Pov Steve Rogers:

Não conseguia mais conter certos impulsos perto da agente Romanoff, sim era assim que devíamos nos portar na base da SHIELD.

Já havia passado duas semanas desde a nossa DR. Os caras tiraram sarro com a minha cara durante um bom tempo e Stark disse que tenho sorte por ter saído vivo de uma crise de ciúmes da mortal Viúva. Sam estava apaixonado por Maria Hill, ele só não conseguia dizer isso para ela. Stark estava quase tendo um acesso de nervos, se o casamento dele não fosse nesse sábado, nem sei o que seria dele. Buck estava começando a aceitar a ideia de morar na Torre. Thor estava na Terra com Jane para vir no casamento de Stark. Visão e Wanda estavam namorando, oficialmente.

Eu continuava vendo filmes antigos no sofá da sala de jogos da Torre com a minha ruiva, sempre que conseguíamos um tempo livre em comum estávamos aos beijos. O único porém dessa história é que eu não conseguia definir o que existia entre nós. Ela também não fazia esforço nenhum para esclarecer o que tínhamos e se tínhamos alguma coisa.

Estava na sala de treinamento, fazia aproximadamente uns vinte minutos, socando o saco de pancadas. Ouvi a porta da sala de treinamentos ser aberta e o barulho do salto agulha no chão e o cheiro de canela denunciaram Natasha.

—Olá Capitão, Tony mandou te avisar que seu terno está no seu quarto e não é para se atrasar para despedida de solteiro dele.

Virei meu rosto na direção da voz de Nat. Diferente do que imaginei não estava vestida para um dia de treinamento. Usava um vestido roxo de alcinhas, ele tinha o decote em formato de coração na parte do busto, era colado até chegar na cintura onde a saia tornava-se rodada, tinha um bordado que contornava o busto e perdia-se em pedrinhas menores na saia, o vestido de seda ia até um pouco acima de seus joelhos e calçava um sapato meia pata cravejado de pedrinhas na parte do salto. Seus fios ruivos soltos emoldurando seu rosto, seus olhos marcados por uma linha de delineador preto, seus cílios curvilíneos e sua sobrancelhas impecáveis, fora os seus lábios que estavam em um tom rosado. Não estava de pulseira mas usava um brinco com algumas ametistas.

Soltei o ar perdendo-me naquelas esmeraldas que são seus olhos. Ela sorria inocentemente para mim, eram raros os seus sorrisos espontâneos e sem sarcasmo e eu amava todos eles.

—Eu...nossa...n.não consigo... hum.

Ela aproximou-se de mim rindo da minha confusão com as palavras.

—Obrigada Steve, se esse for seu jeito de me dizer que estou bonita.

Assenti recompondo-me.

—Onde você vai Nat?

—A nenhum lugar importante.

Eu a olhei bem, da última vez que a vi assim estava em uma missão.

—Não desconversa Romanoff e me responde.

Ela estreitou os olhos na direção dos meus e respondeu ríspida:

—Não estou desconversando Rogers, só não te devo satisfações.

Não queria brigar, mas a minha curiosidade era maior que eu. Ela andou até a porta pronta para sair, a segui durante todo o seu percurso até a porta do seu quarto. Olhando sempre os corredores para não sermos flagrados juntos.

—Arg!

Olhei-a de relance e ela estava escorada na porta enquanto estralava incessantemente seus dedos, Nat fazia isso quando não conseguia pensar direito.

—Steve isso é extremamente irritante!

Dei um sorriso ficando de frente para a mesma.

—Eu só quero saber se vai para alguma missão, não estou tentando tirar nada de você, se é isso o que pensa.

Pov Natasha Romanoff:

Por que era tão difícil?

Ele conseguia tirar meu foco com apenas três palavras, com um único sorriso ou até mesmo com um revirar de olhos.

Steve estava ali parado na minha frente, seus olhos azuis como o céu quando está sem nuvens, seus cabelos levemente úmidos pelo suor, sua camisa branca aderindo aos músculos do seu abdômen, a calça caqui e seu coturno preto que tinha o aspecto de ter sido engraxado hoje de manhã e um sorriso angelical bordava seus lábios.

Não queria que ele se preocupasse comigo, como ás vezes ou a quase todo momento, eu me preocupo com ele. Isso atrapalha nas missões, tira o foco do nosso trabalho e acaba colocando a vida de nós dois em risco, mas a revelação dele pegou-me de surpresa.

Acabei respondendo:

—Tenho uma missão, não é nada perigoso e Clint vai ser meu parceiro. Depois da missão vou para mansão do Stark terminar de arrumar o vestido da Pepper com as outras madrinhas do casamento.

Ele abriu um novo sorriso e senti sua mão passeando pelo meu cabelo, ele colou sua testa na minha e roubou-me os lábios, ficamos assim até um barulho no corredor chamar a nossa atenção. Olhamos para a frente no corredor e ali estava Clint.

Empurrei Steve para trás e virei-me puxando Clint que usava um terno cinza de gala e uma gravata roxa de linho, para combinar com o meu vestido.

Não fui rápida o suficiente e ele comentou:

—Duvidei que ia viver para assistir o Capitão América pegando uma agente Russa!

Olhei ameaçadora para Barton como se dissesse mais uma palavra e você morre! Olhei para Steve e o mesmo estava corado por ter sido pego no flagra, além de ter um enorme sorriso no rosto.

—Eu te vejo depois Capitão.

Despedi-me quando estava no fim do corredor e Steve acenou para mim.

Saí da Torre com Clint que começou a bombardear-me de perguntas dentro do carro.

—Posso saber desde quando me trocou por ele? Assim Nat, eu quero ser seu padrinho de casamento. Será que vou poder? Se não for pedir muito.

Ele tentava não rir da minha cara que passava do espanto para a indignação, voltava ao espanto e depois ficou na vergonha. Estava a todo custo tentando não lembrar da cara de Steve, corada e extremamente alegre.

—Sabe Nat ele é um cara legal.

A afirmativa de Clint me fez rir um pouco e responder:

—Sei que ele é um cara legal, o problema é exatamente esse, eu não ser uma boa menina.

Clint balançou a cabeça em negação enquanto sorria para mim. Estacionamos em frente a casa do governador, existiam arquivos que colocavam ele na frente do conselho que queria o fim do projeto Vingadores. Entramos na festa de aniversário de casamento do mesmo, nada de novo foi encontrado no seu computador.

Pov Steve Rogers:

Depois de ser pego aos beijos com a Nat, senti-me como um adolescente. Saí alegre do corredor e peguei meu terno no meu quarto, tomei um banho quente e demorado, não queria ir a lugar nenhum, mas Buck convenceu-me a ir na festa de Stark.

Fomos nós três no carro de Sam que não sabia falar de nada a não ser na forma como Maria Hill o havia pego de surpresa durante seu treinamento da madrugada. Buck não perdeu a chance de rir da minha cara quando contei que fui pego dando uns beijos na minha russa.

A Torre Stark estava totalmente iluminada e cheia de convidados, acabamos sendo recebidos por Thor que estava muito contente por estar de volta a Terra. Ele nos contou que Loki estava apaixonado por uma guerreira, da qual não consigo me lembrar o nome, e estava afastado do mal, por enquanto. Já o deus do trovão pretendia pedir Jane em casamento, só não sabia como ela reagiria a esse pedido, visto que teria de abrir mão da Terra para tornar-se a nova rainha de Asgard.

Então ele perguntou:

—E você Capitão? Está saindo com aquela sua amiga ruiva, a garota do uniforme preto?

Buck e Sam deram algumas gargalhadas da minha cara de espanto e falaram que iam beber alguma coisa, deixando-me sozinho com Thor. Minha paixão pela Nat era tão evidente assim?

O respondi:

—Estou, só não sei o tipo de relacionamento que temos.

Thor deu um tapa no meu ombro e disse:

—Sei como é essa fase, nem amigos e nem namorados, passei por ela com a Jane.

Assenti em compreensão e perguntei:

—E como saiu dessa fase?

Ele deu uma gargalhada e respondeu:

—Steve se eu pudesse te ajudar, ajudaria.

Dei um sorriso e andamos juntos até o bar onde Buck conversava com uma loira dos olhos azuis e Sam bebia um drink que parecia bem forte. Tony não tardou a aparecer, vestindo seu típico terno preto com uma gravata de linho vinho.

Ele perguntou:

—Estão se divertindo?

Estava mais sério do que de costume e as olheiras que tinha visto na Torre não diminuíram, só aumentaram debaixo de seus olhos. Será que tudo isso era culpa do casamento ou tinha mais alguma coisa? Tony sempre escondia grandes segredos catastróficos.

—Claro que estamos você deveria se casar mais algumas vezes.

Sam respondeu com sua voz meio embolada, já estava meio alterado pelo álcool.

Tony não tardou a responder:

—Nem morto eu faria isso novamente.

Nós todos rimos da expressão sombria de Tony Stark.

Pov Natasha Romanoff:

A Torre Stark estava movimentada na parte do salão de festa. Enquanto isso, eu estava na sala de estar com Maria Hill, Jane Foster, Laura Barton e Agente Carter, para minha doce infelicidade.

Maria Hill estava de calça jeans escura, regata vermelha com uma jaqueta de couro preta por cima da mesma, com o cabelo solto e calçava um all-star preto. Jane Foster estava de vestido longo azul marinho com uma fenda na perna direita, era um modelo com um decote no busto, suas curvas estavam acentuadas, seu cabelo estava preso em uma trança lateral rabo de peixe, calçava uma rasteirinha e tinha um dos sorrisos mais alegres da sala. Laura Barton vestia uma jardineira verde água com uma blusa branca por baixo, seus fios loiros presos em um rabo de cavalo frouxo, calçava uma sapatilha branca e sua barriguinha de cinco meses de gravidez estava evidente. A agente Carter estava de saia social preta, sua blusa era verde esmeralda, seu cabelo estava solto, calçava um escarpin preto e encarava meu rosto fulminantemente.

Eu era a mais desajustada, além da Hill é claro, mas ela diferente do olhar frio habitual ostentava aquele olhar bobo e sonhador, enquanto eu sentia-me um bicho encurralado. Casamentos sempre me assustavam, não consigo imaginar o que leva uma mulher a desistir da sua própria liberdade por esse tipo de relacionamento confinador. Se bem que Laura e Clint foram feitos um para o outro, Thor e Jane pareciam ser perfeitos juntos e Pepper Potts merecia seu “Felizes para Sempre” com seu amado Tony Stark.

Estávamos sentadas na sala de estar esperando a noiva com a última prova de seu vestido. As madrinhas iriam vestir vestidos vermelhos visto que a decoração do salão era feita com lírios brancos e rosas vermelhas. A cerimônia seria realizada ali mesmo na Torre Stark, na cobertura e algumas tendas seriam estendidas caso houvesse algum contratempo, como chuvas de verão fora de hora ou talvez garoas inoportunas.

Senti alguém cutucando-me, estava no mesmo sofá que Laura e Hill.

—Nat eu preciso te contar uma coisa.

Hill olhava para mim sorrateiramente, como se seu segredo fosse uma granada prestes a matar todas nós naquela sala.

—Fala agora enquanto a Pepper não apareceu, porque depois vai ser impossível.

Ela assentiu, nós duas sabíamos como aquelas doidas iam ficar histéricas.

—Eu invadi o treino do Sam, na verdade não foi minha intenção invadir.

Assenti imaginando que aquilo ia dar merda.

Incentivei para que ela continuasse:

—Então.

Ela decidiu continuar seu relato de maneira rápida dizendo-me que invadiu o treino de Sam, treino esse que era de madrugada e depois de alguns golpes eles beijaram-se, depois dessa informação evitei ouvir os detalhes, eu já tinha pesadelos demais para acrescentar essa imagem a algum deles.

Estávamos tão absortas que nem vimos quando a noiva entrou na sala. Pepper estava radiante com seu vestido de noiva rendado, tinha as mangas curtas e caídas, descia justo até os joelhos onde a saia tornava-se rodada com uma pequena calda na parte de trás, uma fita vermelha estava marcando a cintura da Potts, detalhe que realçava acima do tecido branco, na parte detrás do vestido haviam pequenos botões que desciam até o laço da fita nas costas da noiva. Seu cabelo estava preso em um coque para simular como ela o prenderia no dia da cerimônia, seu véu era de tule transparente com pequenos bordados vermelhos na ponta do tecido. Usava um brinco pequeno e segurava a saia levemente volumosa para andar até a frente do sofá.

Perguntou sorrindo abertamente para as suas madrinhas:

—O que acharam?

Todas estavam sem fala, olhei para Laura em busca de alguma coisa para dizer, mas até ela estava sem palavras.

Jane quebrou o silêncio por todas nós:

—Você está linda!

Nós todas concordamos com Jane e Pepper levantou a saia de seu vestido nos dando uma visão privilegiada de seu sapato meia pata branco cravejado de pedras vermelhas na parte do salto.

Levantei minha taça de champanhe e anunciei:

—Isso merece um brinde.

Todas as madrinhas acompanharam meu gesto, até a Carter com uma expressão de desgosto.

—A Pepper Potts, que seu casamento seja como os dos contos de fada, mesmo que o Tony não seja nenhum príncipe!

Pepper brindou comigo enquanto recriminava-me com o olhar.

Ela sorriu para nós e anunciou:

—Agora é a vez de vocês.

Eu parei de rir na mesma hora levantando do sofá, sendo seguida por Laura, Hill e Jane. Carter ficou na sala conversando com a Pepper.

Pov Steve Rogers:

Sam já estava mais do que alterado, berrando que amava Maria Hill e que depois de Tony o próximo a casar seria ele. Buck dava gargalhadas de Sam enquanto jogava Poker com Stark e eu estava sentado na mesa com Thor que dizia que as bebidas dos mortais eram muito fracas se comparadas as Argardianas.

O salão de festa já estava vazio, os últimos convidados presentes ali éramos nós e o anfitrião. Fomos surpreendidos por uma batida na porta. Tony foi atendê-la e por ela entraram Visão e Barton.

Clint perguntou:

—Como começaram a festa sem mim?

Tony deu dois tapinhas em seu ombro e disse:

—As bebidas estão no frigobar e se quiser jogar cartas te dou um conselho, não jogue com o braço de metal, ele rouba.

Clint veio até mim aos risos com uma bebida nas mãos. Visão foi jogar cartas com Stark e Buck, enquanto Thor tentava inutilmente parar Sam.

—Como vai Capitão?

Corei ao lembrar que ele flagrou-me aos beijos no corredor.

Respondi:

—Bem.

Nós bebemos um pouco, o álcool não faz nem cócegas no meu corpo, o soro não me deixa ficar bêbado.

Estávamos conversando quando Buck propôs um brinde:

—A Tony Stark o pior jogador de poker que eu já conheci!

Nós brindamos e Tony parecia mais relaxado do que na hora em que nós havíamos chegado.

Pov Natasha Romanoff:

Todas nós fomos para sala.

Os vestidos eram todos iguais com exceção do de Laura. Eram vermelhos sangue como a faixa que estava marcando a cintura da noiva, tinham o decote em forma de coração e eram tomara que caía, menos o de Laura que era de um ombro só, eram justos e desciam assim até os joelhos onde a saia tornava-se rodada como o da noiva, mas sem a calda, já o de Laura era longo como o nosso mas descia solto e tinha pregas no busto. Era simples, bonito e elegante.

Pepper aguardava-nos sentada no sofá, não estava mais vestida de noiva e sim com uma camisa preta que parecia ser de Tony e um short jeans, seu cabelo estava solto e seus olhos ansiosos.

—Vocês estão maravilhosas!

Dei meu melhor sorriso não gostava de casamentos, mas por ela ia fazer um esforcinho. Maria Hill estava radiante, Jane parecia uma deusa, Laura estava linda e Carter era a mesma loira chata e sem sal de sempre.

Voltamos para o quarto da Pepper e tiramos os vestidos. Guardei o meu na capa preta, levaria ele para casa hoje, afinal o casamento era sábado a noite e hoje já é uma quinta feira. Amanhã seria a festa da Lingerie, já tinha comprado o meu presente para Pepper.