Máfia Malfoy escrita por Gnoma de Marte, Jazzie


Capítulo 22
♦ Rose Weasley Se Ilude de Novo e Choca 0 Pessoas


Notas iniciais do capítulo

O que a quarentena faz com as pessoas, não é mesmo? Sai capítulos rápidos... Eu respondo os comentários o mais rápido que posso... E GANHO DUAS RECOMENDAÇÕES DOS DOIS SERES MAIS PREGUIÇOSOS QUE CONHEÇO! Eu realmente não sei o que fiz pra merecer palavras tão lindas que vocês escrevem pra mim. Gio e Caio, obrigada pelas incríveis recomendações. Obrigada também todo mundo que ainda comenta, depois de tanto tempo. Vocês são a razão disso tudo ainda existir! Adorei saber que vocês fizeram o quiz e espero do fundo do coração que tenham gostado tanto quanto eu.

Dessa vez, nosso gifzinho é do nosso querido e amado Jared Stanley. Babo nesse homem e nesse personagem. Reizinho superior, né amados????

Espero que gostem do capítulo. Ele é apenas uma ligação para coisas mais intensas que acontecerão nos próximos capítulos. Depois de tanta confusão, acho que um pouco de suavidade é bom, não é mesmo? Devo dizer que o primeiro beijo Scorose está chegando? AAAAAAAAAAAAAA NÃO DEVO KKKKKK
Espero vocês nos comentários.

Link do quiz: https://pt.quizur.com/quiz/qual-integrante-da-mafia-malfoy-voce-seria-igTE
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Levamos Scarlett para a enfermaria o mais rápido possível depois que deixamos Erick jogado na biblioteca. A enfermeira, a velha Madame Pomfrey, engoliu meio relutante a desculpa de Drew de que Scarlett tinha sofrido um acidente sozinha, sem especificações. Ela disse apenas que deveríamos ir para nossos dormitórios porque Scarlett deveria repousar e que depois queria mais detalhes sobre que acidente seria.

Eu não consegui. Já não sentia sono, apenas um cansaço destruidor, mas que entrava em conflito com a minha mente. Eu não poderia deixar Scarlett sozinha; não quando ela avançou em Jordan para me defender. Implorei muito para que a enfermeira me deixasse ficar, mas consegui apenas 30 minutos de visita então pensei que qualquer coisa pra mim era lucro.

Drew saiu relutante para contar aos outros o que estava acontecendo, mas prometeu que voltaria com reforço. Torci para que seu reforço significasse a presença de algum professor. Eu não deixaria Jordan se livrar daquilo.

Tudo estava acontecendo tão raṕido, que precisei me sentar para minha cabeça parar de rodar.

Observei atentamente madame Pomfrey enquanto ela medicava Scarlett tentando acordá-la. Tão atentamente que nem vi quando o zelador desconjuntado, o senhor Smeed, chegou com um corpo jogado sobre os ombros.

Fingi de sonsa, alisando o lençol de Scarlett enquanto madame Pomfrey corria até eles.

— O que está acontecendo essa noite? — ela murmurou — O que houve, Smeed?

— O encontrei gemendo nos corredores da biblioteca. Não fala coisa com coisa e tenho dificuldade de entender, mas acho que é por causa dos dentes. — o zelador grunhiu — Arrisco dizer que foi uma briga.

Os dois lançaram olhares em minha direção, mas eu virei o rosto e continuei ajeitando Scarlett, mesmo que não precisasse. Torci para não parecer muito suspeita, mas eu era uma péssima atriz.

— Senhorita Weasley? — a enfermeira me chamou e eu virei falsamente inocente — A senhorita tem algo para me falar?

Abri e fechei a boca, sem conseguir articular uma frase sequer. Negar não me parecia o suficiente, mas minha mente se recusava a trabalhar em uma mentira melhor. O zelador arregalou os olhos ainda mais, como se me avaliasse e comecei a gaguejar, me sentindo nervosa.

De repente a porta bateu e Anna e Drew entraram na enfermaria correndo, falando alto e gesticulando abafados.

— Rose, graças a Deus! — Anna se jogou em meus braços e me abraçou com força — Eu te disse para não subir em estantes altas em busca de livros! Você e Scarlett são muito teimosas!

— Senhores! — a enfermeira chamou a atenção dos dois — O que pensam que estão fazendo?

— Desculpe, madame Pomfrey. — Anna colocou a mão no coração, como se estivesse aliviada — Eu vivo dizendo para essas duas que estantes altas são um perigo, mas não me escutam! — ela olhou para Scarlett e suspirou — Estudam como ninguém e fazem estripolias por uma boa doutrina. Scarlett caiu tentando alcançar coisas que conseguiriam com magia. Foi um pancada feia na cabeça. Achamos que tinha sido alguma coisa séria.

— Então estiveram na biblioteca? — o zelador confrontou. Ele claramente não gostava dos integrantes da Máfia e isso era fácil de saber porquê. — Viram o que aconteceu com esse garoto? Ele estava com vocês?

— Eca! Não. — Anna olhou enojada para Jordan — Nós nem somos da mesma casa.

— Desculpa a intromissão, mas isso me parece uma surra muito bem dada. — Drew espichou os olhos para Erick — Ele ainda está vivo?

— Drew?

Ao ouvir a voz de Scarlett, Drew que parecia se divertir com a situação, correu para a garota e sorriu, pegando a mão dela preocupado. Scarlett sorriu de volta quando seus olhares se encontraram e ela fez um carinho na mão dele. Senti um peso enorme saindo de cima dos meus ombros e eu me segurei para não cair no choro.

— Senhorita Schmidt! — a enfermeira veio correndo, verificando a temperatura de Scarlett — Que bom que acordou. Está se sentindo bem?

— Dor de cabeça, apenas. — sussurrou, tentando se sentar. Drew a ajudou, voltando a segurar sua mão assim que pôde — Você está bem, Rose? O que aconteceu?

— Não se lembra, senhorita? — madame Pomfrey estreitou os olhos para cada um de nós, desconfiada.

Scarlett me encarou buscando apoio, mas apenas dei de ombros, sem ter ideia de como limpar nossa barra. Quando encarou Anna, percebi a garota sinalizar algo e Scarlett pareceu entender.

— Lembro de estar na biblioteca e ser atingida. — Scarlett respondeu, tocando as têmporas.

Drew, Anna e eu respiramos aliviados.

— Parem de gracinhas! — madame Pomfrey brigou — Onde já se viu? Escalar lugares altos para pegarem livros? Isso poderia ter sido um acidente pior! — ela colocou um remédio em uma colher e enfiou na boca de Scarlett com pressa — Vou te dar algo para sua dor de cabeça e vai passar a noite aqui, caso haja efeitos colaterais! Estou feliz que seja só isso. Normalmente quando algum dos senhores aparece por aqui, é por estarem agindo como lutadores clandestinos! — ela ralhou para Drew e Scarlett, que soltaram risadinhas — Você deve descansar, mocinha. Vou atender o outro garoto que chegou e já volto. Vocês tem dez minutos e eu quero todo mundo fora.

O zelador continuou nos avaliando desconfiado, mas nos deixou em paz quando madame Pomfrey começou a tratar do rosto de Erick.

— Chame o diretor da casa dele e notifique Minerva do que houve. Não é seguro ter alguém agindo como um trasgo pelos corredores. — ela deu ordem ao zelador, que murmurou algo em resposta.

Me sentei na beirada da cama de Scarlett e Anna se sentou aos pés dela. Drew ainda estava agachado, conversando baixinho confidente com ela e ela sorria, parecendo tranquilizá-lo.

— Drew, eu estou bem! Ele teve sorte de me pegar por trás. — ela disse.

— Isso não vai ficar assim, brotinho. — Drew garantiu — Sabe o que ia acontecer se ele tivesse machucado você mais? Eu não ia deixar osso inteiro naquele garoto.

— Por que não entregamos Jordan? — questionei baixinho, ainda nervosa com os olhares do zelador sobre nós — Poderíamos dizer que ele atacou Scarlett e a fez ficar assim.

— E depois contaríamos que aquele estrago na cara dele quem fez foi Drew? — Anna disse como se fosse óbvio — Isso ia trazer tanto problema… O melhor que fizemos foi mentir.

— Isso não pode ficar assim. — insisti — Deveríamos procurar algum professor!

— Rose, sei o que você está sentindo, mas não vamos contar com ninguém além de nós mesmos. — Anna segurou minha mão e só então eu percebi que tremia — Scorpius já está sabendo. Nós mesmos vamos cuidar disso.

— Todos para os seus dormitórios! O zelador vai acompanhar vocês. — madame Pomfrey nos interrompeu, nos dando um baita susto — Sem exceção, senhor Nott.

— Da última vez a senhora me deixou ficar. — Drew tentou enganá-la.

— Da última vez o senhor também estava ferido. Sem discussões, Andrew. — ela nos enxotou, dessa vez nos empurrando.

Smeed nos acompanhou até chegarmos no Salão Comunal, conversando sozinho e nos encarando feio. Isso não nos assustava porque Smeed agia assim desde que o mundo era mundo.

— Não quero vocês rondando tarde da noite. Desfilando por aí, como se fossem donos do colégio. — ele falava entortando a boca — Estou farto das gracinhas do seu grupinho. Eu vou expulsar um por...

— Boa noite, Miss Simpatia. — Anna retrucou, me empurrando para dentro.

Naquela noite, dormi na cama de Scarlett, abraçada com Anna, recebendo carinho de Alícia e ouvindo música no radinho trouxa de Lindsay. Nós quatro nos esprememos em uma cama só e tentamos esquecer que nossa amiga estava de repouso por culpa de um babaca covarde que atacava os outros por trás. Eu me sentia tão pequenininha que toda a companhia do mundo foi bem-vinda. Era cruel saber que Scarlett estava na enfermaria por minha causa. Os outros garotos também vieram para o dormitório das meninas. Drew passou a noite em claro, sentado no sofá do quarto, olhando pro nada. Scorpius ficou longos minutos andando de um lado pro outro e quando dormiu, parecia inquieto. Jared e Albus dormiram rápido, mas em um momento em que acordei de madrugada, vi que tinham se juntado a Drew no sofá e conversavam baixinho.

Éramos uma família irritada e foi uma noite terrível.

— Vocês viram o que fizeram com ele? — a voz de Jhulie Finnigan conseguia ser a coisa mais insuportável que o próprio diabo projetou — Não me olhem com essa cara, eu sei que foram vocês!

Nós estávamos todos tomando café, incluindo Scarlett que já havia sido liberada e buscada pela nossa comitiva barulhenta. Fizemos questão de esperá-la na porta e apressar madame Pomfrey para que a liberasse logo. Decidimos que hoje iríamos apenas sermos calmos e tranquilos, sem provocações e sem brigas. Nossa menina precisava vigiar nas dores de cabeça e Drew nos fez prometer que nos manteríamos longe de encrencas.

Só esquecemos de avisar isso para a - que piada— Máfia Finnigan.

— Bom dia, Finnigan. — Alícia foi a única a respondê-la — Em que podemos ser útil?

— Bateram covardemente em um dos nossos! — Jhulie apontou o dedo no rosto de Alícia — Oscar foi chamado porque o amigo está sem os dentes na enfermaria. Vocês foram baixos.

— Não sei do que está falando. — Scorpius murmurou. Ainda não tinha tirado os olhos de seu jornal.

— É sua culpa, Weasley! — Jhulie avançou em minha direção — Admite logo que foram vocês.

Senti meu sangue ferver, mas continuei fazendo anotações no meu livro de Defesa Contra as Artes das Trevas. Eu iria seguir a regra de Drew e respeitar o repouso de Scarlett. Jhulie não ia ter minha atenção.

— Repugnante. — ela insistiu — Tenho tanto nojo de suas atitudes que minha vontade é gritar.

— Você já está fazendo isso, se não percebeu. — murmurei, respirando fundo. Pensei em completar minha frase com xingamentos, mas me contive e voltei a anotar.

— Você quer um escândalo, Rose? Pois vai ter e quem vai fazer é Oscar, seu grande amor. Ele vai preparar uma coisa excelente para acabar com vocês e eu tenho certeza que…

Bati meu livro com força na grande mesa, fazendo tudo tremer e o barulho calar todo o Salão Principal. Scorpius e Albus foram rápidos quando tentei avançar em Jhulie e me impediram de voar no pescoço daquela aberração.

— Eu te entendo, cabeça de fogo, mas não vamos dar o que ela quer! — Scorpius sussurrou em meu ouvido, segurando firme em minha cintura.

— Rose, vamos com calma, por favor. Tem muita gente aqui. — Albus tentou me acalmar.

— Jordan teve o que mereceu. E isso não vai ficar assim. Eu prometi para Oscar, Jhulie; isso vai ficar muito melhor. — ameacei, me controlando ao máximo — Só não adianta pedir desculpas depois.

Jhulie estufou os peitos e voltou para a mesa da Grifinória batendo os pés. Só então soltei a respiração que sequer percebia que prendia. Aos poucos, o barulho das conversas em volta aumentaram e eu me sentei.

Voltei para o meu café, ainda estando zangada. Os outros me olhavam de lado e pareciam achar graça em alguma coisa.

— Tem algum palhaço aqui? — questionei, segurando o riso.

— Eu torci tanto para que Scorpius fosse lento e você quebrasse ela, Rose… — Anna disse e todos riram, concordando — Torci muito!

— Eu também adoraria ver, mas eu não ia aguentar e ia querer entrar no meio e se eu entrasse no meio não ia sobrar nada de Jhulie Finnigan e eu provavelmente não iria poder jogar amanhã. — Scarlett lamentou.

— Não alimentem o espírito lutador de Rose porque já basta eu ter que segurar Scarlett e Drew. Mais uma eu não aguento. — Jared me entregou sua xícara de chá, debochado — Toma, é de camomila. Você precisa ficar mais calma.

— Há há! Muito engraçado. — retruquei fazendo língua.

O dia prosseguiu sem mais interrupções de Jhulie ou dos outros, mas quando esbarrei em Oscar nos corredores, seu olhar deixou bem claro que ele ia continuar procurando briga.

Na última aula do dia, enquanto eu misturava a poção fedida que Scorpius cozinhava, Alícia veio até mim, parecendo desanimada.

— Eu e Jared podemos ter aula com você hoje?

— Com tanta disposição assim, eu fico até sem graça de recusar. — respondi irônica.

— Os outros hoje tem treino. — ela justificou — Tentamos fugir, mas isso uma hora tinha que acontecer, né?

— Boa sorte. — Scorpius desejou e eu o encarei feio — O que foi? A sua última aula foi uma droga.

— Não quero papo com você, Scorpius. — resmunguei e me voltei para Alícia — Depois do jantar quero os dois no dormitório das meninas. Trazer os livros de… — puxei minha lista e achei as matérias dela com Jared — Defesa Contra as Artes das Trevas. Nenhum item da Zonkos ou bugigangas da Gemialidades Weasley. Apenas livros e varinhas.

— Sim, capitã! — ela bateu continência e voltou para seu lugar.

Scorpius soltou uma risadinha e eu o encarei brava.

— Se me achou um aluno difícil espere ensinar Jared, Drew e Scarlett. — ele comentou, dando de ombros — Alícia é tranquila, mas nada prende a atenção dos outros três.

— Se não acredita nos meus talentos, o que eu estou fazendo então? — perguntei sentindo meu orgulho vacilar.

— Eu confio no seu cérebro, Rose! Não confio no nosso cérebro. — ele continuou mexendo na poção que agora borbulhava.

Pensei em debater com ele sobre a capacidade de uma pessoa aprender, mas aquilo me pareceu inútil, então decidi confrontá-lo com outro assunto. Fiquei sem saber ao certo como deveria começar a falar, mas alguma coisa precisava ser dita.

— O que vamos fazer com Erick Jordan, Scorpius?

Scorpius largou sua poção de lado e me olhou sério. Pareceu pensar por uns instantes e simplesmente deu de ombros.

— Você não acha que ele já teve o que mereceu?

— O que ele fez é motivo de expulsão. — retruquei — Scorpius, eu estava lá. Eu não sei o que aconteceria com Scarlett se Drew não tivesse aparecido. Alguém precisa ser punido!

— Rose, você acha que eu não sei? — ele diminuiu o tom de voz — A minha vontade era de ir até Erick Jordan e matá-lo com minhas próprias mãos, mas as coisas não funcionam assim! Drew quebrou a boca de Jordan! Tentar punir aquele maldito atrairia punição para Drew e não sei se você já percebeu, mas sonserinos que aprontam não são os queridinhos do corpo docente. Oscar é capitão do time da Grifinória e tem a diretoria inteira a favor dele. É a palavra do bom moço contra a nossa. — ele passou as mãos pelo cabelo, nervoso — Sei a sua frustração e sei que sente o mesmo que nós. Quando ouvimos o que Drew tinha feito ontem, nosso desespero maior não foi se vingar de Jordan. Drew desfigurou o garoto! Nós temos que acima de tudo, manter Drew longe de suspeitas. Nós estamos muito tendenciosos a vingança, Rose, mas antes de agir, precisamos acalmar os ânimos. Jhulie tentou arrancar a confissão de algum de nós hoje e você quase deu o que ela queria. Não foi sua culpa; o que Jhulie tem de gostosa, tem de irritante. Mas ela sabe jogar. Eles vão agir assim agora: vão tentar pegar nossos momentos de fraqueza. E eu não posso deixar isso acontecer.

Me senti uma burra. Era isso que Oscar e Jhulie iam querer. Culpar Drew e fazê-lo ser expulso seria um prato cheia. Oscar talvez nem se importasse com Erick. Ele apenas queria destruir todos que se aproximaram de mim.

— Estou deixando Drew e Scarlett pensarem que estamos maquinando algo, quando na verdade, quero juntar tudo em uma coisa só. Foi a primeira das muitas gracinhas que vamos ser vítimas, mas nós somos sonserinos, Rose. A Grifinória age, mas a Sonserina pensa pra fazer isso. — Scorpius continuou — Vamos esperar e pegar toda a Máfia Finnigan de uma só vez. A vingança é um prato que se come frio e nós não queremos pagar a conta depois.

— No que você pensa? — perguntei, curiosa.

— Em mostrar quem eles são de verdade. Apenas isso.

Suspirei surpresa. A mente de Scorpius era ainda mais brilhante do que eu esperava. Era uma pena que ele não percebia isso.

— Eu acho você muito inteligente. — o elogiei — Se não sabia, agora sabe.

— E eu acho você uma delícia. — ele revidou e eu arregalei os olhos, sentindo as bochechas corarem — Se não sabia, agora sabe.

— Nossa, Scorpius. Você precisa de terapia. — o repreendi.

— O que foi? A gente 'tava se elogiando! Achei que você ‘tava me dando mole! — ele gargalhou. Albus, que estava na mesa da frente, virou-se rápido e nos encarou bravo.

— Se você tentar comer minha prima eu vou matar você. — Albus ameaçou.

— Então já pode pensar onde vai ser sua cela em Azkaban! — Scorpius provocou e eu o empurrei, querendo morrer de vergonha.

— Eu vou te amaldiçoar se você continuar, doninha!

Fim das aulas. Depois da detenção e do jantar, enquanto jogávamos conversa fora no dormitório das meninas, os garotos apareceram, chamando Anna e Scarlett para o treino e Lindsay para assistir. Jared se juntou a mim e Alícia e apesar de protestos, começamos nossa aula sem demora.

Como era de se esperar, foi uma perfeita e muito bem articulada desgraça.

No início me pareceu que iria tudo correr bem, mas eu fui completamente enganada pelo rosto infantil e inocente de Jared e a meiguice de Alícia. Entreguei meus planejamentos para os dois e Jared fingiu vomitar enquanto o lia. Coloquei na cara meu olhar mais ameaçador e ele parou de gracinhas.

— Defesa Contra as Artes das Trevas é a matéria mais tranquila na minha opinião. — comecei a explicar — Não se exigem fórmulas ou itens para se decorar. Jared como futuro Auror deve tê-la como prioridade a partir de agora. Alícia como bruxa, deve apenas lutar para não morrer.

“Lutar pra não morrer.” — Alícia repetiu anotando isso em seu pergaminho.

— Não precisava anotar isso. — revirei os olhos.

— Então foi bobeira anotar “Jared como futuro auror deve tê-la como prioridade a partir de agora”? — Jared questionou.

— Vocês estão me zoando? — perguntei e os dois riram maldosos — Eu sabia…

— Desculpa. Continue. — Jared me incentivou.

Eu dei uma complexa e longa explicação sobre os benefícios do estudo e depois disso já comecei a explicar sobre as criaturas abordadas em nosso ano. Alícia  parecia extremamente perdida e Jared já estava deitado, parecendo um corpo sem vida e sem paciência.

— Lembram-se de ouvir sobre Wendigos? — perguntei e os dois balançaram a cabeça negativamente — Vocês por acaso sabem alguma coisa?

— Sei o que é um bicho-papão. — Alícia respondeu.

— Ah, sim! Então imagino que tenham parado de prestar atenção nas aulas no terceiro ano. — resmunguei azeda — Que seja. Wendigos são criaturas cobradas no nosso ano e provavelmente caem nos exames do sétimo.

Quanto mais eu falava, mais eu tinha a sensação de que Alícia cochilava e Jared afundava no colchão. Tentei fazer perguntas, mas nada estava tendo efeito. Eu já estava com sede de tanto falar e eles pareciam não absorver nada. Comecei então a ficar nervosa e gaguejar quando percebi o olhar deles desfocar e me ignorarem. Eu tinha me preparado tanto e me sentia cada vez mais perdida.

— Rose. — Jared me interrompeu certa hora — O que você responde quando alguém manda você calar a boca?

Como eu fazia com qualquer integrante da Máfia, eu o encarei e ponderei se ele estava tirando sarro com a minha cara. Alícia, que até então parecia estar em um outro universo mental, corrigiu a postura e começou a prestar a atenção na nossa conversa.

— Normalmente não me mandam calar a boca porque eu sei quando devo abrir o bico. — respondi, dando de ombros — Voltando pra matéria…

— Mas e se eu mandasse você calar a boca agora? — ele me interrompeu outra vez.

— Você ‘tá me mandando calar a boca? — perguntei um pouco ofendida.

— Não, Rose! — ele revirou os olhos — Se alguém manda você calar a boca. Agora, por exemplo. O que você responde?

— Vai pro inferno.

— Você consegue fazer melhor que isso. — Alícia me criticou.

— Então o segredo das discussões de você é o treino na frente do espelho? — zombei.

— Não existem segredos para discussões, minha amada flor vermelha. — Alícia sorriu, como quem conta um boato proibido — Lidar com discussões é um dom! Como eu posso explicar pra você? Lindsay, por exemplo! Ninguém consegue passar ela pra trás em termos de vendas e pechinchas, mas numa discussão ela vai ficar nervosa, os olhos vão lacrimejar e ela vai se perder em palavras…

— Albus perde a paciência e sai, deixando a pessoa falando sozinha. — Jared completou. — Ele intimida todo mundo, mas não tem paciência pra isso.

— Drew se ira rápido e se ele se achar certo, vai descer a pancada. — Alícia continuou.

— Comigo e Alícia é diferente. — Jared deu de ombros.

— Nós vamos te avaliar dos pés à cabeça e captar seu ponto fraco. — Alícia ensinou — Se não te conhecermos, talvez você tenha chance de ganhar em argumentos. Mas se conhecemos você, pegaremos algo pra machucar seu ego e ferir seu orgulho.

— Quando lidamos com Esther Flint, gostamos de citar o fato de que ela é a sua sombra. Não percebeu como ela ficou atordoada quando brincamos que ela é obcecada por você? — Jared riu ao se lembrar — Com ela, é fácil se utilizar da vontade dela de brilhar de alguma forma.

— Com sua amiguinha Finnigan nós tocamos no ponto da segunda opção. Se notar bem, ela é meio complexada com isso. O pai é um subempregado do ministério, ela é filha do meio, era melhor amiga de uma estrela que namorava o astro do time… — enquanto Alícia falava, eu ia ficando ainda mais assustada com a mente dos dois — Ela é fadada ao segundo lugar. Fale disso e não sobra nervo sobre nervo.

— Até com Wood nós sabemos onde tocar! Oscar é mau-caráter, mas isso o incomoda. Ele é o filho perfeito do astro perfeito. Ser defeituoso e exposto é cruel demais pra ele. — Jared riu — Lembre-o do quanto ele sujo pela traição e vai ver o garoto se transformar!

— Está vendo, Rose? A arte de desestruturar pessoas é mais uma questão de observação do que de treino. Eu e Jared jamais usaremos palavrões, xingamentos e frases prontas. Nós podemos fazer você parecer um idiota usando apenas três palavras! — Alícia disse, levantando três dedos. — “Você. É. Deprimente.” Não há emocional que resista. Mas e quando lidamos com gente desconhecida? Optamos pela boa e velha análise. Se você rói unhas, vamos alfinetar sua desestrutura emocional. Se você fala cuspindo, falaremos sobre sua boca aberta. Se você grita muito, vamos duvidar de seus argumentos. Sempre vamos achar algo em você e sempre saberemos retrucar o que você falar.

— Mas em todos esses anos, nós nunca soubemos lidar com um "cala a boca". — Jared concluiu.

Ao final, eu me sentia extremamente amadora. Se eles não sabiam lidar com um “cala a boca”, eu muito menos. Eu usaria todos aqueles truques quando fosse brigar com Hugo, com certeza. Quem estava dando aula para quem ali? Eu estava me sentindo ridícula. E só então eu percebi o que eles estavam fazendo.

— Isso é realmente incrível e maravilhoso. — me recompus e ralhei com os dois — Vocês tentaram me distrair, não foi? Usaram dos meus inimigos para me distraírem e estou ofendida! — os dois trocaram olhares cúmplices e eu estalei os dedos, pendido atenção — Estou lidando com quem? Anna e Scorpius? Francamente… Estou admirada com o talento de vocês, porém, isso não nos ajuda em nada agora. Se concentrem vocês dois. Não se mata um Wendigo ofendendo sua mãe!

— Você já tentou? — Jared retrucou.

Abri a boca para contra-atacar, mas naquele momento o restante da Máfia irrompeu pela porta do dormitório, gritando animados para o jogo do outro dia e interrompendo nossa aula. Olhei para meu relógio de pulos. Mas já?

— Vocês dois! — chamei Alícia e Jared que já guardavam os materiais — Ainda não terminamos!

— Por hoje? Terminamos sim. — Jared me ignorou.

— Rose, sinto muito, mas com esse pique, nós aceitaremos de bom grado que seremos expulsos. — Alícia justificou por cima dos gritos de Drew que anunciava aos berros que iríamos vencer a Corvinal do jogo de amanhã — Sua aula é tediosa como a de qualquer professor de Hogwarts.

Olhei magoada para os dois, mas ambos já haviam se distraído com as conversas do time. Não quiseram saber de mais nada. Sequer me agradeceram! Mais triste e revoltada do que nunca, fui para o meu dormitório sem despedidas e e dormi pensando que eu era a parte mais dispensável da Máfia Malfoy.

Rose Weasley se ilude de novo e choca 0 pessoas.

 


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Notas finais do capítulo

O que me dizem? Preparados para o primeiro jogo de Quadribol? Corrijo os erros assim que puder.
Beeeijos



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