Você Me Destruiu escrita por Hyiani


Capítulo 10
Encarando a Realidade


Notas iniciais do capítulo

Eu poderia começar as minhas explicações citando mil motivos para eu ter me atrasado, mas eu vou começar assim: Vocês já estam comigo tempo o suficiente para saber que eu sou desorganizada com algumas coisas, sou horrível para cumprir prazos, dentre várias outras coisas loucas minhas. Mas a questão é: eu voltei, e com uma surpresa. Vocês podem, ou não, gostar da surpresa.

Bom era para eu ter escrito esse capítulo mês passado, porém...
Enfim, desejo uma boa leitura para vocês, espero que gostem!



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A escola não é muito legal.

Na verdade o problema não está na escola, e sim nas pessoas que a frequentam.

É extremamente desagradável sair de casa cedo para ter que lidar com pessoas: revoltadas, aproveitadoras, mentirosas, deselegantes, espaçosas, mesquinhas e ridículas.

Elas são insuportáveis, não seja uma delas. Tá aí o meu apelo.

Pessoas assim podem acabar estragando o dia de outras pessoas, mesmo que você não acredite nisto, acontece.

Cuidado: o gênero "pessoa desagradável" é bem perigoso.

*

"-Sakura onde você vai depois da escola?" - minha mãe pergunta pelo celular quando eu estou prestes a entrar pelo portal do buraco negro.

-Tenho consulta com a Dra. - eu falo calmamente, minha relação com minha mãe melhorou, mas ela não me deixa parar as visitas ao psicólogo, já não sei se acho isso ruim.

"-Ah! Verdade, tinha esquecido, mas antes da consulta eu queria te levar para um lugar!" - ela fala empolgada.

-"Para um lugar"? - eu falo imitando sua voz, ela solta uma risadinha, mas não comenta mais nada. - Tudo bem.

"-Ótimo! Eu te busco na escola e remarco sua consulta para mais tarde." - ela diz logo depois se despedindo e encerrando a ligação.

Bom, a consulta foi remarcada para mais tarde, mas eu ainda não escapei. Isso é bom ou ruim?

-Sakura! - uma garota de uma série anterior a minha me chama correndo em minha direção. Eu não reconheço ela, mas paro por educação para esperá-la me alcançar.

-Oi... - eu falei dando a deixa para ela dizer o nome dela, porém isso não aconteceu.

-Oi! - ela falou animada e eu percebi um papel em sua mão, me ver encarando o papel lembrou ela do que tinha ido fazer lá. - Ah, verdade, você gostaria de se inscrever em algum clube? Tem o clube de música, de teatro, costura... - ela continuou falando uma variedade imensa de clubes para a qual eu não entraria.

Em toda minha vida escolar eu nunca participei de algum clube, por nenhum motivo em particular, é só que eu não me identifiquei muito com nenhum, e eu teria que passar cerca de uma hora a mais na escola para frequentar o clube, quando eu soube dessa informação eu pulei fora da perspectiva de participar de algum deles. Eu não queria mais tempo de permanência na escola. Mas todo início de semestre é a mesma coisa, várias e várias pessoas questionando se você gostaria de entrar em algum dos clubes do colégio.

-Não, obrigada. - eu falei assim que ela terminou de citar todos os 140 clubes que tinham na escola, detalhe, ela não parou para respirar nenhuma vez. Continuei no meu caminho para a aula.

Pode parecer uma daquelas coisas que você não imagina que existem fora de filmes, mas tem o grupo das patricinhas do último ano, elas maltratam tudo e todos, é incrível. Eu já tive alguns problemas com isso, mas atualmente nos entendemos. Quer dizer elas não olham para a minha cara e eu faço o mesmo para evitar conflitos. E se eu achei que alguma coisa teria mudado, eu me enganei. Fizemos o nosso pequeno ritual de fingir que não estudamos na mesma classe e eu me sentei esperando a aula começar.

O dia passou extremamente tediante, eu fiquei sentada na sala como se eu fosse um cacto, não participei da aula, respondia brevemente perguntas dos meus colegas, e quando estava na hora de ir embora, foi quando lembrei que minha mãe viria me buscar.

-Sakura! - a mesma garota que havia me parado no corredor mais cedo, veio correndo até mim quando eu saí da sala de aula.

-Precisa de algo? - eu falei continuando a andar. Não me virei para trás, pois já sabia quem era, reconheci a voz, mas o nome era totalmente desconhecido para mim, estava com pressa e não me dei ao trabalho de esperá-la novamente.

-Como passou o seu dia? - ela perguntou depois de correr um pouco para me alcançar, eu virei levemente a cabeça para o lado e levantei a sobrancelha. Será que eu conheço essa garota? - Eu não te vi no intervalo, e fiquei pensando se você estava bem e...

-Precisa de algo? - falei pausadamente focando meu olhar na porta de saída. Normalmente eu não julgo as pessoas tão rápido, costuma ser depois de alguns dias de conversa, mas eu não lembro de já ter visto essa garota alguma vez na minha vida, e ela estava enrolando demais, sem responder a minha pergunta, e demonstrando falsa preocupação, eu estava perdendo a paciência.

-Na verdade... preciso. - Nossa, como estou surpresa! Achei que eu teria que apertar um pouco mais até sair, mas ela estava ansiosa e eu estava quase saindo da escola. Ela escolheu não perder mais tempo.

-Me diz o que é, e quanto tempo envolve que eu decido se vou me sujeitar a isso, seja lá o que for. - eu disse passando pelo portão, seu desespero era crescente, então parecia que era algo importante. Mas eu não me via envolvida e continuei a andar.

-Eu preciso que você venha comigo a um lugar! - ela disse parando talvez na esperança de que eu parasse junto, o problema é que eu não sou assim, não sou bondosa ou seja o que for que disseram para essa menina, então continuei andando e logo avistei o carro da minha mãe, não tinha nenhum motorista dentro, imaginei que ela quisesse um programa mãe e filha com privacidade. Fiquei feliz com isso.

-Olha, desculpa, mas eu não te conheço. - eu falei um pouco mais alto para que ela escutasse, sempre seguindo em frente. Ela voltou a correr atrás de mim, percebendo que eu não iria parar, normalmente quando você anda com uma pessoa ao seu lado e ela para, é instintivo você parar junto. Mas eu nem queria estar andando com ela, para começo de conversa.

-É por isso que preciso de ajuda! - ela disse segurando meu braço e me virando para ela. - Sou nova na escola, ninguém me conhece e já me tornei a excluída! Preciso que eles vejam que eu estou com alguém popular para que possamos conversar! - ela falou suplicando, essa idéia ridícula, então é por isso? Eu olhei para sua mão que ela mantinha em meu braço e ao perceber ela me soltou.

-Vou te explicar uma coisa, eu não sou popular. E se você conseguir amigos mostrando que você conhece alguém popular, você não acha que vai ser uma amizade por interesse? - eu falei constatando falhas óbvias no plano estúpido dela.

-Eu sei! Mas eu preciso tentar falar com eles! E você é popular sim, todos conhecem e falam sobre você. - a última parte era novidade para mim, eu quase nunca falava com ninguém. Talvez sejam meus pais, ou meu cabelo, ou o que seja. A questão é que gostam de cuidar da vida dos outros.

-Eu não acredito... - falei dando as costas e caminhando novamente em direção ao carro da minha mãe, a garota parecia que estava à beira das lágrimas. Assim que cheguei em frente a janela do carro, antes que minha mãe dissesse algo eu interrompi. - Mãe, preciso fazer uma coisa, é rápido, eu já venho. - falei e saí andando na direção da garota que eu já não fazia a mínima questão de saber o nome.

-O que você está... - antes que ela terminasse de falar eu comecei a minha breve explicação.

-Eu espero que isso seja MUITO rápido. - falei passando por ela voltando a escola, não foi uma explicação, mas o suficiente para mudar o humor dela.

-Obrigada, Sakura! - ela falou abrindo um sorriso enorme, eu não retribui, mas assenti com a cabeça. - Sério, estou te devendo uma, e...

-Vou cobrar. - interrompi novamente assim que ela disse sobre dever uma. Eu nem havia pensado desse jeito, mas já que ela insiste... - Agora me fale o que você quer que eu faça.

Ela tinha explicações bem detalhadas para o que queria que eu fizesse, que poderia ser resumido a: nos despedirmos como boas amigas na porta da biblioteca, onde os colegas de classe dela estavam.

Foi o que eu fiz, abri um grande sorriso, sem acreditar no que eu estava fazendo e disse que nos veríamos amanhã, torcendo internamente para que ela não lembrasse dessa frase. Foi como um passe de mágica, ela havia conseguido amigos por interesse e eu feito minha boa ação do ano. Eu havia deixado uma garota que eu nem conheço me usar. Não sei como me sinto sobre isso.

-Vamos? - perguntei entrando no carro e colocando o sinto de segurança. Minha mãe me olhou curiosa, mas assentiu com a cabeça e deu a partida no carro.

Ficamos em vários lugares, e sem perceber tínhamos perdido a hora, o que significava que eu só teria consulta na semana seguinte, mas eu nem lembrei disso na hora. Eu estava me divertindo demais com a minha mãe.

Isso não acontecia havia anos... Se é que já aconteceu.

*

Não vamos colocar todos no mesmo saco (tenho a impressão de que sempre falo isso), sempre vai ter aquela pessoa: agradável, alegre, alto-astral, atenciosa, que respeita os limites e que é uma ótima companhia.

Mas é bem provável que até você encontrar essa pessoa você já tenha tido que lidar com as características que várias pessoas desagradáveis carregam.

Fazer amizades por interesse não é bom. E não é que eu esteja desejando o mal, eu estou desejando o melhor, eu espero que aquela garota desconhecida entenda isso o quanto antes.

Cuidado: o gênero pessoa interesseira, pode ser mais perigoso do que pessoa desagradável.


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Notas finais do capítulo

Sobre a surpresa...
Eu vou fazer uma maratona de capítulos esta semana, nesta e na minha outra fanfic. Não sei se vocês sabem, mas nós chegamos a 2k de visualizações!
Então será uma comemoração, de todas as conquistas até agora, minha primeira fanfic concluída, as visualizações, os comentários (a propósito obrigada!), favoritos e pessoas acompanhando.

Vai durar do dia 18/07 até o dia 22/07.

Vou dizer a mesma coisa que eu comentei na minha outra fanfic: nunca postei nada com o intuito de obter números, este é mais como um agradecimento a vocês, por acompanharem, por suportarem as demoras, por comentarem, e por lerem.
Obrigada!

"Nossa, mas ela não falou lá em cima que é atrapalhada e tem problemas com prazos?"
Pois é, estou me arriscando. Ah, tem um detalhe, vocês poderiam fingir que 1h da manhã ainda é o dia anterior? Eu vou tentar postar neste horário que este está sendo postado, mas pode ocorrer de eu não conseguir, então até 1h da madrugada, está valendo!

Obrigada por lerem, se quiserem deixar a opinião de vocês nos comentários, eu adoraria ler!
Até o próximo!



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