Pov Tony Stark:

Os preparativos do meu casamento já estavam começando a enlouquecer-me: terno, flores, gravata, salão de festa cheio de cadeiras e arranjos de rosas vermelhas com lírios brancos, pessoas organizando o lugar da cerimônia com o tapete vermelho e mais flores. Não aguentava mais! Subi para o laboratório onde estava monitorando a corrente de anomalia temporal.

Ao chegar no laboratório, Sexta-feira dá um alerta:

—Senhor acho que o meu banco de dados foi invadido.

Continuei onde estava e busquei uma fonte remota e que dados essa fonte tinha extraído. Os endereços dos Vingadores, continuei buscando mais sinais de rastro, mas não tinha nenhum IP que eu pudesse rastrear e identificar.

Pronunciei:

—Sexta-feira me coloque na linha do Dr. Banner.

Ele anunciou:

—Já está conectado senhor.

Uma tela foi aberta e um Dr. Banner encarou-me abismado.

—Tony temos um problema.

Olhei o monitor da anomalia e depois de uma oscilação ela cessou como se nunca tivesse existido.

—Você acha que o viajante do futuro já está aqui Dr. Banner?

Ele apenas começou a mexer em algumas páginas de um caderno velho.

Depois de alguns minutos ele disse:

—Acho que sim, o que me preocupa é se esse viajante sabe que não pode contar muitas coisas sobre o futuro ou alterar fatos do passado.

Nos despedimos e desliguei a chamada. Pepper ia me matar se soubesse que estava trabalhando em vez de terminar os meus votos de casamento, mas se esse viajante fosse uma ameaça, amanhã não teria nenhum casamento.

Já estava buscando algum acontecimento estranho em Nova Iorque porém não havia nada de novo. A única notícia era a vinda do Thor para a Torre Vingadores visto que o mesmo queria estar no meu casamento. Isso eu já sabia desde a minha festa de despedida de solteiro que não foi nem um pouco divertida já que a minha amada noiva vetou as dançarinas.

Já deviam ser exatas oito horas da noite quando fui surpreendido por um apagão na minha casa.

Passei um comando para Sexta-feira:

—Sexta-feira ligue o gerador.

Nenhuma resposta.

—Sexta-feira?

Ouvi um barulho na minha sala de estar, peguei uma lanterna debaixo do sofá e andei até a sala. Desci as escadas e antes de chegar no meu destino ouvi dois garotos discutindo.

—Você é um gênio How esqueceu que tentar invadir o sistema central da Sexta-feira gera um apagão completo na Torre, será que não se lembra da nossa festa de sete anos, onde você fez essa mesma cagada.

—Cala a boca Rob, se não vai me ajudar a reativar o sistema pelo gerador alternativo que fica aqui na sala, não atrapalha.

Um silêncio instalou-se no ambiente, terminei de descer as escadas e quando achei que ia pegar esses meninos de surpresa a luz voltou e eu estava imobilizado no chão.

O garoto disse meio assustado:

—Pai?

Este menino que me segurava, devia ter mais ou menos nove anos, ele prendia-me no chão com uma chave de braço, seus olhos eram azuis, não um azul claro, mas um azul escuro, seu cabelo preto em um topete, usava óculos de grau, com uma armação preta, grande e quadrada, vestia uma blusa vermelha, usava uma calça jeans clara e calçava um all-star preto.

O outro garoto estava de costas para mim, vestia uma calça jeans escura e estava com uma blusa xadrez. Quando ele se virou pude ver que era idêntico ao garoto que me segura, mas não usava óculos e sua blusa xadrez estava aberta e ele vestia uma camisa branca por baixo dela, calçava um all-star branco, seu cabelo liso estava jogado de lado e fitava-me também assustado.

—How solta ele.

O garoto que me imobilizava no chão levantou-se e estendeu a mão na minha direção numa tentativa de ajuda para que eu levantasse.

Ele disse:

—Me desculpe senhor Stark, espero não ter te machucado.

Senhor? Pai? Esse menino tem algum problema, olhando ele melhor, até se parecia comigo quando era mais novo, só que com os olhos diferentes, pareciam uma mistura de azul e preto.

Ele disse meio inseguro:

—Rob preciso de ajuda aqui.

O outro menino aproximou-se do seu clone, olhando os dois percebi que eram gêmeos, mas um fazia estilo descolado e o outro nerd.

O garoto de óculos começou dizendo:

—Preciso que você fique calmo e nos escute atentamente sem nos interromper.

Concordei com os termos e disse:

—Sexta-feira tranque a sala e não deixe ninguém entrar.

Sexta-feira respondeu exitante:

—Nem a senhorita Potts?

Confirmei:

—Nem ela.

Andei até o sofá e sentei-me na poltrona de um lugar só, os garotos seguiram-me e sentaram-se na poltrona de três lugares na minha frente.

A versão descolada, denominada Rob começou:

—Nós precisamos da sua ajuda.

O olhei de forma superior. Porque crianças precisariam da minha ajuda?Agora tenho cara de babá. Ou pior, como crianças sabiam tanto sobre o sistema davSexta-feira?

A versão nerd, denominada How interveio:

—Você deve ter percebido as anomalias temporais que estavam acontecendo e nós somos os culpados dessas anomalias.

Franzi o cenho.

—Como duas crianças fizeram uma máquina do tempo?

Eles deram um sorriso irônico que parecia um reflexo do meu, muito perturbador.

O nerd pronunciou:

—Você começa ou eu Rob.

O descolado deu uma gargalhada e disse:

—Começa você How, normalmente eu levo as broncas, agora é a sua vez.

O menino respirou fundo e ajeitou os óculos acima do nariz.

—Nós somos de um futuro não muito distante, logo, logo o senhor terá o prazer de nos conhecer. Eu sou seu filho, me chamo Howard Potts Stark, mas na maioria das vezes só How Stark e esse palerma é o meu irmão gêmeo, Robert Potts Stark, ou se preferir Rob Stark.

Arregalei os olhos de leve. Isso seria possível? Um dos meus filhos tem o nome do meu pai.

O Robert continuou pelo irmão:

—Nós queríamos voltar no tempo para aparecer em uma foto do álbum de casamento dos nosso pais, entraríamos no casamento sem sermos vistos e apareceríamos em uma foto do álbum sem que vocês percebessem.

Fechei a cara, os meus futuros filhos pareciam sinônimo de confusão. Parecidos com o pai? Imagina!

O Howard terminou a história:

—Então começamos a trabalhar em uma máquina do tempo. Tínhamos o laboratório da Torre Stark todinho para nós de noite além da ajuda do Henry Pym Jr. que é outro prodígio no assunto tecnologia, ele é dois anos mais novo que a gente. Terminamos o projeto e antes de fazermos o primeiro teste você nos deu uma baita bronca, dizendo que viagens no tempo são perigosas. Trancou o laboratório com a ajuda da Sexta-feira. Então nós chamamos o nosso reforço, pedimos a ajuda do James, ele é um raquer e tanto além de ser um ano mais novo que nós dois, ele entrou no sistema sem ser notado e abriu o laboratório em troca de viajar junto com a gente. Acionamos então os Vingadores do futuro, é um time de elite treinado pelo Fury, só os filhos dos Vingadores fazem parte.

Eu o interrompi:

—Então tem mais gente do futuro presa no passado além de vocês?

Eles assentiram meio envergonhados. Ótimo! Uma hora dessas no futuro eu devo estar sendo morto pelos pais dessas crianças e a Pepper deve estar muito puta comigo.

O Rob completou:

—Viemos nós dois, a Torunn, o Francis Barton, o James e a irmã dele Nathalie. Não viemos todos da equipe, ficaram no laboratório monitorando os aparelhos o Henry Jr. e o Cooper Barton enquanto o Azari vigiava a entrada do laboratório e a Violet monitorava a situação telepaticamente, mas não consigo mais me comunicar com ela, além de termos esquecido uma coisa fundamental para uma viagem no tempo.

Olhei para os dois meio indeciso e perguntei:

—Vocês esqueceram de inventar um meio de voltar não é?

Eles pareciam muito assustados agora.

How disse:

—Desculpa pai, a gente não pensou que fosse difícil.

E Rob continuou:

—Não olha para gente com essa cara, nós já vamos ficar num baita castigo quando voltar para o nosso tempo.

Levantei do sofá e respondi irritado:

—Vocês são dois irresponsáveis, sabiam que podem alterar o passado e deixarem de existir no futuro.

Eles balançaram a cabeça em negação.

Rob disse analítico:

—Pai nós já existimos, a mamãe só não sabe disso ainda.

Estagnei no lugar. A Pepper está grávida?!?

How disse irritado olhando o irmão:

—Parabéns Rob acabou de alterar um fato importante do passado. Se você não tivesse aberto esse bocão, a mamãe teria descoberto na lua de mel, escondido isso do papai durante umas duas semanas e quando ela contasse ele ia dar no pé e ficar dois dias no espaço, sem dar sinal de vida, depois ele voltaria bobo e sorridente e traria flores para ela. Além do mais eles não sabiam que éramos gêmeos!

Sentei no sofá novamente em busca de um apoio.

—Eu realmente fiz isso?

Eles responderam juntos:

—Sim você fez.

Eles olharam-me e esperaram.

Disse para Sexta-feira:

—Sexta-feira destranque a sala.

Ela respondeu:

—Sim senhor a sala está destrancada. Preciso lhe informar que a senhorita Potts está lhe esperando no salão de festa, para o último ensaio da cerimônia.

Levantei do sofá e disse:

—Fiquem aqui e não façam nada que eu não faria, pensando melhor não façam nada.

Desci as escadas. O salão estava decorado com as cadeiras brancas, um belo tapete vermelho passava no meio das cadeiras e uma tira de tecido vermelha separava as cadeiras do tapete, tinham alguns lírios brancos nos arranjos das cadeiras e um pequeno degrau onde encontrava-se o juiz de paz que nos casaria.

Pepper estava radiante, seus fios esvoaçando, vestia uma blusa social branca e uma saia social preta e calçava um scarpin preto. Pepper está grávida! Ela não sabe que está grávida e de gêmeos.

Eu ia dormir com uma baita dor de cabeça essa noite!

Isso se eu conseguisse pregar os olhos.