Imperfeito escrita por Lyn Black


Capítulo 12
Primeiro Ato


Notas iniciais do capítulo

Faz tempo, mas cá estou.
Pequeno? Sim.
Mas tamanho nunca foi documento.
Esse é um estilo diferente dentro da história....
E a importância de cinco palavras pode ser maior do que duzentas.
Mandei os erros ortográficos para longe, caso encontrem algum fugido, me avisem, okay?
Espero que se surpreendam.
Boa Leitura!



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Primeiro Ato

 

A mesa escura era imponente, com pernas esculpidas, madeira polida e detalhes aqui e acolá que a caracterizavam. Ela era feita para exatos vinte lugares ao corredor e dois à cabeceira. As cadeiras eram feitas da mesma madeira da mesa, mas tinham um estofado em preto, e pernas e braços tão pomposos quanto possível, na medida certa para não passar por exagero, mas também não passar despercebido. A iluminação branca estava reduzida, o que trazia um ar de profundidade para o ambiente. O lustre havia sido substituído por luzes artificiais, algo sobre risco de incêndio ou tal. Diante da mesa havia um majestoso pórtico, portas tão altas quanto elegantes, velhas, mas conservadas. Seria fácil imaginar homens e mulheres vestidos em ternos sóbrios, discutindo intelectualmente.

Conspiradores, não ocultemos as suas existências, pois eles sempre estão por aí, lançando as mais sórdidas teorias – e muito aclamadas pelo público, aliás. – poderiam criar as mais incríveis histórias só de olhar para o grande salão, gabinete. Eles com certeza confabulariam sobre o símbolo pregado ao fundo da sala, em prata e ouro mágicos. Entretanto, eles ficariam estagnados diante do que veriam naquele momento caso estivessem presentes.

Os magnatas misteriosos, todos conheciam o símbolo dos Selwyn naquele anel que duas mulheres e um homem carregavam em suas mãos, estavam lá, mas quem conspira diria que já sabia, nunca duvidara das extensões dos poderes do clã. Também havia uma mulher de cabelos extremamente loiros, quase brancos, a matriarca da maior família de pocionistas da Europa, fato curioso, mas não o suficiente para levar o público à loucura. Contudo não era, sentada a esquerda de uma das cabeceiras, a Sra. Malfoy, em sua esnobe pose?  E, pasmem todos, desmaiem os mais otimistas e crentes, aquele homem de cabelos ruivos não seria um Weasley, integrante da nova família em ascensão no mundo bruxo?

Aquilo era deveras interessante.

Porém, o que mais surpreenderia a qualquer um, é como interagia a elite, a classe A. Havia gritos furiosos sendo proferidos de um canto ao outro, ninguém estava se poupando naquela noite de outono. Todos sempre alinhados, educados, exemplos. A imagem construída através dos anos poderia ser destruída com um registro. Mas eles eram precavidos, poderosos e sabiam todas as ações possíveis de opositores. Nada que não se saiba disso, mesmo que apenas no fundo.

— Basta! – uma mulher e um homem, mãe e filho eu diria, mas depois me desculparia pela falta de percepção, falaram sincronizados, as suas potentes vozes sobrepondo todos os ruídos. Cada um em uma cabeceira, grandiosos em seus mantos bruxos, suas condecorações estampadas na arrogância e no próprio jeito de olhar.

Todos congelaram e tornaram a sentar, ocupando os lugares reservados para cada um. Foi possível escutar um resmungo, um velho que segundo fontes confiáveis estava sendo analisado como possível integrante a ser eliminado do alto escalão, sobre seu desvantajoso lugar. O silêncio foi a nova voz da austera saleta.

Os mais importantes, aparentemente aqueles nas cabeceiras, que haviam se levantado ao dar a ordem de sepulcro, voltaram a ocupar seus lugares após todos se reacomodarem. Em uma das pontas, estava o homem, não mais que cinquenta anos, nem menos de trinta e cinco. Usava longos trajes arroxeados – não era o roxo a cor da realeza, por acaso? – e tinha uma capa presa por um medalhão que carregava o símbolo das luas. Tinha traços duros e frios e seus olhos eram quase pedras de gelo.

Na outra ponta, uma senhora descansava suas mãos na mesa. Dedos longos, anéis em quase todos. Os cabelos prateados, grisalhos diriam, estavam soltos e eram verdadeiramente longos. Vestia um manto em magenta, adornado por detalhes em ouro. Seus olhos transmitiam o nada, o grande oculto. Sobre a sua cabeça, um chapéu pontudo, típico das Bruxas de Salém. Ela era a grande personificação da bruxa, da feiticeira. Conhecedora, temida e reverenciada. Naquela mesa, com apenas um olhar era perceptível sua soberania.

— Todos os senhores e senhoras presentes deveriam se envergonhar. – falou com voz de aço, a senhora. – Se um dia meus antepassados soubessem do fim que suas ideias levariam, nunca as teriam posto em prática. Seus gritos enfurecidos não me comovem. Muito menos seus olhares desolados.

Ela olhou para o seu paralelo, que assentiu antes de tomar a fala, mas ninguém percebeu da comunicação silenciosa entre os dois.

 - Escutaremos um por um, todavia os deixo cientes que está em nosso direito dar fim a cada discurso enfadonho e irrelevante que prevejo que será declamado. – a voz grave tomou conta do lugar com potência e precisão.

Uma voz suave, treinada para aparentar doce e traduzir as mais horrendas torturas se pronunciou. Todos os olhares se viraram para o rosto da nova integrante que surgira naquela noite, com seus papéis em runas tão antigas que apenas a outra a presidir a mesa poderia ler. Ninguém a conhecia e ela não se esforçara em total para ser sociável, fazer alianças, dar algo a se esperar. Poucos foram os que notaram o olhar mordaz, mas ainda sim cuidadoso, que Max Deschanel, o homem na cabeceira, lançou para Vivianne Wildgeon.

Oh! Então é aí que ela está, os alunos de Hogwarts pensariam, e ficariam ainda mais confusos, perdidos. Eles facilmente reconheceriam a reclusa e pouco aberta mestra, pelo menos para a maioria, levantar-se da cadeira sem qualquer tipo de decoro, mas ainda sim envolta por uma aureola de poder.

— Vejo que O Anel não é mais o mesmo. Não foi fácil percebê-lo, os antigos chefes da minha família apenas fecharam os olhos e tamparam os ouvidos para a decrépita realidade. Temo que tenhamos de tratar de nossas pendências em outra hora, Despina. – falou com seriedade, o olhar cravado na senhora que chefiava a mesa.

Movido por uma dose de impulso que a maioria julga sempre ser insensata, Deschanel fez um floreio com a varinha, trancando as portas.

— Srta. Wildgeon, eu receio que a senhorita não vá a lugar algum nesse momento.

Vivianne arqueou a sobrancelha, abriu a pasta que segurava rente ao corpo e jogou alguns pergaminhos na mesa que foram rapidamente recolhidos com um movimento de mão da senhora.

— Contate-me para mais informações, Despina. Sabe onde poderá me encontrar. Meu tempo aqui está encerrado. Com as suas licenças.

Ela caminhou por toda a extensão da mesa acompanhada por vinte pares de olhos. Antes de destrancar a porta com um piscar de olhos, o que gerou um sorriso de canto na sua antiga mestra, observou o conjunto que se apresentava ali. Ela notou que havia um lugar meio esquecido, vago. Uma plaquinha dourada continha um nome. De certo a pessoa tivera algum incidente e não chegara a tempo para o encontro. Esforçou a vista antes de fechar por completo a porta e conseguiu, enfim, focalizar o nome:

Harry James Potter.         


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