Imperfeito escrita por Lyn Black


Capítulo 6
Sombras


Notas iniciais do capítulo

Felizmente, voltei mais rápido do que até eu mesma esperava.
Gostaria de agradecer a todos os acompanhamentos, e dizer que eu adoraria conhecer vocês melhor.
Obrigada a LittleStar, que comentou no último capítulo ♥ e a todo que favoritaram a história.
Bem, até agora eu não consegui estabelecer uma média de palavras por capítulo, mas acredito que mais para frente isso aconteça.
Desculpe por qualquer erro gramatical, as vezes eles passam pelas revisões.
Sem mais delongas,
Boa Leitura!!!



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Sombras

Era sete e vinte da manhã e Lilian nunca havia desejado tanto estar na sua cama, embaixo dos cobertores. A cada garfada, a garota soltava um longo bocejo. Fora dormir às quatro da madrugada, ou melhor, seu corpo havia simplesmente despencado em cima do livro naquele horário. Quando o seu relógio apitou as seis e cinquenta, Lily levantou-se com pressa e zonza, o coração acelerado e com uma sensação terrível em seu corpo. Embora tivesse relaxado no banho, sua boca traçava uma linha fina, que sinalizava seu mau-humor.

Felizmente, para Lily pelo menos, pouquíssimas pessoas estavam em pleno sábado tomando café naquele horário. Na verdade, ela era a única que estava sentada na mesa das serpentes. Na Ravenclaw havia umas seis pessoas e ela podia ver Alexia e Eridanus sentados numa das extremidades, ao que parecia travando uma conversa animada. Na mesa dos leões, Verena Rookwood tomava café da manhã ao lado de uma menina que lhe era familiar. Logo reconheceu a caçula Dippet, que conversa timidamente com a morena. Na Hufflepuff, os cabelos castanhos claros de Fortescue se destacavam, e Lily conseguia escutar sua risada de onde estava.

Após engolir a segunda torrada com geleia de amoras, Lily praguejou baixo pela dor de cabeça. As cólicas também estavam a matando, o que a fez decidir que iria imediatamente até a Ala Hospitalar em busca de uma poção para aliviar o que sentia. Ela definitivamente iria criar uma poção que fosse eficiente por mais de uma hora. Começaria a pesquisar sobre isso o quanto antes. Naquele momento, Lily apenas queria um remédio que funcionasse. Nisso os bruxos perdiam de lavada para os trouxas. Uma vez, nas férias, conheceu uma menina trouxa e ficaram amigas. A garota lhe deu umas pílulas milagreiras e Lily adoraria se lembrar do nome delas para comprar. Bem, não era como se pudesse mandar a sua coruja para uma farmácia, primeiro ela teria que arranjar o nome. Como adquirir os comprimidos seria outro problema.

A Potter já estava se preparando para sair. Pegaria a poção imediatamente e, se houvesse tempo iria até o seu dormitório e levaria um livro extra para a aula. Porém, foi surpreendida por uma coruja de penas azuladas que piou alto quando entrou no Grande Salão, chamando a sua atenção. Sorriu para o animal, que deu um rasante antes de pousar pouco delicadamente no seu prato.  Amarrada em sua pata por uma fitinha azul, estava uma carta. Seu nome estava escrito numa letra muito elegante na beirada, e o remetente, vocês já devem ter adivinhado, era a filha de Fleur. A prima mais velha demorara em enviar a resposta. 

Sem se importar com as pessoas ao redor, tratou de desamar a fita apressadamente, e tão logo quanto foi possível rasgou o lacre. Sua expressão se suavizou, e Lily tratou de tirar o pergaminho do envelope e desdobrou a carta. Dentro do envelope, havia também uma foto. Dois jovens loiros rindo. Suas fisionomias eram parecidas. Era engraçado ver Louis Weasley, mesmo em papel, depois de tantos anos.

“Paris, França

2 de outubro de 2024

Lily,

Estou muito bem, obrigada.  Espero que esteja gostando do seu 6º ano em Hogwarts.  Morro de saudades dos meus anos em Beauxbatons! Sinceramente, o que mais me faz falta é o modo irreverente e despreocupado com que eu levava a vida. Lembra-se da vez que eu pintei meu cabelo com aquela tinta azul trouxa? Mamãe teve um treco quando me viu. Graças a Merlin você me arranjou aquele feitiço.

Meu maior problema era Louis. Aliás, encontrei-o semana passada num café e passei a sua mensagem. Você teria um ataque se o visse! Ele falou que tem saudades suas e vou tentar arranjar um modo de encontrarmo-nos todos. Louis está querendo passar uma temporada aqui na França, e provavelmente ficará de dezembro até janeiro. Venha para cá no Natal!

Você ficaria louca com o laboratório de poções. Então está combinado: abriremos um boticário ou na Rue de Lunar ou no Beco Diagonal. Quanto ao artigo e ao estágio:  Pierre Dumas é um velho temperamental e excêntrico, e estou tendo de conter minha língua. O que não passamos para ter o que queremos, não é? Bem, a proposta do Semanário foi uma linda surpresa!

As coisas aqui na França estão bem okay. Ah, Torie também me indicou essa revista numa carta passada. Sei que o Profeta pode ser tendencioso até demais, mas todos os jornais caem para um lado. 

Não acredito que você joga as cartas no fogo, Potter! Bem, não sirvo para ser Giulietta, Lil’s. Quanto a você, não perca a oportunidade de se divertir como se não houvesse amanhã. Como minha avó costumava dizer: Não deixe para outro dia o que você pode fazer agora. Não acho que ela se referia a isso, mas...

De qualquer forma, parabéns pela monitoria. Boa sorte com os alunos mais novos, você vai precisar. Faça sua pose ameaçadora, só assim eles calam a boca. Acredite, eu aprendi isso a duras penas.

Sabe que nunca gostei de seu grupinho. Relaxa, você vai ficar bem. Mas não seja como a nossa família que acha que as pessoas legais estão apenas num quadrado. Oh, eu me recordo do escândalo dos Parkinson. Coitado do menino. Louis teve muita sorte ao ser acolhido por tia Gabrielle. Meus pais foram péssimos ao manda-lo pra longe, mas a maioria tem destino bem pior.

Temos de nos encontrar para eu ver se você também é tão formal na vida real. Estava falando sério quando me mandou “Cumprimentos”?

Mando beijos e abraços,

De sua prima mais legal,

Dominique W. “.

Lily revirou os olhos e deixou uma risada escapar após ler a carta da prima. Dominique e seu jeito espontâneo de se ser. Olhou novamente para a foto trouxa, e observou os traços do primo. Realmente, ele estava muito diferente. Seria maravilhoso passar o Natal fora de Hogwarts, com Domi e quem sabe Louis. Após guardar o papel na mala que carregava, levantou-se e se pôs em direção da Ala Hospitalar.

—--

Ao lá chegar, teve de esperar o que pareceu ser uma eternidade para falar com Madame Pomfrey. A senhora estava bem velha e os boatos diziam que ia começar a treinar uma substituta em breve. Seus olhos não pararam quietos e não se acalmou até ser atendida. Demoraram longos quinze minutos, pois dois garotos do 4º ano haviam chegado um pouco antes dela, cheios de furúnculos e com leves fraturas. Como eles arranjaram aquilo àquela hora da manhã só Merlin sabia. Grifinórios sempre procurando problemas, ela pensou resignada. Quando a senhora de cabelos brancos pode falar com ela, rapidamente providenciou um frasco de um relaxante e, um pouco mais tranquila a Potter seguiu para a sala de poções.

Chegou lá adiantada, e deu com Alexia e Henriette que estavam cada uma num lado da porta, apoiadas na madeira. Deu bom-dia e escutou murmúrios em retorno. Após alguns poucos minutos, os outros chegaram.

A interação entre eles foi muito peculiar. Até retornarem pala a Sala Especializada de Poções, nenhum deles havia imaginado que a simples preparação de uma poção poderia causar tantas dúvidas. Quem eram os outros produtores do Verdan de verdade? Por que eles haviam concordado em fazer aquilo? Quais eram os seus objetivos? Aquilo havia sido mais do que se pareceu?

Poucas palavras foram trocadas entre o grupo. Entraram calados na sala e saíram mudos. Lily Potter no final das contas não gostou tanto assim de Skuld Galbraith. Não havia nada de especial no seu pré-julgamento da professora, apenas não se encantou tanto. E, deu graças a Merlin por cada um ter uma bancada exclusiva. Eridanus e Henriette se prontificaram a responder as perguntar de Galbraith. Não era como se a professora desse muita abertura para conversas. Aquela sala virou naqueles tempos de aula, um campo de treinamento. Repetição até alcançar a perfeição. Pocionismo era um campo individual, no final das contas.

Além do mais, voltar para aquela sala era como uma alerta sobre segredos. O veneno não poderia ser considerado propriamente um, mas se segredo é uma informação restrita a poucos, então estava dentro dos espaços.  E eles sempre vêm à tona, uma hora ou outra. As paredes de Hogwarts têm ouvidos, não é verdade? E, embora naquele momento de animação eles tenham querido repetir a dose, todos ali tinham certos receios e temores que os faziam pensar duas vezes antes de deixar as palavras escaparem.

Mas não pensem que alguém ali fez o Veneno Verdan com a intenção de realmente envenenar alguém. São seres humanos. E são cautelosos. Somos feitos de boas a más-interpretações, não somos?

—--

Risadas e cabelos espalhados pelas poltronas. A menina se desfizera das pesadas capas e um rígido síria que a sua gravata estava afrouxada. A nossa protagonista estava sentada no chão, com um livro apoiado no seu colo. Um comentário era solto de quando em quando por Alexander ou mesmo pelo soturno Scorpius que fazia Lily cair em risos. Estava de bom-humor e parecia uma chama de fogo, vivo e brilhante, no salão frio da Slytherin. Mexia com as mãos sem parar, mania que nunca conseguia abandonar e, duvidava que um dia fosse conseguir. Numa poltrona estava Caledônia, com seus cabelos escuros soltos beirando os ombros. Seus olhos azuis observadores faziam contraste com o sorriso natural. Noutro sofá estava sentada Michelle e não participando da interação pouco usual entre aquelas pessoas, nas proximidades estava um garoto de rosto alongado, que Lily costumava cumprimentar, chamado Hélio Wald.

Era quarta-feira e pelas “janelas” podia-se ver que já estava tarde. Embora do lado externo daquela parte das masmorras houvesse uma iluminação que permitia uma visualização do Lago Negro, não era possível ver muito mais ao longe. Entrementes, não devia passar das cinco.

Lily saíra da aula de Transfiguração feliz em relação aos elogios do professor sobre o seu trabalho. Potter gostava de impressionar. Às vezes superamos as expectativas para nossa própria satisfação, outras para quebrar os olhares prepotentes alheios. Ou mesmo às vezes impressionamos sem a própria intenção de fazê-lo. Aquela era um desses casos, o que a deixava ainda mais feliz.  

Michelle se tornara sua companhia mais comum após se separar do antigo grupo. Elas conversavam sobre tudo que havia de geral, pouco específico. Andar juntas se tornou hábito. Ao cruzarem com o Malfoy, ele juntou-se a elas, uma vez que também seguia para a Slytherin. Foi Lily quem acenou para a Rosier e Scorpius tratou de arrastar Zabini ao vê-lo. Não sabiam como e nem lhes interessava se havia um motivo para estarem batendo papo no Salão Comunal mais impessoal da escola. Nem o porquê de coisas pessoais estarem em pauta.

— Vamos lá, Rosier. Todo mundo sabe você era afim do Potter no quarto ano. – disse Alexander, rindo da reação minimamente exagerada de Caledônia. Ela revirou os olhos e jogou uma almofada nele. Lily sorriu marota e olhou sugestivamente para a menina.

— Então alguém queria se tornar minha cunhada? – Lily fez cara de surpresa e levou a mão na boca, piscando um olho para os outros enquanto fazia cena. – Não me diga que ainda quer, Caledônia. Devo salvar esperanças para tal?

A menina fechou a cara e ajeitou-se na poltrona. Pegou os cabelos e prendeu-os num coque bem estranho por sinal enquanto era observada pelos outros.

— Não quero lhe ofender, Lily, mas ninguém merece um Potter. Principalmente se for o seu irmão, James. – Lily deu de ombros e sorriu, nem um pouco ofendida.

— Eu sei, sou boa demais para os outros. James é insuportável na maior parte do tempo, compreendo. – balançou os cabelos que pareciam mais arruivados enquanto esticava as pernas no tapete.

Depois de mais palavras soltas, as pessoas passaram a travar diálogos paralelos. Zabini e Malfoy começaram a discutir sobre quadribol e Michelle e Rosier ficaram falando sobre as previsões astrológicas da semana. Lily até tentou abrir o livro algumas vezes, mas foi em vão. Sua mente não se prendia em nada a não ser em sua família.

Ela cruzava com Albus de vez em quando, afinal ele era do ano seguinte. A cópia do pai fazia questão de ignorá-la quando estava acompanhado. Adivinhem o que iria fazer da vida? Auror. O orgulho dos Potter. E dos Weasley. Eles eram tão ligados quando menores. Ele a protegia de tudo e de todos. Ela sempre quisera ter os globos verdes que nem os dele. Fora ilusão toda a relação ou eles dois contribuíram para o esquecimento da mesma? Pensar em seu irmão mais velho era doloroso. Mas ela o achava uma pessoa vaga demais. Que se levava pelas correntezas.

Isso a fazia pensar sobre os outros primos que ainda estavam andando por aqueles corredores. Cruzara ainda naquela semana com os filhos de Ronald e Hermione. Aliás, Hugo era de seu ano. Fazia algumas aulas com ele, é verdade. Sempre desleixado, sentado no fundo, com um sorriso de canto no rosto. Maldade da parte dela o achar muito devagar? Jogava quadribol, o garoto. Lily tinha um pouco de pena. Ela costumava admirar Hermione, a mãe dele e de Rose. Mas após tantos olhares tortos quando cruzava com os tios (se esforçara para reduzir o número de vezes), ela deixou-os de lado.

Na verdade, ela ficara sabendo sobre uma crise familiar entre os Granger-Weasley na terça. Rose Weasley, como sempre, também estava na biblioteca. Elas não se falavam, embora ficassem horas confinadas no mesmo espaço. De vez em quando se esbarravam nas prateleiras e faziam o possível para serem educadas, mas não passava disto. Ainda assim, Lily via o quão estressada a outra flor estava.

Ouvira de Scorpius (mas ela não tinha muita certeza se fora dele mesmo), que a grifinória desejava entrar para a UBI, a União Bruxa Internacional. A pressão dos pais deveria estar insuportável, ela imaginava. Hugo Weasley viera tirar satisfações com Rose, culpa-la. E, acabara se exaltando antes de Madame Evan o expulsar da biblioteca. “Papai e mamãe estão assim por sua culpa, Rose, e se eles se separarem saiba que você é a responsável”. Os Weasley nunca foram um exemplo de família, ela sabia. Coitada da Rose, Lily chegou a pensar, mas se lembrou de que a outra flor era de plástico. E não merecia pena. Nenhum deles merecia. A Potter dava para eles apenas o que ela sabia dar: indiferença.

Lily faz parte da última leva de netos dos Weasley, então ela não tinha mais que ver todos os outros. E, por incrível que pareça, mesmo que James estivesse em Hogwarts, parecia que Nicole Wood estava dando trabalho o suficiente para que ele não a importunasse. Sem shows para os estudantes. Sem matérias nas revistas de fofoca. Sem arrependimentos por palavras ditas em meio a discussões. Ora, vocês devem saber que Lilian Potter é um ser humano. E, como um ser desta natureza, ela não é perfeita.

—--

Quando Lily estava a vários metros do Salão Principal acompanhada de Zabini e de Rosier (haviam ficado prontos ao mesmo tempo, ou melhor dizendo, estavam todos atrasados e assim decidiram que seria melhor entrarem juntos), começou a escutar uma barulheira incomum. É verdade que um burburinho constante é mais do que normal, mas havia vozes exaltadas e parecia que a diretora estava tentando falar.

Potter empurrou a porta que estava encostada e entrou seguida dos outros dois. Os alunos estavam bem agitados e ela viu pela sua visão periférica Verena Rookwood e Henriette Fortescue num canto do salão, falando baixo com a professora de poções.

Alguns alunos mais velhos estavam discutindo e os mais novos pareciam perdidos, preocupados. Os professores pareciam estar aguardando o melhor momento para se tomar uma iniciativa.

Caledônia se aproximou:

— O que está acontecendo?

Lily a olhou confusa. A Diretora Mcgonnagal tentava em vão acalmar os estudantes que pareciam fora de controle. A senhora tinha uma autoridade tremenda sob os alunos, mas parecia buscar um ponto de equilíbrio inexistente na situação.

— Não sei mais do que você, Caledônia.

Elas avançaram um pouco pela vasta extensão do Salão Principal, seguindo Alexander que se apressara em direção da mesa de Slytherin, as deixando para trás. Quase todos os lugares estavam cheios e Lily sentou-se no primeiro lugar que visualizou. O espaço estava entre Falk e Parkinson, que mantinham uma distância, separando dois grupos. Michelle estava tentando dialogar com um estranho secundarista (ser Monitora da Casa tinha vários pontos negativos) e apenas sobrou Kabir para lhe fornecer informações, já que Rosier foi se sentar com alunos de seu ano, bem longe. Em sua frente havia uns garotos mais novos, que mais comiam do que qualquer outra coisa.  

— O que aconteceu, Falk? –perguntou, tentando conter quaisquer vestígios de ansiedade e curiosidade.

— Parece que a Deschanel foi encontrada perto do Lago Negro, morta. – Lily arregalou os olhos e uma expressão cética se formou em seu rosto.

— Como assim?

Aisha, que escutava a conversava, entrou voluntariamente na mesma.

— Ela não está morta, sabe, mesmo. Escutei que está em situação de grave risco. Mas ninguém tem ideia do que aconteceu.

Lily olhou ao redor, a mente trabalhando a todo o vapor. Ela vasculhou o Salão em busca de uma ideia, uma resposta, quando viu que Rookwood, Fortescue e a Professora Galbraith não estavam mais lá. Sem tirar os olhos dos alunos que comentavam o caso repentino, perguntou:

— Quem a encontrou, Nott?

Aisha mexeu as mãos, agitada.

— A história está muito mal contada, Lil- A Nott se interrompeu, percebendo como estava se dirigindo a outra. - Potter. Estão dizendo que foi uma grifinória.

Kabir pegou a taça banhada a prata e bebeu o seu conteúdo.

— Para ser mais exato, Verena Rookwood. Aquela garota... – Kabir levantou os olhos e buscou a menina nomeada na mesa da Gryffindor. – Bem, pelo visto ela não está aqui. Suspeito, não acham? – O Falk sorriu sinistramente, mas em seus olhos o vazio se aprofundou. Lily lançou um gélido olhar na direção do garoto. Não o respondeu.

As coisas funcionam assim, não é? Lily conseguiu a tal informação: Alexia foi encontrada por sabe-se lá quem talvez morta. A Potter pode apostar na dupla que viu por um vislumbre, mas o que isso significa? Será que Alexia cometeu suicídio? Ou quem sabe tenha sido assassinada? O ano começara de forma peculiar, mas ela nunca esperara um solavanco como esse. Ela tivera com a menina ainda naquela semana. Atravessaram alguns corredores juntas, conversando tranquilamente, bem se lembrava.

Lily é uma pessoa até que desconfiada. No momento, a protagonista está atordoada. Deschanel é sua amiga, no final das contas. E, mesmo não a conhecendo tão bem, Lily acredita que Alexia tinha grandes planos para o seu futuro. Ela até conhece um pouco da família da garota. Passou algumas semanas ao lado dela e da mãe, a Sra. Rockenbach (Deschanel), na casa de veraneio de Alexia. Por que aquilo ocorreu?

Lilian Potter não tem ideia. A única coisa que esse lírio sabe é que existe algo de estranho naquilo tudo. Não é factual. É um sentimento. Ela observa o vice-diretor, Filius, conseguir finalmente acalmar o corpo estudantil. A diretora se retirou, ela nota. Ele faz um discurso onde fornece escassas informações. Afirma que a Srta. Deschanel ainda vive e que Hogwarts continua a ser um lugar seguro. Realmente seguro, não? O histórico contradiz a fala que perpassa gerações.

Luna engoliu o que encontrou pela frente o mais rápido que conseguiu. Vocês acreditam em pressentimentos? Se não, saibam que Lily também não colocava crença neles. Porém, ela se sentiu impelida a ir até a Ala Hospitalar o quanto antes. Não era a compaixão e a preocupação pela amiga que a movia. Ela apenas tinha essa vontade de ir lá. Apenas para se certificar de que esse negrume que sentia dentro de si não tinha justificativa plausível.

Ora, ora, Lily, se eu fosse você, eu teria mais cuidado. Você sabe como ser discreta, mas em relação ao que lhe aguarda, seja sombra. Nossa estimada Deschanel sempre soube como se mover. E, se ela pudesse lhe falar algo, acho que seria exatamente isto:

Tornar-se a fumaça que as mãos não conseguem segurar. 


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Notas finais do capítulo

Olá de novo, leitores queridos!
Então, o que acharam do capítulo? Todos as peças serão importantes para o quebra-cabeça que estou montando.
Espero que tenham gostado dele,
Bjs
Lyn Black



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