Maktub escrita por Lily


Capítulo 9
Extra: A historia de nós dois


Notas iniciais do capítulo

Cap. extra. Especial de dia dos namorados.
Rose e Dan, era para ser postado ontem,mas estava com alguns problemas então só consegui terminar hoje.
Desculpa qualquer erro.
Espero que gostem.
XOXO Lis.



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Ato I

 

“O mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direção para a qual nos movemos.”

Oliver W. Holmes

 

10 de abril de 2003

New York City- EUA

 

—Então você chego bem?- a voz preocupada de Fred soava a quilômetros de distancia. Ela não pode deixar de sentir um pequeno rastro de felicidade ao ouvir a voz do primo.

—Com certeza.Então alguém já notou?- Rose puxou a mala, enquanto caminhava em meio a multidão tipica do aeroporto.

—Ainda não.

—Claro que eles não iam notar.- falou com um certa amargura, ajeitou a bolsa no ombro e acenou para um táxi. O motorista saiu do carro e a ajudou com a mala .-Se notassem ia ser um milagre.

—Não fale assim,Ro.- Fred pediu para prima, que apenas se limitou a revirar os olhos.

—Para onde moça?- o motorista perguntou. Rose respirou fundo, mordeu o lábio inferior pensativa.

—Para a lanchonete mais próxima,por favor.

—Vai fazer um lanchinho?

—Haha. -ela riu irônica do primo. -Agora eu tenho que desligar, mais tarde nós falamos.

—’Tá legal.Beijos.

—Obrigada.

—De nada.Te amo.

—Te amo também.

Rose desligou o celular e guardou na bolsa, com o queixo apoiado na mão observou a paisagem de New York, os grandes arranha-céus, os pequenos prédios, carro e motos serpenteando em meio as ruas que estreitavam e alargavam. Um pequeno mundo que constantemente mudava em um piscar de olhos.

O táxi encostou no meio fio em frente ao um prédio de dois andares meio antigo, as paredes eram de tijolo cru, o segundo andar tinha uma varanda com varias plantas faziam uma pequena cascata sobre grade, na parte de baixo havia um porta de madeira com um pequena placa que se lia Serendipitia.

—Essa é realmente um bela descoberta.

[...]

Paredes azuis pintadas com listras brancas traziam uma certa tranquilidade para ela, as  cadeiras de madeira com toalhas quadriculadas e um pequeno jarro com margarida em cima,Rose escolheu uma mesa perto da janela, a garçonete apareceu logo em seguida lhe entregando o cardápio.Ela passou rapidamente os olhos pelo papel.

—Um suco de laranja com um sanduíche duplo,por favor.

A garçonete apenas balançou a cabeça confirmando,então saiu deixando Rose sozinha. O sol da manhã atravessava as janelas iluminando o local,colocou o queixo sobre a mão,os olhos lacrimejando,o coração doendo. Estava tão distraída em sua própria melancolia que nem percebeu a aproximação da garota.

—Está tudo bem?- a voz doce perguntou,Rose ergueu a cabeça encarando a linda garota de cabelos pretos ondulados, olhos azuis cristais e sorriso torto.

—Está.- ela confirmou,com o dorso da mão limpou as lagrimas que caiam pela sua bochecha.

—Não está,não.

A garota se sentou a frente dela,o que Rose achou uma  grosseria.

—O que ‘ta acontecendo?

—Não querendo ser grossa,mas acho que isso não é da sua conta. E eu nem te conheço.

—É você está certa.- a garota concordou sorrindo, Rose não pode deixar de notar o quanto o sorriso dela era bonito.- Prazer River Green.

Rose apertou a mão estendida.

—Rose Weasley.

—Como já fomos formalmente,você pode me dizer o que está acontecendo?

—Acabei de fugir de casa.- falou naturalmente.

—Entendo,eu também.- Rose se surpreendeu, as duas eram mais parecidas do que parecia.-Só que faz dois meses.

—Nossa. E como você está sobrevivendo?- a garçonete trouxe a comida e Rose agradeceu.

—Do jeito que eu posso, minha mãe e meus irmãos sabem onde eu estou, mas meu pai não.

—Você tem sorte,pelo menos tem um lugar para ficar.- ela falou com uma certa amargura. Talvez não tivesse feito a escolha certa.

— E você também.

—Como?

—Você vai ficar comigo.

—Eu nem te conheço.

—Mas vai amar conhecer.- terminou a frase piscando para ela.

[...]

Uma semana havia se passado desde de que Rose havia fugido,Fred a mantinha atualizada sobre os fatos, ela descobrira que seus pais haviam surtado quando descobriram que ela fugiu e quando perguntaram o porque, seus primos tiveram a cara de pau de dizer que não sabiam.

Em contraponto Rose informava a Fred como estava sua vida,lhe dissera que havia conseguido um emprego em uma livraria, que tinha um colega de quarto maluca,mas que cobrava pouco pelo aluguel, contara sobre sua ida ao medico e sobre seus cuidados. Ela estava levando a vida numa boa.

—Quer ir a uma festa hoje?- River perguntou em uma certa tarde quando Rose relia Orgulho e preconceito .-Olha não em um bairro perigoso,é em um condomínio residencial.

—Você não vai largar do meu pé até eu ir,não é?

—Não.- ela puxou Rose pela mão em direção ao quarto.

A noite seria longa.

[...]

As luzes piscavam incansavelmente,o som alto, os gritos, as risadas denunciavam o que Rose já sabia.

Festas eram,para Rose, um purgatório na terra. Todos os sete pecados capitais estavam ali presentes. River a havia abandonado nos primeiros cinco minutos,Rose não conhecia ninguém ali,se sentia uma intrusa.

—Meu pai,vai me levar para Paris nesse final de semana.- a garota loira tagalerava ao lado dela. - Tipo,eu falei: “Pai, já deu.Já fui pra lá umas três vezes. Não dá mais.”

Rose quis se matar. Bufou e saiu de perto daquelas garotas. Rodou pela casa toda até achar um lugar calmo,pegava alguns fragmentos de conversar e em sua cabeça pequenos monólogos surgiam.

—Deveríamos ter ido ao cinema.-falou um garota.

—Mas, eu queria ter vindo!- falou outra na sala de estar.

—O mundo não gira ao se redor.-gritou a garota loira antes de jogar a bebida em um garoto qualquer.

Ela era invisível e isso era bom,pelo canto do olho notou uma movimentação estranha.

—Você acha que ela está aqui?- o garoto mais alto de cabelos pretos perguntou,ele estava de costas,mas Rose podia jurar que conhecia aquela voz.- Se ela estiver aqui, eu tenho que sair voando.

—Só se for pela janela.- a garota de cabelos rosa riu da própria piada,os olhos castanhos dela estavam pintados com uma maquiagem pesada,a boca em um vermelho vivo.-Não se preocupa, tem muita gente aqui, ela nunca vai te achar.

Então ele se virou e Rose perdeu a respiração.

Romeu.

Aquele era o seu Romeu,na verdade Rose não sabia seu nome, a única coisa que ela sabia é que ele ia todo o dia na livraria que ela trabalhava,pegava Romeu e Julieta e lia. Mesmo ela nunca tendo falado com ele,se lembraria daqueles olhos azuis escuros para sempre.

—Ei, te achei.- River a abraçou pela cintura,parando a sua frente.- Onde você estava?

—Andando por ai.- ela desviou a cabeça tentando olhar para Romeu.

River percebeu o ligeiro interesse da amiga e olha para trás.

—Ai meu deus!

—O que foi?- River a vira e aponta para Romeu.

—É o meu irmão.

—Aquele é o seu irmão?- perguntou incrédula.

River havia feito a caveira do irmão para Rose, dizia que ele era um troglodita ignorante, irresponsável e hipócrita.Ela havia contado que ele tinha um filho com a ex namorada irritante,mas que não estava nem ai para o garoto.

Mas aquele garoto,o seu Romeu. Não parecia com nada do que River havia falado.

—Ele deveria estar com Toby,o pobre garoto está doente.- Rose seguiu a amiga até o irmão.- Daniel.O que você está fazendo aqui?

—River.- ele se atrapalhou com a bebida,então encarou a irmã.- O que faz por aqui?

—Eu perguntei primeiro.- ela cruzou os braços sobre o peito,Rose quis rir,aquela era uma posse digna de Hermione Weasley.- Seu filho está em casa doente e você aqui se pegando com uma qualquer.

—Hey!- a garota de cabelo rosa exclamou.

—River menos,já está atraindo atenção o suficiente.-Rose pediu, colocando a mão sobre o ombro da amiga.

— Rose me deixa.- ela empurrou a mão dela.

O olhar de Dan finalmente cruzou com o de Rose.

Dizem que os pequenos detalhes é que fazem a diferença,e para ela isso era verdade. Ela podia notar a pequena falha na sobrancelha dele, o queixo quadrado e olhar desafiador. E assim com River,Dan tinha a boca torta.

Rose não pode deixar de sorrir.

—Sera que dá pra parar de secar a minha amiga e focar em mim?- River gritou chamando a atenção de algumas pessoas ao redor, Rose sentiu as bochechas ficarem vermelhas, jogou a cabeça para frente fazendo uma cortina com os cabelos.

—River,me esculta.- ele pediu e Rose decidiu deixar os irmãos a sós.

[...]

Rose encarou as estrelas,elas a lembravam de casa. Já que estrelas seriam estrelas em qualquer lugar. Se ajeitou na espreguiçadeira que tinha na varanda do apartamento, River havia saído para encontrar alguns amigos, por isso o apê era só dela.

Com um livro na mão e um chá de hortelã na outra, estava pronta para sua abençoada folga, nada podia interromper. Nada,além da campainha.

Se levantou bufando e abriu a porta, dando de cara com…

—Dan?- perguntou surpresa, fazia quase uma semana desde do dia da festa, ele nunca mais tinha ido a livraria,era uma surpresa vê-lo ali na frente do seu apartamento.

—Oi,Rose.- ele sorriu,ela sorriu,então notou o garotinho de olhos azuis e cabelos loiros que segurava sua mão.

—E você deve ser o Toby?- se agachou a altura do pequeno.- Oi?

—Oi?- sussurrou e apertou o pequeno dinossauro de pelúcia.

—River está?

—Não,ela acabou de sair com uns amigos.

—Merda! Ela disse que ia comigo levar Toby para comer pizza.

Rose se apoiou na porta.

—Agora eu tenho que levar meu pobre filho de volta para as garras daquela bruxa que ele chama de mamãe.- dramatizou Dan.

—É, vocês realmente são irmãos.

—Mas,já que ele não está aqui, você não quer ir?

O cerebro de Rose parou de funcionar por um instante.

—Você está me chamando para um encontro?

—Acho que sim.- ele passou a mão pela nuca nervoso.

Ninguém ,como Dan, nunca a havia convidado para um encontro.

—Por Toby.- Dan acrescentou rapidamente.Levantou o garotinho a altura dela,Toby sorriu.- Como dizer não para isso.

Rose suspirou.

—Está bem,e vou,mas deixa eu trocar de roupa.- Dan pareceu preste a estourar de felicidade.

[...]

—Então, River disse que você trabalha com o seu pai.- ela puxou assunto. A pizzaria que Dan escolhera era na mesma rua do apartamento dela, Toby brincava em uma pequena piscina de bolinhas perto da mesa deles.

— É,meu pai é dono.Eu sou apenas seu assistente.

Rose lambeu o sorvete de morango que havia pedido,mas observou que Dan a olhava com uma certa intensidade.

Dan era aquele tipo de cara que sempre andava com o cabelo bagunçado,parecia fazer questão disso,ela suspirou, já vira caras assim de mais para um vida.

—Mas por que você vai sempre a livraria,para ler Rome e Julieta?- aquela era uma pergunta que Rose sempre quis fazer.- Por que não compra logo o livro?

Dan passou a mão pela nuca de novo, gesto que Rose assosciava ao nervosismo.

—Porque eu não posso.

—Por que não?

—Porque ai eu deixaria de ver você.

—Oh!- ela riu sem jeito.

—Eu já Romeu e Julieta mais vezes do que você pode imaginar. Mas eu precisava achar um jeito de ver você.- ele deu os ombros.

Então a mente dela começou a trabalhar,chegando a um simples conclusão.

—Ela realmente não marcou de levar Toby para comer pizza,marcou?- perguntou mordendo o cone do sorvete.

—Quem?

—River, ela realmente não marcou de comer uma pizza com Toby.

Dan passou a mão pela nuca nervoso, Rose simplesmente amava aquele gesto.

—Não. Mas eu queria te ver.

—Você é um idiota.- ela riu pelo nariz.

—Então você vai me achar ainda mais idiota depois do que eu falar.

—Serio?

—Eu tenho certeza.

Ela ajeitou as pernas e se sentou de frente para ele.

—Então fala.

—Não você vai rir.

—E juro que não vou rir.

—Se você rir eu te bato.- Dan respirou fundo e olhando dentro dos olhos de Rose falou.- Desde a primeira vez que eu te vi,o destino sussurrou em meu ouvido: “Essa é a mulher com quem você vai se casar”. E eu tolo, acreditei. Por mais que pareça besteira eu acredito no destino e vou fazer de tudo para seguir com plano dele,então não ria,porque um dia eu vou te conquistar.

Ela não riu e por mais que não quisesse ela acreditava em cada palavra dele, que mal havia percebido que já tinha conquistado-a.


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