Meu escudo... escrita por Lady M


Capítulo 29
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se!



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Pov Natasha Romanoff:

Abri os olhos me acostumando com a claridade real do sol, cada poro do meu corpo deliciou-se com aquele pequeno feixe de luz que escapava da cortina. Senti o calor do corpo dele junto ao meu sobre os lençóis e suspirei quando seus dedos subiram pelas minhas costas em uma carícia suave.

Steve sussurrou entre os toques:

— Bom dia meu amor.

A voz dele estava rouca e fez um carinho no meu corpo poder ouvi-la, a saudade ainda estava ali e de alguma forma o fim da frase acalmou meu coração e o meu ser.

Respondi deslizando as unhas pelo abdômen dele:

— Bom dia любовь.

Ele virou nossos corpos na cama deixando-me sob a proteção de seus braços. Os olhos azuis dele brilhando pela manhã, mexendo com a minha alma e com meu coração.

Com o indicador ele traçou os contornos do meu rosto e parando sobre meus lábios ele disse:

— Você fica irresistível quando fala em russo. Cada palavra desliza por essa sua boca e dança nos meus ouvidos, brinca com a minha imaginação e faz um calor percorrer por todo o meu corpo.

Perdi o fôlego e corei tentando esconder meu rosto com as mãos.

Ele me deu um beijo na testa.

— Não precisa ficar envergonhada Nat, só disse para você como gosto do seu vocabulário poliglota. Eu senti tanto a sua falta.

A sinceridade dele fez meu coração falhar uma batida.

Deslizando as mãos no rosto dele disse:

— Também senti saudade de você. Tanta que o Cop disse que eu estava chata.

Steve riu.

— Duvido que você consiga ser chata. Irritante e marrenta eu sei que você consegue, mas chata e tediosa é algo  impossível para Natasha Romanoff.

Dei um tapa no braço dele.

— Seu bobo.

Ele deu gargalhadas beijando cada parte do meu rosto. A manhã não poderia ser tão alegre, não consigo me lembrar de dias tão intensos, acho que longe dele a minha vida entra em câmera lenta ou então em preto e branco. 

Saímos da cama juntos e seguimos para o banheiro assim. Depois de matar as saudades fomos cada um para uma sala. Steve estava ajudando a localizar confusões e multidões onde um dos agentes do Ultron poderia estar. Eu fui atrás do Tony para passar os possíveis locais onde a minha versão poderia atacar.

 

Pov Steve Rogers:

Nada de estranho estava nos painéis.

Buck sentou do meu lado na mesa e disse:

— Parece que alguém acordou de bom humor!

Dei um sorriso maroto.

— Sim acordei muito bem acompanhado e de bom humor. Como foi sua noite?

Sam entrou no meio da conversa puxando uma outra cadeira:

— A dele deve ter sido terrível, vi ele sair de madrugada e voltar agora a pouco.

Buck deu de ombros.

— Sharon queria um sorvete de morango, aqui não tinha nenhum, a minha sorte é que existe um supermercado 24 horas aqui perto.

Dei uma risada curta e Sam me acompanhou.

Buck olhou para Sam de baixo a acima.

— E essa aliança aí?

Sam ficou meio constrangido, com a pergunta também reparei na aliança, antes era prata e ficava na mão direita, agora estava dourada e na mão esquerda.

— A Maria me pediu em casamento. Foi depois da batalha com a versão do Thor de aço. Ela disse que a vida é curta demais para ela perder mais tempo.

Olhei para ele sentindo uma pontada de inveja no orgulho, Nat não faria algo assim.

Buck disse:

— As mulheres de agora são muito mais rápidas e decididas. Sharon quer morar junto comigo, mas sem essa de casamento, não por enquanto. Sei que é a melhor forma para gente poder lidar com um bebê, mas não sou mais um cara normal, não posso simplesmente morar em um bairro da vizinhança e achar que vai ficar tudo bem.

Sam sorriu e completou:

— Mas também não pode morar nessa Torre com uma criança, cada corredor tem uma sala cheia de armas, gente perigosa, invasões de vilões e outras coisas muito loucas.

Buck assentiu.

Percebi como as coisas mudaram por aqui. Stark casado e pai de gêmeos, Sam noivo, Visão e Wanda juntos e Buck vai ser pai. Nat e eu estamos namorando, levando nosso relacionamento às vezes a passos largos e às vezes de maneira lenta. A vida é uma constante aventura.

Tony entrou na sala e Nat veio atrás dele.

— Eaí meu povo, alguma novidade?

Sam respondeu:

— Nenhuma, mas e vocês dois?

Tony sorriu e indicou Nat. Ela andou até um computador e abriu um mapa indicando um orfanato, colocando a planta em três D dele diante dos nossos olhos.

Ela disse:

— Sei melhor do que ninguém onde eu atacaria. Cruzando os últimos  ataques, consegui separar um que encaixasse na rota de destruição do Ultron e o estilo de ataque da Natalia Alianovna. Esse orfanato tem o maior número de vítimas inocentes, a planta dele não indica muitas rotas de fuga, deixando as vítimas a mercê dela. Se nós estudarmos as saídas conseguiremos evacuar todas as alas e dessa forma capturá-la.

Tony perguntou:

— Tem certeza que ela vai estar sozinha?

Nat deu um suspiro.

— Antes de vocês eu sempre trabalhei sozinha.

Coloquei as mãos nos ombros dela, passando uma sensação de conforto, ela relaxou um pouco e continuou digitando no computador e indicando as saídas. Depois que ela terminou eu dividi as equipes de ataque e de evacuação. Wanda ainda não estava totalmente recuperada, mas quando viu a gravidade da missão e a quantidade de crianças envolvidas ela pediu para fazer parte da equipe de evacuação. 

Com todos na sala incluindo Fury comecei a falar o plano inicial:

— Thor, Buck e Eu vamos para ala sul, primeiro tiramos as crianças e depois seguimos para ala leste. Wanda, Hill e Sam evacuem a ala leste e esperem a nossa chegada para irmos juntos para a ala central. Wanda, Buck e Hill vão ajudar as crianças a chegarem em segurança em outro orfanato. Nat, Bruce e Tony vão evacuar a ala Oeste e dela ir para ala central. Visão vai monitorar a ala norte, nela não tem crianças nem funcionários, e partir dela vai aguardar a chegada das outras equipes.

Todos estavam concentrados e com suas respectivas equipes, Fury deu início a simulação da missão na sala de treinamento, tudo ocorreu bem, nada de contratempos, todos fizeram exatamente como no plano. O único que parecia mais preocupado e distraído que o normal era o Tony.

 

Pov Natasha Romanoff:

Meu herói, Rogers cuida de tudo e todos.

Saímos juntos da sala de treinamento e fomos para o refeitório, almoçamos tranquilamente entre piadas sobre o casamento de Sam com Maria e risadas sobre as aventuras do Tony com as fraldas sujas. Todos estavam mais calmos e eu me sentia em casa.

A mão do Steve deslizou sobre a minha coxa debaixo da mesa.

— Quer subir?

Dei um sorriso sincero para ele.

— Adoraria Capitão.

Ele se despediu de todos e nós fomos para o elevador, na saída do nosso andar deparei-me com a agente Carter parada na frente da porta do quarto dele. Um leve desconforto subiu pelo meu corpo, a proximidade deles na hora que eu cheguei ganhou vida e eu não consegui conter a minha vontade de socar algumas portas. Steve segurou a minha mão com carinho e andamos juntos até ela.

Carter pareceu ficar constrangida ao me ver, mas não disse nada.

Steve sorriu e perguntou:

— Precisa de alguma coisa Sharon?

Ela olhou para nossas mãos unidas.

— Nada demais Steve, desculpa se estou atrapalhando vocês.

Dei um sorriso irônico e soltei a mão do meu loiro.

— Você não está atrapalhando nada, acho que aqui quem está sobrando sou eu, então vou para o meu quarto,quando terminar e se terminar você pode me procurar querido.

Deslizei a mão no queixo dele e sai andando para o meu quarto. Meus punhos cerrados, ombros tensionados e senti um gosto não muito familiar subir pela minha boca, assim que entrei no meu quarto fui para o banheiro, mais uma vez coloquei tudo para fora. Tenho que ir na enfermaria, esse problema no meu estômago não está querendo ir embora. Depois que lavei a boca na pia um alarme soou pela Torre.

Sai do quarto e desci as escadas, o elevador estava interditado.

Nick estava na sala de reuniões com uma tela aberta, o orfanato estava sendo invadido. Vesti meu uniforme e entrei no helicóptero com a minha equipe. Bruce estava tranquilo, Tony parecia estar escondendo algo de nós e eu estava mais irritada com o meu descontrole emocional em relação ao Steve do que preocupada com a missão. Geralmente consigo me desligar do mundo, mas hoje não. Nunca tinha ido para uma missão brigada com ele, quando éramos apenas amigos isso não acontecia. Tínhamos divergência de opiniões, mas sempre resolvemos as coisas antes de entrarmos em aeronaves diferentes.

Tony indicou o lugar do salto e eu me segurei na armadura dele, Bruce estava de paraquedas, descemos sem nenhum contratempo. 

Tony indicou as salas da ala Oeste.

— Bruce fica de vigia na ponta do corredor, Nat ajuda as crianças das salas a esquerda e eu as da direita.

Fiz um gesto indicando que estava tudo ok. Bruce ficou verde e eu sumi nas portas, muitas crianças ainda estavam de pijama e assustadas, algumas estavam chorando. Evacuamos a área com rapidez e Maria chegou poucos minutos depois de nós para levá-las para um local seguro.

Visão começou a falar no rádio:

— Temos um problema na ala Norte.

Tony começou a escanear a área com a ajuda da sexta-feira.

Ele olhou para o Hulk.

— Verdão vamos ter que ir para ala Norte, a versão da Nat não veio sozinha. Estava pressentindo isso, ela está acompanhada do Gavião.

Olhei indignada para o Tony.

— Se sabia disso porque não falou nada?

Ele deu de ombros.

— Vamos acabar com dois de uma vez só, quanto mais rápido terminarmos com isso, mais rápido voltamos a ter as nossas vidas de volta. Estou cansado disso aqui e com saudade da minha família.

Antes que eu respondesse Visão pediu por ajuda novamente:

— Alguém poderia vir para ala Norte, não estou conseguindo segurar ele sozinho.

Tony sumiu pelos corredores com Hulk. Eu deveria seguir o plano e ir para ala central, mas escutei um barulho no corredor que leva para o porão.

Choro de criança.

Andei com cautela pelo corredor mal iluminado.

Steve chamou no rádio:

— Nat, onde você está?

— Descendo para o porão.

A agente Carter entrou na linha de rádio:

— Pelo que vejo daqui, o porão está lotado de crianças, mas há algo estranho.

Steve perguntou:

— Tem algum traço do Ultron?

Carter respondeu:

— Não, mas estou captando traços de explosivos abaixo da sala.

Tony entrou na conversa:

— Como minas terrestres?

Continuei andando até a porta do porão.

— Exatamente como minas terrestres antipessoais.

Buck entrou na conversa:

— Já deixamos as crianças no lugar seguro, estou voltando, vou direto para o porão, assim posso ajudar você Nat.

Estava atrás da porta, avaliando como abri-la sem causar alguma explosão.

— Estou quase entrando no porão.

Tony perguntou:

— Tem certeza que quer entrar aí sozinha ruivinha?

Dei uma risada nasalada.

— Não tenho muita escolha tenho?

Steve interveio:

— Pode esperar alguns minutos, Buck está vindo.

Carter entrou novamente no meio da conversa:

— Acho melhor ela entrar, para acalmar as crianças, elas estão começando a se mexer, caso uma delas pise em falso, o orfanato inteiro vai pelos ares.

Desliguei a minha linha de rádio e concentrei a energia da minha roupa nos pulsos magnéticos dos meus braceletes, assim conseguiria escanear um mapa impreciso da localização das bombas, com as crianças na sala as minas não ficavam tão evidentes. Abri a porta com cuidado e indiquei para as crianças que elas deveriam permanecer paradas.

— Preciso que vocês fiquem calmos.

Os olhinhos assustados assentiram em consentimento.

— Vocês já brincaram de o chão é de lava?

Alguns assentiram outros sorriram.

 

Pov Steve Rogers:

Visão, Hulk e Tony terminaram com a versão do Gavião arqueiro, mas a Nat de aço estava dando muito mais trabalho.

Quando notei que a minha ruiva não chegou contatei-a no rádio:

— Nat, onde você está?

Ela não demorou a responder:

— Descendo para o porão.

Sharon entrou na linha de rádio:

— Pelo que vejo daqui, o porão está lotado de crianças, mas há algo estranho.

Perguntei tentando manter a calma:

— Tem algum traço do Ultron?

Sharon respondeu:

— Não, mas estou captando traços de explosivos abaixo da sala.

Tony entrou na conversa:

— Como minas terrestres?

Essas porcarias são acionadas com o peso das pessoas andando sobre elas, crianças não costumam ficar muito tempo paradas. Já vi soldados mortos por essas minas e não sobra muito para contar a história. Um frio percorreu a minha espinha, Nat estava prestes a entrar numa sala lotada dessas coisas. Sem nenhum aparelho para poder ler o calor no solo, sem um mapa.

Sharon completou:

— Exatamente como minas terrestres antipessoais.

Pelo menos não são minas terrestres antitanques, o alcance delas é bem maior e afetaria o bairro todo, essas vão derrubar o orfanato. 

Buck entrou na conversa:

— Já deixamos as crianças no lugar seguro, estou voltando, vou direto para o porão, assim posso ajudar você Nat.

Senti um pequeno alívio, Buck assim como eu tem mais experiência com esses explosivos.

Nat declarou:

— Estou quase entrando no porão.

Tony perguntou:

— Tem certeza que quer entrar aí sozinha ruivinha?

Ela deu uma risada aflita e conformada.

— Não tenho muita escolha tenho?

Tentei intervir:

— Pode esperar alguns minutos, Buck está vindo.

Minha real vontade era largar todos ali com a Nat de aço e correr para o porão, mas a cara do Tony para mim era um aviso e um lembrete. Nós não negociamos vidas e a minha presença ali era necessária. Precisava confiar na minha ruiva.

Sharon disse:

— Acho melhor ela entrar, para acalmar as crianças, elas estão começando a se mexer, caso uma delas pise em falso, o orfanato inteiro vai pelos ares.

Respondi:

— Sei que está tentando ajudar, mas seria mais prudente se ela esperasse.

Sharon deu um suspiro exasperado. Agora entendo o que as pessoas costumam chamar de conflito de interesses. Eu quero a minha garota segura e ela quer o Buck seguro, eu entendo isso.

Voltei a me concentrar na luta. Nat não deu mais nenhum sinal no rádio a ansiedade foi geral, mas ninguém ousou falar nada. Tony e Hulk prenderam a Nat de metal, Visão utilizou uma arma que isola os impulsos magnéticos, isso desnorteou o controle que Ultron exercia sobre a unidade, uma invenção do Stark. Assim terminamos com ela.

Buck entrou na linha:

— Terminamos de evacuar o porão, mas estamos com um problema aqui.

Perguntei:

— Qual tipo de problema?

Buck pareceu exitante, mas respondeu: 

— Uma unidade do Ultron chegou aqui.

Visão olhou para o Tony e ele começou a escanear o lugar com o auxílio da sexta-feira.

Tony declarou:

— A sua unidade está no porão Capitão.

Descemos juntos cada um por um lado, quando chegamos no porão Nat estava inconsciente, caída no centro do mesmo, Buck estava lutando com a minha versão de aço, algo surreal. 

Antes que eu desse mais um passo para entrar na sala, Tony me parou e Visão olhou para o chão com atenção.

Visão declarou:

— As minas ainda estão desativadas, mas se dermos um passo em falso tudo vai pelos ares.

Hulk deu de ombros.

— Hulk esmaga?

Tony respondeu:

— Grandão está vendo a ruiva ali no chão?

Hulk notou Nat, os ombros dele retesaram e ele tomou uma postura defensiva, os olhos dele ficaram preocupados e pude visualizar Bruce e Hulk entrando em acordo, por ela.

Hulk assentiu.

Tony prosseguiu:

— Assim que todos estivermos fora do prédio preciso que você a proteja da explosão. Você consegue?

Hulk concordou.

Tony virou para mim:

— Você precisa falar com o seu amigo, vou dar um tiro magnético no robô ali, ele vai ficar alguns segundos inconsciente, assim todos nós sairemos daqui. Hulk vai pular no centro das minas terrestres ativando-as, ele vai proteger a Nat e a sua versão androide vai pelos ares. Você entendeu o plano Capitão?

Era arriscado, mas com certeza era o melhor plano. Assenti e falei com Buck, tudo aconteceu em questão de segundos. O que sobrou do orfanato? Apenas escombros.

Quando vi Nat desacordada e ensanguentada na mão do Hulk senti meu mundo ruir, meu coração falhar, minhas esperanças fraquejarem, meu otimismo sumir. Nada importava, só ela e aqueles belos olhos verdes que permaneceram fechados durante o trajeto para casa. Não pude me aproximar dela, Hulk não a soltou e carregou ela até a ala hospitalar da Torre.

Ela foi isolada e eu não pude visitá-la, mas fui convocado para doar sangue para ela, assim como Buck, o super soro dela poderia ser compatível com o nosso.

Fury não me deu mais nenhuma notícia, ela permaneceu desacordada por três dias inteiros. Barton voltou para Torre e foi o primeiro a ter autorização para visitar a ruiva, além de Bruce. Ele estava por dentro do estado clínico dela e sempre que me via no refeitório tentava me acalmar, mas sem me dar detalhes.

As buscas pelo meu agente do Ultron continuam ativas e a forma que eu tinha de continuar tranquilo era trabalhando.

 

Pov Natasha Romanoff:

Senti cada parte do meu corpo doer, uma dor excruciante, mas aos poucos a dor foi diminuindo, ouvi vozes a minha volta, mas ainda não conseguia abrir os olhos, sentia a preocupação de cada um naquela sala, mas não conseguia falar com eles para tranquilizá-los, apenas permanecia ali, de olhos fechados presa dentro de mim.

Aos poucos fui recobrando os meus sentidos. Quanto tempo permaneci aqui? 

A sala branca com janela, o colchão confortável, o soro ligado no meu braço e o Clint sentado na cadeira de visitas. Logo as lembranças do orfanato vieram a minha mente, aquele agente do Ultron com a cara do meu loiro, lembro da dor do meu braço sendo quebrado, do meu tornozelo sendo esmigalhado quando ele pisou no meio da minha perna, da dor das minhas costas chocando-se contra as paredes, das costelas partindo-se e da minha cabeça inerte no chão assistindo Buck entrar no porão.

Testei mexer os meus dedos das mãos, depois os dos pés, respirei com calma esperando o gosto de sangue mas ele não veio e quando mexi o meu tronco percebi que os hematomas eram mínimos. Ou eu passei um mês em coma ou meu super-soro evoluiu.

Testei uma frase:

— Acorda seu dorminhoco.

Minha voz saiu meio rouca e eu notei como estava com sede.

Clint acordou e vi o alívio dentro dos seus olhos.

— Nat, você acordou.

Ele levantou e alisou os meus fios com carinho.

— É muito bom poder te ver também Clint, mas eu estou com sede, pode pegar um copo de água para mim?

Ele assentiu, mas em vez de pegar a água ele chamou as enfermeiras. Junto com elas Bruce e Nick apareceram.

Tentei me sentar, mas fui impedida pelas enfermeiras.

Nick disse:

— Espero que fique quietinha Natasha, precisamos conferir algumas coisas antes que você comece a se mexer para lá e para cá.

Assenti, vendo as enfermeiras trazerem dois aparelhos para o quarto, um deles eu reconheci, um aparelho de ultrassom. Lembro de ver um desses quando levava Laura para fazer exames de rotina quando estava esperando o Cop.

Bruce e Clint saíram da sala para me dar um pouco de privacidade, aquela camisola não era meu melhor visual, Nick ficou mas se virou para o monitor do ultrassom. Esperei passar aquele gel gelado em mim, mas não achei que passariam na minha barriga, estava esperando que fossem conferir as minhas costelas, não meu útero. Então veio a surpresa e o choque.

Ali no monitor um pequeno grão no meio do meu útero, um pequeno pontinho com o batimento cardíaco forte e ritmado. Nick sorriu para tela como um vovozão orgulhoso e eu continuei ali, sem reação.

Nick colocou o dedo no monitor.

— Se você está viva agora é graças a essa ervilha.

Nick dispensou as enfermeiras.

— Sabe quantos ossos você quebrou Natasha? Faz ideia de quantas hemorragias internas você apresentou quando entrou nessa enfermaria?

Balancei a cabeça em negação.

— Sua coluna vertebral foi torcida como arame, mesmo com o seu super-soro talvez nunca mais andasse.

Senti o ar preso na minha garganta.

— Os médicos pensaram em transplante de sangue, para repor aquilo que você perdeu, mas para nossa surpresa seu organismo começou a reagir. O seu não, o do desse bebê. Mesmo assim fizemos uma transfusão, o sangue do Buck não ajudou em nada, mas o do Capitão, o bebê reagiu mais rápido que você, só descobrimos a existência dele no seu segundo dia em coma.

Descrente perguntei:

— Por quanto tempo eu dormi?

Nick me encarou sério:

— Três dias, longos dias, por sinal.

Clint entrou na sala e Bruce o acompanhou.

Clint disse orgulhoso:

— Quem sabe agora você não tem sua tão sonhada mini Nat?

Coloquei as minhas mãos sobre o meu ventre liso.

Indignada perguntei:

— Quantos meses?

Bruce respondeu:

— Vai completar dois meses. Sei que parece loucura, mas a verdade é que a chance de isso acontecer e 1/25, esse pequeno pontinho é um guerreiro, sobreviveu a todas barreiras naturais do seu corpo Nat. Você não é estéril como acreditava ser, seu super-soro deixou seu metabolismo mais forte, consequentemente, seus ácidos vaginais e uterinos são mais fortes que o comum, mas para um super-soldado, com um super-soro bem mais forte que o seu, seria só questão de tempo.

Clint arqueou as sobrancelhas.

— Então você está dizendo que o Buck, o Steve e você poderiam ser os únicos a deixar a nat grávida?

Bruce deu de ombros.

— O Thor também, ele é um deus.

Ignorei o diálogo entre eles. Eu vou ser MÃE.

Sem emoção perguntei:

— Vocês já falaram com o Steve?

Todos olharam para mim e negaram. Senti meu mundo girar e ficar preto.


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Notas finais do capítulo

Obs.: любовь - Amor
Bom ou Ruim? =^.^=



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