Meu escudo... escrita por Lady M


Capítulo 8
Capitulo 8




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Pov Natasha Romanoff:

Acordei com um aperto na minha cintura, abri os olhos lentamente dando de cara com a blusa do Steve, estava deitada sobre seu peito largo e as mãos dele envolviam-me como se tivessem um ursinho de pelúcia. Não me mexi com medo de acordá-lo e fiquei ali observando cada traço. Os cílios loiros, as sobrancelhas delineadas, os fios loiros estavam espalhados sobre seus olhos fechados, sua expressão serena e os lábios tinham um mínimo sorriso.

Dei um suspiro e recriminei-me mentalmente por isso. Onde eu estava com a cabeça? Ser a garota do Capitão isso com certeza não combinava comigo! O problema estava todo nesse tempo verbal, não combinava quer dizer que bem lá no fundo eu queria que combinasse.

Steve mexeu-se e o meu corpo balançou junto com seu, ele abriu os olhos lentamente, suas bochechas pegaram fogo, ele estava todo vermelho e eu amava constrange-lo. Sorri para ele e olhei para seus olhos azuis, cristalinos e preciosos como duas safiras.

Ouvi sua voz um pouco rouca pelo sono:

—Bom dia Nat.

Perdi-me naqueles lábios e nem me dei o trabalho de repetir a saudação, apenas fiz daquela boca minha. Quando nosso beijo acabou dei-me conta de que Steve Rogers deveria estar muito confuso, afinal ele não é desse século e sair beijando as garotas em seus quartos não era algo considerado normal a setenta anos atrás. Afastei meu rosto até conseguir olhar dentro de seus olhos, coloquei as minhas mãos sobre seus ombros e  meu corpo estava sobre o dele de uma maneira nada comportada.

Disse sentindo meu rosto esquentar sobre seu olhar:

—Bom dia Steve.

Senti uma de suas mãos subir pelas minhas costas até a minha nuca, enquanto a outra que permaneceu na minha cintura envolveu-a por completo, fazendo o meu corpo colar no dele. Olhei Steve surpresa, mas ele tinha uma expressão determinada no rosto  e com um movimento de seu corpo ele inverteu as nossas posições. Agora estava com as costas sobre o meu colchão, as mãos de Steve continuavam no mesmo lugar, meu corpo estava sob o dele, mas ele permaneceu sem colocar seu peso sobre mim e tinha um sorriso bobo nos lábios.

—Você é tão leve quanto uma folha de papel agente Romanoff.

Dei um sorriso em resposta ao dele.

—Isso é o que você pensa Capitão Rogers?

Ele assentiu e dei um tapa no seu ombro, sentindo a sua mão que estava na minha nuca brincar com o meu cabelo. Ficamos a manhã toda trocando carícias até Steve dizer que era bom cozinheiro e ele tomar a liberdade de mexer na minha cozinha enquanto eu tomava banho.

Saí do quarto vestindo uma regata branca e um short jeans, meu cabelo estava molhado e resolvi ficar descalça. Andei da sala até a bancada da minha cozinha, não costumava cozinhar, na verdade nunca tive tempo para descobrir meus dotes culinários, nem sequer sabia fritar um ovo.

Steve estava de costas para mim mexendo no fogão, sua blusa estava toda amarrotada e fora da calça social, ele assim como eu estava descalço, as mangas de sua camisa social azul estavam dobradas até os cotovelos, dando uma boa visão de seus músculos. Andei até a pia do lado do fogão e escorei-me ali para observar o que ele estava cozinhando.

 

Pov Steve Rogers:

Natasha era linda até depois de acordar pela manhã, seu cabelo perfumado como sempre, seus olhos transmitiam-me uma paz antes desconhecida, suas mãos macias faziam carinho no meu cabelo e eu não conseguia mais livrar-me de seus lábios.

Ela estava no chuveiro e eu tinha que me virar com o que estava na sua geladeira. Pensei em fazer um almoço, mas parece que Nat nunca fica tempo o suficiente nessa casa para precisar de alguma refeição considerada descente, na sua geladeira só existem coisas leves para um lanche rápido e artigos de café da manhã.

Cortei algumas frutas e coloquei as mesmas em uma vasilha de vidro que encontrei em um de seus armários, coloquei creme de leite e já tínhamos uma salada de frutas, depois tive um trabalho danado para fazer umas quatro panquecas enquanto vigiava o café no fogão. Nat estava demorando no banho.

Virei-me pronto para arrumar a mesa e ela já  estava arrumada, Nat estava  sentada na bancada olhando para mim descontraída. Estive tão concentrado que não percebi que ela já tinha saído do banheiro. Ela levantou-se e ajudou-me a levar a salada de fruta e as panquecas, terminei de colocar o café na garrafa térmica e o levei para mesa em seguida.

Ela elogiou-me de olho na garrafa que estava na minha mão:

—O cheiro do seu café está muito bom.

Eu a servi e ela atacou sua xícara.

—Sabia que café em excesso faz mal para saúde Nat?

—Vê se não enche Steve.

Esse era o jeito amável dela pela manhã, já tinha me acostumado. Ela terminou de comer e ficou observando-me tomar meu café da manhã.

—Gostando do que vê senhorita?

Ela corou de leve e isso me deu uma onda de prazer, era muito difícil constrange-la ou surpreende-la.

Ela respondeu:

—Não sei ainda, tenho que testar mais um pouco e te respondo vovô.

Fechei a cara e levantei pronto para lavar a louça, mas Nat impediu-me e pegou todos os pratos e copos da minha mão.

Disse enfática:

—Minha louça, minhas regras.

Dei um sorriso e retirei o que tinha sobrado na mesa, voltei com a garrafa de café para a pia e assisti ela lavar a louça. Ela fazia isso com uma leveza invejável. Nat na maioria das vezes era assim, simplesmente feminina e sensual. Ela terminou tão rápido como começou.

Andei atrás dela até o sofá da sala onde ela sentou.

—Steve você não vai poder tomar banho aqui, eu não tenho mais nenhuma roupa sua aqui em casa.

Sentei no chão de frente para as suas pernas cruzadas sobre o sofá. Então aquelas roupas eram minhas?

Curioso perguntei:

—Como as minhas roupas foram parar no seu guarda roupa Nat?

Ela estralou os dedos de leve e colocou as mãos sobre as pernas, suas bochechas tornaram-se um pouco rosadas e ela sorriu de leve.

—É uma história um tanto engraçada.

Ela deu um suspiro e contou-me um pouco contrariada:

—Lembra da missão do Soldado Invernal? Lógico que se lembra. Foi nela, você fez suas malas para fugir e Sam achou essas roupas e em vez de colocá-las na sua mala colocou por engano na minha. Você ficou uns dois anos obcecado na busca pelo Buck e eu não tive oportunidade de devolvê-las.

Assenti, as minhas roupas estavam guardadas em sua gaveta, mas o cheiro nelas ainda era o meu.

—Não tive vontade de devolvê-las e nem de lavá-las, depois daquele beijo eu simplesmente senti falta do seu cheiro de uma maneira que eu não gostaria de admitir.

Ela olhava-me meio sem jeito, parecia um tanto encabulada pela revelação.

Disse para reconforta-la:

—Sabe Nat eu já gostava de você naquela época.

Ela me deu um sorriso gentil e passou a sua mão pela lateral do meu rosto.

—Agora você precisa ir embora, bem que eu gostaria que você ficasse, mas hoje é o chá da Pepper e eu preciso ir vê-la como todas as outras madrinhas.

Também queria ficar perto dela. Levantei do chão e abaixei-me para beijá-la, ela foi comigo até a porta do seu apartamento e antes que eu fosse embora segurou o meu braço.

—Espera um pouco eu preciso te entregar uma coisa.

Ela entrou de novo dentro do imóvel e voltou com algo preso em uma cordinha preta.

Ela estendeu a mão na minha direção e disse:

—Essa é a chave reserva do meu apartamento, fica com ela, assim quando você quiser vir para cá não precisa bater na porta é só entrar.

Não queria aceitar, isso parecia um grande passo em um relacionamento, talvez Nat se arrependesse depois.

Olhei para seus lindos olhos verdes, eles pareciam irredutíveis e eu disse:

—Natasha eu gostaria muito de dividir esse lugar com você, mas isso me parece um passo grande para o nosso relacionamento, esse relacionamento que não tem nem nome ainda. Não me entenda mal.

Ela abriu a cordinha preta e pude ver que ela formava um colar com a chave como pingente, a chave era prata, diferente da dela que era dourada.

—Steve Rogers pega essa porcaria de chave agora. Não me interessa se seus motivos são nobres ou não, essa é a minha maneira de te mostrar que confio totalmente e cegamente em você, meu jeito de aceitar nosso quase relacionamento sério.

Ela estava com a voz um pouco alterada e suas palavras fizeram-me sentir totalmente amado. Nat poderia não saber o que sentia por mim, mas era algo que estava mais do que evidente. Aproximei-me dela e abaixei a cabeça e ela colocou a chave no meu pescoço.

—Você venceu tampinha ruiva,  agora é oficial.

Ela sorriu e puxou-me pelo pescoço, nós demos um último beijo .

—Até mais Capitão.

Ela gostava de me chamar assim ou era impressão minha?

—Até mais ruiva.

Ela fechou a porta com um enorme sorriso nos lábios. Desci as escadas sentindo-me o homem mais feliz do mundo.

 

Pov Natasha Romanoff:

Depois que Steve foi embora me dei conta do que ele quis dizer com “agora é oficial”, agora nós somos oficialmente um casal. Meu Deus! Eu deveria ter ouvido ele, bem que ele tentou me avisar que era um grande passo, mas agora FODA-SE! Estou gostando dele e prometi a mim mesma que ia tentar. 

Voltei para o meu quarto. O meu cabelo já estava seco, prendi ele em um coque mal feito e concentrei-me em arrumar a bagunça que estava o meu quarto, coloquei o meu vestido de madrinha pendurado na parte detrás da porta, dentro do saco preto. Limpei todos os cômodos inclusive o banheiro, coloquei roupas de cama nova e passei um espanador no tapete da sala.

Terminei tudo já estava quase de noite. Tomei outro banho e arrumei o meu cabelo deixando-o solto,coloquei uma calça jeans escura, calcei um sneaker preto, coloquei uma blusa frente única com um decote modesto nos seios, na cor violeta, as costas tinha pequenas tiras que cruzavam-se, coloquei uma pulseira prata e um brinco de franjas roxas, para finalizar o visual eu passei um delineador nos meus olhos e um batom rosa claro nos lábios.

Estava na hora certa, olhei para o relógio e cheguei na conclusão que logo Laura ia chegar aqui em casa. Peguei um embrulho que estava no meu guarda roupa, uma caixa retangular média, vermelha com um grande laço amarelo.

Ouvi algumas batidas na porta e fui atender.

 

Pov Steve Rogers:

Voltei para Torre Vingadores. Tomei um banho rápido e vesti minha roupa para um dia de treinamento normal, minha calça caqui, uma blusa branca, o coturno preto médio e agora a chave da Nat estava pendurada no meu pescoço junto com a minha identificação de guerra.

Andava despreocupadamente pelo corredor até ouvir duas vozes levemente alteradas, parei um pouco afastado dos sons que vinham do corredor e coloquei-me a escutar.

—Você deveria informar o Fury sobre o que acabou de descobrir Stark.

—Mas eu não posso, ainda é cedo Barton preciso de mais certezas.

Alguns instantes passaram-se sem nenhum barulho sequer.

—Isso pode ser perigoso.

—Eu sei Visão, mas as coisas não são tão fáceis de se resolver.

—Você deveria informar o Fury dessa anomalia temporal, ela pode acarretar problemas.

—Assim como você e a agente Romanoff deveriam informar o Fury dos planos do governo de acabar com os Vingadores, Barton?

O silêncio predominou o ambiente e enfim senti-me seguro para continuar andando. Governo? Anomalia temporal? As coisas estavam começando a sair do controle do Fury ou era impressão minha.

Andei até o refeitório onde Stark conversava com o doutor Banner e Visão. Barton parecia perdido dentro de seus próprios pensamentos enquanto Sam e Buck conversavam animadamente do seu lado.

Peguei a chave do conversível do Stark e andei até a sua direção.

—Bom dia Capicolé como foi a noite com a ruivinha?

Visão e Banner não desgrudaram os olhos de mim.

—Não sou esse tipo de homem Stark.

Visão cortou a possível resposta de Tony:

—Ontem vocês pareciam estar tendo algo mais do que amizade, o que me diz Capitão?

Banner saiu com Stark e deixou-me para responder Visão sozinho.

—Nós estamos tentando, sabe.

Visão assentiu e antes que ele precisasse usar uma desculpa para seguir Stark eu disse que precisava ir falar com Sam. Andei até a mesa deles.

Sam saudou-me:

—Bom dia Cap!

Buck como nos velhos tempos provocou:

—Eaí Steve como foi a noite?

Balancei a cabeça sorrindo e sentando na frente de Clint que parecia cada vez mais perdido dentro de si mesmo.

—Bom dia Sam e Buck não sou esse tipo de homem.

Buck deu uma gargalhada e disse:

—Não conhece o lado bom da vida, por isso diz essas bobagens.

Sam completou:

—Sem querer ofender Cap, mas seu amigo tem toda razão. Se você já tivesse conhecido esse lado das mulheres não esqueceria mais aquela russa.

Dei um sorriso contido e continuei em silêncio. Sam disse que diferente da minha noite tranquila a dele foi agitada com a agente Hill. Buck disse que passou a noite dormindo sozinho e não se arrependia nem um pouco afinal relacionamentos na nossa época já eram complicados, os de hoje em dia são indefiníveis. Eu que o diga!

Clint estava para sair da mesa. O segui discretamente até o salão de jogos.

—Bom dia Capitão!

Ele não parecia estar tão perdido agora.

—Bom dia Clint. Como tem passado?

Ele sentou no sofá onde eu e Nat costumamos ver filmes reprisados.

—Eu estou bem no geral, só um pouco ansioso com a chegada do meu segundo garoto.

Sentei do seu lado.

Ele completou:

—Quem sabe um dia você não se sinta da mesma forma Capitão? Um mini Steve Rogers ou uma pequena Nat correndo pela sua casa.

Balancei a cabeça negativamente.

—Acho que todos esperam que eu tenha esse desejo de ser pai, mas nunca pensei nisso.

Clint deu uma gargalhada dizendo:

—Sinceramente ninguém pensa, simplesmente acontece.

Suspirei exasperado.

—Acho que esse não é o meu caso. Ser herói exige muito tempo e dedicação, um filho precisa de atenção e carinho, existiria um grande conflito de interesses.

Clint assentiu de leve.

—Concordo plenamente com você Capitão, o seu conflito particular seria com o medo da Nat de ter um relacionamento mais sério.

Nós ficamos ali olhando a televisão desligada, antes que desse por mim Clint despediu-se.

—Sabe como é, eu prometi a Laura que a levaria para despedida de solteira da Pepper, além disso, vou dar uma carona para Nat.

Respondi:

—Até mais Clint.

Ele saiu da sala e eu fiquei só com meus pensamentos. Anomalia temporal, iria pesquisar sobre esse termo mais tarde. Filhos? Isso estava longe de acontecer, Nat não me parecia o tipo de mulher que quer se casar e ter filhinhos ruivinhos ou loirinhos, como ela mesma vive dizendo. Joguei esse pensamento estranho para escanteio.

Voltei para o meu quarto. O que seria uma despedida de solteira? Seria como a de Tony? Eu deveria ficar preocupado?

Encontrei Visão e Wanda no corredor enquanto ia para o refeitório. Wanda estava extremamente bonita com um vestido preto de alcinhas de saia rodada e rendada. Ela deveria estar indo para tal despedida. Ao chegar no refeitório lembrei da geladeira vazia de Nat, sei que era uma invasão de privacidade e que existia uma grande chance dela ficar muito irritada comigo quando chegasse em casa.

Desci até a garagem da Torre e peguei a minha moto, fui até o supermercado mais próximo e comprei uma lista pequena de coisas. Já estava tarde quando resolvi rumar para cozinha da minha ruiva. Estacionei a moto e subi os dois andares de escada do prédio. Entrei e as luzes estavam apagadas, sinal de que a Nat ainda não tinha voltado para casa.

O cheirinho de lustra móveis estava no ar e a cozinha estava toda brilhando, pelo visto a Nat tinha passado o resto da tarde arrumando o apartamento. Desembrulhei as compras e coloquei a maior parte das coisas na geladeira, coloquei os pratos que estavam no escorredor da pia no armário, porque já estavam secos.

Sentei no sofá da sala, estava com a minha jaqueta e tirei-a jogando em cima do tapete felpudo marrom da Nat. Liguei a televisão e estava passando um filme antigo de dança, aumentei o volume. Agora a sala dela estava povoada pelo som da música "The Time Of My Life", já estava na dança final do filme que Nat gostava muito de ver. Voltei para cozinha e fiz um espaguete a milanesa não estava mais prestando atenção no barulho da televisão.

Coloquei a mesa com dois pratos, dois garfos, dois copos, além de colocar na mesa uma rosa vermelha. Eu ia dá-la para Nat, mas acho que ela não iria se importar em ver a flor na mesa. Voltei para cozinha e coloquei o macarrão em uma travessa e joguei queijo por cima, levei a travessa para mesa. Voltei para cozinha e terminei de lavar as vasilhas que eu tinha sujado.

 

Pov Natasha Romanoff:

Laura estava incrível! Seu cabelo loiro estava solto, vestindo um vestido bonina de alcinhas, sua saia era rodada e a barriga dela sobsaia no tecido, calçava uma sapatilha branca com estampa floral, usando uma maquiagem leve e um brinco pequeno. Ela estava segurando um embrulho verde água com um laço prata.

—Vamos?

Assenti fechando a porta do meu apartamento. Descemos as escadas e Laura contou-me animada sobre os preparativos do quarto de seu segundo filho. O primeiro era meu afilhado com um primo dela como padrinho, o segundo seria afilhado de Pepper e Tony. Ela nem notou quando Clint abriu a porta do carro de tão entretida que estava.

O caminho foi bem tranquilo tirando as piadinhas do Clint em relação ao Steve, as piadas eram sobre meu futuro marido e filhos. Barton conseguia ser mais irritante do que Stark. Chegamos a entrada de um prédio, não era tão grandioso quanto a Torre Stark, mas chegava bem perto. Meu apartamento era uma caixa de fósforos se comparado ao de Pepper.

As paredes pintadas na cor pérola, os móveis de carvalho, o sofá preto com as almofadas bordadas em prata, o tapete da sala era felpudo e ocupava o cômodo do sofá até a televisão pendurada na parede. As portas que davam para sacada eram de vidro fume, nos dando total visão do lado de fora sem que as pessoas lá fora nos vissem.

Pepper aguardava-nos no sofá, seu cabelo em uma trança rabo de peixe, vestindo um vestido de um ombro só branco com um decote em forma de coração, seu modelo era tubinho com  pregas do busto até o fim da saia, o vestido ia até um pouco acima dos joelhos, ela calçava uma sandália de stras, sua maquiagem  delineando seus olhos e sua boca estava em um tom rosado.

Do lado direito da noiva estava Wanda, ela não tinha ido na última prova do vestido das madrinhas pois estava em uma missão da SHIELD. A garota estava dentro de um vestido preto de alcinhas, tinha um decote reto e a saia rodada de renda, calçando uma sapatilha preta com tachinhas prata no calcanhar, no pulso direito uma pulseira prata, sem uma maquiagem forte só delineador e brilho labial e parecia estar divertindo-se.

Do lado de Wanda, Maria Hill com uma calça de couro preta, uma meia pata vermelha, usando uma blusa tomara que caía de mesma cor que o sapato com um decote de coração, seu cabelo estava solto e no seu rosto uma maquiagem marcante com um batom vermelho, segurando na mão um embrulho retangular médio, uma caixa branca com um laço dourado.

Ao lado esquerdo da noiva estava a agente Carter, seu cabelo estava solto, vestindo um vestido rendado azul marinho. Um modelo tomara que caía com um decote reto, porém tinha duas mangas caídas no ombro que desciam coladas na pele até o antebraço, usando uma gargantilha prata com uma safira solitária, um brinco prata que fazia par com a gargantilha, calçando uma sandália de salto prata e sua maquiagem marcava seus olhos.

Do lado da Carter estava Jane com os cabelos presos em um coque frouxo, onde alguns fios escapavam e emolduravam seu rosto, vestindo uma blusa laranja de um ombro só com um short preto de cós alto com botões dourados na lateral, calçando uma sapatilha preta de bico arredondado, no braço esquerdo um bracelete dourado na parte superior do antebraço, que combinava perfeitamente com seus brincos também dourados, sua maquiagem era simples e seus lábios estavam levemente vermelhos.

Pensei que estava no horário, mas pelo visto eu e Laura chegamos um pouco atrasadas. Andamos juntas até o sofá, Laura sentou-se do lado da Carter, ficando entre ela e Jane e eu sentei ao lado de Hill.

Pepper resolveu cortar o silêncio:

—Sejam bem vindas garotas! Essa é a última vez que vou poder chamar meu apartamento de lar doce lar.

Pepper parecia radiante apesar da relutância em sua voz, deve ser difícil desistir de tudo o que conquistou até aquele momento para casar-se. Eu já disse isso uma vez e não vou cansar de repetir que realmente não entendo. Como ela consegue abrir mão de tudo pelo Tony?

Wanda levantou do sofá carregando um embrulho simples, um saquinho prata com um laço preto, estendeu ele na direção de Pepper e disse:

—Agora que todas as madrinhas chegaram você deveria abrir seus presentes. Só que antes tenho uma brincadeira. Se todas me permitirem?

Todas nós assentimos para Wanda e ela continuou:

—Antes de abrir você tem que tentar adivinhar o que tem dentro do embrulho.

Pepper aceitou a brincadeira e começou a chutar o que poderia ser aquele presente, sacudiu o embrulho apertou e então concluiu:

—Acho que o que a Wanda me deu foi uma camisola.

Nós olhamos para Wanda e ela assentiu um pouco contrariada, parece que Pepper era boa nesse jogo. Ela abriu o embrulho sorridente e de lá saiu uma camisola de seda preta com algumas rendas, na beirada e no busto.

A próxima a entregar seu presente foi a Hill, ela entregou a caixa média branca com o laço dourado a Pepper. Ela analisou a caixa friamente e com muita delicadeza sacudiu-a.

Ficou um tempo encarando a caixa e sem muita certeza na voz ela disse:

—Eu não acredito que você me deu um vibrador. Isso é sério Maria?

Pepper parecia o Steve naquele momento, estava como um tomate. Olhei para Hill que estava do meu lado e parecia prestes a ter um ataque de risos.

Maria declarou as gargalhadas:

—Você acertou!

Pepper a olhou contrariada e Maria completou:

—Na falta do Tony você não fica na mão.

Pepper não  respondeu e nem abriu a caixa, só colocou-a perto da camisola em cima do tapete. Jane aproveitou a deixa e entregou a noiva recentemente traumatizada uma caixa redonda e grande no tom rosa bebê, com um laço rosa pink. Pepper aceitou-a de bom grado e não a sacudiu, apenas a levantou de seu colo, parecia ser um esforço grande já que não repetiu o gesto.

Declarou a noiva:

—Essa vai ser difícil.

 Continuou a olhar a caixa com certa curiosidade. Retomou o ato de levantá-la e até tentou sacudi-la com cuidado.

Ela olhou para Jane e disse:

—Eu realmente fico feliz que tenha me dado um conjunto de roupas de cama nova!

Jane sorriu para a noiva e disse:

—Thor que ajudou a escolher as cores.

Pepper abriu a caixa sem muita cerimônia e de lá tirou um conjunto de roupas de cama azul celeste e branco. As garotas exclamaram em aprovação e eu não acompanhei o coro, não sou muito chegada em coisas de dona de casa.

Laura levantou-se e entregou a Pepper sua caixa média retangular verde água com um grande laço prata. Pepper sorriu ao pegar a caixa, balançou-a de leve e deu um sorriso presunçoso.

—Acho que sei o que é.

Nós olhamos atentamente para noiva e ela anunciou:

—Isso é um conjunto de lingerie de noiva.

Laura sorriu e respondeu:

—Quando casei Nat me deu um conjunto parecido e eu o usei no meu primeiro dia da Lua de Mel.

Pepper assentiu e abriu a caixa retirando de lá uma meia liga com a borda branca, a calcinha de renda de mesma cor, o corpete branco com pequenos bordados perolados e o sutiã rendado, além das peças intimas tinha um buquê de flores brancas e um véu em um arquinho.

As meninas ficaram maravilhadas e dei um sorriso com a lembrança do casamento de Laura, eu era apenas uma garota, morria de ciúmes dela com Clint, ele sempre foi meu irmão mais velho e ver outra mulher na vida dele foi muito difícil. Depois de três anos de casados tiveram seu primeiro bebê e fiquei muito feliz de ser a madrinha do Cooper Barton.

A próxima a levantar fui eu, andei na direção da Pepper e estendi-lhe a minha caixa vermelha com fita amarela. Ela pegou-a das minhas mãos com o olhar carregado de curiosidade. Sacudiu a caixa de um lado para o outro e depois deu um sorriso.

—Bom Nat acho que isso é uma lingerie.

Olhei para seus olhos castanhos que transmitiam-me um ar de graça e disse:

—Você acertou mas não é bem o que você está pensando, o seu presente veio de longe, um amigo meu que desenhou.

Pepper abriu a caixa com estrema curiosidade e as meninas pareciam estar na mesma tensão. De dentro do embrulho a noiva tirou a primeira peça era um sutiã com o decote em forma de coração e no meio do tecido vermelho um triangulo brilhante azul que unia-se a beirada amarela do sutiã assim como a armadura do Stark só que com menos ferro, ou no caso pano. Um corpete vermelho nas costas e amarelo na frente foi a segunda peça e com ela as meias que lembravam a bota do homem de ferro mas com laços na panturrilha, a saia vermelha e curta com babados que acabava na metade das coxas. As garotas ficaram olhando as peças e Pepper não tinha palavras.

Diante da reação da noiva pronunciei:

—Avisei que não era algo que você estava imaginando, espero realmente que tenha gostado porque foi muito difícil deixar  armadura do Tony sexy.

As garotas olharam-me boquiabertas, menos Carter que fulminava-me com os olhos.

Pepper guardou a lingerie com cuidado na caixa e sorridente respondeu:

—Eu amei! É sério Nat isso foi muito melhor do que qualquer coisa que eu estivesse imaginando! É perfeita e isso só vai aumentar o ego do Tony.

Dei um sorriso torto e respondi zombeteira:

—Não tinha pensado nessa parte, então é melhor nem usar.

Todas caíram na gargalhada inclusive a noiva. Após esse evento a Carter levou seu presente até a Pepper, não era uma caixa ou um embrulho, era apenas um envelope preto. Pepper o pegou e o fitou, não sacudiu, nem balançou apenas o observou.

Carter disse:

—Não consegue adivinhar?

Pepper sorriu amavelmente para aquela bruaca e respondeu:

—São passagens de avião?

Carter assentiu e completou:

—Um pacote de viagem completo para qualquer lugar que você quiser.

Todas nós assentimos e Pepper sorriu colocando o envelope com os outros presentes.

A noiva levantou do sofá e andou até um corredor voltando dele com alguns salgadinhos e bebidas, elas passaram o resto da noite jogando conversa fora sobre futuros filhos ou maridos enquanto apenas acompanhava as garotas e assim como eu Wanda parecia distante de alguns assuntos.

 


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora!rsrsr
Um Beijão enorme para vocês que estão lendo a fic!!! Mesmo se você for um leitor fantasma!@-@
Até o próximo capitulo ^.^