Queria que tudo fosse um sonho,melhor,pesadelo. Que eu acordaria na minha cama e pensasse no fato de que o aniversário de Sofia está chegando e eu não planejei nada, mas não eu estava aqui numa cama de hospital com o corpo dolorido e como se eu não dormisse a dias.

Estava meio atordoada tentando entender como vim parar aqui.

Lembro-me de Sofia caída no chão.

No momento de pavor tento me levantar mais meu corpo dói e coloco a mão na barriga.

Arregalo os olhos. Onde estava uma barriga enorme de sete meses agora era um inchaço que sairia aos poucos.

A Artemis entre no quarto e pergunto.

– cade mais bebês? Cade Sofia?- pergunto desesperada.

– calma. Como eu tinha dito para você na sua última consulta se você sofresse fortes emoções, quem sofreria era os bebês ....

– como assim? - a interrompo.

– tivemos que fazer o parto. Os bebês estão na encubadora, vai fazer uns exames.

Suspiro aliviada.

– e Sofia?- pergunto.

– ela chegou junto um você,não vou mentir,os batimentos cardíacos estão fracos e está com um braço quebrado,fazemos uns exames para ver se ela sofreu lesão interna. Ela não acordou ainda e não sabemos quando isso vai acontecer.

Fecho os olhos e respiro profundamente.

Culpa dela. Ela fez isso com meu bebê. Como ela teve coragem de machucar uma criança indefesa?

Que ódio. Sinto lágrimas escorem pelo rosto.

–posso vê -lá? - pergunto.

– ainda não. - ela diz.

Percy entra com tudo no quarto me assustando.

– você não pode entrar assim.- Ela o repreende.

– eu precisava vê -lá.

– cinco minutos.- Artemis sai e Percy se aproxima.

– oi,amor. - ele sorri para mim.

– oi.- sorrio também.

Ele beija minha testa e se senta na beirada da cama de hospital.

– você viu os trigêmeos?- pergunto segurando a sua não.

–sim.- diz sorrindo.- são lindos,depois você poderá vê-los. Mas vou dizer uma coisinha, todos eles tem o cabelo do pai. Bom,menos o Guilherme.

Bufo.

– espero que seja só os cabelos. Não carreguei esse tempo todo para ser a cópia do pai.

Ele ri e me da um selinho.

– Alexandra tem seus olhos.- ele diz e eu abro um enorme sorriso.

–mas e Sofia?- pergunto.

– ela chegou muito machucada,ainda não acordou.- ele suspira.- ela é muito pequena.

Afirmo com a cabeça sentindo as lagrimas caírem.

– ela não vai morrer né?- pergunto chorando.

– não meu amor.- ele acaricia meu rosto.- ela vai acordar e ficar com a gente,ela e seus irmãos.

– eu estou com medo.- sussurro.

Ele me beija,segurando meu rosto com as mãos.

– nada vai acontecer,eu prometo.- ele diz quando nos separamos.

Ele me da outro beijo só que mais longo.

– hurrun. - separamos e olhamos Thalia. - oi.

– como entrou aqui? Não pode. - Percy faz uma careta.

– do mesmo jeito que você.

–Credo, aqui não tem segurança não? Se um assassino vir aqui e tentar me matar vai conseguir?- olho para Thalia de cara feia e depois abro um sorriso.- vem me dar um abraço!

Ela ri e me abraça forte.- que bom que está bem.

Sorrio para ela e aperto a mão de Percy.

– quero está boa logo para ver meus bebês. - falo.

***

Encaro Sofia com os olhos cheios d'agua,estava na cadeira de rodas,mesmo eu falando que conseguia andar. Me aproximo e toco seu rosto todo machucado.

– minha bebê. - passo a mão no seus cortes no rosto querendo que eles passassem para mim,não gosto de ver minha filha assim,seu braço estava enfaixado,os cortes estavam cicatrizando e nada dela acordar.

Se passou três dias e o medico diz que ela pode ter entrado em coma o que me fez ficar mais triste ainda, eu não quero perder minha filha.

Dou um beijo em sua testa e saio do quarto deixo Percy entrar.

E como faço depois de ver Sofia desde ontem vou ver meus outros bebês que estão na encubadora.

Eles eram perfeitos,tão pequenos.

– oi meus amores.- sorrio encarando meus bebes.

Guilherme era o único que está acordado e me encarava.

Ele tinha meus cabelos, um pouco mais escuros,e os olhos do pai. A pele branca como a minha,meu queixo,nariz do Percy e a boca dele também.

Alexandra era uma cópia minha só muda a cor dos cabelos.

Já Logan era idêntico ao irmão, Guilherme, muda a cor do cabelo e o fato dele ter bem mais do que Guilherme.

Mas,eles ainda são muito pequenos não da para saber direito, eles mudam muito com o tempo. Igual Sofia e Sophie, uma mistura perfeita de mim e Percy,Sofia com o tempo os seus cabelos loiros foi escurecendo, hoje ele é um loiro mais escuro, quando estiver na adolescência provavelmente vai está com o cabelo do pai.

Depois de um tempo babando nos meus trigêmeos saio e volto para o meu quarto. Eu teria alta amanhã.

– isso é para você. - Percy diz entrando. - estava perto de Sofia quando a encontramos.

Pego o papel e o desdobro encarando as letras que sabia perfeitamente que era de Rachel.

"Espero que tenha sofrido muito vendo sua filha neste estado,pois isso é só uma amostra do que posso fazer então toma muito cuidado. Sabe,foi muito divertido brincar com sua filha, ouvir ela gritando, chamando pela mãe,sem sucesso,machucar ela, bater,descontar toda a minha raiva e espero que não sobreviva a tudo que lhe fiz, tadinha sofreu muito por SUA culpa, passou fome,cede e cada vez que chorava eu batia mais ainda. haha,foi muito, muito divertido e vai ser mais ainda com os seus trigêmeos"

encaro o papel chorando,como pode? Sofia não tinha nada haver com isso. Minha filha,coitada ela sofreu muito nesses dois meses.

O que eu fiz para ter esse monstro na minha vida? Como pude já ser amiga dela? Ela quase matou minha bebê,ela é tão pequena com seus bracinhos gordinhos,bochechas gorduchas e boas de morder, perninhas pequenas e um sorrisinho banguela mais lindo que eu já vi,como pode ela fazer algo a alguém que é tão dependente de alguém, fofo e ingênuo? Mas não vai ficar assim,ela que não se atreva a aparecer e encostar um dedo nos meus filhos,eu vou me vingar.
Podem considerar Rachel Elizabeth Dare pessoa morta.