Pov Steve Rogers:

Minha cabeça ainda doía, considerando que o super soro fazia todo trabalho pesado na minha cicatrização espontânea.

Tudo que queria agora era aquela ruiva teimosa. Nunca pensei que amaria tão intensamente outra mulher, ela conseguia fazer o nervosismo que sentia ao encarar Peggy Carter parecer ingênuo e infantil. Natasha ativa todos os meus sentidos, ela é intensa, inteligente e muito sensual.

Gosto do sorriso dela, parece uma boneca de porcelana devido à seus olhos esmeraldinos, os lábios naturalmente rosados que ela insiste em pintar de vermelho acentuando as curvas daquela boca, seu corpo naquele uniforme preto é a minha perdição. Ela consegue fazer meu cavalheirismo desaparecer em segundos. Seu cabelo cheio de delicados cachos ruivos emolduram o seu rosto em contraste com a cor de seus olhos verdes e de sua pele alva. Não resisto em passar as minhas tardes de folga ao lado dela, não importa o quão difícil é fazê-la sair de seu quarto. O mau humor deixa  ela incrivelmente fofa, suas bochechas coram quando nota meu olhar sobre si.

Passávamos um bom tempo na sala de jogos da Torre, seguindo aos poucos os conselhos de Clint e Sam, eu sempre acomodava o meu braço na poltrona e de pouco a pouco Nat aconchegava-se em meu corpo, isso fazia com que eu corasse e ela sempre ria da minha cara dizendo que o fóssil tinha sentimentos. Mal sabe ela que os meus sentimentos não se limitam àquela cena casta, dormia mal quase todas as noites imaginando-a junto a mim sem nenhum pudor. Como isso era conflitante! Estava em pleno século XXI e ainda sentia-me preso nos valores de setenta anos atrás.

Estou internado na Torre, após um acidente dentro de um galpão antigo das industrias Stark. Tony pediu-me desculpas, ele me visita mais que todos e sempre enche meus ouvidos com suas piadinhas ridículas. Visão passa aqui ás vezes com a Wanda, eles parecem se dar bem. Clint contou-me uma grande novidade, ele vai ser pai pela segunda vez, eu nem sabia que ele era casado até Nat dizer-me. Sam traz o jornal matinal toda manhã e me enche de perguntas sobre como sobrevivi e eu apenas acho graça de suas insinuações.

E a Nat? Bem ela nunca apareceu.

Até agora a noite estava tranquila igual a todas as outras, mas eu não via a hora de poder voltar a ativa, afinal uma semana na cama era realmente tedioso. O sono não estava chegando então resolvi observar as estrelas que conseguia ver pela janela.

A porta abriu-se devagar retirando-me do meu devaneio, cheguei a pensar que fossem as enfermeiras. Reconheci a cabeleira ruiva que entrava pela porta, a meia luz Nat parecia cem vezes mais bonita, simplesmente louvável. Os aparelhos que estavam ligados no meu coração aceleraram em um ritmo que indicaria um infarto caso não fosse o Capitão América ou como dizem um Super Soldado.

Ela encarou-me preocupada e eu sustentei seu olhar, não consegui esconder a alegria em vê-la ali e muito menos a mágoa por ela não ter aparecido antes. Nat aproximou-se da cama fitando-me aliviada.

—Capitão se você me der outro susto desses eu te mato.

Ela sussurrou e um meio sorriso habitou seus lábios que dessa vez estavam em seu rosa natural. Não resisti e sentei-me melhor na cama. Depois de realizar esse movimento Nat ajeitou meu travesseiro para que eu ficasse mais confortável. Sentando-se na cadeira que tinha ao lado da minha cama.

Pronunciei ressentido:

—Não acho que conseguiria me vencer.

Ela fitou-me desafiadora após minhas palavras, sim se ela me pegasse de jeito teria uma considerável vantagem. Sem mais delongas ela deitou a cabeça no meu colo, surpreendendo-me, Nat não é nenhum um pouco adepta a demonstrações de carinho.

—Sabe Steve estou começando a acreditar que a União Soviética realmente perdeu a Guerra Fria.

Sorri e acariciei seus cachos tão macios à meu toque. Ela não recuou nem pareceu reprovar tal ato ficamos assim e eu nem percebi quando peguei no sono.