Meu escudo... escrita por Lady M


Capítulo 7
Capitulo 7




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Pov Natasha Romanoff:

—Quer uma carona Nat?

Laura tinha uma das melhores intenções eu sabia, o problema era que eu queria ir e ao mesmo tempo não queria. Steve estava no salão de festas junto com os outros e adoraria ter uma carona dele.

—Não precisa Laura, mas agradece o Clint pela gentileza.

Ela assentiu sorrindo, enquanto ia em direção a BMW preta de Clint. Estava parada na entrada da Torre Stark, Laura tinha acabado de ir embora, Jane e Thor saíram um pouco antes da mesma. A minha dor de cabeça particular só estava aumentando, Carter parecia estar esperando a mesma carona que eu. Maria Hill carregou Sam para casa com a ajuda de Buck que me deu um beijo no rosto só para irritar Steve, que ficou nos fuzilando com o olhar. Tony e Pepper despediram-se de nós, os dois subiram abraçados.

Agora éramos eu, Carter, Visão e Steve. Steve coçou a cabeça, coisa que ele fazia quando estava nervoso ou constrangido. Carter o olhava entretida, Visão parecia sentir o incomodo que gerava aquela situação e eu estava quase arrancando a garganta daquela praga loira.

Visão perguntou casualmente:

—Eu poderia levar algum de vocês?

Ele olhava para mim e depois para Steve.

Respondi:

—Não sei se vou para Torre hoje.

Steve olhou-me reprovador e Carter parecia querer me matar com os olhos.

Visão sorriu e completou:

—Mesmo que não seja na Torre.

Assenti, andei até Steve entregando-lhe o pacote do meu vestido, ele o pegou assim que o soltei. Seus olhos azuis fitaram os meus esverdeados por alguns segundos, era uma briga muda e eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer. Desci a minha mão pelo seu braço segurando sua mão livre, ele apertou a minha mão e uma corrente elétrica percorreu o meu corpo.

Ele disse para o Visão:

—Não precisa levar a agente Romanoff, eu a levo. Só gostaria que levasse a agente Carter em segurança até em casa, ficaria muito grato se o fizesse.

Visão assentiu. Carter olhava as nossas mãos entrelaçadas fixamente. Eu sorri para ela, não um sorriso de desdém, mas um sorriso simples que diz ele é meu entendeu. Carter acompanhou Visão e despediu-se de nós com um manear de cabeça.

Steve virou-se para mim sem soltar nossas mãos e disse:

—Nat espera aqui.

Concordei e ele voltou para porta da Torre Stark, logo em seguida vi Tony jogar uma chave da janela para Steve.

Ele gritou:

—Vê se não arranha meu carro Capicolé! Nem deixa a ruivinha dirigir ela é maluca por velocidade!

Steve sinalizou um beleza com a mão livre para Tony e veio em minha direção, carregando meu vestido e a chave que tinha acabado de ser jogada quatro andares abaixo. Com a mão livre ele pegou a minha e puxou-me até a parte detrás da Torre.

 

Pov Steve Rogers:

Pelo menos eu não era o único ciumento, pensei que a Nat fosse arrancar a cabeça da agente Carter na minha frente. Tony disse que a chave era de algum dos carros que estavam estacionados em frente ao galpão da Torre.

Segurava o embrulho que Nat dera-me e sua mão. A mão dela tinha a pele extremamente macia e quente. Apertei o alarme do carro e um conversível azul metálico com labaredas pretas na lateral apitou.

Nat andou até o carro e sussurrou:

—Não acredito que o Tony vai emprestar o Saleen s7 dele para você.

Olhei-a divertido abrindo a porta do passageiro para ela que parecia uma criança no natal.

—Não sabia que gostava de carros.

Ela roubou-me um selinho antes de entrar e anunciou:

—Prefiro uma moto de um certo loiro.

Dei um sorriso de lado e a entreguei seu embrulho preto, fechando a porta. Andei calmamente até o banco do motorista. Nat passou o caminho todo falando da potência que aquele motor tinha e eu atestei seus conhecimentos de mecânica. Ela era muito boa com datas e modelos.

Chegamos em seu apartamento mais rápido do que eu gostaria. Ela estava pronta para sair mas parou. Virou seu corpo na direção do meu e eu jurei que ela me beijaria, mas ela simplesmente colocou a cabeça no meu ombro.

Senti seu hálito de encontro com o meu pescoço assim como sua respiração quando ela disse:

—Não quer subir?

Eu fechei os olhos. O que nós somos?

—Capitão eu prometo que não vou ser uma menina má.

Abri meus olhos e Nat já estava saindo do carro, levantei devagar e a segui numa lentidão desejável. O que estava acontecendo comigo?

 

Pov Natasha Romanoff:

Queria Steve ali, não tinha nenhum pensamento malicioso, não até aquele momento. Só queria sentir mais um pouquinho daquele perfume amadeirado dele, encostar a minha testa no seu ombro anguloso, descansar a minha cabeça no colo dele enquanto ele fazia aquele cafuné único e gostoso no meu cabelo.

Não sei o que estava acontecendo comigo, mas a cada segundo estava mais presa a Steve e não sabia se ele sentia o mesmo. Abri a porta do meu apartamento e joguei esses pensamentos para o espaço, o que eu precisava nesse momento era de um banho quente. Ouvi a porta fechar nas minhas costas e joguei meu vestido de madrinha em cima do sofá.

Senti duas mãos tímidas na minha cintura, pareciam até incertas, fui puxada para trás batendo no peito largo do Steve. Ele então me abraçou e colocou a cabeça apoiada no meu ombro, próximo a curva do meu pescoço.

Ouvi sua voz, bem de leve no meu ouvido:

—Posso saber o que tem nesse saco preto?

Coloquei as minhas mãos sobre os braços dele que davam uma volta perfeita na minha cintura.

Respondi ácida:

—A cabeça do governador.

Steve conteve a respiração por alguns segundos e eu corrigi:

—O meu vestido de madrinha. Como não vou poder pega-lo no sábado de manhã como as outras madrinhas, então trouxe o meu hoje.

Ele soltou a minha cintura de leve dando-me espaço para virar o corpo na direção dele, seus olhos levemente magoados, causando-me uma certa culpa. Coloquei as minhas mãos em seus ombros, desci os meus dedos pelo colarinho da sua camisa social azul, passando o indicador de leve por cima de cada botão e parando no meio daquele abdômen definido que poderia ser confundido facilmente com a estrada da perdição. Subi as minhas mãos até seus ombros e acabei tirando, com a ajuda dele, o seu paletó que já estava desabotoado.

Parei para observar melhor, seus olhos azuis estavam conflitantes, seus lábios entreabertos, sua respiração parecia falha, seus cabelos meio desalinhados e a camisa amarrotada.

Quebrei o silêncio entre nós:

—Eu vou tomar banho.

Ele parecia não querer dizer nada, mas no fundo sabia que aquilo estava passando dos limites e nós dois íamos nos dar mal se eu não parasse. Tentei sair de seus braços mas Steve prensou-me contra seu corpo.

—Posso ver você com seu vestido de madrinha?

Suas palavras sussurradas uma a uma tão calmamente fizeram-me assentir. Peguei o vestido em cima do sofá e levei para o meu quarto, o vestindo, antes de sair tirei o meu salto, o que deixou o comprimento do vestido arrastar de leve no chão, tirei o resto da maquiagem que tinha usado na missão e prendi meu cabelo em um coque frouxo.

Passei pelo corredor indo em direção a sala e o farfalhar do tecido fez um pouco de barulho. Steve estava sentado em cima do meu sofá verde musgo, estava descalço e os dois primeiros botões da sua camisa estavam desabotoados. Ele sorriu e eu corei ligeiramente sobre seu olhar admirado.

 

Pov Steve Rogers:

Precisava urgentemente conter os meus nervos.

Tirei os sapatos buscando o contato frio com o chão, o piso amadeirado de Nat era gelado e caminhei até o sofá, estava com um pouco de calor e em uma busca sublime por um refresco abri os dois primeiros botões da minha camisa social, estava prestes a tirar a camisa de dentro da calça quando vi Nat.

Seu cabelo em um coque mal feito com alguns fios soltos, seus olhos verdes estavam hipnóticos sobre a cor do tecido vermelho de seu vestido, a pele alva destacava-se sobre o pano que devido a altura da minha ruiva arrastava levemente no chão sobre seus passos, o modelo era tomara que caía e Nat prendia-o fortemente entre os braços, o que só fui entender quando ela aproximou-se do sofá e deu-me uma visão privilegiada das suas costas nuas.

—Pode me ajudar a fechá-lo?

Ela estava sorrindo de lado e eu engoli em seco, minhas mãos estavam levemente suadas. Peguei o zíper que começava na base do quadril e o fechei até chegar nas costas, meus dedos roçavam na pele leitosa e cheirosa, fazendo-me contorcer por dentro. Ela tinha prometido que não ia ser uma menina má e estava fazendo justamente o contrário!

—Obrigada Capitão.

Seus lábios desenharam um sorriso genuíno e ela tinha as bochechas levemente rosadas. Eu estava em chamas mais parecia um pimentão do que um homem, na atual situação. Então uma ideia ocorreu-me.

Estendi o meu braço para Nat e perguntei:

—Natasha me daria a honra dessa dança?

Ela olhou-me confusa e respondeu:

—Eu adoraria dançar com você Steve, mas cadê a música?

Eu andei com ela até o meio da sala, entre a televisão e o sofá, coloquei minhas mãos na sua cintura e ela colocou as dela no meu pescoço, com muita delicadeza Nat pousou a cabeça no meu peito aninhando-se nos meu braços enquanto dançávamos uma melodia imaginaria.

 

Pov Natasha Romanoff:

Escutava as batidas imponentes daquele coração. O coração que ficou setenta anos no gelo, o coração que amou Peggy Carter intensamente, o coração precoce de um garotinho magricela na segunda guerra, o coração que mantinha-me aquecida, o mesmo coração que eu não possuía.

Era isso, a minha música, a nossa música. Dançávamos ao som daquele coração, a minha sala nunca foi tão grande. Steve mantinha as suas mãos na minha cintura e a cabeça dele apoiada sobre a minha cabeça. A nossa diferença de altura ajudava a manter essa posição, eu continuava a seguir seus paços mantendo sincronia com as batidas do seu coração.

Ficamos assim por algum tempo, tempo esse que não tive vontade de cronometrar, apenas sentir e provar cada segundo, era a primeira vez que sentia-me assim tão em casa. Isso foi extremamente assustador. Acabei empurrando Steve para longe, fugindo para o meu quarto como uma desertora, uma covarde.

Fechei a porta do meu quarto e desci as costas pela mesma. Fiquei ali, as lágrimas estavam descendo pelo meu rosto e eu não sabia o por quê. Estava extremamente confusa e assustada, mas feliz. Steve conseguia ser fofo e irritante, intenso em cada palavra, em cada movimento, em cada olhar e essa intensidade prendia-me. Não sou adepta a demonstrações de carinho e com ele já dei várias, algumas tiveram até testemunhas entre elas: Visão, Carter e Clint. Eu não sou uma adolescente apaixonada, mas por ele e com ele isso acontecia.

Escutei as costas dele descerem pela mesma porta só que do lado de fora.

Ouvi a sua voz nublada pelos meus pensamentos:

—Você quer conversar sobre isso?

Não queria conversar sobre nada e nem queria que ele percebesse a minha voz chorosa, então não respondi e esse silêncio foi seguido por um suspiro cansado de Steve.

—Nat eu vou esperar aqui até que me diga o que está errado com você ou até que venha aqui para me mandar embora, ou quem sabe me dizer o que eu fiz de errado dessa vez, ou se preferir para me deixar envergonhado simplesmente me peça para entrar nesse seu quarto... eu não ligo... só... só fala alguma coisa.

Levantei da porta abri o zíper do vestido e o joguei de volta naquele maldito saco preto, fechando-o em seguida. Vesti uma blusa preta que ia até um pouco abaixo da minha coxa e continuei sem sutiã, estava de blusa preta e calcinha rendada de mesma cor. Soltei meu coque desarrumado na mesma hora em que coloquei a mão na maçaneta da porta. A abri devagar, sem pressa e Steve estava ali sentado de costas para mim.

Desci sentando-me com o corpo rente as costas dele, coloquei as minhas pernas ao redor de sua cintura e senti todos os seus músculos tencionarem diante do meu contato. Passei as minhas mãos por baixo dos braços dele, abraçando-o em seguida, coloquei a minha cabeça escorada em seu dorso, porque como ele era mais alto do que eu seria impossível chegar a colocar a cabeça em cima do ombro dele, como eu queria.

Senti Steve relaxar aos poucos com muita dificuldade. Respirei fundo e pensei no que dizer a ele.

 

Pov Steve Rogers:

Estava feliz com a minha garota nos meus braços, o cheiro de seus fios ruivos fazendo cócegas no meu imaginário, a sua pele transmitindo-me calor, suas mãos na minha nuca faziam carinhos ora no meu pescoço ora no meu cabelo.

Nat estava serena e nossos passos seguiam um ritmo desconhecido por mim. Ela estava concentrada no meu peito e logo percebi que nossos paços seguiam o comando do meu coração que mal sabia ela segue o ritmo dos seus sorrisos, costuma falhar algumas batidas quando ela é sarcástica comigo e acorda todas as manhãs para ter mais um minuto da sua companhia.

Ela desvencilhou-se dos meus braços e correu até a porta no fundo do pequeno corredor que eu presumi ser seu quarto. A segui e sentei escorado nessa porta e disse o que tanto atormentava-me. Ela nada respondeu e eu aguardava inutilmente por uma resposta.

Ouvi a maçaneta girar e firmei meu corpo, a porta foi aberta, mas Nat não disse nada em vez disso senti seu corpo colar nas minhas costas, suas pernas circundaram a minha cintura, seus braços prenderam-me como se tivesse medo que eu fugisse a qualquer momento, senti sua cabeça escorada nas minhas costas e sua respiração contra meu corpo.

Relaxei o tanto que consegui, nunca tinha tido um contato tão repentino e intimo assim.

Ouvi a sua voz e ela estava meio rouca. Será que Nat estava chorando?

—Eu não sei o que te dizer, não sei sobre o que você quer conversa. O que você quis dizer com a palavra Isso? Isso seria o que tem entre nós?

Assenti com a cabeça ciente de que ela sentia todos os meus movimentos.

—Capitão Rogers nós estamos nos conhecendo melhor no momento, eu nunca fui mulher de romances, mas não confunda isso com falta de amor e carinho, esses podem vir ao longo do tempo. Não sou sua garota essa era a Peggy Carter, não faço estilo encontro e flores pela manhã, mas quero tentar. Você gostaria de tentar comigo?

Dei um sorriso, passei os meus braços fazendo um carinho sobre os dela na minha cintura. Se eu queria tentar? Eu adoraria!

Respirei fundo e cortei o silêncio que nos separava:

—Se tentar significa que vou poder te dar a mão na Torre dos Vingadores independente de quem estiver olhando, for poder te levar para sala de jogos e colar essa sua boca na minha sem pudor algum e também for poder te chamar de minha garota, só minha e ser padrinho de casamento com você. Eu quero, quero muito tentar! Principalmente com você ruivinha.

Ela deu um suspiro de alívio e reprovação, soltando-me aos poucos primeiro os pés e depois os braços. Deitei sobre ela e acabei com a cabeça sobre seu colo, estava com metade do corpo dentro de seu quarto e com a outra metade do lado de fora.

Ela estava com os olhos esmeraldinos brilhando, seus fios soltos e desgrenhados, a blusa preta realçava o verde de seus olhos e o vermelho de seus cabelos, as suas pernas estavam desnudas e isso me fez corar de leve, continuei olhando para seus olhos que sorriam junto com seus lábios rosados e curvilíneos.

Nat desceu o rosto para perto e fez dos meus o seus lábios, senti o carinho tímido de suas mãos pelo meu abdômen, como se não soubessem ao certo o que fazer e isso me fez sorrir durante o beijo. Eu a desnorteava no mesmo tanto que ela desorientava-me. Segurei as mãos dela dentro das minhas, aproveitando para olha-la com as bochechas um pouco coradas.

—Sabe aquela conversa de mais cedo?

Sorri dizendo:

—Qual parte?

Ela sorriu de lado e respondeu em tom inquisitivo:

—A parte em que posso te chamar para dormir na minha cama Rogers.

Eu soltei suas mãos de leve e levantei de seu colo, passando as mãos pelo cabelo nervoso e completei:

—Só dormir não é Natasha?

Ela assentiu esticando-me a mão, em vez de ajudá-la a levantar como ela parecia querer peguei-a no colo de surpresa, arrancando um suspiro da mesma. Andei com a Nat até a cama de casal. A depositei com carinho sobre os lençóis brancos, o embrulho preto que estava ao lado da mesma, joguei-o em algum lugar do quarto. Ela deu dois tapinhas na cama convidando-me e meio contrariado pelos meus princípios deitei em seu colchão macio. Senti Nat aconchegar-se do meu lado e a aninhei melhor pegando no sono assim que os olhos verdes fecharam-se.


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Notas finais do capítulo

^.^ Obrigada pelos comentários!!! Eu fico feliz por cada um deles... Todos são especiais!
Agradeço por estarem acompanhando a fic e mesmo que você seja um dos leitores fantasma agradeço imensamente a sua presença!rsrsrs
Até o próximo capitulo! =^.^=