Beber, lutar, navegar escrita por HinaYagami


Capítulo 15
Pode ir falando


Notas iniciais do capítulo

Hello Sweethearts, como vocês estão?
Espero que curtam o novo capítulo, boa leitura n.n



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Não demorou muito para que Stiles encontrasse Isaac, na verdade, bastou parar na frente de uma taberna de onde vinha muito barulho e som de coisas quebrando, pois no instante seguinte um corpo foi jogado contra as portas, parando aos pés de Stiles.

— E se voltar a me cantar, eu te jogo no mar com uma bola de canhão amarrada no pescoço! - disse um rapaz louro furioso, que o doutor reconheceu como o seu amigo. - Stiles, veio se juntar aos marujos? - indagou secando as marcas de sangue das mãos na camisa.

— Eu vim atrás de você, Derek disse que tinha algo a resolver com a família. - comentou desviando do corpo no chão e entrando junto do rapaz. - Você ficou bem irritado com aquele cara, Peter, não é? - indagou, vendo o homem se sentar e puxar uma caneca meio cheia na mesa.

— Peter é velha história, com sorte não  verei novamente aquele idiota por alguns anos. - virando a caneca de uma vez, ele fez um sinal com a mão pedindo mais duas. Aquilo fez Stiles notar que Isaac tinha uma tolerância anormal ao álcool, pois quase sempre o via com uma caneca na mão, e tinha certeza de que não era leite de cabra que ele estava ingerindo.

— Que tal me contar sobre essa velha história? Parece um relacionamento complicado. - comentou antes de pedir para a atendente trazer o prato do dia, ele pegou sua caneca e sorveu o líquido, tinha um gosto amargo e forte, mas teve de admitir que era bom. - Acho que ele não superou a velha história.

Isaac bebericou olhando para a mesa oposta, onde se encontravam Boyd, Johnson e Max, no entanto seu olhar era o de alguém que estava distraído. Stiles estava desistindo de obter uma resposta, ao menos por agora, e já havia começado a comer o prato frio trago quando ouviu o rapaz voltar a falar.

— Eu era pastor. - disse Isaac, fazendo o amigo ficar chocado. - Feche a boca, me deixe continuar.  Meu pai era um alcoólatra, eu quem cuidava da casa e se algo acontecesse de errado ele me agredia.

"Um dia quando eu tinha quinze anos, ele chegou muito bêbado e foi tosar as ovelhas, ele levou a lamparina para os fundos. Não sei bem o que aconteceu, mas acho que ele estava tão bêbado que derrubou a lamparina no chão, o óleo se espalhou pelo feno e logo pelas paredes.

Acordei com o cheiro da fumaça, o fogo já havia se espalhado e começado a atingir a casa, eu sabia que a essa altura tudo que poderia fazer era fugir e tentar me salvar. Sendo assim, me troquei e peguei uma bolsa com as poucas moedas que restaram e sai correndo dali, me afastando o máximo possível. Já viu um incêndio de longe, Stiles? Toda aquela chama era linda, mas desesperadora.

O dinheiro que eu tinha me manteve por alguns dias, mas ninguém ali planejava me dar um serviço descente, eu trabalharia de tudo, doutor, mas jamais permitiria vender a mim mesmo por um pão e copo de água.  Eu passei a morar em um cais não muito diferente daquele que você viu, eu ganhava trocados para ajudar a carregar as cargas, mas deve imaginar que a vida de alguém na rua não é fácil.

Naquele ano as coisas haviam ficado difíceis com a presença dos piratas rondando o lugar e abordando navios, então eu comecei a assaltar pessoas.  Veja bem, fingir estar bêbado ou doente e esbarrar em alguém e rapidamente puxar o saco de moedas não era algo difícil, e aquilo pôde me manter bem, talvez com um ou outro inconveniente com a polícia, mas eu podia lidar com aquilo facilmente.

Naquela noite eu fiquei no cais até mais tarde, eu não estava particularmente interessado em assaltar ninguém, até que eu o vi, usando vestes escuras, porém elegantes, aparentemente desarmado, era um alvo perfeito."

— Você assaltou o Peter?! - o rapaz praticamente gritou, enquanto se erguia empurrando acidentalmente seu prato, derrubando algumas ervilhas na mesa.

— Cala a boca e senta, eu ainda não terminei. - disse o rapaz empurrando o ombro do médico para baixo, a fim de que ele se sentasse. - Sim, eu fui estúpido o suficiente para tentar o assaltar. - disse frisando a palavra.

"Na verdade, eu ainda consegui apanhar sua carteira, mas quando ia fugir, ele passou um braço ao redor do meu pescoço e colocou uma pederneira apontada para a minha cabeça, eu ouvi ele engatilhar a arma e jurei que ele me mataria ali mesmo.

— Olhem só, parece que o filhote está tentando roubar dos mais velhos. - dissera Peter com seu habitual sarcasmo, e aquilo quase me fez querer me soltar para esmurrar o rosto dele, mas tudo que fiz foi me encolher. - Sabe o que fazemos com ladrõezinhos como você? Amarramos no mastro e deixamos no sol para morrer, ou ser devorado por aves, o que vier antes."

— Caramba, como diabos você namorou um cara desse jeito?! - novamente o Stilinski ia ficar de pé, mas Isaac foi mais rápido e voltou a puxá-lo para baixo.

— Isso é coisa da Laura, nós não namoramos. - revirou os olhos, embora suas bochechas estivessem avermelhando, como se o acusassem por mentir. - De todo modo, eu fiz o que achei que fosse me salvar naquele momento, pode achar patético se quiser, mas eu achei mesmo que fosse morrer.

"Eu virei e segurei as vestes dele, enquanto abaixava a cabeça e começava a chorar, me desculpando e dizendo que não queria morrer. Eu estava com medo, mas não era estúpido, e sabia que aquilo não iria simplesmente me salvar. Por este motivo, quando senti ele baixar a arma, dei um soco no queixo dele e fugi, ainda ouvi os disparos atingindo as caixas, mas eu saí ileso.

Alguns dias depois eu estava no cais quando dois homens me capturaram, Boyd e Johnson não são tão gentis, como você deve saber. Eles me levaram amarrado para o navio da Laura, onde fui carinhosamente jogado no convés aos pés de Peter e Derek.

— Eu disse o que faço com ladrõezinhos, filhote, especialmente os espertos como você. - disse Peter cruzando os braços sobre o peito me encarando. - Não serei enganado uma segunda vez.

— Ora, chega de drama Peter, deixe o garoto. - Derek revirou os olhos e, para minha surpresa, se abaixou ao meu lado e me soltou. - Qual seu nome?

— Isaac Lahey, senhor. - eu respondi o encarando, apesar da sua aparente crueldade, sabe que Derek é uma boa pessoa, eu notei aquilo.

— Qualquer um que acerte um belo soco no meu tio é bem vindo na tripulação, o que acha de deixar essa vida para trás? - me propôs, e como você bem sabe, eu não tinha nada que ainda me prendesse ali. Eu tinha perdido minha casa, minha família, eu era um ladrão procurado, então não fazia diferença alguma."

— Peter ia te amarrar em um mastro! Como você pôde ter algo com ele?! - indagou Stiles novamente, bebendo de sua caneca, atento ao outro, pois até ali aquilo não fazia sentido algum.

— Ele quem me ensinou a lutar, fiscalizar um navio, como usar uma espada, digamos que passamos muito tempo juntos e ficamos próximos. - ele observou a porta quando um homem saiu, o sol estava baixo, deveria ser quase cinco. - Vamos voltar doutor, tenho muito trabalho a fazer.

Deixando algumas moedas na mesa, logo os dois rapazes voltaram lado a lado, caminhando pela rua com tanta naturalidade como se fossem amigos de muito tempo atrás. Isaac aproveitou a oportunidade e no caminho ensinou a Stiles como não ter os bolsos esvaziados por garotos com dedos leves.

Ao voltarem ao navio, foi com surpresa que notaram Derek e Peter com martelos e pregos consertando algumas tábuas soltas, Cora parecia estar se esforçando fazendo a limpeza do convés e propositalmente molhando ocasionalmente o irmão e o tio.

— O que ele ainda está fazendo aqui? Achei que ele estivesse com Laura! - dissera Isaac num tom claramente ultrajado, ele esperava que aquela altura o outro já tivesse partido.

— Peter vai ficar conosco, a tripulação de Laura parte amanhã cedo e nós vamos nos apressar para partir amanhã pela noite a fim de a alcançar.  - o capitão respondeu tranquilamente, antes de fitar o rapaz. - Precisamos de toda ajuda possível Isaac, lamento.

— Minha presença lhe incomoda, filhote? Se quiser se retirar, fique a vontade. - comentou Peter sorrindo sarcasticamente, antes de voltar sua atenção ao seu trabalho, com o canto dos olhos, porém, pôde observar o rosto vermelho do rapaz.

— Capitão Hale, permissão para permanecer com a tripulação de Laura. - pediu o rapaz seriamente.

— Não posso abrir mão de ninguém agora Isaac, lamento, vocês dois tem que resolver seus assuntos pessoais, só não quero problemas aqui. - comentou Derek revirando os olhos.

O rapaz bufou irritado, mas logo assentiu e saiu marchando para o convés inferior irritado. Antes que Stiles se retirasse de fininho dali, entretanto, Cora empurrou o esfregão nas suas mãos, um sorriso maligno na face.

— Não vai fugir Stiles, vai me ajudar a limpar aqui. - como sempre, ela não pedia, apenas mandava, parecia que era algo em comum entre aquela família.

— Vou te usar como esfregão, isso sim. - murmurou enfiando o esfregão no balde antes de começar a limpar o chão com desânimo.


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Notas finais do capítulo

Yooo
No próximo capítulo voltamos com a ação nessa expedição da família Hale! Será que conseguirão quebrar a maldição? Será que Stiles irá parar de querer usar os Hale como instrumento de limpeza? Tudo isso e muito mais no próximo capítulo de Beber, Lutar, Navegar xD



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