Beber, lutar, navegar escrita por HinaYagami


Capítulo 6
Cambridge


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora, sem mais delongas, leiam as notas finais e apreciem a leitura.



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A primeira coisa que pensou ao chegar na universidade fora que ele não sobreviveria àquela vida por conta própria, e que certamente seria trucidado diante de todos aqueles rapazes mais velhos e fortes, animados com a chance de provocar os calouros.

Bem, aquilo ele resolveria depois, quando tivesse terminado de se instalar no seu dormitório e tivesse que enfrentar todos os alunos e professores. Por falar em dormitório, o seu era um cubículo com duas camas e armários, também duas mesas de estudo.

Seu colega de quarto, descobriria depois, era um homem apenas um pouco mais velho que ele próprio, chamado Jordan Parrish. Era um cara legal, de fácil convivência, e com quem poderia se acostumar pelos próximos anos que viveriam juntos.

Tal como esperava, sofreu um pouco na mão dos seus veteranos, que tinham um prazer especial em aprontar com o rapaz, especialmente por ele não ser capaz de manter sua língua quieta, ao que parecia. Mais de uma vez tivera boatos a seu respeito circulando pela faculdade, o pobre Parrish inclusive foi envolvido em um deles, onde alegavam que os dois tinham um caso.

– Lamento por isso, talvez se você mudar de colega de quarto, ou eu ir embora... - começou Stiles, mais de uma vez.

– Estamos juntos nessa Stilinski, não perderei um amigo por boatos idiotas. - dissera dando de ombros, antes de acertar o braço dele. - Vamos, o professor Finstock nos mata se nos atrasarmos.

– Sempre podemos colocar a culpa no Greenberg. - riu o Stilinski baixo antes de juntar seus livros e seguir para o prédio das aulas.

O tempo passava incrivelmente rápido, em um dia ele estava quase vomitando enquanto via seu professor de anatomia humana abrindo um corpo, ele vira alguns de seus colegas saindo para vomitar, o que só aumentou seu enjoo, mas suportou.

No outro dia, ele estava sob a supervisão de um professor suturando ferimentos e fazendo uso de talas para imobilizar fraturas. Aprendera utilizar diversos instrumentos, a usar plantas para preparar os medicamentos quando não tivesse um boticário* acessível.

E qual não fora sua surpresa ao se ver na frente da sua turma, ou o que restara da mesma sendo o orador, dizendo palavras de incentivo àqueles que iriam agora cada qual para seu lar por em prática aquilo que aprenderam, iriam salvar vidas.

– ... Foi muito difícil, achei que o sr. Finstock jamais nos permitiria deixar esse lugar, desculpe professor é a verdade, sei que nos ama, mas precisamos partir. - comentou provocando a risada de alguns de seu grupo. - Muitos de nossos amigos não puderam estar aqui, mas nós persistimos em nosso sonho. - dissera, sentindo um amargo na boca ao dizer tais palavras, ele não persistira em seu sonho de desbravar o mar. - E eu espero sinceramente nunca mais ver vocês na minha vida, especialmente você, Jackson, você é um verdadeiro pé no s...

– Já entendemos, obrigado por dizer algumas palavras, Stiles. - dissera Parrish tapando a boca do amigo e o puxando para trás enquanto todos batiam palmas, ele pôde facilmente notar Jackson estralando os dedos das mãos não muito distante de si. - Você está morto.

Stiles apenas riu, nem mesmo Jackson faria um caso na frente de todas aquelas pessoas, ele não estragaria o próprio dia daquela forma, uma vez que até seus pais estavam presentes. E foi exatamente como imaginara, apenas uma ameaça, mas o rapaz não estaria mais ali quando o louro fosse tentar cumprir a mesma.

Quando chegara ao seu dormitório, trocara suas vestes e pegara suas malas, agora uma maleta o acompanhava, nesta tinham todos os seus instrumentos cirúrgicos que comprara ao longo do curso assim também tinha alguns medicamentos e bandagens. Ele não somente cursara a faculdade como trabalhara ao longo da mesma auxiliando alguns médicos, alguns dos mesmos eram seus professores.

Nem mesmo a passagem de volta para as colônias ele pagara, o navio assim que soube que teria um médico formado em Cambridge a bordo não somente custeara sua passagem, como também lhe ofereceu trabalho ali durante a viagem, uma vez que muitos ilustres passageiros iriam seguir viagem e seria desastroso que algo lhes acontecesse.

– Algo errado doutor? - indagou uma senhora observando o jovem médico, que parecia um tanto distraído em meio a sua consulta, a qual ela reclamara de uma tosse um tanto inconveniente, e também preocupante.

– Oh, me desculpe, não foi nada demais. - ele sorriu enquanto balançava a cabeça e abria os armários, pegando um medicamento e dando a ela. - Tome duas vezes ao dia por duas semanas, depois me venha me visitar novamente. Se não tiver nenhuma mudança ou piorar, venha imediatamente.

– Obrigada doutor, Deus lhe abençoe. - dissera aceitando o remédio e se retirando, logo em seguida o homem se afundara em sua cadeira. Aquele era um dia comum, entediante e cansativo, fora em um dia exatamente como aquele, sete anos atrás, numa tarde quente em que conhecera Derek Hale, o homem que atormentara sua mente e invadira seus sonhos.

Colocando a mão dentro da sua camisa, puxou para fora o colar com o triskelion, aquele que ele jamais tirara, sempre oculto por baixo da camisa, aquele colar que ele levava como um amuleto de sorte naquele mar. Por algum motivo desconhecido...

– Eu só queria que ele estivesse aqui... - comentou suspirando baixo, mas logo negou com a cabeça. Provavelmente aquela altura o pirata sequer lembrava mais de seu rosto ou seu nome, era estúpido pensar nele. A propósito, quem garantia que ele não fora preso pela coroa e executado? Quem garantia que seu próprio irmão não executara a única pessoa por quem ele nutrira algum sentimento, por mais estranho que fosse?

Ouvindo batidas na porta, guardou o colar e arrumou a postura, antes de dizer um "Pode entrar" para quem quer que fosse seu próximo paciente.

–x-

Se por um lado Stiles pensava que Derek o tinha esquecido, o pirata ansiava que o mesmo não o esquecesse. Pegando um pedaço de carne, acariciou as penas de seu falcão de forma distraída antes de alimentar o mesmo, que comeu ferozmente.

– Capitão, está tudo pronto para zarparmos. - dissera Boyd se aproximando do homem, que logo assentiu, sem dar muita atenção ao outro. - Para onde vamos?

– Pegar nossa rota habitual, quem sabe não temos sorte dessa vez? - caminhou até a claraboia com a ave no braço, e logo soltou está para que tomasse voo. - Me avise se ela voltar com algo novo.

– Aye! - dissera antes de se retirar, indo assumir o leme rumo ao seu destino. Ao longe era possível ver a ave do capitão se afastando em busca de suas novas presas.


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Notas finais do capítulo

*boticário: São os nossos atuais farmacêuticos gente, exatamente com a mesma função de produzir medicamentos.

Lamento muito pela demora, foram dias um tanto loucos, mas tentarei normalizar tudo agora.



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