e em um movimento brusco ele tirou-me do chão levando-me para sentar na minha cama, a minha respiração já estava entrecortada e meus pensamentos estavam nublados, para melhorar as mãos de Steve estavam segurando a minha cintura e inclinavam-me rente ao seu corpo.

Ele desceu os lábios pelo meu pescoço e passou a língua de leve até a base da minha orelha, fazendo meu corpo arrepiar e segurar um gemido entre os lábios, não podia deixar isso ir adiante, amanhã Steve pode acordar e sentir-se culpado. Subi as minhas mãos pelos seus braços e parei em seus ombros sem fazer força nenhuma tentei empurrar Steve.

Ofegante pronunciei em um sussurro:

—Eu...n.não pos..so Steve.

Ele parou o que estava fazendo e aos poucos vi meu Capitão travando uma batalha interna entre seu desejo insano e os seus princípios, não sabia quem ia ganhar, mas fosse como fosse uma grande parte de mim queria que ele arrancasse a minha roupa e fizesse-me dele.

Aos poucos senti Steve inverter as nossas posições na cama e aninhar-me melhor sobre seu peito, o coração dele estava acelerado como se ele tivesse corrido uma maratona. As mãos dele passaram pelas minhas costas desnudas, arrancando um suspiro de plena satisfação dos meus lábios. Ele manteve uma mão nas minhas costas e com a outra segurou a minha mão sobre seu peito, onde seu coração mantinha-se acelerado.

Ouvi sua voz rouca e levemente sensual próxima do meu ouvido:

—Está sentindo isso?

Balancei a cabeça em afirmação.

—Você me deixa descontrolado não acho uma boa ideia invadir o seu quarto na madrugada, principalmente se o que eu acabei de fazer agora lhe desagradou, se quiser vou agora mesmo dormir no sofá.

Aquilo magoou-me, ele não me desagradou em momento algum. Por que raios Steve Rogers sempre conseguia achar um defeito em si mesmo? Ele é perfeito, mesmo tendo me carregado até aqui, foi um cavaleiro.

Antes que ele falasse mais alguma besteira virei-me sobre seu corpo, Steve estava escorado na cabeceira da minha cama, o que deixou-me sentada sobre ele, uma perna de cada lado de sua cintura. Ele olhava-me desconcertado e eu coloquei uma de suas mãos em volta da minha cintura e a outra sobre o lugar que estava batendo descontrolado o meu coração.

—Agora me responda você. Está sentindo isso?

Ele arregalou os olhos e puxou a minha cintura fazendo-me sentar sobre uma protuberância evidente em sua calça, mas eu decidi ignorar no momento.

Ele respondeu com um sorriso começando a pender dos seus lábios:

—Isso é muito rápido, tem certeza que está passando bem?

Tirei sua mão do meu peito e voltei a colocar as minhas duas mãos sobre o dele.

—Não vou dizer que isso é normal, porque não é, você me faz perder as estribeiras Rogers e eu sou uma menina má.

Ele arqueou uma sobrancelha e eu continuei:

—Se continuarmos a fazer o que estávamos fazendo antes, não vou parar e isso é um passo sem volta.

Ele puxou-me mais sobre seu corpo e abraçou-me, não era algo luxurioso, era carinhoso e protetor.

Steve disse em um tom de voz baixo e contido:

—Eu não faria nada que você não quisesse.

Continuei ali naqueles braços fortes e seguros.

—Não é comigo que me preocupo Steve.

Saí de seu abraço e olhei bem fundo naquele mar límpido que mais parecia um oceano tempestuoso.

—Steve Rogers me responda com sinceridade.

Ele assentiu e eu perguntei:

—Você é virgem?

 

Pov Steve Rogers:

 

Então esse era o medo dela? Eu me arrepender. Sério? Eu a amava e tinha plena consciência disso, a queria de uma maneira absurda.

Respondi sem nenhuma vergonha na voz, mas as minhas bochechas recém coradas traíram-me:

—Sim ainda sou virgem.

Natasha passeou com as mãos dela pelo meu abdômen e sorriu-me cúmplice.

—Steve a primeira vez tem que ser especial, não assim no susto.

Fitei-a descrente, era impressão minha ou a temida Viúva Negra era uma romântica incorrigível?

Ela continuou sem despregar os olhos dos meus:

—Quero isso tanto ou mais do que você, então não ache que eu não gostei do que acabou de fazer.

Aproveitei a deixa dela e beijei-a novamente, mas agora as minhas mãos passeavam pelas costas dela sem medo. Nat mordeu de leve o meu lábio inferior e isso me fez soltar um gemido rouco, ela sorriu em satisfação e remexeu de leve no meu colo, fazendo nossas intimidades chocarem-se.

—Eu não vou fazer nada que não queira.

Eu repeti e ela arranhou o meu abdômen por debaixo da blusa.

Chegou na curva do meu pescoço e sussurrou:

—O virgem aqui é você.

Estremeci de leve a voz dela era algum tipo novo de tortura, mas uma tortura prazerosa. Puxei-a colando os nossos corpos e virando-a na cama. Ela tinha as bochechas levemente rosadas, os lábios avermelhados pela pressão dos nossos beijos, os cabelos espalhados sobre o lençol branco da cama de casal, a blusa deixava um pedaço da sua barriga exposta e as unhas dela estavam arranhando-me por debaixo da minha camisa.

Desci os meus lábios pelo decote roxo que tanto tentou-me mais cedo, Nat agarrou os meus braços em resposta e gemeu o meu nome entre suspiros entrecortados.

—...Steve...

Passei as minhas mãos pela lateral daquela cintura curvilínea e desci os beijos para parte exposta da sua barriga, beijei de uma extremidade a outra, nunca tinha transado e nunca o faria. O que estava fazendo agora era amor.

Com muito cuidado tirei a blusa de Nat e para minha surpresa e contentamento ela estava sem sutiã. Eu não consegui refrear os meus impulsos e logo estava com as minhas mãos neles, redondos e macios, quentes e estonteantes e Nat gemia manhosa. Aproximei meu rosto meio incerto no vale de seus seios e ela assentiu para mim, abocanhei o seio direito medindo a força com que apertava o esquerdo e refiz o gesto com a boca no outro seio.

Nat segurou os meus fios loiros e com delicadeza empurrou-me com as costas na cama, ela ainda estava de calça jeans escura, sentou em cima de mim e verbalizou:

—Você ainda está vestido demais para o meu gosto.

Suas mãos ágeis tiraram a minha camisa branca e ela desceu os lábios mordiscando e beijando do meu pescoço até o meu abdômen, ela parou no cós da minha calça caqui e com estrema agilidade abriu o fecho da mesma.

Ela desceu a minha calça até o meu coturno e o retirou do meu pé com um puxão. Agora eu estava sem meias e calça, ela olhava-me mordendo os lábios de leve.

—Sabia que você fica uma delicia de cueca box preta.

Dei um sorriso constrangido e senti-me levemente envergonhado e um pouco indeciso. Ela subiu em cima de mim e abraçou-me, os seus seios deslizando pelo meu abdômen nu, foi uma sensação alucinante. Onde tinha ido parar a vergonha mesmo?

Puxei-a sobre mim e Nat colocou as pernas em volta da minha cintura, nossos corpos colados, pele contra pele, assim virei-a na cama ficando ajoelhado entre as pernas dela. Nat manteve o aperto em volta do meu quadril e eu inclinei meu rosto para beijá-la novamente.

Ouvimos duas batidas na porta. Nat revirou os olhos impaciente e desceu as pernas da minha cintura, empurrou-me de leve e saiu da cama vestindo a minha camiseta branca e prendendo o cabelo em um rabo de cavalo frouxo. Foi tudo tão rápido que a minha primeira reação foi ficar ali deitado olhando para o teto.

Quem poderia ser as quatro da manhã? Vesti a minha calça e andei até a sala de onde vinha uma voz impaciente e infantil, parecia uma garotinha.

—Você sabe que não devíamos estar aqui!

Um garoto respondeu:

—Fica quieta Nathalie eles não sabem de onde viemos e deve permanecer assim.

Fui até a sala e deparei-me com um garoto de mais ou menos oito anos, seus olhos eram azuis e seus fios ruivos como os da Nat, só que não eram cacheados e sim lisos como o meu, tinha os ombros largos, os lábios rosados em contraste com sua pele branca, vestia uma calça preta e uma blusa de frio de mesma cor, ela estava aberta revelando uma blusa azul com um escudo do Capitão America, calçava um all-star vermelho e agora olhava-me com os olhos arregalados de surpresa.

A garotinha parecia ter uns quatro anos, seus olhos verdes e os lábios iguais ao do garoto que eu deduzi ser seu irmão, os fios loirinhos em forma de cascatas cacheadas, branquinha, ela era um anjinho, vestia um vestido florido, estava descalça e olhava-me divertida.

Andei até o centro da sala onde Nat olhava as crianças tão ou mais perturbada do que eu.

A garotinha de cabelos dourados andou na minha direção e disse:

—É um prazer te ver.

Dei um sorriso e respondi:

—O prazer é todo meu anjinho. Como você se chama?

Ela esticou os braços e percebi que ela queria colo, Nat andou até o sofá e sentou-se de pernas e braços cruzados, o menino que eu ainda não sabia o nome sentou ao lado dela e tinha a mesma expressão analítica no rosto.

Peguei a garotinha e andei até o sofá.

Nat disse ríspida:

—Poderia me dizer o que vocês vieram fazer aqui? E ainda por cima no passado?

Estagnei e o garoto parecia tão surpreso quanto a menina no meu colo.

Ele disse olhando dentro dos olhos verdes de Nat:

—Nossa eu não sabia que você ia perceber tão depressa, estava pensando em algo para te dizer, mas tô vendo que quando eu voltar para o meu tempo você vai me colocar num baita castigo mãe.

Eu quase tive um treco. Seria esse o motivo da anomalia temporal?

 

Pov Natasha Romanoff:

As duas crianças tinham traços levemente familiares, mas além de familiares estavam dialogando aos cochichos como se eu não estivesse ali diante deles a única coisa que eu consegui assimilar foi a tal anomalia temporal que Clint havia mencionado por telefone um dia desses.

Confrontei o garotinho ruivo:

—Poderia me dizer o que vocês vieram fazer aqui? E ainda por cima no passado?

Ele respondeu pegando-me de surpresa:

—Nossa eu não sabia que você ia perceber tão depressa, eu estava pensando em algo para te dizer, mas tô vendo que quando eu voltar para o meu tempo você vai me colocar num baita castigo mãe.

MÃE?!?

Como assim mãe? Eu não podia ter filhos certo? CERTO a KGB tinha encarregado-se de tornar o meu ventre um lugar hostil, mas ali na minha frente estava aquele lindo menininho de oito anos, seus olhos eram tão límpidos quanto os de Steve, sua determinação era surpreendentemente adulta e seus fios ruivos feito os meus.

Ele era meu filho. Steve Rogers você está literalmente fodido!

Eu devia ter pensado nisso, super soldado, super esperma e super gravidez??? Como raios isso foi acontecer?

A garotinha no colo de Steve olhava para mim preocupada, seus olhos verdes como os meus, mas o jeitinho tímido e alegre do pai.

Ela disse:

—Você tá bem mamãe?

Eu vi meu mundo ficar preto.

 

Pov Steve Rogers:

Nat estava desacordada no sofá, eu tinha uma garotinha no colo que pelo visto era filha da minha ruiva e o menino estava sentado no sofá e acomodava a mãe da melhor maneira que conseguia.

Coloquei a garotinha no chão e fui até a cozinha pegando um copo de água, o garoto veio atrás de mim e pegou um pote de canela na gaveta. O observava, ele se parecia com a Nat em alguns aspectos e em outros, ele lembrava-me alguém.

Se a Nat é a mãe deles, quem deve ser o pai?

Fui até o sofá e com cuidado ia derrubar a água no rosto dela, mas o menino impediu-me e colocou a canela perto do nariz dela, ela abriu os olhos devagar e ao avistar o garoto, ela sentou-se melhor no sofá.

—Pensei que era só mais um sonho maluco, mas estou vendo que é verdade.

O garoto deu um sorriso genuíno.

—Mãe você sabia que eu era do futuro, mas não sabia que eu era seu filho?

Nat arregalou os olhos de leve e respondeu:

—Em primeiro lugar eu não sou sua mãe, ainda.

O menino revirou os belos olhinhos azuis e Nat completou:

—Em segundo lugar como você e sua irmã vieram parar nessa época?

Ele sentou-se novamente no sofá, colocou a irmãzinha do lado dele e eu acomodei-me no tapete de frente para o menino e esperei que ele respondesse a minha ruiva.

Ele olhou de mim para ela e disse:

—Foram os gêmeos Stark.

Nat revirou os olhos assim como o menor e disse:

—Tinha que ser o Tony.

O garotinho riu e completou:

—Essa sua birra com o tio Tony é velha né, só não supera os berros que você dá com o tio Clint.

Nat olhou o garotinho e depois olhou para mim, pude ver algo novo em seus olhos verdes.

A menininha riu e eu desviei meu olhar.

O menino continuou:

—Os gêmeos Stark são um ano mais velhos do que eu. Howard Stark e Robert Stark, eles queriam estar em uma das fotos do álbum de casamento dos pais deles, então com a ajuda do Henry Pym eles montaram um experimento para viagens no tempo na garagem da Torre Stark. O Tio Tony ficou muito bravo e disse que viagens no tempo são perigosas.

Nat deu uma risada irônica e disse:

—Até que enfim ele criou juízo.

Assenti de leve e olhei para os olhos do menininho ruivo.

—Então os filhos do Tony tem nove anos de idade e são prodígios?

Ele balançou a cabeça em afirmação e disse:

—Todos nós somos treinados para assumir o lugar dos nossos pais, somos os Vingadores do futuro. Mamãe fica fula da vida com o vovô Nick, ela diz que somos muito novos e que se acontecer qualquer coisa com um fio de cabelo meu ela vai matar ele sem dó.

Eu dei uma risada e disse:

—Não duvido disso.

Nat balançou a cabeça pensativa e disse:

—O motivo desses garotos é meio bobo não?

O garoto balançou a cabeça negativamente contradizendo a mãe:

—Eles querem estar na foto, porque a mãe deles já estava grávida, ela só não sabia ainda. Eles acharam a ideia divertida, aparecer na foto e depois voltar para o nosso tempo, o problema todo começou quando ligaram a maquina, eles tinham esquecido de inventar uma forma de voltar.

Tive que rir, crianças sendo crianças.

 

 

Pov Natasha Romanoff:

Henry Pym Júnior deveria ser filho do Dr. Pym que trabalhava na área de experimentos da SHIELD, não me surpreendia o menino ser um prodígio, assim como os gêmeos do Stark.

Olhei novamente para o garotinho ruivo, se Pepper já estava grávida dos gêmeos Stark, logo em um futuro muito próximo eu estaria grávida do Steve, por mais estranho que parecesse eu não pretendia mudar o futuro. O menino olhava maravilhado para o Steve e isso me causou uma repentina curiosidade.

Steve disse:

—Se vocês não sabem como voltar, os pais de vocês devem estar muito preocupados.

O menino fechou a cara por um momento e disse:

—O meu pai não deve estar tão preocupado assim, ele passa mais tempo cumprindo missões do que em casa comigo, já a minha mãe deve estar escalpelando o Tio Tony uma hora dessa.

O menino olhou para irmã que balançava a cabecinha triste.

Steve meio perturbado perguntou:

—Como o seu pai consegue ficar tanto tempo longe de vocês?

O menino pareceu enfim perder a paciência levantou-se do sofá e ficou com os olhos na altura dos de Steve e disse sarcasticamente:

—Me responda o senhor Capitão, como consegue ficar tanto tempo longe da sua família?

Steve parecia ter levado um balde de água gelada, ele estava com todos os músculos tensionados e tinha ficado mais branco do que o normal. Como ele não tinha reparado a semelhança? O mesmo jeitinho mandão, os ombros largos, o olhar determinado, os olhos cristalinos e azuis, ele era Steve por escrito, só tinha o cabelo e o sarcasmo iguais aos meus.

Steve não respondeu o menino, apenas ficou olhando para ele por algum tempo e eu resolvi quebrar o clima ruim entre eles.

—Senta aqui do meu lado e termina de me contar essa história.

O garotinho voltou para o sofá.

Olhando para mim disse:

—Depois que nós estávamos todos aqui, pedimos ajuda ao sistema da Sexta-feira por um acesso remoto de computador que eu encontrei. Sabia que os códigos dela não mudaram durante esses dez anos, você deve saber, já que você me ensinou isso.

Surpreendi-me, eu ensinei o meu filho a raquear sistemas. Que tipo de mãe sou eu? Steve parecia estar recuperando-se do baque e nem deve ter escutado isso.

—Achamos os endereços dos nossos pais e fomos em busca deles. No seu caso mãe foi um pouco mais difícil, não podia ir para Torre Vingadores, o papai não estava lá, pensei que ele estava em alguma missão suicida importante. Fui com o Francis para casa do tio Clint que meio relutante me passou seu endereço.

Ok! O Clint não é uma pessoa confiável para ter meu endereço, ele já passou o mesmo para o Steve e agora para duas crianças do futuro.

A garotinha então começou a falar:

—Viemos eu, o James, o Francis, a Torunn e os gêmeos.

Eu disse:

—Deixa ver se eu entendi bem. O Francis é filho do Barton, o James é o seu irmão, a Torunn deve ser filha do Thor, pelo nome deu para sacar e os gêmeos do Stark.

A menininha assentiu.

O James continuou:

—Ficaram na Torre o Cooper Barton, o Henry Pym filho do Dr. Pym com a Vespa, o Azari que é filho do pantera Negra e a Violet que é filha da Wanda com o Visão. Eles não podem nos ajudar e a Violet não consegue mais rastrear a gente telepaticamente, então a ideia foi procurar o Tio Tony e pedir ajuda para ele.

Balancei a cabeça em reprovação.

—Vocês sabiam que colocaram a própria existência em risco? Com vocês aqui certos eventos do passado podem ser alterados e talvez vocês deixem de existir. Estava na Torre investigando uma anomalia temporal com o Bruce e Visão, eles me falaram que esse tipo de viagem cria universos paralelos e isso pode gerar o extermínio dos viajantes.

Steve pareceu voltar a terra e olhou feio para mim.

—Nat você está assustando eles.

O encarei friamente e respondi:

—Eles tem que saber o tipo de riscos que estão correndo, não acho que seja necessário amenizar a situação.

Steve levantou-se do chão e andou até ficar de frente para James, abaixou-se ficando com os olhos na altura dos dele, azul contra azul, límpidos e cristalinos sustentando o mesmo olhar.

—Nós vamos conseguir mandar todos vocês de volta para casa, está me entendo campeão.

James abraçou Steve apertado.

Bateu continência para o mais velho e disse:

—Sim senhor Capitão.

Steve sorriu e bagunçou o cabelo do garoto de leve com as mãos, a garotinha saiu do sofá e passou pelos dois sem ser notada, ficando de frente para mim. Ela é extremamente fofa, dá vontade de aperta-la e não soltar mais.

—Mamãe me dá colo, tô com sono.

Isso me fez ter um surto neurológico pequeno, mamãe...mãe, eu ia ter que me acostumar com isso, a pequena não parecia tão à vontade com a viagem temporal como James. Peguei-a no colo como costumava fazer com Cooper e ela aconchegou-se em mim, a cabeça no meu ombro, os cachinhos loiros tampavam o rostinho angelical e infantil, seus cílios e sobrancelhas eram loiros como os do pai.

 

Pov Steve Rogers:

Ele é meu filho, eles são meus filhos e da Nat. Então eu me casei com a Nat? Será que eu consegui essa proeza? Só de olhar os nossos filhos sentia-me bem dentro das minhas incertezas.

James olhava para mim divertido, seu rosto era uma expressão clara de desafio.

—Pai, você não tinha percebido mesmo?

Balancei a cabeça em forma de negação.

—Bom você e a mamãe desse tempo brigam como no futuro.

Eu arregalei os olhos de leve, preocupado perguntei:

—Isso é bom?

Agora ele parecia mais criança do que quando havia chegado.

—A Nathalie não gosta muito das brigas de vocês e eu sei que elas acontecem porque os dois têm personalidades diferentes, também sei que você sempre traz flores para pedir desculpas e ela te enche daqueles beijos nojentos de língua.

Dei um sorriso de leve observando melhor o menino, ele vestia uma blusa com o escudo do Capitão América. Como não assimilei isso antes? Olhei para a ponta do sofá e Nat já ninava a nossa menina, sabia que não devia apegar-me muito a eles, logo voltariam para seus pais no futuro.

James levantou do sofá e andou até Nat.

—Desculpa a pergunta, mas o papai devia estar aqui mesmo?

Nat corou até a raiz do cabelo e depois de alguns segundos disse sagaz:

—James você tem que nascer de algum jeito, não tem?

Dessa vez eu corei, como ela pode dizer isso a uma criança de oito anos. James assentiu de leve e coçou a cabeça confuso. Ela levantou do sofá e colocou a Nat júnior para dormir deitada ali.

—James faz um favor para mim?

Ele deu um sorriso e respondeu:

—Claro mãe.

Ela continuou sem abalar-se tanto com a palavra "mãe":

—Você pode ficar de olho na sua irmã enquanto eu pego um travesseiro e uma coberta para ela.

Ele assentiu.

Nat virou para porta do quarto mas antes de sair totalmente chamou-me com um aceno de cabeça. Entramos no quarto dela e ela pegou dois travesseiros e duas cobertas dentro do guarda roupa.

—Steve me dá uma mãozinha aqui.

Andei até ela e perguntei:

—Do que você precisa?

Ela sorriu amarelo e respondeu:

—Altura, mas já que nem tudo é perfeito, me levanta?

Peguei ela pela cintura e coloquei em cima do meu ombro,Nat era leve e eu gostava de ergue-la. Ela desceu do meu ombro com dois colchonetes e dois sacos de dormir.

Ela pegou tudo de cima da cama e colocou nos meus braços dizendo:

—Agora é só fazer um mini acampamento na sala.

Eu a segui, ela era rápida e James ajudou-a, arrastaram a mesa de centro para bem longe do sofá, pegaram um cobertor de casal florido e fizeram uma cabana de cobertores sobre o sofá até o fim do tapete marrom felpudo, estenderam os sacos de dormir sobre os colchonetes e colocaram a Nat júnior para dormir lá.

Estava pronto para dormir quando James segurou a minha mão, sua mão era menor do que a minha e ele segurava o meu dedo indicador em vez da mão toda, coisa que eu costumava fazer quando era pequeno com o meu pai. A lembrança me trouxe uma sensação de conforto familiar.

Ele estava descalço e sem a blusa de frio, só a camiseta azul e a calça preta, parecia bem menos durão agora. Coçou de leve o olho enquanto bocejava.

—Pai me cobre, por favor.

Dei o meu melhor sorriso e andei com ele até o saco de dormir, sentei do lado dele e o cobri.

Passei a mão no cabelo dele em um cafuné suave até ele pegar no sono antes dele adormecer totalmente eu disse:

—Dorme tranquilo que amanhã o dia vai ser bem melhor James.

Ele fechou os olhos e adormeceu completamente. Levantei devagar e antes de sair da cabana improvisada dei um beijo de boa noite na testa da mini Nat.

Voltei para o quarto e Natasha estava só com a minha camisa branca, seus cabelos estavam molhados e ela estava sentada na beirada da cama. Com os olhos pregados na porta de seu quarto, parecia estar tentando assimilar e eu não estava diferente.

Andei em sua direção e disse:

—Não acha que é uma boa hora para dormir?

Ela assentiu e deitou na cama olhando para o teto, deitei ao lado dela. Assim que ela começou a bocejar aninhou-se no meu corpo e eu passei meus braços pela sua cintura deixando-a mais confortável.

Antes de pegar totalmente no sono ouvi ela dizer:

—Boa noite Steve.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

@.@ Quem apostou no visitantes do futuro???
Eles são umas gracinhas ~.~
Vim aqui para esclarecer algumas coisas, em primeiro lugar o nome dos gêmeos Stark, um é o nome do pai do Tony e o outro é o nome do ator que dá vida ao personagem Homem de Ferro.Em segundo lugar não concordei em parte com o universo Marvel e dei a Nathalie de presente pro Steve e a Natasha, eles nos quadrinhos só tem um filho, James Rogers Romanoff.
Até o próximo capitulo!! ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu escudo..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.