Apenas um sonho escrita por Florrie


Capítulo 12
Sansa


Notas iniciais do capítulo

Eu estou bem lenta, eu sei, mas vou atualizar as histórias aos poucos. Todas elas :) ... Só TM que eu tendo a postar com mais rapidez kk
Espero que gostem.



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Eu não gosto dela.
Sua voz sai firme. Vejo o modo como olha para você.

                Val? Ela assente. Ela nunca fez nada inapropriado.

                Mas ela pensa coisas inapropriadas. Eu sei.

                Ele suspira, mas tem um fantasma de um sorriso no seu rosto. Jon se inclina e lhe da um beijo na sua bochecha.

                Eu não tenho olhos para qualquer outra pessoa. Você sabe disso.



Sansa não gostava muito de cavalgar, por isso, preferiu ficar na carruagem junto com Wynafryd e as crianças. Ela se lembrou da casa rolante da rainha Cersei, a sua não era tão grande e tinha janelas, mas seu tamanho era suficiente para ficar confortável, mesmo com tanta companhia.

                Eddara e Brianna dormiam encolhidas, uma sobre a outra, enquanto Leona está muito animada olhando através da janela. Will e Sam estão com as amas em outra carruagem. Sansa gostaria de ter o bebê nos seus braços, mas ele estava inquieto e Sarra parecia saber exatamente o que fazer para acalmá-lo.

                Ben está do lado de fora, cavalgando como um rapazinho. Seu amigo Pate o acompanhava para todos os lados. Os garotos Brune deviam estar lá fora também, seguindo a mãe que preferiu cavalgar ao lado de Arya e do resto da comitiva.

                – Eu gostaria de ir lá fora. – Leona diz. – Eu posso?

                – Você vai sujar o seu vestido. – a mãe responde. Sansa sorri pensando em sua irmã Arya quando criança. Ela odiava ficar em carruagens, preferia explorar o campo. – Eu prometo que quando estivermos perto de Correrrio a deixarei cavalgar.

                – Tudo bem.

                Mas Leona não esperou até isso ocorrer. No dia seguinte, ela já havia sumido por entre a comitiva e Wynafryd estava muito ocupada com o bebê Will para se importar. Sansa continuou na carruagem, abanando-se por causa do calor da primavera – que só fazia aumentar à medida que caminhavam em direção do sul. Eddara acordou apenas para comer os doces que uma criada trouxe, Brianna saiu da carruagem acompanhada de Sandor, queria encontrar o pai a qualquer custo.

                Ela achava estranho vê a filha de três anos sendo carregada pelo corpulento Cão de Caça. No passado o homem fora o guarda costa do príncipe Joffrey e agora ele seguia os seus comandos e protegia a sua filha. Da janela observou a menina dar direções ao homem que seguia fielmente sem reclamar. Ela quase sorriu.

                Brienne cavalgava ao lado da carruagem, ao vê-la com a cabeça de fora perguntou se Sansa desejava alguma coisa.

                – Só gostaria de chegar rápido a Correrrio.

                – Não haverá de demorar muito minha senhora.

                Sansa tentou manter uma atitude positiva, mas seu humor despencou no momento em que chegaram ao gargalo. Do modo como foi no passado, a passagem se mostrou uma provação. Ordenou que as crianças lhe fossem trazidas. Ben não gostou de ficar preso na carruagem, mas não foi corajoso o suficiente para desdizer a mãe que carregava um permanente olhar irritado. Wynafryd trazia Will nos braços e Leona do seu lado. As crianças tornaram a viagem mais barulhenta e, infelizmente, menos confortável. Sansa rezava aos Deuses antigos que chegassem logo ao sul.

                Os anos mudaram muitas coisas na sua vida, mas aparentemente, não mudaram seu desgosto por viajar pelo Gargalo.

                A calmaria veio com o fim do Gargalo. As crianças fugiram da carruagem, enjoadas de ficarem presas. Até mesmo Wynafryd decidiu sair e sentir o sol tocar sua pele. Sua única companhia foi o bebê Sam que se remexia animado no seu colo e sorria toda vez que ela lhe cantava uma canção

                A serenidade, porem, só durou até a cabeça de Brienne aparecer na janela e comunicar:

                – Estamos na Travessia.

                As gêmeas.




Os Frey estão morrendo aos montes.
Randa comenta enquanto penteia seu cabelo. Ele está ruivo agora e Alayne não é mais Alayne, ela é Sansa Stark. Ou queimados ou assassinados pelos campos.

                Eles merecem morrer, são traidores da pior espécie. Responde ela. Os Deuses os amaldiçoaram e essa é a conseqüência.




Eles encontraram os portões das gêmeas abertos com um pequeno grupo de soldados os esperando. A bandeira dos Frey estava hasteada no topo do muro junto com a truta dos Tully. Ao passar por eles, Sansa sentiu um nó no estomago. Foi nesse lugar que eles traíram sua família, mataram Robb e sua mãe, acabaram com o pouco de esperança que ela tinha quando mais nova. Cavalgando ao seu lado estava Jon e sua irmã. Os dois pareciam tranqüilos, como se os fantasmas do passado tivessem ficado para trás.

                Sua irmã já tinha lhe explicado qual era a situação atual dos Frey.

                – Sobraram poucos deles. Muitos foram mortos ou executados, os que sobraram tomaram partido de Roslin Frey que se tornou oficialmente senhora de Correrrio. – falou. – Nosso tio ama sua esposa e Roslin sempre foi uma pessoa doce, você vai gostar dela.

                – Não se pode desfazer um casamento, mas qual o motivo dele ter permitido que os Frey continuassem como senhores da Travessia?

                – Algo sobre acabar com o ciclo de ódio. – respondeu. – Além do mais, Steffon Frey é um bom homem e permanece fiel ao nosso tio até hoje.

                Sansa não insistiu naquele assunto.

                Steffon Frey foi facilmente reconhecido. Não era alto ou muito forte, mas tinha um rosto agradável e gentil, muito diferente do famoso rosto de fuinha dos Frey. Ao lado dele estava uma moça bonita, Cynthea Frey, antiga protegida da Senhora Waynwood. Parece um pedaço estendido do Vale, pensou.

                Um gritinho infantil chamou sua atenção.

                Ben ignorou os apelos da ama e saltou da carruagem correndo em direção de outro menino que estava aos pés de Cynthea Frey. Os risos se espalharam pelos dois grupos, mas Sansa estava apenas confusa. Jon inclinou-se para sussurrar em seu ouvido:

                – Geremy Frey, herdeiro das gêmeas.

                – Nós dormiremos aqui? – perguntou de volta.

                – Não. – a resposta lhe trouxe um alivio imediato. Ela não gostaria de dormir no lugar onde sua família foi assassinada. Preferia o desconforto do Gargalo a isso. – Mas eles vão seguir viagem conosco.

                – Creio que não tenho muito a dizer nessa questão. – respondeu e então esperou que a ponte fosse liberada e eles pudessem seguir. Esporeou o cavalo rapidamente e ultrapassou o grupo ficando sozinha na dianteira.

                Podia ouvir o barulho do grande grupo que a seguia, em uma rápida olhada para trás, viu estandartes Frey se erguerem ao som de conversas animadas. Steffon Frey falava animado com Jon, Rickon e Gendry enquanto sua esposa parecia mais do que feliz em ficar ao lado de Mya. Arya a alcançou em instantes, parecia preocupada.

                – Steffon e Cynthea são agradáveis Sansa, não precisa fugir deles. – ela começou. – Tenho medo de como você vai reagir quando os Lannister chegarem a Correrrio.

                Aquele sobrenome era ainda pior do que o dos Frey.

                – Não se preocupe, nunca tive quaisquer problemas com Tyrion Lannister. – uma mentira. O anão sempre fora gentil, mas continuava sendo um Lannister e por isso ela nunca confiou nele. – Ele virá sozinho?

                – Provavelmente levará a esposa e os filhos. – respondeu. – Você não terá que conversar com eles se não quiser, eu particularmente gosto da senhora Tysha, posso tomar seu lugar.

                – Tysha...

                Não foi uma pergunta, mas Arya interpretou como uma.

                – Eu a conheci em Bravos. – contou. – Chamava-se Esposa do Marinheiro, era uma prostitua. Ela costumava visitar a Ilha dos Deuses para rezar por um amor antigo, por fim descobri que esse amor era Tyrion Lannister.

                – Ele se casou com ela? – perguntou surpresa.

                – Eles já foram casados, mas sim, ele fez outra cerimônia na frente de todos os lordes pomposos que amaldiçoaram a união. Depois legitimou a filha de Tysha alegando ser sua.

                – Eu imagino que Tywin Lannister deva estar se revirando no túmulo.

                Arya soltou uma gargalhada alta e sonora.

                – Eu espero que sim.




A adição dos Frey fez a viagem ficar mais barulhenta. Ben e as gêmeas recusavam-se a ficar dentro da carruagem. Mesmo Eddara, que tendia a ser mais quieta não quis obedecer suas ordens. Sansa bufou, um gesto tão infantil quanto o de seus filhos, e foi para o lado de fora para vigiá-los. Infelizmente, seus filhos herdaram o talento de Arya de desaparecer e então voltar sujos de terra e lama.

                Que os Deuses abençoassem sua decisão de prender os meninos durando o Gargalo. Teriam se perdido para sempre.

                Wynafryd desistiu de procurar por Leona e aproximou o cavalo do dela. A mulher abandonou as vestes grossas do Norte e optou por sedas leves e soltas na moda sulista. Sansa também tinha mudado sua roupa, o calor já não deixava mais possível vestir as longas mangas forradas.

                – Aqueles pestinhas já sumiram pelas árvores. – Wynafryd disse apontando o queixo para a floresta que margeava a estrada.

                – Quando chegarmos a Correrrio tudo ficará mais calmo.

                – Duvido muito princesa, Correrrio estará cheio de reis e rainhas estrangeiros, todos com crianças, será um verdadeiro furacão. – respondeu rindo.

                Como que ouvindo suas palavras, as crianças surgiram aos gritinhos e risos das árvores. Lyonel Brune encabeçava o grupo segurando um graveto como se fosse uma espada. Ben, Pate e Geremy Frey vieram logo atrás seguidos por Leona e Ryman. Brienne os acompanhava e comentava que um cavaleiro não se comportava daquele modo, mas os meninos ignoraram esse detalhe. Sansa procurou pelas meninas, além de Leona, não havia nenhuma.

                Cynthea Frey foi até ela, assim como o marido, ela não lembrava em nada um Frey.

                – As meninas são tão energéticas quanto os garotos. – comentou simpática. – Quando eu era pequena, certamente não teria a liberdade de brincar na floresta.

                Ela assentiu com a cabeça. Quando mais nova Sansa preferia ter os melhores modos a agir como Arya e se aventurar pelos cantos. Era o orgulho da Septã e o que isso me rendeu de bom? Pensou um pouco amarga. Tudo para agradar um falso príncipe e uma rainha cruel.

                – A Senhora Anya sempre foi uma apreciadora das regras e boa conduta. Lembra-se dela princesa?

                Um terreno familiar, isso a fez mais confortável com Cynthea. Sansa relaxou o sorriso.

                – Sim, uma mulher excepcional.

                – Certamente, eu ainda estava ao seu lado quando Harrold Hardyng tomou Myranda Royce como esposa. Ela não ficou nada feliz com o arranjo, já a tinha descartado uma vez e agora que seu protegido finalmente governava o Vale, ela esperava um casamento mais proveitoso. Palavras delas, não minhas. – o olhar de Cynthea deixava claro quem a senhora Anya considerava um casamento proveitoso. – Myranda sempre me pareceu uma boa escolha.

                – Ela é. – defendeu-a. – Bonita e muito inteligente.

                – Ninguém pode negar isso. – Cynthea sorriu. – Será muito bom revê-la em Correrrio.

                Novos gritos foram ouvidos. Dessa vez quem apareceu das árvores foi Sandor e ele carregava as gêmeas em ambos os braços. Andando perto dos seus pés estavam mais duas menininhas. Megara Baratheon e a filha mais nova de Cynthea, Anya.  Sansa achou curioso ver Megara, sendo que ela tinha se mostrado uma criança tímida que preferia ficar perto das saias de Alla Tyrell.

                – Olhe só para elas, estão cobertas de lama. – Wynafryd comentou balançando a cabeça. – Chegarão marrons a Correrrio.

                – Pedirei que recolham as crianças, o máximo que podemos fazer é que cheguem apresentáveis. – Sansa disse. – Cinco guardas será o suficiente?

                Wynafryd deu de ombros ao seu lado.

                – Não tenho certeza se um exército seria minha princesa.



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Notas finais do capítulo

Sim, os Frey ainda existem. Uma família tão grande, deve ter alguns legais no meio.
Alguém assistiu a volta de GOT e ficou tão indignada quanto eu com a história de Dorne? Está doendo ver minha família predileta ser tratada desse jeito.
Comentários são apreciados :)
Beijos ;*



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