Você Me Destruiu escrita por Hyiani


Capítulo 4
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Notas iniciais do capítulo

Nós podemos fingir que ainda é sexta-feira?
Eu realmente me distraí, mas aqui está.
Tem algumas informações que eu queria compartilhar com vocês, mas é melhor nas notas finais.
Beijos e uma boa leitura!



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Eu sou uma pessoa alérgica à várias coisas. Principalmente gatos.
Eu gostava muito de vê-los, mas eles não podiam chegar muito perto.

Um dia enquanto eu pensava em várias coisas ridículas eu me lembrei desse assunto: Alergia.
Cheguei a conclusão de que eu não faço a mínima idéia de porque algumas pessoas tem alergia de determinadas coisas.
Mas eu tenho alguns palpites.

Por que o seu corpo te distanciaria de algo que lhe faz bem?
Essa é a questão. Ele não faz isso.

Sobre pessoas acho que podemos comparar, as pessoas que te fazem mal normalmente você distância por conta própria, isto é, se distanciar. O coração tenta te levar para longe do que faz mal, às vezes não escutamos. Isso é um fato.

-SAKURA, VOCÊ DEVE IR! NÃO QUERO SABER! - minha mãe gritou do seu escritório, logo em seguida ela bateu a porta com toda sua força.
-MAS EU JÁ SEI! SOU MUITO BOA EM MATEMÁTICA! MESMO SE EU NÃO FOSSE, NÃO QUERO! - eu gritei de volta, sou boa em organizar coisas, se eu quisesse seguir a carreira dos meus pais eu teria grande facilidade, mas não é o que eu quero.

Quando eu vi minha mãe abrir aos poucos a porta do seu escritório eu fiquei brava, mas eu só pensava em dar o troco, bati a porta do meu quarto e esperei os próximos berros.

-No mesmo prédio, tem um curso de direito de ótima qualidade. - ela disse calma. - É O NECESSÁRIO PARA VOCÊ REALIZAR SEU SONHO!

Eu abri a porta lentamente, ela encarava minha porta, logo seu olhar foi de encontro ao meu.

-Esse... - eu comecei calmamente, falei pausadamente para dar mais ênfase. - É o seu sonho... Não o meu. - ela arregalou os olhos surpresa, talvez por eu ter coragem de falar aquilo, ou talvez porque ela já soubesse, mas não quisesse acreditar ou escutar. Nós duas batemos a porta com muita força e juntas.

Fiquei olhando pra as paredes pintadas de azul claro e branco. Quase formada na escola. Escolha de faculdades. Mais brigas com a minha mãe...

Desde que eu contei para minha mãe 2 meses atrás sobre eu ter sido aceita na faculdade de medicina que eu queria, sou atormentada a cada 5 minutos com um novo curso que envolva a administração da empresa ou uma faculdade de direito ou cursos voltados para o assunto. Ela age como se eu nunca tivesse dito para ela que eu vou para a faculdade de medicina. Continuei frequentando as consultas com a Dra. Hailey, mas quem realmente falava mais era ela, eu acho que só abri a boca umas 6 vezes durante esses meses para falar algo para ela.

Eu não andei conversando muito com meu pai, mas ele sabe o que está acontecendo. Às vezes eu ainda vou no escritório dele para reclamar ou me refugiar por meros minutos do furacão Mebuki. Como eu vou fazer agora.

Ainda estava de pijama, então me troquei com uma das primeiras roupas que apareceram pela imensa bagunça que é meu guarda-roupas.

Abri a porta de forma um pouco brusca demais, desci as escadas rapidamente, quando estava praticamente na porta escutei ela gritar.

-FALAR COM ELE NÃO VAI ADIANTAR!
-VEREMOS! - gritei em resposta, com deboche em minha voz.

Quando estava do lado de fora pedi ao motorista meu carro, avisei que iria sozinha. Em poucos minutos já estava fora da rua de casa.

Para a minha sorte não estava trânsito. Olhei para o relógio no visor do carro, me tocando de que minha mãe já deveria estar saindo de casa para se certificar de que meu pai não iria falar nada que não fosse de seu agrado.

Cheguei rapidamente a empresa, estacionei o carro na primeira vaga que apareceu, desci com pressa, queria poder falar com ele, nem que fosse só um pouco, antes do furacão chegar.

Quando cheguei na recepção, passei direro pela secretária dele e adentrei a sala, que estava vazia. Regressei alguns passos, antes que eu tivesse chance de falar alguma coisa a secretária dele disse sem me olhar:

-Sala 101... - antes de ela falar mais alguma coisa fui direto para a sala que ela tinha falado.

Era em outro andar, então fui rapidamente para o elevador, quando cheguei no andar, foquei meu olhar na placa que indicava o número da sala. 99... 100... 101! Entrei bruscamente na sala, realmente havia me esquecido de bater.

-Sakura?! - meu pai exclamou supreso, mas nem tanto, acho que ele já esperava aquilo.
-Pai?! - exclamei no mesmo tom que ele.
-Por favor, bata na porta antes de chegar entrando - ele disse com calma.
-Desculpe! - eu disse um pouco envergonhada, foi naquele momento que eu percebi outra pessoa na sala, um garoto alto com roupa social, cabelos e olhos negros, ele me fitava surpreso. Se não me engano seu nome era Sasuke...
-Bom... Se lembra do Sasuke? Filho do meu sócio Fugaku? Ele veio aqui para me pedir alguns conselhos, já que vai cursar faculdade de direito - ele disse me olhando sugestivamente. - Sasuke, se lembra de Sakura? Minha filha? - meu pai disse, Sasuke estendeu sua mão, eu retribui o gesto. - Bom... Sakura? - ele disse se dirigindo a mim. - Estamos aguardando o furacão?

Sasuke se assustou um pouco com o termo utilizado, mas eu logo tratei de explicar.

-Sim. - disse para meu pai. - O furacão é minha mãe Sasuke, fica calmo. - eu disse, o que fez ele se tranquilizar, eu me permiti soltar uma breve risadinha.

Aparentemente eu não tive muitos minutos de vantagem, porque ela chegou quase que no mesmo instante em que eu expliquei para o Sasuke do que se tratava. Ela abriu a porta do mesmo jeito que eu, mas eu me arrisco a dizer que com mais força.

-Já está ficando previsível demais Sakura... - ela disse com um sorriso provocador em seus lábios, seus olhos varreram a sala, pararam por alguns segundos em Sasuke e logo voltaram a me encarar.
-Acho que você tem razão - ela fez cara de confusa. - Da próxima vez vou para outro país. Sabe o que é melhor em qualquer lugar do que ao seu lado? - ela me olhava com raiva. - Acho que é justamente essse fato: você não vai estar ao meu lado. - eu disse retribuindo seu olhar de raiva.
-Sakura você está dando chilique por não querer seguir seu sonho! - ela disse fazendo uma falsa cara de vítima.

Sasuke estava olhando tudo atentamente, tentando filtrar e não perder nada, mas quando ele escutou minha mãe falar aquilo ele redobrou sua atenção.

-SEU SONHO!! - eu gritei para ela, na verdade não era nem a intenção, mas ela realmente tem esse objetivo: me tirar do sério, ela conseguiu.
-Que seja! - ela disse praticamente admitindo que era apenas a vontade dela. - Sou sua mãe e você tem que me obedecer! - falou de forma furiosa.
-Não tenho que obedecer minha mãe. Não se ela é uma desmiolada sem noção de absolutamente nada! - falei recuperando minha calma, e tirando minha mãe do sério.
-Chega de criancices!! Kizashi!! - minha mãe se exaltou e recorreu ao meu pai. Nós duas ficamos olhando para ele.
-Quero ver como resolvem isso sozinhas, olha! Vocês tem plateia! - ele disse indicando Sasuke no canto da sala, apoiado em uma parede só observando.
-Quer saber? Eu vou embora. - eu disse me dirigindo até a porta.
-Como? - minha mãe perguntou me provocando. - Você parou o carro em lugar proibido, ele foi apreendido! - ela disse com um sorriso nos lábios.
-Não era proibido! - eu disse pensando nas mil formas que ela podia ter utilizada para fazer meu carro ser levado.
-Oops! - ela disse fazendo cara de inocente e colocando a mão na boca. Realmente não sei como ela fez isso, mas ela fez, estou sem carro.
-Sua Infeliz, Desgraçada!!!! - eu disse perdendo a noção de como me portar, afinal mesmo sendo horrível ela é minha mãe.
-Sakura Haruno! - gritou pasma, chamando minha atenção.
-Qual é? Viver com você é praticamente a mesma coisa que viver com o Coringa! - falei sem pensar e vi que meu pai dava altas gargalhadas deixando minha mãe mais brava, enquanto Sasuke tentava manter a face séria segurando a risada.

Sasuke...

-Então chame o Batman, porque você não tem mais carro, nem como sair daqui! - falou entrando na minha provocação e devolvendo meu comentário
-Vamos, Batman, Vamos! - falei pegando Sasuke pela mão e puxando ele porta à fora. Ele não contestou e logo começou a rir feito louco.

Ele me levou para o carro dele, enquanto ele gargalhava o caminho todo. Entramos no carro dele e até o momento não havíamos trocado uma palavra.
-Desculpa... - ele me encarou confuso - Eu atrapalhei sua conversa, mas eu prometo que eu falo com o meu pai. E também por te envolver na briga... Batman. Desculpa de verdade. - falei com vergonha da minha atitude infantil, sai do carro e comecei a andar.
-Espera! - ele disse. Eu continuei andando.
-Vou chamar um táxi. Obrigada por me ajudar. - disse me despedindo.
-Arlequina?! Volta aqui! -ele disse em um tom brincalhão.
-Vou ficar marcada com você para sempre não é? - eu disse rindo, ele acenou positivamente e também riu.
-Possivelmente! - ele disse.
-Enfim, obrigada de novo.
-Entra no carro. - Sasuke disse parando de rir, mas ainda com um sorriso nos lábios.
-Por quê? Vai me sequestrar? - falei fingindo espanto.
-Não. Talvez possamos... ir a algum lugar com atração do Batman, parece que você gosta! - falou rindo.
-Nem gosto tanto assim... Mas a gente pode ir pro cinema? - falei me animando.
-Tudo bem. Eu pago. Aí você aproveita e me explica sobre seu rolo com a sua mãe, e me conta um pouco mais sobre onde estou me metendo! - falou com um sorriso no canto dos lábios.
-Seria uma boa. É bem complicado, - falei olhando para o chão. - mas o Coringa pode vir a qualquer momento, então te explico no caminho - falei e Sasuke assentiu, logo nós já estavamos dentro do carro indo em direção ao cinema.

Muitas vezes nos envolvemos em problemas porque andamos com as pessoas erradas.

Sou alérgica a pessoas chatas também.
Pode parecer complicado saber o certo e o errado, mas não é.
Sei que é uma das pessoas certas quando ela me faz bem, mas às vezes nos enganamos.

Levar tudo na razão não é muito bom...
Nem tudo na emoção.

Eu já me meti em confusão por causa desses dois itens. Já soquei pessoas por raiva e me dei muito mal. Já perdi algumas oportunidades achando que tudo daria errado e depois me arrependi.

As alergias à coisas são bem mais simples. Tal coisa te faz mal e ponto.
As alergias a pessoas são mais complicadas, por causa das máscaras e farsas.

Acho que com as pessoas é melhor seguir seu coração mesmo...


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por ler até aqui!
Agradeço por estarem acompanhando, se quiserem deixar suas opiniões, dicas ou críticas, eu adoraria ler e responder todos.

Sobre esse capítulo:
Ele foi o primeiro a ser escrito, era para ele ser o primeiro capítulo da fanfic, mas os planos mudaram.
Este é meu capítulo favorito.
Era para o Sasuke e a Sakura se conhecerem no primeiro capítulo, mas ficava muito fora de contexto.
Quando eu escrevi esse capítulo eu não tinha certeza de que rumo a fic iria tomar.
Agora já tenho quase certeza, mas quem sabe...

Beijos e até o próximo que não tem previsão.



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