Você Me Destruiu escrita por Hyiani


Capítulo 3
Fuga do Mundo Exterior


Notas iniciais do capítulo

Que vergonha!!
Faz muito tempo. Mas se eu não falei antes falo agora, não sou de desistir das coisas no meio do caminho.
Como quem é vivo sempre aparece, cá estou eu.

Desejo uma boa leitura, espero que gostem!



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Quem nunca imaginou o que seria quando crescesse?
Eu não tive bem essa oportunidade, e quando eu tinha, diziam que eu tinha que ser outra coisa.
Já quis ser uma cantora, pintora, atriz, modelo...

Em um dia, minha mãe disse que eu tinha que ser perfeita, custe o que custasse, mas eu não queria ser perfeita. Queria ser a Sakura.
Naquele dia eu decidi que eu definitivamente queria ser uma borboleta e voar em direção ao arco-íris, para um mundo onde eu teria minhas próprias asas com as cores que eu quisesse, ser diferente de todas as outras, ser perfeita do meu jeito, e tudo que custaria era eu ser feliz.

Quando eu fiz 15 anos minha mãe me chamou para conversar e disse todos seus planos para o MEU futuro.

Eu enlouqueci. Pensei nas borboletas. Uma borboleta de asas rosas com detalhes delicados. Eu queria ser ela.

Subi as escadas chorando. Segundo andar. 10 metros. Uma janela. Uma garota decepcionada. Subi no parapeito. Olhei para baixo. Talvez com bastante força de vontade eu conseguisse. Eu pulei. Escutei gritos. Balancei os braços...

Eu não cansegui voar.
Fraturei a perna.
Bati a cabeça na queda.
Desmaiei.
Ganhei um castigo.
Não fui para longe.


-Pai, eu posso ficar aqui, mesmo? - disse olhando para ele, vendo que ele marcava reuniões e mais reuniões.
-Claro! - ele disse me olhando de forma como se aquilo fosse óbvio.
-Eu vou lá pra fora quando ele chegar. - disse sem dar abertura para ele contestar.

Fiquei ajudando meu pai com alguns documentos até que o interfone tocou anunciando que o empresário com quem meu pai tinha uma reunião tinha chegado.

Sai da sala escutando alguns protestos do meu pai, não dei muita atenção e sentei na mesa da secretária. Um homem de longos cabelos negros passou por mim, quando ele estava prestes a abrir a porta, meu pai abre a porta com brutalidade.

-Sakura...
-Vai pra sua reunião. - o homem se vira para mim e arregala os olhos.
-Você pode até me ajudar, não vai atrapalhar, não é Sr. Uchiha?
-Hãnn... Por que a secretária vai para a reunião? - o Sr. Uchiha perguntou.
-Minha filha.
-Prazer famosa, Sakura! - ele disse entendendo um pouco da situação.
-O prazer é todo meu Sr. Uchiha. - eu disse estendendo a mão para que ele apertasse, foi o que ele fez.
-Sakura tenho certeza de que não atrapalharia.
-Prefiro aqui fora.
-Então se for ficar aí, pode ajudar meu filho com alguns papéis? Seu pai me contou que é boa em organizações. - ele disse me animando.
-Com prazer. - eu disse sorrindo.

Ele acenou com a cabeça, meu pai sorriu, os dois entraram na sala do meu pai. Olhei a agenda do meu pai. Atendi alguns telefonemas, agendei novas reuniões. Organizei um pouco da papelada. Até que um garoto que estava sentado do outro lado do corredor veio em minha direção.

-A senhorita pode me ajudar? - ele perguntou chamando minha atenção.
-No que eu poderia te ajudar? - eu disse reparando na semelhança que ele tinha com o senhor Uchiha.
-Vi que tem facilidade em separar documentos. Pode me ajudar e dar algumas dicas? - ele perguntou com o olhar suplicante.
-Tudo bem. - eu disse sorrindo - Você por acaso é filho do Sr. Uchiha?
-Sim. Muito na cara? - ele perguntou levando a mão à nuca.
-Semelhanças. - eu disse sorrindo. - Por que pediu ajuda a uma secretária?
-Todos podemos compartilhar experiências e tratar todos com respeito. - ele disse confuso.
-Gostei de você... - eu disse sugestivamente para que ele se apresentasse.
-Sasuke Uchiha.
-Gostei de você Sasuke.
-Qual seu nome?
-Sakura.
-Sakura!! - escutei meu pai gritando de dentro da sala. - Filha onde estão os relatórios do mês passado?
-Segunda gaveta da direita! - disse gritando para que ele escutasse ainda mantendo contato visual com o garoto à minha frente.
-Obrigado. - ele disse e se silenciou.
-Sakura Haruno? - Sasuke perguntou o que já era óbvio.
-Pois é. Secretaria do Sr. Haruno hoje. A secretária está de folga. - eu disse explicando.
-Entendi.
-Que tipo de documentos são? - disse voltando ao assunto que tinha levado ele ali.

Começamos a separar vários documentos, eu mostrava e Sasuke ia pegando rápido. Até que nossos pais saíram da sala e ficaram nos observando.

-Vamos Sasuke? - o pai dele perguntou quebrando o silêncio incômodo que estava se formando e que eu iria ignorar.
-Sim. - ele respondeu o pai, mas logo se virou para mim. - Vai estar aqui outro dia? Preciso organizar isso em pastas - ele disse sem graça.
-Claro, mas não tenho certeza de quando. - eu disse pegando um pedaço de papel e anotando o meu endereço. Entreguei para ele que sorriu quando leu o que era.
-Não tem problema eu passar?
-Não. A qualquer momento, fique à vontade. - eu disse sorrindo.
-Obrigado, Tchau Sr. Haruno, Srta. Haruno. - ele disse formalmemte.
-Tchau - eu disse acenando e entrando na sala do meu pai e buscando uma pasta velha com algumas fotos antigas de quando eu era pequena que meu pai guardava e eu adorava ver.

Sentei com ele e ficamos olhando as fotos por um tempo, comentando o que cada um lembrava de cada foto. Foi uma mudança repentina de tarefas, mas esse é o meu costume.

Quando estávamos no caminho para casa papai voltou a falar.

-Depois o Sr. Uchiha ligou para agradecer sua ajuda, e disse que você tem talento, que fez muito em tão pouco tempo e fez muito bem! - ele disse olhando a estrada e virando um pouco a cabeça para me olhar melhor, logo voltando sua atenção na estrada com um sorriso no rosto.
-Gosto de fazer isso. Mas não é a área que eu desejo - disse sendo sincera.
-Eu sei. - ele disse ainda com um leve sorriso no rosto. - Gostaria de voltar aqui com mais frequência?
-Claro! - eu disse abrindo um leve sorriso também.
-Pronta para encarar? - percebi que ele estava falando da minha mãe, chegamos em casa mais rápido do que o previsto.
-Nunca - disse respondendo sua pergunta fazendo ele rir, me permiti rir também embora logo de manhã quando ele saísse eu estaria sozinha, desprotegida, perdida e em pouco tempo com algum castigo ridículo.

Adentramos a casa, quando demos de cara com a minha mãe não foi do jeito que eu esperava: Ela nos encarando no ângulo perfeito atrás da porta para vermos ela assim que abrissemos a mesma, encontraríamos ela com cara de brava e as mãos na cintura, ela começaria ali um longo discurso, meu pai iria fugir para o quarto e eu ficaria fingindo que estava escutando.

Na verdade encontramos ela triste, com o semblante cansado, como se tivesse enfrentado uma manada de elefantes.

-Mebuki, o que acon... - meu pai começou a se preocupar assim como eu, mas ela interrompeu ele.
-Pode me deixar à sós com a Sakura? - ela disse sem quebrar o contato visual comigo.
-Claro. - meu pai disse depois de me olhar e eu assentir.

Minha mãe me encarava como se esperasse que eu confessasse algo. Foi nessa hora que todas as coisas do verão passado que ela me pediu vieram a cabeça, inscrições que só seriam descobertas a longo prazo, inscrições que deixei de fazer sem conhecimento público, as roubadas em que me meti e me livrei sem que ela soubesse.

Por que fazer relação com essas coisas? Simples, as únicas vezes que vejo ela assim é quando fiz uma dessas coisas. Algum cursos que são importantes para o futuro que ela quer para mim, ou sei lá. Depois disso não é bem uma briga, é um discurso para me fazer sentir mal que nunca funciona, depois ela pede para brigarmos só no dia seguinte, e vamos para nossos cantos.

-Sakura, a faculdade... Por quê... - assim que ela começou me lembrei. Foi uma faculdade que ela passou uns dois anos reunindo contatos para conseguir que eu tivesse uma chance maior por conta das minhas notas e de toda a influência Haruno, eu só precisava mandar a inscrição e provavelmente seria aceita. Mas eu não fiz isso e por isso eu já interrompi ela.
-Droga, por quê você sempre faz isso?! Comece outro discursos vamos! Pule logo para essa parte! Sayuri isso, Sayuri perfeita, SOU A SAKURA! S-A-K-U-R-A!! Entendeu? - eu disse explodindo e poupando o trabalho dela, não é bem uma relação harmoniosa quando uma grita com a outra todos os dias ao ponto de isso se tronar uma rotina. - Não queria ir para aquela faculdade, fui aceita na que eu queria, se quiser saber. - eu disse subindo as escadas e escutei ela vindo atrás.
-Qual? - ela perguntou, mas não obteve resposta. -Qual Sakura?
-Medicina - eu respondi entrando no meu quarto e trancando a porta. Não sabia porquê tinha contado ou o que me levou a isso, mas foi uma das respostas mais civilizadas que dei à minha mãe nessa semana.


Nós podemos ter asas, se acreditarmos.
Serão asas, mesmo de forma figurada, claro que não irão surgir longas asas e te salvar de uma queda.
Eu não voei aquele dia, não por quê não acreditei.
Talvez não fosse a hora.

Isso é errado, okay?
Não deveria ter me atirado da janela,
Não deveria ter acreditado que conseguiria voar.

Isso é coisa de borboleta,
Criaturas puras, meigas e dóceis.

Não humanos,
Criaturas sem escrúpulos, desonestas e corrompidas.

Talvez eu tenha sido uma borboleta em outra vida? Que fez algo errado e teve suas asas arrancadas?

Será que eram rosas? Minhas asas...


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Notas finais do capítulo

Primeira aparição do Sasuke!
Queria dizer que essa fanfic não será sobre briguinhas e falta de paciência. Tem mistério por trás da história? Tem sim. Tem um propósito nas briguinhas? Tem sim.
Vocês vão descobrir em breve pra falar a verdade.

Espero que tenham gostado, estou adorando ver quantas pessoas estão acompanhando, e os comentários me deixam muito felizes, quero agradecer a todos!

O próximo capítulo já está pronto, acho que posso dizer que até sexta-feira eu posto, mas se houver um imprevisto eu aviso.
Beijos e obrigada!



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