Meu escudo... escrita por Lady M


Capítulo 3
Capitulo 3




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Pov Natasha Romanoff:

Acordei quando os primeiros raios de sol despontaram no horizonte, estava com a cabeça no colo de Steve. Levantei com cuidado para não acorda-lo, deitando-o na cama e ajeitando-o da melhor maneira que pude. Estava prestes a sair do quarto quando resolvi olha-lo melhor.

Steve mantinha uma expressão serena em seu rosto completamente anguloso, seu lábio superior em uma linha fina se comparado ao seu lábio inferior, o tom rosado que coloria seus lábios, seus cílios e sobrancelhas loiros, seus olhos fechados escondendo aquele mar azul sempre tão cristalino e sincero.

Eu tentava fugir das emoções que esse rosto provocava no meu ser mas era impossível, mesmo que uma pequena parte de mim já tenha admitido que amava cada traço daquele corpo que ficava definido nas camisas brancas de Rogers. Mesmo sentindo intensamente cada emoção que aqueles olhos azuis apresentavam e do brilho sonhador que só existia em Steve, não podia me entregar.

Passei a palma da mão na lateral de seu rosto e ele murmurou sonolento:

—Não vai...ainda está cedo.

Pude notar um mínimo sorriso formar-se em seus lábios enquanto sentia sua mão sobre a minha, ele arrastou delicadamente a palma da minha mão até seus lábios e depositou um beijo na mesma. Suspirei involuntariamente frustrada. Como negar algo a ele? Algo que de certa forma já pertence a ele.

Sentei-me novamente na cadeira e uma enfermeira apareceu no quarto, cabelo negro como a noite e olhos azuis. Ela olhou surpresa para nós dois, mas não parou de trocar o soro no braço de Steve que continuou de olhos fechados como se estivesse dormindo até ela sair da sala.

Senti que ele observava-me.

Ouvi sua voz menos cansada do que ontem:

—Quando acha que poderei voltar a ativa?

Fitei-o incrédula e a ira transbordava dos meus olhos.

—Quando aprender a não ficar em coma.

Ele sorriu e sua mão tirou uma mecha do meu cabelo que ele prendeu entre os seus dedos.

Ele disse em tom brincalhão:

—Falando assim Nat eu posso acabar me apaixonando.

Dei um tapa na sua mão e dirigi-me até a saída do quarto.

—Tenha um bom dia Capitão Rogers.

Fechei a porta sem olhar para trás.

Quem ele pensa que é? Quase me mata do coração, eu não vou estar pronta para outra situação como essa nunca. Ele é idiota? Completamente!

Marchei pisando duro para o meu dormitório, tomei um banho demorado na tentativa de relaxar meus músculos e coloquei uma calça preta de treinamento com uma camiseta branca, meu cabelo estava molhado e solto, calcei minha bota de salto preto e fui até o dormitório de Clint.

Bati na porta, já se passavam das duas da tarde. Barton abriu a mesma e me deu um abraço apertado.

—Como vai o Capicolé?

Ele soltou-me e eu deferi um tapa de leve em seu ombro.

—Pronto para outro sono de setenta anos.

Ele sorriu e saímos em direção ao refeitório. Sentamos na mesa onde Pepper estava, ela parecia muito animada com a ideia do casamento dela com o Stark. Na mesma mesa Visão e Wanda. O almoço passou rápido e descontraído sempre que Pepper impedia Stark de fazer algum comentário cáustico.

Voltei para meu quarto e não tinha nada de bom para fazer logo optei por me refugiar na sala de treinamento. Liguei o simulador e comecei a distribuir diversos golpes até sentir exaustão. Ouvi a porta sendo aberta e por ela passar Steve vestindo sua calça jeans clara com uma camisa cinza e seus fios loiros molhados, cheirando a loção pós barba calçando um coturno com cano médio.

—Pensei que quisesse sair essa noite, mas vejo que me enganei.

Estava pingando de suor com minha blusa colada no meu corpo, todos os meus músculos pediam trégua pelo treinamento intenso.

Tirei algumas gotas de suor do rosto com a palma da mão e sorrindo o respondi:

—Pode ser comida chinesa e um filme no salão de jogos?

Ele maneou a cabeça e respondeu:

—Estarei te esperando no sofá.

Ele seguiu para fora da sala e eu corri para o meu quarto. Tomei um banho relâmpago, deixei meu cabelo solto para secar naturalmente e vesti uma calça jeans escura com uma blusa azul, ela era larga e acentuava as minhas curvas, calcei um all-star preto de couro com cano médio e segui para o salão de jogos.

Ele esperava-me sentado confortavelmente no mesmo sofá das tardes de folga, antes do incidente com as armas de teste do Stark. Sentei colocando a cabeça sobre seu peito largo e quente, gostava de ficar ali. Ele enlaçou seus braços sobre a minha cintura e assistimos exterminador do futuro enquanto comíamos yakisoba. Steve tinha uma tendencia culinária interessante, sempre experimentando pratos novos e as minhas sugestões eram sempre bem-vindas.

No fim da noite ele acompanhou-me até a entrada do meu dormitório. Steve é um desses raros espécimes de homem romântico que gostam de caminhar de mãos dadas e fazem o estilo de homem que quer casar e ter uma casa com cerca branca e um pastor alemão ou um labrador com uma esposa fofa e gentil, cheia de filhos loirinhos brincando pelo quintal. Isso definitivamente não combina comigo, gosto de ser Natasha Romanoff a implacável Viúva Negra.

Senti sua mão nas minhas costas e minhas sinapses nervosas não pareciam mais obedecer os meus comandos. Ele prensou-me contra seu corpo e em questão de segundos estava presa nos seus olhos, verde no azul, esmeraldas submersas em um grande e profundo oceano.

 

Pov Steve Rogers:

Eu não ia resistir por muito tempo, estávamos sozinhos no corredor sentia-me do jeito que Buck descrevera em uma certa conversa boba na adolescência: "Sei que é errado, mas eu quero errar”. Bem meu melhor amigo não poderia estar mais certo! Natasha estava andando na frente enquanto me perdia e admirava cada passo dela que não fazia por querer, o corpo dela já conotava toda delicadeza feminina sem nenhum esforço.

Ela estava prestes a abrir a porta, antecipei o passo e coloquei minha mão sobre suas costas. Nós havíamos dividido um único beijo durante esses cinco anos em que eu a conhecia e ela o havia iniciado. Hoje seria diferente, puxei-a em minha direção sentindo o aroma familiar dos fios ruivos.

Minhas mãos pareciam saber onde ir por conta própria, elas desceram para cintura dela que levantou o rosto olhando nos meus olhos.

—Steve...

Ela sussurrou olhando para os meus lábios e eu queria a mesma coisa que ela.

—Nat.

Ela fechou os olhos quando inclinei-me para frente, o corredor não estava iluminado por luzes, apenas a luz da lua entrava em um feixe pela janela focando naquele rosto delicado. Rocei nossos lábios e suas mãos foram na direção da minha nuca. Ela me deu passagem entre seus lábios e nossas línguas travaram sua dança particular, alheias a falta de ar que poderia vir a qualquer momento. Nat deslizava suas unhas entre meus fios de cabelo e uma das minhas mãos subiu fazendo um carinho até chegar nos seus fios ruivos.

Afastamo-nos contrariados pela falta de ar, se bem que Nat tem a melhor apneia dos soldados treinados pela SHIIELD. Ela abriu seus olhos devagar e suas esmeraldas apresentavam-me uma enorme confusão, provavelmente sobre  os meus olhos apaixonados.

—Isso não está certo Capitão Rogers.

Ela encarava-me séria. Sorri em resposta mas não meus sorrisos gentis, fiz como ela e sorri torto. Ela ficou atônita e maravilhada.

—O que tem à dizer? Que a destemida e cruel Viúva Negra está com dó de destruir meu velho e pobre coração. Nat já sou bem grandinho para saber o que eu quero.

Ela continuou olhando no fundo dos meus olhos.

—Sinceramente não tenho dó de você seu fóssil, tenho é medo que se meta em encrencas por mim e isso acabe te matando.

Sorri com o apelido beijei a sua testa e ela corou levemente.

—Não vou fazer nada que não queira Nat, eu prometo.

Ela acomodou-se melhor entre os meus braços e antes que desse por mim já estávamos aos beijos novamente.

—Quer dormir aqui hoje?

Corei bruscamente e Nat começou a rir.

—Que isso Capitão América está com medo de mim? Eu não mordo não, só se você pedir.

Dito isso Nat me deu uma leve mordida no lábio inferior.

—Não sou esse tipo de homem Agente Romanoff, você já deveria saber.

Cruzei os braços impossibilitando que ela me abraçasse.

—Ok Capitão! Boa noite e até amanhã.

Ela ficou na ponta dos pés, por ser bem menor que eu e deu-me um beijo na ponta do nariz, já que inclinei meu corpo para frente. Ela entrou em seu dormitório e acenou-me da porta.

Andei até meu quarto, meu escudo estava perfeitamente polido, meu uniforme sobre uma cadeira ao lado de uma vitrola, minha cama e seus lençóis brancos, um saco de boxe pendurado ao lado de um pôster do Tio Sam convidando-me a lutar pelo meu país, um guarda roupa modesto. Como deveria ser o quarto dela?

Troquei de roupa colocando apenas uma calça de moletom cinza e fui dormir.

Acordei com batidas na porta do meu quarto.Andei despreocupadamente até a porta.

—Bom dia Capitão o que acha de correr?

Dei um sorriso para Sam.

—Troco de roupa em quinze minutos e te vejo lá em baixo.

Ele assentiu.

—Só quinze minutos? Tem certeza que só demora isso?

Fechei a porta na cara dele. Tomei uma ducha gelada e coloquei uma calça de tactel azul marinho, uma blusa branca e um tênis. Olhei no espelho abri a porta e Nat estava ali. Ela tinha os cachos em um rabo de cavalo, vestia uma camiseta preta, uma calça jeans e calçava uma bota de salto alto, sua arma presa no coldre na sua coxa esquerda.

—Bom dia!

Ela passou os braços pelo meu pescoço e deu-me um beijo no rosto.

—Bom dia Nat.

Enlacei a cintura dela tirando-a do chão, colocando-a para fora do meu quarto e andamos de mãos dadas até o refeitório onde ela sentou na mesa do Stark e eu fui correr com o Sam.


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Notas finais do capítulo

Capitão América,tão lindo!! =^.^=



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