Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 9
Capítulo Nove – Mentiras


Notas iniciais do capítulo

E agora... O capítulo de HOJE, já vou postar logo porque simplesmente não tem como apenas ler o cap. 8 sem ler o 9 logo em seguida, espero que gostem. Me diverti muito escrevendo esse em especial. UHAUHAH ♥ `-´



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— Diego espera! — gritei tentando me soltar.

— Vamos logo— me puxou— Que frescura toda é essa?

— Isso não tem nada a ver com frescura— falei séria— Por que exatamente tem de ser eu? Você tem várias garotas dispostas a isso sem pensar duas vezes.

— Eu sei, acha que sou idiota? — acho, seu idiota. — O problema é que chequei a lista de garotas atualmente dispostas e de fácil acesso para me ajudar com isso e... — fez uma pausa— Todas elas provavelmente estragariam o plano.

Nos olhamos sem dizer nada por alguns segundos, então ele começou a me arrastar pelo braço novamente— Espera, como assim estragariam o plano? — perguntei rapidamente.

A cada passo estávamos mais próximos da diretoria, meu nervosismo ia aumentando conforme ele se mostrava fechado a negociações, se me apresentasse ao pai dele como uma suposta garota com quem ele passou um final de semana, isso geraria ideias completamente erradas. Como por exemplo, que sou sua namorada, ficante ou sabe-se lá o que mais, e isso sem contar com o adicional dos boatos que correm pela escola envolvendo nós dois.

— Porque todas elas ficariam puxando o saco do meu pai, se fazendo de santinhas e enchendo a cabeça do velho com ideias erradas, isso é um saco. — suspirou— Você nem imagina do que algumas mulheres são capazes por interesse.

— Eu entendo muito bem.

— É mesmo? — perguntou duvidoso. — Então porque tanta enrolação?

— Vou resumir... Eu não quero, simples assim. — admiti.

Ele então estreitou seus olhos para mim, agora eu consegui irritá-lo mesmo, sei disso, mas essa é toda a verdade, eu simplesmente não quero.

— Diego vou ser sincera, você só me traz problemas, poderia por favor, me deixar em paz? Então esquecerei tudo isso, sem ressentimentos? — estendi minha mão livre em direção a ele, com a intenção de termos um acordo, que tudo acabaria sem mais conflitos.

— Claro. — sorriu— Que não.

Ele me puxou com tanta força que pensei que perderia meu braço, com apenas 3 passos já estávamos dentro da recepção, onde uma secretária muito bonita nos fitava com um olhar de estranheza. — Posso ajudá-los? — perguntou gentilmente.

— E aí Carol. — disse Diego.

— Diego, quanto tempo que não te vejo— disse sorrindo se levantando em nossa direção— Seu pai está esperando.

Droga, quer dizer que ele já sabia que viríamos?

Diego foi em direção à porta do outro lado da sala, caminhando normalmente agora, sem me puxar com tanta violência, meu estômago dói. Espero não vomitar na sala do diretor.

— Pai. Cheguei. — exclamou Diego sorrindo.

Aquela sala era enorme, com móveis refinados e pinturas pelas paredes, o diretor estava sentando atrás de uma mesa comprida de madeira na cor marrom escuro, com pilhas de papéis espalhados por todas as partes, com um notbook ao lado e... Cigarros?

O homem ali sentado direcionou sua atenção para nós, com um cigarro nos lábios— Sentem-se. —ordenou.

Diego me puxou para frente me indicando para sentar-se ao seu lado, olhando para este homem consigo enxergar uma versão mais velha de seu filho, com os cabelos também pretos penteado para trás, os olhos da mesma cor azuis claros, vestindo um terno na cor cinza escuro e também...

Assoprando fumaça na minha cara? Ninguém merece, odeio cigarros.

— Então você é Erika? — indagou gentilmente estendendo-me a mão em cumprimento— Meu filho falou sobre você. Sou Henrique, prazer!

— Sim— também estendi minha mão para ele, diferente do Diego que parece viver com as mãos frias, as dele são bem quentes— Prazer! — falei sem graça.

— Não precisa ficar acanhada, vamos, me fale mais sobre você. — disse.

E agora o que eu devo dizer? Me virei para Diego esperando que fizesse alguma coisa, ele nem sequer olhou para mim, esse cara... Espera que eu resolva tudo sozinha não é? Aposto que deve estar se divertindo com essa situação.

— Não tenho muito que falar, provavelmente seu filho já deve ter lhe dito tudo. — sorri.

— Ela está certa pai, eu disse tudo o que era necessário. —falou Diego indiferente. Seu pai o fitou com um olhar amedrontador, agora sei onde ele aprendeu esse truque, logo em seguida seu rosto expressava um belo sorriso.

— Tem toda razão, vamos logo com isso, vocês devem ir para aula daqui a pouco. —sorriu— Erika, você pode me confirmar que Diego esteve em sua casa nos dias 16 e 17 deste mês?

Direto ao ponto. É agora, fique calma. — Sim, ele esteve comigo.

— Mesmo? — perguntou sério, a tensão tomou conta de mim, esse homem está me testando.

— Sim. — respondi apenas.

— Me desculpe se esta parecendo que não acredito em você. Eu não acredito é no meu filho, e ele com certeza me deu motivos para isso. — criticou.

— Qual é, corta essa pai. — suspirou Diego.

— Me diga exatamente o que fizeram nesses dois dias Erika.

Caramba, o que fizemos? Eu não faço ideia, o que Diego costuma fazer quando dorme na casa de alguma mulher? Deixe de ser besta Erika, você sabe muito bem o que ele faz esse não é o caso aqui, preciso dizer algo convincente se não ele vai desconfiar de que tudo é mentira, olhei para Diego, ele estava me encarando, sério. Como se estivesse dizendo, fale algo errado e você me paga. O que eu faço, o que eu faço?!

— Aí— gritei quando senti minha coxa arder, o que foi isso? Quando olho para baixo vejo que Diego estava com a mão esquerda na minha perna, ele me beliscou.

— Algum problema? — questionou o diretor surpreso.

— Não, eu só, acho que algum inseto passou pelas minhas pernas— menti, sinto meu rosto pegando fogo, Diego estava rindo, esse canalha — Com questão do que fizemos, bem... — pense rápido— Nós jogamos.

Foi a única ideia que tive sem envolver algo suspeito entre nós dois, ele pergunta o que fizemos exatamente... Fico pensando se alguém diria se fosse algo indecente.

— Jogaram? — perguntou seu pai olhando surpreso para Diego.

— Qual o problema? Isso é completamente normal não é? — Diego disse tentando parecer convincente.

— Sim, mas não para você... Que seja, espero que agora faça o que eu lhe disse, estamos entendidos Diego?

— Tá, tá é claro... Vamos Erika. — ele pegou minha mão e se levantou.

— Ah sim, foi um prazer senhor. —sorri sem jeito ficando em pé também, minhas pernas estavam bambas.

O diretor educadamente também se levantou, quando estávamos prestes a deixar a sala, rumo a então esperada liberdade desta tensão gritante a qual esse panaca me obrigou a presenciar,

—Erika. — chamou.

Eu e Diego nos viramos para olhá-lo, isso me assustou.

— Pode me chamar de Henrique, se assim quiser. —sorriu.

[...]

Trecho Especial – Diego

~Na noite anterior~

— Então você quer dizer que tem como me provar essa história de que passou o final de semana na casa de uma garota? — perguntou indiferente fumando seu cigarro.

— Exatamente pai, e tudo porque você não acredita na palavra de seu próprio filho.

Ele precisa parar com essa nova mania de querer me controlar, isso é um saco, tudo porque deu aquele problema com policiais invadindo a festa a procura de drogas, embora não houvesse nenhuma droga lá nos acharam com bebidas alcoólicas, sendo que a maioria dos convidados era menor de idade, isso entre outras coisas. — Diego, eu te acostumei muito mal, prefiro corrigir o erro enquanto é tempo. — disse me encarando.

— Ah é claro... — esse velho está mais chato do que nunca— Mas você vai conhecê-la amanhã, então está tudo bem não é? —fui em direção ao sofá me deitar.

— Qual o nome dela? — perguntou enquanto lia seu livro.

— Erika.

— Em que ano está? Faz quanto tempo que se conhecem?

— Está na minha sala, a conheço faz uns 20 dias, eu acho... — qual é, isso está parecendo um interrogatório. — Mais alguma pergunta Sr. Henrique?

— Em tão pouco tempo e já passaram a noite juntos? — indagou cético— Como sabe que pode confiar nela?

— Isso não é problema, ela nunca trairia minha confiança. —sorri.

— Como pode ter tanta certeza? —questionou.

— Eu simplesmente tenho. — ela não teria coragem de fazer isso, e se fizesse iria se arrepender.

— Como ela é? Tem alguma foto? — disse enquanto acendia outro cigarro.

— Sim. — se não me engano tenho alguma foto dela aqui.

Levantei-me do sofá e fui em direção a ele que estava sentado em sua poltrona, caminhei descalço e com o celular na mão procurando a foto... — Ah... — droga, essa foto eu tirei contra a vontade dela, enquanto eu puxava seu cabelo, sua cara está horrível.

— O que foi?

— Não é nada— vai essa mesmo— Aqui está.

Entreguei o celular para meu pai, ele fitou a foto em silêncio, o que será que está pensando? Apenas olhando seu rosto não consigo dizer muita coisa, esse velho é osso duro de roer, nunca sei o que esperar exatamente das reações dele, também não sei dizer se está acreditando em tudo que digo. Isso também é um saco.

— Diego— disse levantando seu olhar em minha direção. — Aconteceu alguma coisa?

— O que quer dizer? — perguntei indiferente.

— Essa menina definitivamente não faz o seu tipo, comparada a todas as garotas com quem saiu até hoje, está totalmente fora dos seus "padrões", estou errado? — disse me devolvendo o celular.

— Eu sei muito bem disso— voltei a me deitar no sofá— Mas essa garota é muito divertida. —sorri.

— Olha meu filho, eu entendo que você tenha seus fetiches... — fez uma pausa sério, mas o que? — Mas não quero que os pratique na minha escola.

— Pai, acho que está confundindo as coisas. — ele está interpretando errado.

— Sem desculpas Diego, eu já disse, não quero que faça isso dentro do colégio, estamos entendidos?

— Por isso que estou dize-

— Eu te conheço muito bem meu filho— fui interrompido— Espero que crie juízo nessa sua cabeça vazia— vazia, qual é coroa? — E que Deus te coloque no caminho certo. — terminou por fim voltando a ler seu livro.

Esse velhote... É mesmo complicado, essa pequena conversa me deu dor de cabeça.

Que seja, amanhã vou fazer Erika lidar com ele sozinha, só de imaginar já começo a rir.

— Qual a graça? — perguntou curioso.

— Nada.

[...]


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