Living demigod escrita por MaduhSchereave


Capítulo 8
Reclamada




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No caminho vi a organização das filas com as quais eles iam para lá, é tudo tão... Mágico.

Annie e eu encontramos Percy e Liam no meio do caminho, e fomos juntos para o pavilhão.

Pouco antes do jantar, eu e Liam, conversávamos com os filhos de Hermes, sentados, eu num banco na borda da mesa.

Eu realmente amei os filhos de Hermes, bem receptivos. Sempre fui travessa, mas os filhos de Hermes...ganham um troféu. Como fui criada com meus primos e sendo a única menina entre eles sempre gostei de jogar futebol, brincar na terra e arrumar encrenca, então, pode-se dizer que me identifiquei com a prole de Hermes.

Fomos fazer as oferendas e na minha vez, deixei que um pedaço de lasanha caísse (aquilo doeu muito em mim) e fiz um agradecimento silencioso:

"Pai...Quem quer que seja, obrigado. Obrigado por me trazer até esse lugar. Por colocar Percy e Annie no meu caminho e, se nada disso tiver influência sua...Apenas obrigado."

E voltei para meu lugar com a prole de Hermes.

—Hey, relaxe, o primeiro dia é sempre o mais assustador, ou o mais interessante. - Disse Kile.

— Ou ambos. -Completou Katherine.

Os irmãos Shameyer são gêmeos filhos de Hermes, um dos poucos e raros casos de dois semideuses, irmãos tanto pela parte divina, quanto pela mortal.

Katherine de 16 anos, com seus lindos olhos verdes, cabelos castanhos, cortados na altura dos ombros era a mais velha, aparentava ser mais calma que o irmão, porém, apenas na aparência. Possuía sorriso e olhares divertidos, que, pelo o que percebi, são praticamente característicos dos filhos de Hermes.

Kile, o gêmeo mais novo (aparentemente, sete minutos que a irmã adorava lembrar) possuía várias semelhanças com a irmã, e, para cada semelhança, uma diferença.

Ambos também, enfrentaram a minha timidez ao se aproximarem de mim quando sentei na mesa. E aparentemente, ganharam a luta.

— É interessantemente assustador. - falei, fazendo os dois, que estavam de frente pra mim no outro lado da mesa, rirem e eu os acompanhei rindo junto. Liam, sentado ao meu lado, conversava com um garoto que sentava ao lado dele, e ambos olharam para nós tentando entender o motivo das risadas, o que só nos fez rir mais ainda. Logo, estávamos rindo os cinco sem lembrar ou saber o motivo.

Terminamos de jantar e fomos todos para a fogueira.

Sentávamos em um círculo em volta da fogueira, que reluzia em chamas amarelo- claro, refletindo o bom humor dos campistas.

De uma hora para a outra os cantos começaram a diminuir e se fogueiras tivessem expressão, essa provavelmente aparentaria estar surpresa com algo.

Olhei para os lados, e percebi alguns campistas olhando em minha direção.

—Olha pra cima - sussurrou Katherine, que estava sentada do meu lado.

Não, não olhavam pra mim e sim para algo acima de mim. Um Tridente verde azulado (ou azul esverdeado^^) flutuava sobre minha cabeça.

Instintivamente, olhei para Liam, que estava uns 6 campistas a minha esquerda.

E o que vi, foi um símbolo familiar cintilando sobre a sua cabeça, que, mais tarde, descobri ser o símbolo de Hermes.

Quíron me disse o que eu já havia concluído ao ver o tridente, que eu era filha de Poseidon. Mesmo assim, fiquei surpresa...quase em choque, então resolvi dar uma volta e saí da roda, que, diferente de mim, já havia superado o fato de eu ser filha de um dos três grandes e voltado a cantar, e, os que são mais próximos de mim saberiam que eu precisava de alguns minutos sozinha, para pensar.

Andei por um tempo sem rumo, alheia á tudo em minha volta. Talvez por isso me assustei quando uma mão tocou meu ombro.

—Desculpa, não queria te assustar... - Falou um garoto de pele pálida, cabelos e olhos castanhos, deveria ter mais ou menos a minha idade.

—Não, não foi sua culpa- o interrompi- Eu estava pensando, não prestei atenção, eu que te devo desculpas...-falei esperando que ele se apresentasse.

—Nico, Nico di Angelo. - falou me estendendo a mão. Retribuo o cumprimento, dizendo:

—Artemys, Artemys Kunray.

Nós começamos a conversar e a caminhar pelo acampamento. Nico aparentava ser bem reservado, tanto que apenas depois de muita insistência ele falou mais sobre si mesmo, inclusive de quem ele era filho. Hades.

—Tudo bem, entenderei se for se afastar de mim e....

—Porque eu me afastaria de você? - o interrompi.

—Eu sou o filho do rei do mundo inferior e....- falou como se fosse algo realmente comum, que ele ouvia o tempo todo.

— E ainda é Nico di Angelo, o garoto que se importou em como eu me sentia quando fui reclamada e veio atrás de mim quando saí por aí sem rumo nenhum. -o interrompi mais uma vez, acho que nasci pra fazer isso...- Esse pequeno tempo que nos conhecemos me revelou que você é alguém legal, Nico, e uma boa pessoa, não vejo motivo algum para eu me afastar de você. Não me baseio em quem é o seu pai. E sim em quem você é.

— Então...somos... colegas?

— Amigos, eu diria.

Voltamos a andar e a conversar, e Nico, pouco a pouco, foi ficando mais confortável com a minha presença, começou a falar com mais animação.

Estávamos sentados na areia da praia olhando o céu e conversando quando Nico olhou por cima do meu ombro e disse:

—Acho que é pra você. - segui o olhar dele, e meus olhos se depararam com um Pégaso roxo de olhos azuis, que estava segurando algo que não consegui identificar na boca, andando em nossa direção, e parando a uns 10 metros de nós. - Vai lá.

—Vem comigo. - falei levantando

—É melhor você ir sozinha, os animais costumam...não se sentir confortáveis comigo.

—E o que acha de tentar mudar isso? - perguntei, estendo a mão como num convite.

Um convite, que ele aceitou.

Nos aproximávamos do Pégaso, quando ouvi uma voz feminina, dizer:

"O filho de Hades, é confiável? Ele parece ser confiável."

— Sim. - falei em resposta ao (ou a) Pégaso, recebendo um olhar curioso de Nico.

—O que ela disse?

—Ah, você não consegue...

—Não, essa é uma habilidade de Poseidon.

—Ah, ela perguntou se você é confiável...-ele me interrompeu.

—Eu falei que eu devia...

—Me deixe terminar, quem interrompe sou eu, não você- o interrompi, fazendo com que ele risse. Uma risada tão melodiosa e sincera que eu desejei conseguir fazer piadas sempre. Aliás, foi a primeira vez que o vi rir. Ao longo de nossa conversa eu havia visto apenas sorrisos pequenos e tímidos, porém lindos. Acho que, as pessoas mais tristes, possuem os melhores e mais sinceros sorrisos.

—Termine então. - falou, levantando as mãos como quem se rende e me tirando facilmente dos meus pensamentos.

—Ela me perguntou se você é confiável, pois parece ser.

—Mesmo? - perguntou, aparentando surpresa. Em resposta, a Pégaso ficou nas duas patas como se estivesse ofendida e eu a ouvi dizer:

'Não, imagine, eu falei isso porque você parece um boneco loiro de plástico falsificado comprado por 1,99'

Eu ri disso, oh sim, eu ri muito disso, o suficiente, digamos, para que Nico me perguntasse:

— O que? o que ela disse? - Quando eu finalmente consegui parar de rir, repeti exatamente o que ela havia dito.

Ele simplesmente ficou sem reação, o que me fez rir ainda mais, sendo que a Pégaso parecia me acompanhar desta vez.

—Venha. - Falei pegando em sua mão e o puxando comigo. Assim que toquei-a, recebi um choque que percorreu todo o meu corpo, mas era uma sensação boa...muito boa. Soltei a sua mão delicadamente, disfarçando (eu espero) perfeitamente a minha reação e andando até a Pégaso com ele me seguindo.

Nisso reconheci que o que ela mantinha seguro em sua boca era um tridente. Prateado, simples, mas impresionante do mesmo jeito.Sendo que preso nas pontas estava algo que, com um pouco de atenção, percebi ser um colar, o cordão era de algum material escuro, sendo que o pingente tinha o formato parecido com uma gota de água brilhante.

—São para mim? - Eu sei, foi uma pergunta inútil, e olhando agora, soou até estupida, já que a resposta estava obvia, mas foi a única coisa que consegui falar aquele momento.

Subconsciente: Não, são pra ela ficar carregando por aí porque ela gosta mesmo.

Eu: Fica quieta na sua.

Subconsciente: Você é a minha.

Eu: ....Não fez sentido, então fica quieta.

É, eu mesma me zoando, normal.

'Sim, Sua majestade Poseidon mandou que eu lhe entregasse e pediu que eu ficasse perto de você por ele.'— A mesma voz feminina que julguei pertencer ao Pégaso falou. Peguei o colar e perguntei:

—Obrigado...qual o seu nome?

"Meu nome é....'—ela emitiu uma sequência de palavras, em grego, que não prestei atenção por ser enorme, realmente enorme.

—Então...vou te chamar de Felicity, tudo bem? - Falei, tentando fechar o fecho do colar, algo em que sou péssima. Achei que aquele nome combinava com ela.

'Felicity...Gostei.'

Senti duas mãos chegarem até as minhas e fecharem o colar, me transmitindo a mesma sensação de antes, um arrepio que me percorreu dos pés à cabeça.

—Pronto. - ele me falou ao fechar.

—Obrigado- falei olhando brevemente para Nico, e voltando a minha atenção para Felicity e pegando o tridente, esperando disfarçar a minha cara, que eu estou sentindo que parece muito idiota e não faço ideia do porquê.

Subconsciente: Você é muito retardada mesmo... Kkkkkkkk.

Eu: Ah, me diz o porquê então, espertona.

Subconsciente: Você vai descobrir...


Quando peguei o tridente, ele assumiu um brilho turquesa em volta. Ouvi o barulho do mar, que estava próximo a nós, mas eu senti, não sei como, que esse barulho não era dali. Era do fundo do mar. Um vento balançou meus cabelos e eu senti um aconchego, uma paz e um carinho tão grande emanando daquele tridente, como se aquele primeiro toque na arma tivesse sido equivalente á...um abraço, um abraço do meu pai.
Ainda na minha mão, o tridente começou a mudar de forma, espadas, sabres, arco e uma aljava de flechas, diversas armas passaram pelas minhas mãos em questão de segundos. E no final, ela se transformou novamente no tridente.
—Obrigado. -Eu murmurei. E olhei para Felicity
"Querem dar uma volta?!"

—Sim, claro. Nico? Você vem? - Falei montando em Felicity.

—Não, tudo bem, pode ir, vou para o meu chalé, nos vemos amanhã, tudo bem? - ele falou.

Assenti em concordância

—Boa noite.

—Boa noite. Foi um prazer te conhecer. - ele respondeu.

—Idem. - falei apenas, e Felicity levantou voo.

*

Voar...Já imaginei como seria maravilhoso, mas realmente voar? É milhões de vezes melhor que qualquer coisa que eu tenha imaginado.

—Felicity, que tal voar um pouco mais perto da água?!

'Pode deixar.'

Ela falou e logo começou a descer, chegando a tocar as patas na água pouco abaixo de nós.

—Isso é tão legal!

'Aquilo são morangos?'

—São, vamos lá.

Eu e Felicity passamos um bom tempo nos campos comendo morangos e contando histórias uma sobre a vida da outra, apesar de Felicity parecer relutante em se abrir, falando pouco de si mesma e pedindo mais para ouvir sobre mim Até eu me lembrar do toque de recolher.

—Vamos, precisamos ir. Senão, as harpias vão nos engolir. - falei, montando-a e ela levantou voo.

Quando chegamos no chalé 3, entrei e vi algo que provavelmente não estava ali durante a estadia solitária de Percy.

Algo parecido com uma cama, feita de fios, de algo que mão reconheci. Talvez palha, ou...ouro. Tanto faz.

Algo que também me surpreendeu foi o fato de, em cima de uma beliche no canto do quarto, próxima à cama descrita anteriormente, estava a minha bolsa. Eu nem lembrava onde a tinha deixado, acho que no chalé 11, ou na casa grande...Eu realmente não me lembro.

Detalhes a parte, eu estava cansada e fui me deitar na cama onde estava a mochila.

Quando fui coloca-la na cama debaixo, eu encontrei um bilhete, um bloco de notas, com pequenas folhas de papel, brancas com as bordas verde-água, e na primeira página, onde, numa caligrafia bonita e simples, estava escrito:

 

"Isso estava no chalé errado."

 

Apenas isso, uma frase que me fez repensar toda a minha vida, e todas as pessoas que eu conhecia, e, também, outra que nem conhecia muito. Meu pai.

Coloquei a bolsa na cama debaixo e deitei, colocando o bloco de notas em baixo do travesseiro. Quando ouvi:

"Artemys, é verdade? Aquilo sobre as harpias?

—Talvez....- falei e, depois de pensar, por um segundo, em minha mãe, minha nova família, meus novos amigos, e Nico... Eu adormeci com um leve sorriso no meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Felicity é um personagem como Tyson,Doce e fofo mas que pode ser bem maduro ás vezes.



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